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Flamengo se mantém como clube de maior torcida do Brasil, mostra Datafolha

Corinthians seguiu na segunda posição geral, com Palmeiras (7%) e São Paulo (6%) na sequência

Torcida do Flamengo

Torcida do Flamengo (Adriano Fontes / Flamengo)

O Flamengo se manteve como o time de maior torcida do Brasil, de acordo com a última pesquisa Datafolha. Segundo o levantamento, a torcida do atual campeão carioca abarca 19% dos brasileiros.

Na pesquisa do ano passado, 21% haviam respondido que eram torcedores do clube, o maior patamar da série histórica iniciada em 1993, na qual o Flamengo sempre se manteve na liderança.

Também desde que começaram as pesquisas, o Corinthians seguiu na segunda posição geral, com 14% das respostas, o que representa uma oscilação de um ponto percentual para baixo em relação ao ano passado.

Palmeiras (7%) e São Paulo (6%) vêm na sequência, com o alviverde se isolando na terceira colocação, após a oscilação de um ponto do time do Morumbi.

Grêmio e Vasco, ambos estáveis com 4% das respostas, completam as primeiras posições das maiores torcidas.

Finalistas da Copa Libertadores, Atlético Mineiro e Botafogo estão empatados na 10ª colocação, juntos com Fluminense e Bahia, com 2% cada.

A pesquisa ouviu 2.004 pessoas com mais de 16 anos entre os dias 5 e 7 de novembro, em 113 municípios brasileiros. A margem de erro para o total da amostra é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Segundo especialistas, a influência exercida pelas transmissões de TV em âmbito nacional historicamente exerce peso importante a favor da liderança do Flamengo.

No Nordeste, por exemplo, o rubro-negro é o preferido disparado, citado por 25% dos torcedores, seguido por Corinthians (8%) e Palmeiras (6%). O Sport, que garantiu o acesso de volta à Série A em 2024, é o primeiro time da região, lembrado por 5%.

O mesmo fenômeno se repete no Centro-Oeste e Norte, onde 29% dizem torcer pelo Flamengo, e 11% pelo Corinthians. Os único times das regiões citados são Remo (4%), Paysandu (2%) e Goiás (1%).

"O Norte e o Nordeste têm historicamente muitos torcedores de times do Rio de Janeiro em função das transmissões da Globo, que ficaram concentradas nas equipes cariocas", afirma Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo.

No Sudeste, o Flamengo é o segundo, com 15%, atrás do Corinthians, com 20%. No Sul, apenas o terceiro, empatado com o Corinthians (9%), atrás de Grêmio (23%) e Internacional (18%).

Entre os torcedores pretos e pardos, 23% dizem apoiar o Flamengo, contra 12% dos brancos. A distribuição geográfica pode ajudar a explicar essa diferença, já que as regiões do país em que o clube lidera são também aquelas com maior concentração de negros e pardos, segundo o censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ---são 76% no Norte, 72,6% no Nordeste e 61,6% no Centro-Oeste, contra 55,4% da média nacional.

O recorte racial é mais equilibrado no caso do Corinthians, com 14% (pardos e pretos) e 13% (brancos), do Palmeiras (6% e 7%) e do São Paulo (6% e 6%).

A menor faixa da renda familiar mensal considerada pelo Datafolha, de até dois salários mínimos, é também a que o Flamengo lidera disparado, com 22%. Cai para 12%, no Corinthians, para 6%, no Palmeiras, e para 5%, no São Paulo.

Na quebra por religião, Flamengo e Corinthians têm o mesmo número de torcedores que se declaram católicos e evangélicos, com 19% e 13% cada, respectivamente. No Palmeiras, os católicos predominam ---9% a 5%, e há um empate em 6% a 6%, no São Paulo.

Para questões de gênero, renda familiar e religião, a margem de erro pode oscilar entre três e sete pontos percentuais.

Wolff assinala que a tradição familiar também exerce influência no processo de escolha, com muitos pais transmitindo ---ou ao menos se esforçando para transmitir--- a paixão futebolística para os herdeiros.

Além disso, uma tendência relativamente recente que tem ganhado cada vez mais espaço entre os jovens torcedores, fruto da globalização, é a preferência por times no exterior. "Hoje, estamos falando de uma infinidade de transmissões esportivas por diferentes veículos, inclusive YouTube, que é de graça. Isso pode contribuir e refletir para essas transformações", diz o especialista.

Consultor de marketing esportivo e professor do Insper, Eduardo Corch afirma que os gigantes europeus conseguem atrair o público com a exibição da marca em excursões das equipes estreladas mundo afora, e também por meio da oferta de experiências completas e facilidades aos torcedores.

