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Reforma do asfalto na Avenida Anhanguera, em Goiânia, chega a um terço do trajeto

Wildes Barbosa
Obras de restauração de pavimento do Eixo Anhanguera: veículos do transporte coletivo são desviados

As obras de recapeamento da Avenida Anhanguera, que começaram no dia 7 de junho, chegaram a cerca de 35% do total.

O serviço é feito por servidores da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) e realizado após decisão judicial da juíza Patrícia Carrijo em ação da Metrobus, detentora da concessão para operar o sistema de transporte coletivo metropolitano no Eixo Anhanguera e suas concessões.

A disputa era sobre a responsabilidade em relação ao asfalto da via, ou seja, qual órgão deveria ser o responsável pela manutenção da infraestrutura e a Justiça deu ganho de causa à empresa, obrigando o Paço Municipal a manter o corredor de ônibus em boas condições.

De acordo com a Seinfra, até esta quinta-feira (4), a revitalização da capa asfáltica já estava finalizada do Terminal Novo Mundo, no lado leste da Avenida Anhanguera, até a Avenida Araguaia, no Setor Central de Goiânia.

No momento, os servidores municipais estão concentrados no recapeamento do trecho entre as avenidas Araguaia e Goiás, também no centro da capital. A distância entre os dois pontos com o asfalto revitalizado é de cerca de 5 quilômetros (km), porém o Paço contabiliza um total de 10 km realizados de um total de 28 km da extensão da via, pois leva em conta as duas mãos da avenida entre os terminais Novo Mundo, na região Leste, e Padre Pelágio, na região Noroeste.

Válido ressaltar que as obras estão sendo feitas apenas no corredor de ônibus. No local em que elas ocorrem, os veículos de transporte metropolitano estão sendo desviados para as pistas laterais, que normalmente são ocupadas pelo tráfego particular.

No dia 11 de julho, ao completar um mês do início do recapeamento, a Seinfra informou que já havia feito o serviço entre o Terminal Praça da Bíblia, no Setor Leste Universitário, onde foram iniciados os trabalhos, e a Praça Botafogo, na altura da Marginal Botafogo, no Setor Vila Nova. O total realizado chegava a 15% do projeto de recapeamento.

Na ocasião, a Seinfra considerou ainda que também “construiu capa asfáltica e fez nivelamento do pavimento de duas estações: Universitária e Botafogo”. Esta obra é considerada intermediária pelos técnicos da Seinfra, com a intenção de apenas melhorar o pavimento asfáltico do Eixão para a passagem dos veículos.

A situação atual, com muitas irregularidades e buracos, é entendida pela Metrobus como uma das principais causas dos problemas mecânicos com a frota de ônibus da companhia, o que resulta em prejuízo para a operação e, consequentemente, para os usuários da principal linha de todo o sistema metropolitano.

No primeiro semestre do ano, a Metrobus chegou a operar com 86 veículos, sendo 26 biarticulados e 60 articulados. Para se ter uma ideia, em 2014, com a inauguração das extensões do Eixo Anhanguera para os municípios de Trindade, Goianira e Senador Canedo, a concessionária chegou a realizar o serviço com 134 veículos. Em abril deste ano, a empresa lançou um edital para a contratação de 114 ônibus elétricos via locação, que custaria cerca de R$ 1,4 bilhão por 16 anos.

O processo foi questionado pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) e segue suspenso até um entendimento entre o órgão e o governo estadual.

Enquanto isso, para compensar a falta de ônibus para cumprir a demanda do Eixo Anhanguera, a Metrobus, via governo estadual, a aquisição de veículos a diesel ao custo de R$ 600 mil cada. No dia 29 de junho, foi anunciada a chegada de 30 ônibus articulados e 45 convencionais, que serão usados na linha Interárea Anhanguera e entrarão até o fim de setembro. Até então, segundo a Metrobus “já chegaram 16 carros, sendo 10 articulados, com capacidade para 130 passageiros e seis modelos Padron. Todos os veículos contam com ar-condicionado”.

