A Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveu um teste rápido e de baixo custo para detectar as variantes do SARS-CoV-2. O estudo é útil para entender a incidência dessas linhagens na população e possibilitar a detecção de novas famílias do vírus com mais agilidade. Com a vantagem de ser simples e barato, o teste pode ser adaptado às novas variantes predominantes, o que facilita o rastreio das linhagens e possibilita conhecer rapidamente o cenário epidemiológico. O estudo foi realizado pelo Laboratório de Biomicrofluídica, do Instituto de Química. A pesquisa é baseada na técnica RT-LAMP (transcrição reversa seguida da reação de Amplificação Isotérmica Medida por Loop), que é a mesma utilizada no teste de detecção da Covid anteriormente também desenvolvido pela UFG. O estudo do novo teste de linhagens da Covid-19 foi publicado na revista científica Analyst, sendo capa da edição 24. Atualmente, no mercado, os testes que fazem esse tipo de detecção são baseados na técnica o RT-qPCR, que é uma técnica com custo elevado e que precisa de instrumentos sofisticados e, no Brasil, entre os meses de dezembro de 2021 à abril de 2022, somente 21.993 testes foram feitos, o que representa uma amostra muito inferior, colocando o país em um cenário de vulnerabilidade de Covid. De acordo com a UFG, o teste RT-LAMP, assim como o RT-PCR se baseia em uma técnica de biologia molecular que promove a amplificação de um fragmento de DNA, o que possibilita a identificação específica do patógeno. A detecção acontece pela mudança de cor da amostra, que possui maior ou menor afinidade com determinadas linhagens. Como se deu a pesquisa A professora Gabriela Duarte, coordenadora da pesquisa, explica que o primeiro passo dado na pesquisa foi defensolver os testes RT-LAMP para detectar as linhagens BA.1 e BA.2 da variante Ômicron, que eram predominantes no primeiro semestre de 2022. Então, os pesquisadores, em parceria com o Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo (Laboratório de Referência para Covid-19-OMS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), realizaram testes em 267 amostras que foram previamente sequenciadas. Os testes feitos tiveram uma precisão superior à 98% quando comparado ao sequenciamento genético e pode ser adaptado às novas variantes predominantes. Apesar do teste não descobrir novas mutações, ele foca no sequenciamento daquelas amostras mais prováveis de apresentar novas variantes. A eficácia é suficiente para que possa ser aplicado na prática e, dessa maneira, auxiliar na vigilância epidemiológica.