"Vivemos em um mundo de experiências, em que as marcas, as empresas e os clubes de futebol precisam entregar uma boa experiência aos seus clientes", afirma o professor. Ele diz que são aspectos que precisam ir além de um estádio limpo, moderno e seguro, com ações que aproximem os clubes e os jogadores dos aficionados, com benefícios dos programas de sócio-torcedor e criação de conteúdo diário para as redes.

Gerente de marketing e esportes da empresa de sócio-torcedor Somos Young, Jorge Duarte destaca ainda que, especialmente em cidades do interior e em capitais menores, percebe que os clubes locais têm ganhado maior atenção dos moradores da região, apoiados nas novas tecnologias.

Segundo ele, a internet e o avanço da comunicação digital permitiram que eles potencializassem sua visibilidade e engajamento. "Assim, o foco deixou de ser exclusivamente no eixo Rio-São Paulo, abrindo espaço para maior representatividade de outros times do Brasil".

MAIS DE 70% DAS TORCIDAS DE CRUZEIRO E SANTOS SÃO CONTRA AS BETS

Em um Campeonato Brasileiro em que a maior parte dos clubes da Série A é patrocinada por bets, a pesquisa do Datafolha traz diferenças importantes no apoio das torcidas às empresas de apostas esportivas.

As de Cruzeiro (73%), Santos (71%) e Internacional (68%) foram as que mais se manifestaram contra as bets, defendendo sua proibição, com a menor adesão à ideia vindo de Palmeiras (58%) e Grêmio (60%) ---a margem de erro varia de cinco a nove pontos percentuais no recorte da relação de torcedores com as apostas esportivas.

Flamengo (35%), Palmeiras (32%) e São Paulo e Vasco (31%), por outro lado, têm as torcidas mais propensas a apoiar o funcionamento do negócio no Brasil, com Santos (18%) e Cruzeiro (20%) na ponta contrária.

Os são-paulinos são os que mais disseram já ter apostado por meio das bets, com 31% das respostas, seguidos pelos flamenguistas (28%) e pelos colorados (25%). Cruzeirenses (11%) e santistas (14%) são os que menos apostam.

Ao considerar o hábito de apostar de modo mais amplo, incluindo bets, jogos online, loterias e jogo do bicho, os santistas são os mais apostadores (61%), enquanto os vascaínos são os menos propensos ao hábito (34%).

Com 61%, os santistas são os que mais consideram as apostas e os jogos online um vício. Na outra ponta, apenas 43% dos torcedores do Internacional têm a mesma interpretação.

Geral

Isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil é aprovada por 70% dos brasileiros, mostra Datafolha

A ideia, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi o principal tema de pronunciamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no final de novembro

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Instagram/Fernando Haddad)

A proposta do governo de elevar para R$ 5.000 a faixa de renda isenta de Imposto de Renda é aprovada por 70% dos brasileiros que tomaram conhecimento do anúncio, mostra pesquisa Datafolha.

A ideia, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi o principal tema de pronunciamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no final de novembro, como forma de equilibrar, com uma notícia positiva para a população de menor renda, o impacto negativo do anúncio de cortes nos gastos públicos.

A estratégia parece ter dado certo, já que a maioria dos brasileiros, 53%, declarou estar informada -sendo 24% mais ou menos informados, 23% bem informados e apenas 6% mal informados. Em contrapartida, 47% disseram que não tomaram conhecimento.

Já em relação aos cortes de gastos a situação se inverte: mais da metade não tomou conhecimento das medidas (leia mais abaixo).

No caso da isenção para quem ganha até R$ 5.000, além dos 70% favoráveis, 26% se disseram contrários, 1% é indiferente e 2% não sabem.

Apoio ainda maior, de 77% dos brasileiros, foi dado à proposta de um novo imposto sobre os mais ricos -no corte do governo, os que têm renda mensal acima de R$ 50 mil.

Como aumentar a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5.000 significaria uma perda de arrecadação de R$ 35 bilhões ao ano, a compensação viria da criação de um imposto mínimo de até 10% para os chamados super-ricos.

Além dos 77% favoráveis à ideia, outros 20% foram contrários, 2% se declararam indiferentes e 2% não souberam responder.

No cruzamento de dados da pesquisa, é possível identificar correlações entre a posição dos entrevistados sobre as mudanças tributárias e a sua opinião em relação à gestão do ministro.

O grupo mais crítico a Haddad foi aquele que se posicionou contra a cobrança de taxa mínima para quem ganha acima de R$ 50 mil por mês. Nesse segmento, 48% consideram a gestão do ministro ruim ou péssima, 27%, regular, e 19%, boa ou ótima. Entre os que disseram apoiar a taxa para a alta renda, a avaliação é um pouco melhor para o ministro: 37% consideram a gestão regular, 30%, ruim ou péssima, e outros 30%, ótima ou boa.

