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Robinho joga futebol na prisão com chuteira emprestada por detentos

Divulgação
Fotografia de registro de Robinho na Penitenciária em Tremembé (SP), onde ele cumpre pena de 9 anos por estupro coletivo

Minutos após deixar o regime de isolamento e observação e ser integrado ao restante da massa carcerária da Penitenciária 2 de Tremembé (interior de SP), na manhã de domingo (31) de Páscoa, o ex-jogador Robinho foi procurado por um grupo de detentos. O relato é de agentes penitenciários ouvidos pela reportagem.

O grupo avisou ao novo reeducando do sistema prisional paulista que ele estava escalado para uma partida de futebol entre os presos da unidade e perguntaram qual a numeração do calçado do ex-atleta.

Os presos providenciaram, então, um par de chuteiras e levaram o ex-jogador do Santos, do Real Madrid e da seleção brasileira para o campo de terra batida onde, conforme os agentes disseram à reportagem, o ex-atleta jogou sua primeira partida no presídio. Detentos e funcionários pararam para ver o jogo.

Conforme os agentes, Robinho deu chapéu, caneta e dribles, incluindo as famosas pedaladas. Também teria levado um "rapa", que chegou a levantar poeira do terrão, mas que terminou sem briga. Todos teriam dado risada e um dos presos teria gritado: "foi batizado!".

Os agentes informaram ainda que o ex-jogador está com mais uma pessoa em uma cela de 8 m2, do pavilhão 1. O colega de cela seria um jovem de 22 anos, natural de Taubaté, e que estaria preso sob a suspeita de um crime previsto no artigo 122 do Código Penal, que fala sobre "induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação".

A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) confirmou à reportagem que o ex-jogador está dividindo a cela com outro preso, mas disse não poder informar a identidade por motivos de segurança.

Robinho deve receber as primeiras visitas neste domingo (7), quando poderá ganhar alimentação e itens de vestuário e pessoais dos parentes. Estão cadastrados, até agora, estão os três filhos menores de idade e a mulher. Os familiares também estariam tentando cadastrar a mãe dele, Marina, segundo pessoas ligadas ao jogador.

De acordo com informações do site da SAP, entre as opções de alimentação que os familiares podem levar aos detentos estão: frios fatiados, pães de forma, salsicha ou linguiça (fatiadas ou moídas), carne fatiada, desfiada ou moída, massas, feijão, lentilha, grão de bico, ervilha e arroz branco.

Também podem ser incluídas saladas de cenoura, brócolis, couve-flor, berinjela, ervilha, pepino e tomate. Entre as sobremesas permitidas estão pudim, manjar, bolo simples sem recheio, brigadeiro sem granulado e mousse. São permitidos até três garrafas de água e refrigerante.

Entre os itens pessoais e de vestuário são permitidos chinelo de dedo, bermuda e blusa de frio. Ele também pode ter acesso a lápis, apontador, borracha, bloco de cartas, livro de didáticos, revistas (exceto pornográfica), bíblia ou livros de cultos religiosos.

Ele também pode receber fotografias, jogo de dominó ou jogo de damas.

Com escritório baseado em Brasília, o advogado José Eduardo Alckmin, que está à frente da equipe que faz a defesa do ex-jogador, articula para encontrar um defensor de sua confiança que tenha maior proximidade com o presídio em Tremembé para "estar com constância dando a assistência necessária" ao ex-atleta, como os trâmites para cadastrar a mãe dele entre os visitantes.

Condenado na Itália a nove anos de prisão em regime fechado pelo crime de estupro, Robinho está preso desde o dia 22 de março, após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) ter homologado a sentença e determinar o cumprimento da pena no Brasil.

A defesa do ex-atleta protocolou um novo recurso no STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo a revogação da prisão. O advogado de Robinho acredita que Fux deverá colocar o habeas corpus para ser julgado já na próxima semana.

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