Com duas semanas para o encerramento do mês de maio, a Prefeitura de Goiânia ainda não assinou contrato com empresa responsável pela reforma de sete mercados municipais. Ao jornal, a secretaria disse que pretende iniciar as obras de revitalização nos próximos dias, pois está “finalizando os trâmites burocráticos para a adesão de pregão”, estimado em R$ 2,5 milhões.No primeiro mercado a ser reformado, no Setor Vila Nova, servidores da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedec) já estão realizando medições do espaço. De acordo com informação da pasta, as avaliações e estudos vem sendo realizados para serem repassados a empresa que executará a obra.Escolhida por meio da adesão de um pregão feito em 2023 pela Fundação Universidade Federal do Tocantins, a empresa Construtora Ferreira Santos terá 12 meses para concluir os reparos nas unidades. Entre as intervenções previstas estão a reforma das fachadas, pintura, reparos na rede elétrica e hidráulica. O Mercado da Vila Nova e do Setor Pedro Ludovico passarão por reformas nos telhados.A licitação em questão foi publicada em 21 de julho do ano passado no Diário Oficial da União. Conforme noticiado pelo DAQUI em abril, baseava-se na “contratação de empresa, sob demanda, executar serviços comuns de engenharia relativos à demolição, conserto, operação, conservação, reparação, adaptação e manutenção predial (serviços eventuais), com fornecimento de peças, equipamentos, materiais e mão de obra”.Desde a publicação, até então, não foram encontradas informações no Diário Oficial do Munícipio (DOM) e no Portal da Transparência do munícipio sobre a adesão. O empenho à empresa executora também não foi localizado.A ordem de serviço para reforma foi assinada há um mês e, à época, foi marcado o início das obras para até 30 dias depois, que seria no domingo (12). Conforme já anunciado, a revitalização começa pelo Mercado da Vila Nova, localizado na 5ª Avenida, e seguirá para os demais conforme encerramento da obra anterior. Após o Vila Nova, a Sedec programa passar pelo mercado do Setor Pedro Ludovico, Popular da 74, Campinas, Centro-Oeste, Centro Popular e Central.EsperançaHá mais de 40 anos no Mercado Vila Nova, o relojoeiro José Muniz Filho, de 73 anos, fala com saudosismo da movimentação e circulação de consumidores que o local possuía na época em que instalou sua banca, em 1976. As marcas do tempo na estrutura e a falta de conservação do prédio, segundo José, é o que tem feito com que muitas pessoas acabem “por abandonar o mercado e procurar outras lojas”.Mesmo com uma clientela formada, o relojeiro ainda se preocupa com os comerciantes que estão por vir. Segundo ele, a falta de pintura, os telhados estragados, os banheiros sem conservação e os fios amostra podem dificultar a permanência dos novos empreendedores “que tem que se arriscar” para manter o público.Apesar disso, José diz ainda ter fé no tempo para que a “estrutura muito boa”, possa passar dos “retoques de batom” à uma “reforma, de fato, que pense a conservação”. “Está passando da hora deles (poder público) começarem a valorizar este espaço, o que vai ser muito bom para nós e para região. Ainda tenho esperança”, contou.