No entanto, a avaliação volta a ter piora entre os que se declararam contra a isenção na renda média: 37% consideram a gestão de Haddad regular, enquanto para 34% é ruim ou péssima, caindo a 25% quem avalia como ótima ou boa.

O grupo que apoia a isenção para quem ganha até R$ 5.000 tem visão similar à média geral identificada na pesquisa: 34% consideram a gestão Haddad regular, e outros 34%, ruim ou péssima, enquanto para 28% é boa ou ótima.

MAIORIA DOS BRASILEIROS NÃO FICOU SABENDO DE PACOTE DE CORTES

O Datafolha mostra que a população em geral deu menos atenção ao anúncio de corte de gastos. A maioria, 59%, respondeu nem ter tomado conhecimento das medidas, ante 41% que declararam ter acompanhado o anúncio. Nesse grupo, 20% disseram estar mais ou menos informados sobre o pacote, enquanto 16% se declararam bem informados, e 5%, mal informados.

As percepções em relação a Haddad variam quando se considera o conhecimento em relação ao pacote.

Entre os que não tomaram conhecimento das medidas, 39% responderam que consideram a gestão regular, e outros 28%, ruim e péssima. A parcela que avalia ser ótima ou boa é de 22%, e 7% não sabem.

Entre o que declararam ter conhecimento sobre as medidas, o número de críticos, na média, é mais expressivo. Para 42%, a gestão é ruim ou péssima, para 27%, regular, enquanto 29% afirmaram ser ótima ou boa.

No segmento dos que se consideram informados sobre o teor das medidas, há quase polarização entre os bem informados, com 41% considerando que Haddad faz um gestão ruim ou péssima e outros 39% avaliando como ótima ou boa.

Entre os que tomaram conhecimento das medidas de corte de gastos, alguns pontos são mais consensuais.

Segundo a pesquisa, 89% se declararam a favor da adoção de medidas para reforçar a fiscalização de acesso ao Bolsa Família e ao BPC (Beneficio de Prestação Continuada) para evitar fraudes, enquanto 9% foram contra. Fixar a idade mínima de 55 anos para os militares se aposentarem (hoje não há idade mínima) contou com apoio de 73%, enquanto 23% disseram ser contra.

Há temas mais polarizados. Proibir que pessoas com direito a pensões de militares possam repassar indefinidamente esse benefício para outros parentes divide opiniões: 49% afirmaram ser a favor, e 47%, contra. A pesquisa também identificou que 54% concordam que é preciso proibir que funcionários públicos recebam salários acima de R$ 44 mil por mês, enquanto 42% são contra.

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De saída do Flamengo, Gabigol é afastado; clube carioca quer 'manter harmonia'

Marcos Braz e os representantes do jogador vão se reunir nos próximos dias para definir sequência do jogador no time rubro-negro

Gabigol tem acerto verbal com o Cruzeiro para 2025

Gabigol tem acerto verbal com o Cruzeiro para 2025 (Marcelo Cortes / Flamengo)

O Flamengo decidiu tirar Gabigol do jogo com o Atlético-MG nesta quarta-feira (13), pelo Campeonato Brasileiro. A definição acontece após as declarações do atacante criticando a diretoria e avisando que não fica mais no clube.

Os próximos passos serão definidos por Marcos Braz e os representantes do jogador. Eles foram comunicados ainda na segunda-feira que o Fla espera uma reunião entre as partes.

A nota oficial diz que o Flamengo espera "manter a harmonia do elenco". Além disso, "dar tranquilidade ao treinador Filipe Luís, comissão técnica e funcionários".

Após a final, Gabigol avisou em entrevista que não fica no Flamengo em 2025. Além de criticar o ex-técnico Tite, ele também reclamou da postura da diretoria do clube nas negociações sobre uma renovação. Ele negocia com o Cruzeiro e também tem uma proposta do Santos na mesa.

A postura do atacante incomodou a diretoria. O presidente Rodolfo Landim foi perguntado sobre o tema, mas disse não querer falar de "problemas", apenas comemorar o título. Gabigol não esteve na festa de celebração da taça com o resto do elenco.

VEJA A NOTA NA ÍNTEGRA

O Clube de Regatas do Flamengo informa que o atleta Gabriel Barbosa não será relacionado para o jogo de amanhã contra o Atlético-MG. Os próximos passos do atacante serão definidos pelo vice-presidente de futebol, Marcos Braz, e pelos representantes do jogador, que já foram comunicados desde ontem sobre a necessidade de uma reunião entre as partes e estão sendo aguardados no Rio de Janeiro.

