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Três maternidades de Goiânia suspendem cirurgias e consultas por falta de pagamento da prefeitura

Reprodução/Prefeitura de Goiânia
Fachada da Maternidade Nascer Cidadão em Goiânia

A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc), que administra três maternidades de Goiânia, suspendeu cirurgias e atendimentos eletivos a partir desta segunda-feira (18). Somente os atendimentos de urgência e emergência estão sendo realizados.

Pacientes que foram até as maternidades hoje voltaram para casa sem atendimento. A Fundação alega que a falta de repasse da Prefeitura de Goiânia prejudica o funcionamento das unidades.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que "tem feito o possível para realizar os pagamentos para a Fundach" (leia nota da SMS na íntegra ao final da matéria).

A Fundahc informou que os atendimentos estão suspensos até que os repasses sejam feitos pelo município.

O motivo da suspensão de cirurgias eletivas e alguns procedimentos não emergenciais se deve aos atrasos nos repasses financeiros por parte da SMS, que somam mais de R$ 43 milhões nos últimos três meses, segundo a Fundahc.

Ao todo, três unidades são administradas pela fundação, sendo elas o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara, no Conjunto Vera Cruz, o Hospital e Maternidade Dona Iris, na Vila Redenção, e a Maternidade Nascer Cidadão, no Jardim Curitiba.

Essas unidades são responsáveis por mais de mil partos por mês, mais de 17 mil exames e cerca de 3,4 mil consultas, além de quase 6 mil atendimentos de urgência e emergência.

De acordo com a diretora executiva da Fundahc, Luciene de Sousa, o único repasse feito pela pasta ocorreu na última quarta-feira (13), no valor de R$ 5 milhões.

Chegamos à situação caótica que somente hoje foi feito o pagamento dos salários dos colaboradores das três maternidades. Continuamos uma série de ações ainda sem pagamento, especialmente os fornecedores, situação que impacta no funcionamento. É essa a situação que se arrasta e torna totalmente inviável a sobrevida dessas três maternidades, disse a diretora.

Nota da SMS na íntegra:

A respeito dos questionamento feitos em relação aos pagamentos à Fundach, a Secretaria Municipal de Saúde esclarece que tem feito o possível para realizar os pagamentos para a Fundach.

O total em aberto é de R$ 43.347.902,315. O restante dos valores, alegados em atraso pela fundação, se refere ao passivo trabalhista, caixa para custeio de despesas como demissões e férias, não tem relação com a manutenção das maternidades.

Este ano, já foram repassados à fundação um total de R$ 138.062.205,00. Em 2022, foram R$ 147.131.735,00.

Desde o final da pandemia, os governos federal e estadual não enviam recursos para o custeio das maternidades, portanto, todas as três maternidades vêm sendo mantidas com dinheiro do Tesouro Municipal.

As três maternidades funcionam em sistema de porta aberta, não há necessidade de regulação, com isso, atendem pacientes de vários outros municípios goianos. No HMDI, por exemplo, 30% das pacientes são da grande Goiânia e todos os custos são bancados pela capital.

Por meio da comissão, formada para que se fosse feito um ajustamento se valores, os planos de trabalho das maternidades HMMCC e NC ( Fundach alegou que já há um plano vigente no HMDI) foram redesenhados para que os serviços e valores possam ser adequados conforme realidade pós pandemia.

A proposta foi enviada à Fundach que, após avaliação, já fez a devolutiva que passa por uma análise final da SMS. O diálogo com a Fundach não foi interrompido, inclusive na última terça-feira ocorreu uma reunião entre membros da Fundação e da gestão municipal.

Secretaria Municipal de Saúde (SMS)

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