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Tempestades irregulares ficam até o fim de semana em Goiás

Diomício Gomes
Vem mais água por aí: chuva faz enxurrada subir e alcançar roda de carro no Jardim Atlântico, em Goiânia

Pelo menos até o final desta semana, todo o Estado de Goiás poderá receber chuvas intensas características do verão: alto índice pluviométrico em pouco tempo. Os estudos meteorológicos apontam que todas as regiões goianas estão com possibilidades de ter tempestades no período da tarde, mas há uma tendência de isso ser aliviado nas regiões Oeste e Noroeste a partir desta quinta-feira (11). Nas regiões Sul, Central e Leste, a possibilidade de tempestades vespertinas continuam pelo menos até a próxima segunda-feira (15). Nos dois dias seguintes há maiores chances de o tempo ficar estável ou com chuvas leves, mas os temporais retomam a partir de então.

O gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), André Amorim, explica que as chuvas irregulares são uma característica do fenômeno El Niño, que mantém também as temperaturas mais altas. “O verão por si só já tem a tendência de manter as temperaturas mais altas, então mesmo quando chove não reduz a temperatura, não traz aquela refrescância. Com o El Niño isso é mantido, tanto que pelas manhãs temos temperaturas de 20°C, 21°C aqui em Goiânia e no Norte do Estado chega a 24°C”, explica.

Ele afirma que não há no momento uma região com maior possibilidade de receber os temporais, visto que a pode ocorrer com a mesma frequência em qualquer cidade. Se no domingo (7) a precipitação foi maior em Goiânia e Aparecida de Goiânia, na segunda-feira (8) houve chuva de 68 milímetros (mm) em 1 hora na cidade de Mineiros, na região Sudoeste, enquanto que na terça-feira (9), o maior índice foi verificado na região Sul, com chuva de 75 mm em Itumbiara, num período de 1h30. “São locais que a gente tem as medições, mas pode ocorrer em zonas rurais precipitações até maiores”, diz.

O gerente aconselha a população a acreditar nos alertas e tomar os cuidados necessários diante de ocorrências como alagamentos, enchentes e enxurradas, como não arriscar a entrada de veículos nas enxurradas. “As pessoas devem ter precaução. Já vimos inúmeras vezes enxurradas arrastando motos e até carros e mesmo assim as pessoas arriscam, aí não tem Bombeiros e Defesa Civil que deem conta”, ressalta ele. Desde o final do ano passado a Defesa Civil de Goiás alerta para a possibilidade de ocorrência de tempestades no Estado, o que de fato vem ocorrendo nesses primeiros dias de 2024, com alagamentos em muitas cidades.

Amorim reforça que o El Niño deve permanecer com força até o mês de fevereiro, quando os estudos apontam que as águas do Oceano Pacífico devem perder temperatura, o que enfraquece o fenômeno em vigor. Com isso, as chuvas devem ser mais regulares, ou seja, um menor volume em um maior tempo, o que diminui a possibilidade de intercorrências em ambientes urbanos, como os alagamentos, enchentes e enxurradas. O fenômeno climático deve se despedir em julho deste ano, quando a previsão é que retorne o La Niña a partir de setembro, que possui características opostas, ou seja, com um tempo mais seco e estável.

Expectativa

Em Goiás, no entanto, André Amorim conta que nos três anos anteriores houve a interferência de La Niña e os acontecimentos foram diferentes. Enquanto que nos dois primeiros anos houve estações bem definidas e chuvas mais fracas, o que acabou prejudicando, por exemplo, a agricultura, o último ano foi de chuva mais irregular e intensa, o que ajudou a colheita no Estado. “É um fenômeno bem mais satisfatório. Mas é uma tendência ainda. Quanto mais se faz previsão a longo prazo, menor é a confiança, mas a gente espera que seja assim mesmo”, acredita.

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