O Centro de Operações de Emergências (COE) se reuniu nesta quarta-feira (17), para finalizar a elaboração do Plano de Contingência, em Goiás, para enfrentamento da monkeypox, conhecida como a varíola dos macacos.A superintendente da vigilância em saúde da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim, explicou que o material será distribuído a todas as secretarias de saúde municipais na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que será realizada na quinta-feira (18).“No plano, há orientações para tópicos como rastreamento de contatos, coleta de exames, pontos de assistência, orientação para diagnóstico, manejo clínico, vigilância epidemiológica, entre outros”, afirma Flúvia.O intuito é garantir que os municípios possuam conhecimento das medidas a serem adotadas mediante ocorrência de casos e delineem as necessidades de acordo com cada cidade.A nota técnica para monkeypox, atualizada nesta quarta-feira (17), apresenta as unidades hospitalares destinadas a internação, conforme grupo infectado (veja quadro). Para as gestantes, a SES-GO indica que os hospitais são o Hospital Municipal Universitário da cidade de Rio Verde e o Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), de Uruaçu. “A referência na rede estadual são esses dois hospitais, em caso de agravamento da doença a paciente será transferida”.A secretaria ressalta que a informação é para o cenário atual. “O COE se reúne sistematicamente e a nota técnica pode ser mudada”. E lembra, ainda, que existem as redes municipais em Goiânia, Aparecida e Anápolis.Ao todo, 12 cidades goianas já possuem casos da doença. A capital soma 95 registros, seguida de Aparecida, com 13 confirmados.A superintendente explicou que a maioria os indivíduos que precisou ser internada, até o momento, ocorreu para gestão de diagnóstico e isolamento. “De modo geral, todos os casos são leves até então, um ou outro precisou ser hospitalizado de forma precoce, por uma dificuldade de isolamento”, explica. O número total de internações, no entanto, não foi especificado pela SES-GO.Na última semana, dois casos foram confirmados em mulheres. Também, crianças e idosos já foram infectados. A mudança de perfil alerta para a importância dos municípios se atentarem à situação epidemiológica passível para todos os cidadãos. “É preciso deixar claro que este é um momento de as pessoas se informarem. A gente precisa identificar rapidamente os casos”, argumenta, acentuando que a principal forma de transmissão é o contato da pele com pele e por vias aéreas.Insumos previstos para setembroAs análises de diagnóstico das testagens goianas são, atualmente, avaliadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), no Distrito Federal. Antes, as amostras eram levadas à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A SES-GO aguarda envio, por parte do Ministério da Saúde (MS), dos insumos específicos para a realização das análises no Lacen de Goiás. A expectativa é que até o próximo mês esta logística já esteja acontecendo. IsolamentoA superintendente destaca o primeiro caso de contaminação de um cachorro doméstico, hipoteticamente infectado por estar em contato com o dono, em Paris, na França, segundo estudo da revista europeia científica The Lancet. “É imprescindível que a pessoa contaminada realize o isolamento corretamente e isso inclui também os animais”, afirma. De acordo com o Ministério Público, é indicado o isolamento domiciliar por 21 dias, sem visitas. Para gestantes, o isolamento domiciliar também é de 21 dias, e com acompanhamento pela equipe assistencial, em caso de doença com quadro clínico leve. Em casos moderados, graves e críticos, a gestante deve ser levada à hospitalização. (Manoella Bittencourt é estagiária do GJC em convênio com a PUC-Goiás sob supervisão do editor Rodrigo Hirose)-Imagem (1.2512064)