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Pesquisadores e pecuaristas se unem para proteger a raposa-do-campo, em Goiás

Reprodução/Globo Rural
A raposinha-do-campo, ou raposa-do-campo, é genuinamente brasileira e parente do lobo-guará e do cachorro-do-mato

Biólogos e pesquisadores de Goiás e várias partes do Brasil, e até de outros países, têm unido esforços com pecuaristas da região do município goiano de Cumari para estudar os hábitos e características da raposinha-do-campo e, assim, investir em sua proteção. O animal, considerado um dos sete canídeos menos estudados do mundo, está no cerne de um programa de preservação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) que têm feito descobertas inéditas sobre ele.

O biólogo, pecuarista e professor da Universidade Federal de Catalão (UFCat), Frederico Lemos, por exemplo, decidiu transformar sua propriedade rural de cerca de 500 hectares em Cumari em um grande “laboratório” de estudo da raposinha-do-campo.

“Temos trabalhado a parte científica, de tentar responder o maior número de perguntas sobre a raposinha, e também transformar isso em divulgação e conhecimento para que as pessoas possam valorizar esse patrimônio natural”, disse o pesquisador e um dos idealizadores do Programa de Conservação Mamíferos do Cerrado (PCMC), ao Globo Rural.

A raposinha-do-campo, raposa-do-cerrado, ou raposa-do-campo, é genuinamente brasileira e parente do lobo-guará e do cachorro-do-mato, tendo grandes semelhanças com esse último.

De acordo com o biólogo João Pedro Cicatelli, a raposa é endêmica ao cerrado brasileiro. No entanto, "devido à predação, em grande parte por conta do homem, a mesma está em risco de extinção”. Segundo ele, sua principal fonte de alimentação são cupins, porém, por falta de conhecimento, “grande parte da população rural elimina a raposa e suas tocas, local onde seus filhotes”.

Boa aceitação dos pecuaristas

De acordo com a bióloga Fernanda Cavalcanti, que integra o projeto, ainda há poucas informações sobre a raposinha, quadro que está mudando com o projeto. “Comportamento básico, reprodutivo, estamos descobrindo com o projeto que são [informações] inéditas”.

Os pesquisadores têm visitado as propriedades rurais da região e conversado com pecuaristas. Esses, por sua vez, estão recebendo o projeto com bons olhos e unidos esforços com os biólogos para a preservação da raposinha. “É possível produzir com qualidade e respeitando o meio ambiente”, afirmou ao Globo Rural o criador de gado Petrônio Gomide Neto.

 

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