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Tia Tó continua ‘viva’ na cidade de Goiás

PX da Silveira
Foto em tamanho natural impressiona pelo realismo

Na sexta-feira (24) completa um ano da morte de Antolinda Baía Borges, a Tia Tó, personagem antológica da cidade de Goiás em seus 89 anos de vida. Nome que fez história por lutar bravamente pela preservação da memória e cultura da antiga capital, sua figura ressurge agora de uma forma singular. Diante da casa onde viveu na velha Vila Boa, um display com sua foto em tamanho real vem chamando a atenção de quem visita a cidade de Goiás. 

A ideia partiu do produtor cultural e curador PX da Silveira para homenagear Tia Tó no dia do seu aniversário, 6 de maio, quando ela completaria 90 anos. E, como o registro foi feito por ele, exatamente no mesmo local, há um ano, impressiona o realismo. A imagem vem sendo amplamente divulgada pelas redes sociais. 

Na sexta-feira, outra homenagem será feita à Tia Tó. Uma placa com toda a sua história será colocada às 18h30 na fachada de sua casa, na Rua Luiz Guedes de Amorim, ao lado do Santuário do Rosário, no centro histórico da cidade de Goiás. Logo após, sua memória será reverenciada com uma missa na igreja ao lado. 
PX da Silveira também está organizando o livro: Tia Tó, Vida é Obra, com depoimentos de mais de 50 pessoas que conviveram com Tia Tó. O lançamento está marcado para o dia 20 de agosto próximo, aniversário da poetisa Cora Coralina, quando é comemorado o Dia do Vizinho.

Trajetória intensa 

Antolinda Baia Borges morreu no dia 24 de junho de 2021 aos 89 anos em razão de complicações de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Naquele dia todos os sinos das igrejas vilaboenses foram ouvidos ao mesmo tempo, deixando a cidade de Goiás de luto por sete dias. 

Natural de Curralinho, hoje Itaberaí, Tia Tó, como ficou conhecida, chegou à cidade de Goiás com 2 anos. Nunca se casou, mas ganhou uma imensa família. “As pedras da cidade de Goiás são as filhas que não tive”, costumava dizer. Depois de trabalhar durante anos num importante estabelecimento comercial, ela se tornou funcionária pública federal, atuando na área de preservação da memória e da cultura na antiga capital.

Nos anos de 1960 teve papel de destaque na criação do Museu de Arte Sacra da Boa Morte, que dirigiu até 2019, quando foi exonerada. Tia Tó ficou muito conhecida por peregrinar por gabinetes políticos em busca de recursos para preservar a história vilaboense. Ela foi uma das principais articuladoras do Movimento Pró-Cidade de Goiás que culminou na conquista do título de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, concedido pela Unesco. Nos últimos anos ocupava o cargo de presidente do Instituto Biapó.

PX da Silveira
Retrato em tamanho natural e realista ajuda deixar viva memória da Tia Tó, na Cidade de Goiás
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