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TCE aponta nove trechos de rodovias estaduais comprometidos em Goiás

Diomicio Gomes
GO-225, entre Corumbá e Pirenópolis, tem recuperação programada

Pelo menos nove trechos de rodovias estaduais em Goiás possuem mais da metade dos trajetos com buracos, de acordo com o relatório de fiscalização realizado pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO). Os técnicos do órgão percorreram 6.036 quilômetros de 112 trechos das GOs no primeiro semestre deste ano. Na viagem de 46 quilômetros (km) pela GO-108 entre os municípios de Mambaí e Sítio D´Abadia, no nordeste goiano, os fiscais verificaram falhas na pavimentação em 66,8% do trajeto, além da presença de oito processos erosivos na pista.

De acordo com a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), o trecho atualmente está com boa trafegabilidade, e está sendo programada obra de recuperação para o próximo ano. A mesma situação é descrita para a GO-225, entre as cidades de Pirenópolis e Corumbá, no qual a fiscalização do TCE verificou 52,3% do trecho com buracos. A reportagem esteve no local nesta quinta-feira (17) e verificou a existência de falhas na pavimentação e sinais de que houve o serviço de tapa-buracos recentemente na via.

O gerente de Fiscalização de Obras e Serviços de Engenharia do TCE-GO, Ricardo Souza Lobo, explica que a metodologia para verificação do comprometimento das vias, ou seja, observação se há buracos (o relatório denomina “panelas”) é a manifestação ou não da patologia no asfalto em cada subsegmento de um quilômetro percorrido. A fiscalização é “realizada por meio de levantamento visual contínuo, cuja velocidade do veículo de fiscalização não pode ultrapassar 40 km/h”.

Lobo afirma que este tipo de fiscalização “não indica o grau de severidade do comprometimento da malha vistoriada, por tratar-se de uma simplificação da metodologia adotada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), necessária com vistas a permitir uma verificação mais célere”. Contudo, o trabalho atende aos objetivos de controles externo e social das rodovias estaduais, sobretudo com relação à situação atual das rodovias e a avaliação do cenário quanto à atuação do TCE sobre o objeto fiscalizado ao longo dos anos. Com isso, o objetivo do relatório é apresentar um diagnóstico sobre as condições de trafegabilidade das GOs pavimentadas, não observando as possíveis causas.

“De forma objetiva, foram criados cinco indicadores, todos contabilizando a ocorrência ou não de determinadas manifestações patológicas, tidas como de grande interesse para a segurança dos usuários e da própria integridade do corpo estradal. Sendo: panelas (buracos), afundamentos, deslizamentos, erosões e sinalização comprometida. Estes cinco aspectos são tratados no relatório”, ressalta o gerente de Fiscalização.

O relatório tramita no TCE e há a sugestão para a realização de diligências junto à Goinfra. O processo está em fase de instrução. Esta é a segunda vez que o tribunal realiza este tipo de fiscalização. Em 2020, o percurso realizado foi de 5.562 km, com 16 trajetos com mais de 50% da via comprometida. Na ocasião, a existência dos buracos nas vias eram 69% dos problemas. Já neste ano, o que mais foi verificado pelos técnicos do TCE foram os afundamentos de pista, com 63,5%. Os buracos aparecem em seguida, com 31,8% dos problemas verificados.

Goinfra

A Goinfra informa que recebeu o levantamento realizado pelo TCE e que o documento “vem ao encontro do que tem sido executado e programado pela agência como obras prioritárias de manutenção, reconstrução, restauração, pavimentação e duplicação de vários segmentos da malha viária estadual, além da implantação de pontes, com investimentos que chegam a cerca de R$ 1 bilhão em 2022”. A agência destaca a melhoria verificada entre os levantamentos de 2020 e de 2022, com a redução na incidência de trechos acometidos por buracos. A Goinfra aponta que a situação “resultado direto da recuperação realizada em 1.982 quilômetros de rodovias, somente em 2021”.

Com relação aos nove trechos com maior comprometimento, a Goinfra ressalta que o levantamento foi realizado no período pós-chuvas e que “todos estão atualmente com boa trafegabilidade, recebendo serviços de manutenção rotineira de tapa-buracos”. No entanto, naquelas rodovias em que o pavimento é antigo e com vida útil expirada, serão necessárias intervenções maiores. A GO-237 (Niquelândia a Muquém) recebeu obras de recuperação em julho, enquanto que na GO-132 (Colinas do Sul a Niquelândia) as obras estão em execução.

Outras três rodovias receberão obras de pavimentação em breve, com serviço contratado (GO-338, de Pirenópolis a GO-080, GO-330, de Catalão a Três Ranchos) ou em fase de execução do projeto (GO-151, de Porangatu a Mutunópolis). “Sobre a GO-320 (Indiara a Edéia), a Goinfra executou recuperação do pavimento. Na GO-070, foi feito serviço de conserva (tapa-buraco) e está sendo programada a recuperação do trecho para ampliar a vida útil do pavimento. Na GO-178, também foi executado serviço de manutenção rotineira”, informa a agência.

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