A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) lança nesta terça-feira (30) programa de cirurgias eletivas no estado, no Hospital Santa Mônica, em Aparecida de Goiânia. Já no dia de lançamento, pacientes triados e preparados serão operados na modalidade de cirurgia geral no local. A SES prevê que 42 municípios irão executar as operações da população estadual como um todo, realizando-as em 68 hospitais privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS).Dentro do programa serão realizadas cirurgias gerais, ginecológicas, oftalmológicas e otorrinolaringológicas, com a expectativa de atender até 10 mil operações na primeira fase. O governo federal irá repassar R$ 20 milhões para Goiás, e essa verba chegará direto aos Fundos Municipais de Saúde. Um terço desse montante já chegou aos municípios, e os outros dois terços serão repassados conforme a performance de execução dos hospitais. O governo estadual também vai garantir R$ 20 milhões como complemento para o projeto em Goiás, com o repasse sendo realizado mensalmente, condicionado à execução e ao registro das produções.O programa de cirurgias eletivas é realizado em parceria com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems-GO), Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia, e Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).Como noticiado pelo Daqui no início de maio, o tempo médio de espera para realizar uma cirurgia eletiva pelo SUS em Goiás é de 765 dias. Pelo menos 125.894 goianos aguardam por uma intervenção, com o estado possuindo o maior quantitativo de habitantes nessa situação, de um total de 19 unidades federativas que tiveram o plano para redução de filas aprovado pelo Ministério da Saúde (MS).Como parte do Programa Nacional de Redução das Filas das Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas (PNRF), 19,9% dos pacientes em espera serão atendidos inicialmente, com o auxílio dos recursos do MS, no valor de R$ 20,3 milhões.De acordo com a presidente da Cosems-GO, Patrícia Palmeira de Brito, o programa foi desenvolvido como uma parceria entre a SES-GO e as secretarias municipais. Deste modo, a fila foi unificada, algo que não foi visto nos planos de outros estados. “Foi uma escolha própria de Goiás. O estado encaminhou toda a fila existente, até como uma forma de dizer para o Ministério da Saúde que precisamos de recursos para atender toda esta demanda”, disse ao POPULAR.ControlePara o subsecretário de Vigilância e Atenção Integral à Saúde da SES-GO, Luciano de Moura, a unificação das filas foi essencial para que Goiás pudesse saber o grau da situação. “Tinha fila no estado, em Goiânia, Rio Verde, Aparecida e Anápolis. Na verdade, os pacientes estavam pulverizados em duas ou três filas. Então, o primeiro movimento foi unificá-las e disponibilizar um sistema onde todos os municípios possam colaborar, para a gente saber o tamanho real do nosso problema”, afirmou.Luciano explicou ainda na ocasião que uma nova avaliação será realizada em até três meses, para visualizar o funcionamento do projeto. Se o resultado for positivo, há uma previsão de R$ 60 milhões em recursos do estado para a execução do plano de redução. “Não tem como zerar, porque mais pacientes vão chegando. Mas a nossa expectativa é que eles não esperem mais que quatro ou cinco meses para fazer a cirurgia eletiva”, relatou.