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Sem chuva, Rio Meia Ponte entra em nível crítico

Vazão do manancial tem permanecido abaixo de 5,5 mil L/s. Desde 2019, o nível de segurança não era atingido de forma tão precoce, o que mostra a gravidade da seca

Modificado em 17/09/2024, 17:22

Sem chuva, Rio Meia Ponte entra em nível crítico

(Redação)

Após mais de três meses sem precipitação, a vazão do Rio Meia Ponte entrou em nível crítico no fim de julho, registrando média de 4,9 mil litros por segundo (L/s) em sete dias. O manancial não atingia o nível de criticidade de forma tão precoce desde 2019, quando a vazão reduzida foi registrada um mês antes do que o observado neste ano. E a situação deve persistir por mais meses, já que a tendência é de que as chuvas retornem apenas em meados de outubro.

O Meia Ponte é responsável pelo abastecimento público de 36% da cidade de Goiânia, e atende parte da Região Metropolitana, como Aparecida de Goiânia, Goianira e Trindade. Dessa forma, a vazão é acompanhada diariamente pelo Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) para que medidas sejam tomadas diante de cenários de menor reserva de água. Ao todo, são seis níveis de segurança, que variam do nível atenção ao nível crítico 4.

Neste ano, o ingresso no nível crítico 1, que significa que a vazão de escoamento é igual ou menor que 5,5 mil L/s, ocorreu no último dia 26. Em 2021, a entrada aconteceu apenas dois dias depois, em 28 de julho. Mas o recorde foi em 2019, um ano marcado por vazão média mensal abaixo do registrado nos anos consecutivos, que o nível de segurança foi atingido de forma ainda mais célere, em 26 de junho. Naquele ano, em setembro, o Meia Ponte marcava o nível mais crítico, com vazão menor que 2 mil L/s. Desde então, o manancial chegou apenas ao nível crítico 3, o penúltimo da classificação, em 2021.

Gerente do Cimehgo, André Amorim aponta que a irregularidade das chuvas é o fator principal para a queda no nível dos mananciais do Estado, como o Meia Ponte. A situação neste ano foi ainda influenciada pelo El Niño, que causa o aquecimento do Oceano Pacífico. Mesmo que não esteja mais em atuação, Amorim aponta que o fenômeno climático deixou "heranças". Ao mesmo tempo, explica, o prognóstico para os próximos 15 dias não aponta para possibilidade de chuva, mas as temperaturas podem contar com queda.

As chuvas devem começar a cair com maior regularidade em meados de outubro. A tendência, entretanto, é que fique abaixo da média naquele mês. Já em novembro, pode ficar acima da média. "Teremos um período de estiagem maior", comenta, ao acrescentar que a precipitação nos últimos 10 anos tem ficado abaixo do esperado.

A presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte (CBH Meia Ponte), Elaine Farinelli pondera que mesmo com um cenário de seca mais estendida e momento mais crítico na vazão do manancial, não há risco de racionamento de água. "Por enquanto não tem", comenta. Ela pontua ainda que, conforme a vazão vai baixando, novas medidas vão sendo tomadas para evitar o desabastecimento. As ações são listadas no painel de monitoramento do Meia Ponte, mas, até o nível crítico 1, as providências consistem em manter captação de 2 mil L/s para abastecimento público, além de ampliar as campanhas sobre uso racional da água e as reuniões com usuários da bacia.

Abastecimento

Hoje, o Rio Meia Ponte representa 36% do sistema de abastecimento público de Goiânia. A outra parte da capital é abastecida pelo Sistema João Leite (27%) e Mauro Borges (37%). "Para garantir a estabilidade no abastecimento, o Sistema Meia Ponte está interligado ao João Leite, por meio de uma adutora de integração. Com isso, se necessário, é possível utilizar água reservada do João Leite para abastecer bairros atendidos pelo Rio Meia Ponte, dando segurança à população", diz a Saneago, em nota.

A concessionária destaca ainda que o abastecimento nos municípios atendidos pela mesma tem ocorrido "sem intermitências" desde 2019. "Atualmente, o sistema de abastecimento de Goiânia está operando com qualidade e regularidade. A vazão atual do Rio Meia Ponte é suficiente para manter o abastecimento dentro da normalidade."

