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Reconstrução do Eixo Anhanguera em Goiânia está parada há dez dias

Wildes Barbosa
Máquinas da Prefeitura estão paradas na região da Praça das Mães

Há pelo menos dez dias, as máquinas que deveriam ser usadas na reconstrução asfáltica do corredor exclusivo de transporte coletivo da Avenida Anhanguera estão estacionadas na Praça das Mães, no Setor Oeste, sem qualquer atividade.

Os únicos funcionários da Prefeitura de Goiânia no local são para vigiar os equipamentos. As obras foram iniciadas no dia 7 de junho com a promessa de serem finalizadas em novembro para a restauração de todo o Eixo Anhanguera, com 28 quilômetros (km). Quatro meses depois de iniciadas, apenas 25% das vias para a passagem dos ônibus foram concluídas.

No primeiro mês de obra, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), responsável direto pelo serviço, chegou a fazer a restauração no trecho entre o Terminal Praça da Bíblia, no Setor Leste Universitário, e a Praça Botafogo, no Setor Leste Vila Nova, em um total de 4 km (15% do total). Ao todo, a Avenida Anhanguera, em seu trecho urbano, possui 14 km, mas a obra está sendo contada pela Prefeitura como um total de 28 km por ter de fazer as duas vias utilizadas pelos ônibus.

Já no mês seguinte, em agosto, as obras tiveram lentidão em sua realização, tendo sido feita a restauração em apenas mais 1 km, chegando até a Avenida Araguaia, no Setor Central. Desde então, o ritmo continua lento e foi feito apenas o trecho do Centro da capital, ou seja, até o cruzamento com a Avenida Paranaíba, próximo ao Centro de Convenções de Goiânia.

Segundo a Seinfra, foram gastos, até então, 2.100 toneladas de massa asfáltica. A pasta municipal informa ainda que as obras estão paralisadas há aproximadamente uma semana.

No entanto, a reportagem esteve no local no dia 2 deste mês e o maquinário já estava estacionado na Praça das Mães, onde permanecia pelo menos até o final da tarde desta terça-feira (11). Populares ouvidos na região no dia 2 disseram que os equipamentos já estavam parados durante a semana anterior, ou seja, a última do mês de setembro.

A Seinfra explica que a paralisação se dá porque “em todo o período de virada de mês existe uma reprogramação de valores de insumo das empresas que fornecem matéria-prima à base de petróleo”.

A secretaria informa ainda que está “normalizando a situação essa semana e está programado o reinício para a semana que vem”. Outro ponto alegado para a interrupção do serviço e a lentidão da obra foi a antecipação do período de chuvas para o início do mês.

"Ainda falta serem feitos os trechos da Avenida Paranaíba até o Terminal Padre Pelágio, no Setor Ipiranga, e do Terminal Praça da Bíblia ao Terminal Novo Mundo, cerca de 9 km, onde devem ser utilizados aproximadamente 10 mil toneladas de massa asfáltica”, complementa a Seinfra.

Quando do começo das obras, a Seinfra explicou que o início se daria da Praça da Bíblia para o Terminal Padre Pelágio por se tratar de um trecho mais complicado, em razão de um maior tráfego de veículos, e por isso seria feito primeiro e durante o período de seca.

A previsão era a obra em três etapas. A primeira seria da Praça da Bíblia até o Terminal Praça A, a segunda seguiria da Praça A até o Padre Pelágio e, depois, seria feita a reconstrução do trecho entre a Praça da Bíblia e o Terminal Novo Mundo. Agora, faltando apenas um mês para o prazo inicial de entrega, nem mesmo a primeira etapa foi realizada.

Pra depois

De acordo com a Seinfra, a programação no momento está com a divisão em dois trechos, um da Praça da Bíblia ao Terminal Padre Pelágio e outro no sentido contrário, ou seja, da Praça da Bíblia ao Terminal Novo Mundo. Neste caso, a secretaria municipal informa que, em razão dos problemas envolvendo a compra da matéria-prima e o início do período chuvoso, a previsão para a entrega do primeiro trecho continua sendo na data prevista, que seria no final de novembro, porém, o segundo trecho “deverá ser reprogramado em função dos fatores descritos acima”.

A reconstrução do asfalto da via de transporte coletivo na Avenida Anhanguera se deu após uma decisão judicial da juíza Patrícia Carrijo em ação da Metrobus, detentora da concessão para operar o sistema de transporte coletivo metropolitano no Eixo Anhanguera e suas extensões.

A empresa desejava que a Prefeitura fosse responsabilizada pela manutenção do asfalto, que está deteriorado e prejudicava os veículos, pois sofrem desgastes em pneus, motor e sistema de amortecimento. Já o Paço entendia que, por ter a concessão, a Metrobus deveria realizar também o serviço de manutenção do local.

A discussão foi iniciada ainda em 2018 e só em 2022 começou a ter uma solução, um período em que o asfalto da Avenida Anhanguera ficou ainda mais deteriorado. Em algumas vezes, houve um serviço de tapa-buraco realizado pelo Paço Municipal, como em 2018 e em 2019, de maneira paliativa. Em maio, a Prefeitura, em respeito à decisão judicial, realizou cronograma com a previsão de início das obras até junho com entrega do serviço em novembro.

A restauração seria feita em duas etapas. Nesta primeira, há apenas obras de recapeamento do asfalto de toda a via dos ônibus de modo a ser um paliativo para que os veículos da Metrobus possam se locomover com menor risco de danos. Uma restauração completa da Avenida Anhanguera, incluindo também a pista de ônibus, está prometida para ser iniciada no segundo semestre de 2023.

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