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Toxicológico de modelo que denunciou estupro em Goiânia dá negativo para álcool e drogas

Reprodução
Jade aparece nua saindo de veículo; delegado foi afastado da função

O exame toxicológico da modelo Jade Fernandes de Oliveira, de 23 anos, não apresentou vestígios de álcool ou drogas. A jovem alega que foi dopada e estuprada pelo delegado Kleyton Manoel Dias, titular da 8ª Delegacia Distrital de Goiânia, na madrugada da última sexta-feira (5). Nesta quarta-feira (10), a TV Anhanguera mostrou, com exclusividade, que o laudo de exame pericial feito na modelo comprovou que ela foi vítima de violência sexual.

Jade, que é uma mulher transsexual, acredita que foi dopada por ter memórias “turvas” do momento da violência, mesmo sem ter ingerido grandes quantidades de álcool. “Estava muito dopada, muito dopada. Então, ela chegou na porta de casa completamente nua, com alguns pertences, que era um sapato e um vestido”, relembrou Ricardo Amaral Dias, que mora na mesma residência que ela, em entrevista no último domingo (7). A reportagem tentou contato com a advogada de Jade, Kesia Oliveira Souza, para comentar o resultado do exame toxicológico, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

O estupro teria ocorrido após uma festa de aniversário de um jornalista em uma casa noturna no setor Alto da Glória, onde Jade conheceu Kleyton Manoel. Conforme o relato da jovem, ao final da festa, o delegado teria oferecido carona para ela e para uma outra mulher. Um vídeo de câmeras de segurança do local mostra a modelo e o delegado conversando dentro do estabelecimento. Depois, eles chegam a se beijar perto do caixa.

Segundo Jade, a outra mulher foi deixada em casa primeiro. Em seguida, seria a vez dela, que mora no Setor Jaó. Entretanto, de acordo com a denúncia da jovem, durante o caminho o delegado a teria estuprado. Imagens de câmera de segurança obtidas pela TV Anhanguera mostram a jovem descendo do veículo nua. Segundo Jade, ela foi deixada sangrando no porta-malas do veículo após o abuso sexual.

Investigação

A Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher (Deaem) é responsável pela investigação do caso. Em nota, a PC-GO informou que “em razão das investigações correrem em segredo de justiça, a instituição não pode repassar informações” e que “todas as providências sobre o caso estão sendo adotadas” na investigação conduzida pela Deaem com auxílio e acompanhamento da Corregedoria da corporação.

Jade conseguiu uma medida protetiva que obriga Kleyton Manoel a manter distância dela e de sua família. A decisão, obtida pela TV Anhanguera, foi emitida no dia 5 de janeiro pelo juiz plantonista Thiago Soares Castelliano Lucena de Castro. O delegado está proibido de frequentar os mesmo locais que a modelo e entrar em contato com ela por qualquer meio de comunicação. Além disso, ele deve permanecer a uma distância mínima de 300 metros.

Defesa

O delegado foi afastado da função e, por enquanto, ficará em função administrativa. A defesa de Kleyton Manoel emitiu comunicado dizendo que “repudia veementemente as acusações e se coloca à inteira disposição das autoridades nas investigações que apuram o caso”. A nota diz ainda que ele “está muito abalado, cuidando de sua família.”

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