Meu Bichinho

Eutanásia não é a única opção para pets com câncer

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Feira de Adoção de Cães e Gatos acontece domingo (13), no Portal Shopping, em Goiânia

O diagnóstico de câncer em animais domésticos, tais como cães e gatos, tem se tornado cada vez mais recorrente, de acordo com a veterinária especialista em oncologia de pequenos animais Luciana Orsi, que é professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera de Campinas – Taquaral.

O que muitos proprietários desconhecem, segundo ela, é que já existem tratamentos eficazes para combater a doença e que a eutanásia não é a única opção para evitar que o pet sofra. “Não é raro encontrar pessoas que tenham tido experiências ruins e lembranças tristes com familiares ou conhecidos que tiveram câncer. Isso reflete diretamente na possibilidade de sofrimento do animal e do tutor que, de forma antecipada, opta pela eutanásia sem nem mesmo tentar o tratamento”, conta Luciana.

O tratamento de câncer nos animais, de acordo com Luciana, pode contar com uma combinação de cirurgia e quimioterapia, ou apenas um dos dois, dependendo da gravidade do tumor e a sua localização. Claro que, assim como nos humanos, o tratamento pode deixar o animal debilitado, o que exige paciência por parte dos donos. 

No caso de pacientes que não respondem bem ao tratamento, a médica veterinária indica medidas paliativas como medicamentos para a prevenção da dor, estimulantes imunológicos e de apetite. “Mesmo nestes casos, o objetivo é sempre buscar a qualidade de vida para o animal”, garante a médica veterinária que completa que a eutanásia deve ser o último recurso. “Ela deve ser uma opção nos casos graves em que só há aumento de sofrimento, tanto de tutor como paciente, quando não há perspectiva de estabilidade da doença e melhora e quando existe a perda qualidade de vida.”

A professora da Anhanguera explica ainda que o crescimento do número de cães e gatos com câncer se deve ao fato de que, atualmente, os animais estão vivendo mais e, com isso, acabam sujeitos a doenças que são comuns ao homem, em decorrência da velhice. 

Outros fatores como a exposição à poluição e a ingestão de alimentos industrializados também colaboram. “No geral, os bichos domésticos, até pela proximidade com o ser humano, acabam expostos aos mesmos fatores de risco e, como consequência, são vítimas dos mesmos males”, avalia.

Luciana alerta que quanto mais rápido a doença for diagnosticada, maiores são as chances de cura. Para isso, cuidados como observar mudanças de comportamento, ver se o cão está mais triste, se ele recusa a alimentação, se houve mudanças na forma do corpo e o surgimento e crescimento de nódulos na pele, nos membros ou patas são importantes. Ao perceber qualquer mudança, o tutor deve procurar um médico veterinário. 

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