Os registros de casos de Covid-19 em Goiás devem aumentar nos primeiros dias de janeiro de 2023. Essa é a previsão da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO). Baseando-se em experiência anterior, a pasta acredita que as festas de final de ano e predominância da subvariante BQ 1.1., da ômicron, devem ter impacto no crescimento do número de casos da doença.“Podemos dizer que temos a experiência de ‘festas passadas’, de quando tivemos o aumento de casos na virada de 2021 para 2022. Além disso, o início da predominância da variante ômicron no final do ano passado contribuiu para o crescimento de casos. Neste ano, o cenário é parecido, já que agora temos a subvariante BQ 1.1., que é ainda mais transmissível, com predominância”, explica Flúvia Amorim, superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO.No início de 2022 houve uma explosão de casos da Covid-19 em Goiás. Para se ter ideia, na última semana de dezembro de 2021, o estado tinha 15 mil casos registrados. Já na última semana de janeiro de 2022, eram 66,9 mil. “O aumento começou no dia 18 de dezembro de 2021 e se manteve até o dia 22 de janeiro deste ano”, aponta Flúvia.Esse foi o maior pico de casos da doença desde o início da pandemia, chegando a 78,7 mil registros na terceira semana de janeiro de 2022. O serviço de saúde de atenção secundária ficou sobrecarregado por conta da somatória de casos de Covid-19, dengue e influenza. Entretanto, as internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e mortes não cresceram na mesma proporção devido aos efeitos positivos da vacinação contra a doença.Neste ano, os casos começaram a aumentar a partir da terceira semana de novembro (veja quadro). “O que estamos vendo agora é que a nossa curva começou a subir um pouco antes do que subiu ano passado. Esse ainda é o menor dos picos de 2022, mas mesmo assim temos que monitorar”, esclarece Flúvia.AgravantesA superintendente acredita que a possibilidade de aumento de casos no início de 2023 é real, principalmente, por conta do Réveillon. “São festas maiores, com muita gente. Aglomerações fazem o vírus circular”, enfatiza. A subvariante BQ 1.1. também é uma preocupação. “Já podemos dizer que ela é predominante e tudo aponta que também seja mais transmissível.”No início deste mês, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia confirmou a primeira morte de uma pessoa infectada com a subvariante. O paciente era um homem de 38 anos, hipertenso e com esquema vacinal incompleto. O reconhecimento foi feito no dia 2 de dezembro por meio do Programa Municipal de Sequenciamento Genômico. A vítima teve o diagnóstico positivo para a Covid-19 e morreu em casa, no dia 23 de novembro.A superintende de Vigilância em Saúde de Goiás diz que, atualmente, muito provavelmente o estado esteja passando por um período de estabilização de casos. “Temos um pequeno atraso, mas ele não vai interferir muito nos dados da semana (epidemiológica) 50. Não tivemos nenhum problema com o sistema de informação, por isso não dá para dizer que os números vão aumentar por conta de casos represados.”PreparaçãoO aumento recente de notificações fez o estado voltar a ofertar leitos exclusivos para a Covid-19. Reportagem do POPULAR publicada no dia 15 de dezembro mostrou que as solicitações por leitos para a Covid-19 na rede estadual de Goiás tiveram crescimento de 50% na comparação deste com o último mês. A ocupação tem se mantido acima de 50% em ambos cenários.Observando os leitos das redes públicas e privadas, o número de UTIs ofertadas passou de 15 no dia 15 de novembro para 100, o mesmo volume de abril deste ano. Já as enfermarias, saíram de cinco para 100, volume observado anteriormente em março de 2022. Entretanto, ainda não existem planos para ampliar novamente a oferta de leitos. “Estamos monitorando. Se precisar, aumentaremos (o número de leitos)”, destaca Flúvia.Além disso, a piora nos números da Covid-19 fez o Centro de Operações de Emergências (COE) voltar a se reunir no dia 30 de novembro deste ano. O grupo, que é composto por várias entidades de saúde, não se encontrava desde junho. O intuito é discutir estratégias para minimizar os efeitos do avanço da Covid-19. “O grupo ainda está ativo e as reuniões vão acontecer de acordo com a necessidade e as mudanças do cenário epidemiológico”, finaliza Flúvia.Incremento da cobertura vacinal é o melhor caminhoO aumento da quantidade de pessoas vacinadas contra a Covid-19 é a melhor forma de conter as consequências de uma nova onda de casos da doença. “É a nossa maneira de garantir que mesmo que o número de casos aumente, não iremos ter o mesmo crescimento nas internações e nos óbitos. Essa é a nossa grande preocupação”, declara Flúvia Amorim, superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO).De acordo com o painel da Covid-19, da SES-GO, Goiás tem 84,13% da população vacinada com a primeira dose e 75,95% com a segunda dose ou dose única contra a Covid-19. Entretanto, a quantidade de pessoas com doses em atraso é uma preocupação. Atualmente, 712 mil pessoas já deveriam ter ido tomar a segunda dose e ainda não foram. Outras 2,4 milhões estão com o primeiro reforço em atraso e 1 milhão com o segundo reforço em atraso.-Imagem (1.2584754)