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Temperatura pode chegar a 43°C em Goiás com umidade de 10%

Diomício Gomes
Região central vista do alto de ponto do Sudoeste de Goiânia: fumaça e poluição compõem a paisagem urbana

Goiás deve ter mais calor e níveis baixos de umidade relativa do ar em agosto e setembro, pelo menos, quando começa a Primavera e a volta do período chuvoso. Com a influência do El Niño neste ano, as temperaturas máximas prometem ficar ainda mais intensas no período de estiagem. Para o Norte do estado, onde está Aragarças, por exemplo, elas podem chegar a 43°C.

“No domingo, Aragarças atingiu 37°C, e na última semana, tivemos uma onda de calor, levando a registros de 40°C”, então não é algo impossível de acontecer”, afirma o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim.

O gerente afirma que o El Niño atua em Goiás desde o meio do mês passado. Esta influência do fenômeno climático leva a chuva para o Sul do País e oferece um clima mais seco no Centro-Norte do Brasil. De acordo com André, em setembro, a umidade relativa do ar mínima pode chegar a até 10%, caracterizando um estado de emergência.

Chuva 

O último registro de chuva em Goiânia foi em 13 de junho, há 47 dias, de forma não homogênea, com 12 milímetros (mm). “Fora da estiagem, o último registro de chuva na capital foi em 27 de abril, com 18 mm. Levando isso em conta, teríamos 95 dias sem chuva em Goiânia, caso não tivéssemos tido em junho”.

“Olhando para a frente, os modelos meteorológicos mostram a possibilidade de ocorrer chuva nas regiões Sul e Sudeste de Goiás no dia 12 ou 13”, afirma o gerente do Cimehgo. André enfatiza que trata-se de uma possibilidade. “Uma frente fria vai subir o continente, mas não entra em Goiás, mas influencia. Ela pode vir a provocar áreas de instabilidade aqui”, detalha.

No entanto, o gerente do Cimehgo contextualiza que, ainda que ocorram estas chuvas, não significa o fim do período de estiagem. O início do período chuvoso é esperado, a princípio, para a segunda quinzena de outubro, como costuma ocorrer em muitos anos. “Para sairmos do período de estiagem, a gente tem de ter frequência, então, precisamos aguardar outubro.”

Além disso, as temperaturas mais altas e muito tempo sem chuva tornam o surgimento de queimadas mais propício. De acordo com um boletim meteorológico da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o estado apresenta altos riscos de incêndio em todas as suas regiões.

Até o momento, há incêndios florestais, mas estes, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), estão cerca de 20% abaixo neste do que ocorre historicamente.

Conscientização 

Para lidar com o período mais seco, André reforça a recomendação da hidratação, do uso racional da água e a prevenção de queimadas, as quais, além de serem classificadas como crime, piora a qualidade do ar. 

Porém, o gerente do Cimehgo aponta a preservação do meio ambiente como fator crucial para melhorar as condições de vida durante a estiagem. “É possível ver, durante esses momentos de menos chuva, que as pessoas querem estar mais perto do verde e da água”, relata André.

Para o gerente, o poder público tem realizado ações que promovem a preservação do meio ambiente, mas a não adesão da população acaba por levar à uma piora da situação. “Precisamos ter um coração mais aberto para cuidar da natureza, e abraçar a causa para que tenhamos um cenário esperançoso no futuro”.

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