-Imagem (1.1357562)A Universidade Federal de Goiás (UFG), criou a Biblioteca Bilíngue de Literatura Infantil Juvenil (Bibliolibras), um espaço virtual de livros audiovisuais, para crianças e jovens surdos e deficientes visuais. O site disponibiliza 12 contos dos irmãos Grimm, com interpretação em Libras e áudio em Português. O objetivo é ampliar o acervo com narrativas da cultura oral e contribuir com as escolas inclusivas.A idealizadora do projeto, escritora e professora do curso Letras Libras, Sueli Maria de Regino, contou que a iniciativa surgiu da necessidade de auxiliar a formação das crianças e jovens surdos. “Normalmente eles não têm acesso às narrativas orais, comuns na infância das crianças ouvintes. Há os que não conhecem sequer as suas histórias familiares. Ficam à parte desse universo informativo e isso acaba se refletindo em sua formação”. Segundo a professora, muitos surdos têm dificuldades, quando jovens, de entender as narrativas ficcionais em sua totalidade. “Daí a importância de se estimular a leitura e o contato com narrativas desde a infância”.O site já recebeu o retorno de professores de todo o País que pretendem utilizar o conteúdo em sala de aula. “Os retornos foram extraordinários. Acredito que esse projeto vai realmente alcançar as escolas inclusivas”, comemorou Sueli Regino. “Temos exemplos de que a integração entre surdos e ouvintes pode ocorrer também pelo caminho contrário, com a valorização da língua dos surdos em sala de aula”. As narrativas audiovisuais exploram o português falado, escrito e a Libras, sendo acessíveis tanto para alunos surdos e deficientes visuais, quanto para ouvintes.HistóricoO acervo virtual de livros audiovisuais é consequência do projeto de extensão da Faculdade de Letras da UFG, A Hora do Conto, que reúne semanalmente surdos e ouvintes para acompanharem a leitura e a interpretação de contos em Libras. Desenvolvido desde 2013, o projeto está se transformando em um programa da TV UFG e tem envolvido professores e alunos do Colégio Colemar Natal e Silva.“No decorrer das atividades, o que surpreendeu foi perceber que as crianças ouvintes iam reproduzindo os gestos e aprendendo Libras. O interessante é que a inclusão é realizada entre crianças ouvintes e surdas de forma natural”, afirma a professora Sueli Regino. Para ela, a biblioteca virtual vai possibilitar aos alunos a releitura das histórias.