A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou nesta terça-feira (21) reajustes de até 64% nas bandeiras tarifárias cobradas na conta de luz para custear o uso de térmicas. Segundo a agência, a alta reflete a inflação e o maior custo com essas usinas.A expectativa do mercado, porém, é que a taxa extra não seja necessária em 2022, diante da recuperação dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas. De acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), esse nível chegou a 74,4% na segunda (20).A bandeira amarela, mais barata, terá reajuste de 59,4% e passará a custar R$ 2,989 para cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos. Já a bandeira vermelha nível 1 sobe 63,8%, para R$ 6,50. A bandeira vermelha nível 2, mais cara, aumenta 3,2%, para R$ 9,795.O sistema de bandeiras tarifárias tem ainda uma bandeira verde, sem custo adicional para o consumidor, usada em períodos de pouco uso de energia térmica, como o atual."O acréscimo verificado nos valores se deve, entre outros, aos dados do mercado de compra de energia durante o período de escassez hídrica em 2021, ao custo do despacho térmico em razão da alta do custo dos combustíveis e à correção monetária pelo IPCA, que fechou 2021 com aumento de 10,06%", diz a Aneel.Os novos valores passam a valer em julho, mas a Aneel ainda não confirmou qual das bandeiras será utilizada no mês. A tendência é que se mantenha com a bandeira verde, sem cobrança adicional.Na segunda, as usinas térmicas responderam por 11,6% da energia gerada no país, menos da metade dos piores momentos da crise hídrica de 2021. Essas usinas são mais caras por usarem combustíveis fósseis, como gás natural ou óleo diesel.O sistema de bandeiras tarifárias foi implantado em 2015 e, segundo a Aneel, já representaram uma economia de R$ 4 bilhões ao consumidor ao evitar a incidência de juros sobre o pagamento da energia gerada por térmicas.Além disso, diz a agência, sinalizam que o país está demandando energia mais cara, permitindo que o consumidor se planeje. "Se a bandeira está vermelha, ele sabe que é conveniente economizar, ter um consumo mais consciente e evitar o desperdício de água e energia".Durante a crise hídrica, o governo estabeleceu uma taxa extraordinária, de R$ 14,20 por cada 100 kWh consumidos, para bancar térmicas mais caras acionadas para preservar os reservatórios. Essa bandeira foi extinta em abril.