Dentre as ações citadas pela Saneago diante do atual nível de criticidade está o reforço na campanha de consumo consciente em todo o Estado, além de medidas para reduzir a perda de água na distribuição. "Enquanto a média nacional de perdas atinge 37,8%, os índices atualizados da companhia são de apenas 25% para Goiás e 12,5% para Goiânia. No entanto, a estiagem demanda cautela. Assim, é fundamental que a população também faça sua parte por meio do consumo consciente da água, evitando desperdícios", complementa.

(Redação)

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Prefeitura lança edital de licitação para contratar empresa para canalizar córrego

Serviço está parado há 9 anos

Modificado em 23/04/2025, 07:59

Canalização do Córrego Cascavel se arrasta há 10 anos e vários mandatos

Canalização do Córrego Cascavel se arrasta há 10 anos e vários mandatos (Diomício Gomes / O Popular)

A Prefeitura de Goiânia abriu ontem licitação para a contratação de empresa que será responsável por realizar o serviço de canalização do Córrego Cascavel no trecho de 1,2 quilômetro (km) entre as avenidas Castelo Branco e Padre Wendel, no setor Campinas. Também serão construídos dois bueiros celulares, sendo um sob a Avenida Anhanguera e o outro sob a Padre Wendel. O processo será de concorrência, sendo vencedora a empresa que ofertar o maior desconto. O preço inicial é de R$ 22,7 milhões.

Desde janeiro deste ano, por decreto do prefeito Sandro Mabel (UB), as licitações da Prefeitura que estavam abertas foram suspensas para análise dos processos e em razão da contingência financeira.

Também foi proibida a realização de novas contratações, o que adiou a finalização de obras previstas pela gestão anterior. O retorno da licitação, porém, ainda é pontual, visto que, segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), "por ser uma obra custeada com recursos federais, iniciada em 2014, é imperativo sua conclusão".

A obra de canalização do Córrego Cascavel foi iniciada na gestão Paulo Garcia (PT), em 2015, com a previsão de finalização em até 18 meses. Porém, o projeto era da Avenida Castelo Branco até a Avenida Leste-Oeste, no setor Vila Santa Helena, e também constavam as pistas da Marginal Cascavel e os acessos às vias que cruzariam o trecho. Segundo a Seinfra, "o recurso contratado em 2011 era suficiente na época para a realização das obras em todo o trecho. No entanto, como o valor do repasse federal não é atualizado, foi necessária a redução da meta de forma a utilizar apenas o saldo disponível".

Paralisação

Na época, a obra lançada pelo petista tinha a previsão de gastos de R$ 40 milhões e tinha como realizadora a empresa EMSA. Porém, já no começo de 2016 os serviços foram paralisados com menos de 10% da execução do projeto, e houve uma disputa judicial entre as partes em razão do distrato contratual.

As gestões posteriores, tanto de Iris Rezende (2017 a 2020) e Rogério Cruz (2021 a 2024) mantiveram a obra na lista de realizações a serem feitas, mas não ocorreu a retomada até então. O processo atual, porém, é decorrente de ações realizadas ainda em 2023, com o início da nova gestão federal. O Ministério das Cidades passou a rever todos as obras com recursos da União que tinham sido iniciadas para que fossem finalizadas ou os recursos devolvidos.

Na justificativa da licitação, o Paço disserta que "a obra no atual estado que se encontra, não atende às funções para as quais foi projetada". Sendo assim, a licitação "se faz necessária".

Projeto tem licença ambiental renovada

A Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) informou que "o contrato de repasse prevê que, em caso de encerramento do contrato sem a obtenção da funcionalidade da obra, os recursos aplicados devem ser devolvidos à União" e explica que o processo licitatório foi iniciado internamente "em setembro de 2023 e está sendo publicada agora em função da renovação da licença ambiental, emitida em dezembro de 2024".

