A ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), prorrogou nesta terça-feira (23) por 45 dias o inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometeu prevaricação no caso da vacina Covaxin. A investigação, que corre desde o início de julho, foi motivada pela CPI da Covid, que apontou omissão do presidente diante de denúncias de irregularidade no caso.Além de determinar a extensão do prazo das apurações, a ministra determinou que o Ministério da Saúde e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) enviem à PF (Polícia Federal), em até 5 dias, informações sobre o imunizante indiano. No início do mês, a PGR (Procuradoria-geral da República) já havia defendido a prorrogação do prazo.Segundo a decisão de Weber, o Ministério da Saúde deve enviar à PF cópia integral dos processos administrativos abertos pela pasta para tratar do contrato da Covaxin, que acabou rescindido pelo governo no final de agosto. Já a Anvisa deve fornecer à PF os processos de autorização de uso emergencial da vacina.O caso chegou ao STF após o depoimento do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão, o servidor da Saúde Luis Ricardo Miranda. Eles afirmaram que Bolsonaro foi alertado sobre irregularidades no contrato e chegou a mencionar o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), mas não teria tomado providências em relação ao caso.A empresa Precisa Medicamentos, responsável pelo contrato de importação da Covaxin, foi alvo de uma operação da PF no final de agosto. Tanto a empresa quanto seus gestores foram alvos de pedido de indiciamento no relatório final da CPI da Covid.