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Cobra falsa-coral é encontrada dentro do painel de carro, em Goiás

Divulgação / Corpo de Bombeiros
Cobra foi encontrada no painel do carro em São Luís de Montes Belos

Uma cobra encontrada no painel de um carro assustou moradores de São Luís de Montes Belos, na região oeste de Goiás. O resgate do animal foi feito pelo Corpo de Bombeiros (veja acima). A cobra, segundo o biólogo Diogo Baldin Mesquita, se trata de uma falsa-coral. 

O caso ocorreu no domingo (14), e segundo a corporação, os donos do carro teriam passado o dia em uma fazenda. Ao final da tarde, voltaram para casa e à noite, quando iam para a igreja, se depararam com o réptil no painel do veículo. 

Imediatamente, o Corpo de Bombeiros foi acionado. De acordo com o sargento Erlisvã Fernandes da Silva, a cobra apresentava ferimentos e foi devolvida ao seu habitat natural. 

“A gente acredita que ela tenha entrado na parte de baixo do veículo, onde fica o motor e como, o motor aqueceu no deslocamento até a residência, ela saiu do local que estava quente e procurou um abrigo. Provavelmente, ela saiu pelo painel do ar condicionado, próximo ao para-brisas”, disse o militar. 

Veja a diferença entre a cobra coral verdadeira e a falsa
De acordo com o biólogo Diogo Baldin Mesquita, através das imagens feitas pelo Corpo de Bombeiros é possível constatar que a cobra encontrada no painel do carro se trata de uma das 60 espécies de corais falsas no Brasil. Com isso, diferente das 37 espécies verdadeiras, ela não tem veneno, portanto, não apresenta risco aos seres humanos. 

O biólogo Kennedy Gomes, coordenador de pesquisas do Parque Nacional das Emas, explica que, das 37 espécies de corais verdadeiras, apenas cinco são encontradas em Goiás. São elas: Micrurus brasiliensis, Micrurus frontalis, Micrurus lemniscatus, Micrurus surinamensis.

As espécies, segundo o ele, possuem o veneno mais letal do país. O especialista explica que, diferente das falsas, as cobras corais verdadeiras apresentam uma vasta coloração das escamas, as mais evidentes são: preto, vermelho, laranja, amarelo e branco.

As cores formam desenhos circulares e lineares. “As verdadeiras corais são animais fossoriais, elas vivem escondidas, fugindo da luz do sol. Elas têm veneno bastante tóxico e letal, se não atendido a tempo”, detalhou Kennedy.

Já as falsas corais, segundo o especialista, em alguns casos, têm a “barriga” branca. Ou seja, diferente das verdadeiras, não têm desenhos lineares em toda a escama.

 “Elas apresentam hábitos noturnos e terrícolas. Quando jovens se alimentam de pequenos lagartos e na fase adulta, até de outras cobras. Elas não têm venenos, por isso, são corais falsas”, explicou. 

Por causa da semelhança física, segundo o biólogo, a diferenciação só é possível ser feita por especialistas. Apesar dos acidentes com esses animais representarem apenas 1% dos casos envolvendo serpentes, não é recomendado tentar capturar os animais ao avistá-los. 

"Nunca pegar a cobra com a mão. Tem gente que faz isso, e já aconteceu dela morder o cara e ele morrer. O veneno da coral é o mais letal do Brasil. Elas não dão bote, o acidente ocorre apenas em manuseio”, alertou Kennedy.

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