A licença emitida pelo órgão ambiental municipal que consta nos anexos do processo licitatório permite a construção da canalização e dos bueiros presente no edital, mas também das pistas e acessos da continuidade da Marginal Cascavel, até a Avenida Leste-Oeste. "Todas as demais licitações estão em análise e serão liberadas após aprovação orçamentária e financeira", informa a secretaria municipal.

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Sumiço continua sem respostas após 20 anos

Murilo Soares Rodrigues desapareceu após abordagem da polícia em 2005

Modificado em 23/04/2025, 07:46

Parque Murilo Soares, no Setor Mansões Paraíso, virou refúgio para mãe

Parque Murilo Soares, no Setor Mansões Paraíso, virou refúgio para mãe ( Wildes Barbosa / O Popular)

Um dos sumiços mais emblemáticos relacionados à violência policial em Goiás completou ontem 20 anos. Em 22 de abril de 2005, Murilo Soares Rodrigues, tinha apenas 12 anos quando foi abordado, junto com um amigo, por equipes da Polícia Militar, na Vila Brasília, em Aparecida de Goiânia. Desde então, nunca mais se soube o paradeiro das vítimas.

Após essas duas décadas, especialistas entrevistados pelo jornal apontam que a logística da atuação das forças de segurança mudou, dando prioridade para mortes decorrentes de intervenção policial em detrimento de desaparecimentos.

Em 2011, o Jornal O Popular denunciou -- na série de reportagens 'Os Desaparecidos da Democracia - Onde eles estão?' - o sumiço de 23 pessoas após abordagens rotineiras da Polícia Militar. Nos meses seguintes, e o número saltou para 36. Em 2013, alcançou 40 casos. No final de 2014, o desaparecimento forçado de 36 pessoas em Goiás entre os anos de 2000 e 2011 foi alvo de audiência na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos, nos Estados Unidos.

Com o passar dos anos, notícias sobre desaparecimentos do tipo ficaram cada vez mais espaçadas em Goiás. Membro do Fórum Brasileiro Segurança Pública (FBSP), Bartira Miranda lembra que que a criação da Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas, instituída pela Lei nº 13.812, de 16 de março de 2019, também contribuiu para a investigação de desaparecimentos. "Depois dela (lei), a polícia tem que investigar", pondera.

O coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Criminalidade e Violência (Necrivi), Dijaci David de Oliveira, aponta que fazer um corpo desaparecer não é simples. "Para que sumir com o corpo? Dá trabalho e gera provas. Cria um outro 'problema'. Aquela pessoa não deixa de existir", diz. Ao invés disso, David aponta para mortes decorrentes de intervenções policiais.

Discurso

Dijaci também aponta para um enfraquecimento da defesa dos direitos humanos nos últimos 10 anos, o que torna as mortes decorrentes de intervenção policial mais palatáveis para parte da população. "Era necessário criar a cultura do medo. Se fortaleceu o discurso de que bandido bom é bandido morto", diz.

Quando comparados os anos de 2013 e 2023, as vítimas de homicídios dolosos caíram 2,5 mil para 1 mil. Em contrapartida, o número de mortes decorrentes de intervenção policial em Goiás saltou de 79 para 517, de acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

O advogado popular membro da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (Renap), Diego Mendes explica que essas mortes causadas por intervenções policiais se justificam por se tratarem de supostos ataques à polícia. "Ganham legitimidade social e 'lavam' a imagem da corporação", esclarece Mendes, que também é pesquisador do Necrivi.

'Eu queria poder enterrar meu filho'

Mãe de Murilo Soares, Maria das Graças Soares, de 55, nunca mais foi a mesma desde que o filho caçula desapareceu. De uma mulher ativa, hoje ela passa os dias dentro de casa e depende de auxílio psicológico e medicamentoso para enfrentar o cotidiano.

São 20 anos sem o Murilo. Ele não desapareceu. Tiraram ele de mim com 12 anos. Uma criança. Vinte anos de luta e sofrimento. Sem respostas. Minha vida continua toda bagunçada. Eu queria que pelo menos algum desses envolvidos me informasse onde está o corpo do meu filho para eu poder enterrar", pede em meio às lágrimas.