A companhia complementa que os ônibus articulados “foram para a operação a partir do Terminal de Trindade e o restante em operação a partir do Terminal de Vera Cruz”. “A previsão é de que nos próximos dois meses mais 46 veículos entrem em operação, totalizando 60 ônibus. A empresa ressalta que trata-se de um contrato emergencial e temporário de cooperação até que o TCE libere o Estado para poder realizar o processo licitatório dos ônibus elétricos”, informa a concessionária.

Os veículos elétricos são também a escolha do Estado para se tornarem o padrão da operação do Eixo Anhanguera a partir de 2023. Segundo o titular da Secretaria Geral de Governo do Estado de Goiás (SGG), Adriano da Rocha Lima, que também preside a Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC), já há acordo com a Prefeitura de Goiânia para que o modal permaneça, de modo que a requalificação final da Avenida Anhanguera, que deve ser iniciada em agosto de 2023, seja realizada a partir disto.

Porém, conforme publicado pelo POPULAR na quinta-feira (4), ainda há no Paço Municipal quem defenda a busca por outros modelos de transporte, como o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e até mesmo o Veículo Leve Elevado, conhecido como monotrilho ou Aeromóvel. Lima garante, no entanto, que a decisão já está pacificada com relação aos ônibus elétricos, que no caso é o Veículo Leve sobre Pneus (VLP), inclusive com aprovação dentro da CDTC pelo uso deles no Eixão.

 

Meia-tarifa deve iniciar no interior

O serviço de meia-tarifa no sistema metropolitano de transportes coletivos de Goiânia deve ser iniciado ainda neste mês, mas os usuários na capital poderão esperar mais um pouco para usufruir do benefício. Anunciado em fevereiro deste ano dentro do pacote de novos serviços aos passageiros da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC), a meia-tarifa busca incentivar o uso do ônibus para viagens de curtas distâncias, cujo itinerário tenha até 5 quilômetros (km), para as quais será cobrado o valor de meia passagem, ou seja R$ 2,15. Desde junho os usuários esperam a implantação do serviço que e o próximo na lista feita pela Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC).


O presidente da Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC), Adriano da Rocha Lima, que é o órgão responsável pela elaboração das políticas de toda a RMTC enquanto que a CMTC é o braço executor, relata que a demora para o uso do benefício se deu para a realização de ajustes técnicos. No entanto, ele garante que já é possível a realização em linhas específicas de cidades como Aparecida de Goiânia, Trindade e Senador Canedo. Isso porque essas determinadas linhas já possuem seu trajeto atual dentro do limite de distância de 5 km, o que permitiria a aplicação do desconto na passagem dos usuários que embarcam nestes locais. Lima afirma que isso deve ocorrer já nas próximas semanas, mas ainda não há uma data específica para a inauguração.


Já com relação à Goiânia, o presidente da CDTC explica que não há linhas específicas com esta limitação de trajeto, sendo necessária outra solução técnica para a implantação da meia-tarifa. Segundo técnicos do sistema ouvidos pelo DAQUI, isso pode ocorrer com a implantação de linhas específicas, o que demandaria uma mudança na operação e até mesmo na reprogramação da frota do sistema. Outro meio seria o uso do benefício por meio de um aplicativo específico, que faria o rastreamento do itinerário do usuário e promoveria a cobrança da meia-passagem no caso de realização de viagens até 5 km. Lima garante que ainda não há estimativa para esta solução e implantação do benefício para os usuários da capital.

Em fevereiro, durante o anúncio da remodelação do sistema metropolitano e o uso do transporte público com serviço (MaaS), foram divulgados sete produtos que seriam lançados um a cada mês deste ano, todos eles com benefícios econômicos para os usuários da RMTC. O primeiro deles, que está em uso desde abril deste ano, foi o Bilhete Único, que concede, ao preço de uma tarifa (R$ 4,30) até quatro integrações em um período de 2h30, sem a necessidade de passar por um terminal. Em maio foi iniciado o Passe Livre do Trabalhador (PLT), que precisa da adesão das empresas para que os colaboradores possam usar os ônibus até oito vezes ao dia, com um custo de 180 reais mensais aos empregadores. Além da meia-tarifa, ainda resta serem implantados e que permanecem sem estimativa o Cartão Família, Bilhete Diário, Bilhete Semanal e o Cartão Pós-Pago.

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