Questionada sobre o assunto, a Secretaria de Estado de Segurança Pública informou que o Governo "tem sido referência nacional em políticas de segurança pública, com ações estratégicas que priorizam a proteção da vida, a transparência e o aprimoramento contínuo do trabalho policial".

Sobre as ocorrências envolvendo confrontos, a pasta comunicou que "todas as ações policiais são pautadas pela legalidade, em conformidade com os princípios constitucionais". O caso do desaparecimento de Murilo Soares foi arquivado pela Justiça goiana.

IcMagazine

Gata do Daqui

Cate Blanchett diz que pode abandonar carreira de atriz

Vencedora de duas estatuetas do Oscar, a atriz australiana disse que pode desistir da atuação após 30 anos de carreira

Modificado em 22/04/2025, 20:34

Cate Blanchett diz que pode abandonar carreira de atriz

(𝗥achell Smith)

Cate Blanchett, de 55 anos, revelou que pode abandonar carreira artística. Vencedora de duas estatuetas do Oscar, a atriz australiana disse que pode desistir da atuação após 30 anos de carreira. Ao The Standard, indicou que "tem outras coisas que ainda gostaria de fazer na vida".

Conhecida por sua versatilidade em filmes como "O Senhor dos Anéis, O Curioso Caso de Benjamin Button" e "Tár", a loira diz que sua família não leva a sério a desistência. De acordo com ela, os parentes "sempre reviram os olhos" quando ela fala sobre uma possível aposentadoria das telas.

Cate revelou ainda não se sentir confortável como celebridade. Ela admitiu que não gosta de ver suas "aspas" chamativas em entrevistas e demorou para se acostumar com os fotógrafos. "Passei a vida inteira me acostumando com a sensação de desconforto", enfatizou.

Batizada Catherine Élise Blanchett, a artista também ganhou duas indicações ao Oscar, de melhor atriz coadjuvante em "O Aviador" (2005) e melhor atriz em "Blue Jasmine" (2013).

(Nico Bustos)

(Nico Bustos)

(Divulgação)

(Divulgação)

Geral

Casal vai responder por maus-tratos após a morte de um cão e por deixar animais sem água e comida, diz a polícia

Inquérito foi concluído pela Polícia Civil nesta terça-feira (23). Cães vítimas de maus-tratos foram resgatados de casa após denúncia anônima, em Paraíso

Modificado em 22/04/2025, 20:39

Cães foram resgatados, mas um deles morreu

Cães foram resgatados, mas um deles morreu (Polícia Civil / Divulgação)

Um casal, de 18 e 23 anos, foi indiciado pela Polícia Civil após conclusão de inquérito que apurou o crime de maus-tratos contra dois cães da raça pit bull. Os animais foram resgatados em uma casa de Paraíso do Tocantins sem água ou comida e um deles não resistiu às condições em que estavam.

O inquérito foi concluído nesta terça-feira (22) e de acordo com o delegado José Lucas Melo, titular da 5ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Paraíso, a situação dos animais foi denunciada de forma anônima na ouvidoria da Secretaria da Saúde de Paraíso.

Os nomes dos investigados não foram informados, por isso o Daqui não conseguiu contato da defesa até a publicação desta reportagem.

Com a denúncia, equipes policiais começaram a investigar o caso e encontraram os animais, um macho e uma fêmea, em péssimas condições de saúde. O animal que resistiu foi foi resgatado, alimentado, medicado e colocado sob os cuidados de um abrigo da cidade.

Conforme a polícia, a mulher investigada foi ouvida e disse que não tinha dinheiro para comprar ração para os cães. O homem não foi localizado pela equipe policial.

A investigação foi finalizada e o casal vai responder à Justiça pelo crime de maus-tratos a animais. Segundo o delegado José Lucas, se eles forem condenados, poderão pegar até cinco anos de prisão. O procedimento será remetido ao Poder Judiciário e ao Ministério Público.

Diante da situação em que os animais foram encontrados, o delegado pede que a população denuncie casos de violência deste tipo.

Nesse sentido, pedimos a toda a população que ajude a Polícia Civil, denunciando maus-tratos praticados contra animais, para que possamos adotar as medidas legais cabíveis", comentou.