A decisão visa manter a harmonia do elenco rubro-negro após o importante pentacampeonato da Copa do Brasil e dar tranquilidade ao treinador Filipe Luís, comissão técnica e funcionários para a continuidade do trabalho e da busca pelas vitórias no Campeonato Brasileiro.

Geral

Só 27 cidades goianas dão destinação correta ao lixo

Apenas 11% dos municípios do Estado destinam corretamente resíduos a aterros regularizados

Modificado em 17/09/2024, 16:03

Aterro sanitário de Goiânia não tem estrutura considerada adequada

Aterro sanitário de Goiânia não tem estrutura considerada adequada
 (Wildes Barbosa)

++GABRIELLA BRAGA++

Goiás tem apenas 11% dos municípios destinando corretamente todos os resíduos sólidos urbanos coletados para aterros sanitários. Do total de 27 cidades listadas na pesquisa da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), que reúne empresas responsáveis pelo gerenciamento da coleta e destinação do lixo, seis integram a Região Metropolitana de Goiânia. Entretanto, a capital, apesar de possuir aterro, não consta na lista.

A análise dos municípios que destinam adequadamente o lixo é feita pelo Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (Islu). A estatística visa mensurar como as cidades têm aderido às metas da Polícia Nacional de Resíduos Sólidos, prevista na Lei Federal 12.305 de 2010. São quatro indicadores: população atendida pelo serviço de coleta, existência de cobrança específica para manejo destes resíduos, reciclagem de materiais coletados, e, por fim, a destinação incorreta do lixo.

Neste último indicador, dos municípios goianos previstos no levantamento, apenas 27 alcançaram nota máxima (veja quadro ao lado). A avaliação demonstra que essas localidades destinam todo o lixo coletado em aterros sanitários regularizados. Vale destacar que cerca de 30% das cidades brasileiras e 36% das goianas, não foram analisadas por falta de preenchimento correto da base de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). É o caso de Goiânia.

Mesmo não constando no levantamento, o presidente da Abrema, Pedro Maranhão, adianta que "Goiânia não tem um aterro ambientalmente correto". "Não tem mais tratamento de chorume, até a licença estava suspensa. E não tem aproveitamento (dos resíduos)", pondera, ao citar a possibilidade de produção de biogás --- biocombustível feito a partir da decomposição de materiais orgânicos --- e seu derivado, o biometano, que pode ser utilizado como combustível para veículos, a exemplo.

Conforme Maranhão, o cenário da falta de destinação correta do lixo é preocupante. "Temos de avançar (na gestão do lixo). O meio ambiente tem um ganho grande, diminuem as emissões derivadas da queima de lixão, a poluição e a contaminação do solo e do lençol freático. É preciso fazer com que se dê a destinação correta e faça aproveitamento desses resíduos, e não que seja descartado de forma irregular. Goiás estava em uma situação ruim, mas agora vai avançar para acabar com os lixões", diz.

Dentre as soluções encontradas para dar fim aos espaços utilizados para descarte irregular do lixo, visto que não contam com medidas de segurança para evitar degradação ambiental, está a regionalização dos aterros sanitários. A proposta, conforme o presidente da Abrema, parte do princípio de que municípios menores dificilmente conseguiriam manter um local regularizado. "A operação de um aterro é cara, aí (depois) acaba virando lixão", comenta.

Maranhão também pondera a necessidade de o município buscar fonte de receita para subsidiar a coleta de resíduos. "Serviço prestado tem de ser cobrado", destaca. Para o professor da Escola de Engenharia Civil e Ambiental (EECA) da Universidade Federal de Goiás (UFG) Eraldo Henriques de Carvalho, a cobrança de um subsídio e a regionalização dos aterros também são tidas como possibilidades para garantir a manutenção e operação regular.

"O aterro sanitário é uma obra de engenharia diária. O custo de operação envolve a própria construção ao longo do tempo e a maioria dos municípios não tem dinheiro. Qual o ideal? Soluções compartilhadas. Seis, sete (cidades) se reúnem e bancam a operação do aterro. Mas vai ter de ter uma cobrança específica", pondera. O docente também aponta que, além das dificuldades financeiras para dar fim aos lixões, há ainda descontinuidade de ações e de planejamento adequado para isto.

Cenário na capital

O Aterro Sanitário de Goiânia, em atuação desde 1993, permaneceu durante 13 anos sem licenciamento ambiental. Titular da 15ª Promotoria de Justiça de Goiânia do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), especializada em meio ambiente e urbanismo, Juliano de Barros Araújo explica que, de 2011 a 2024, a capital goiana tinha o espaço utilizado para destinação de lixo funcionando irregularmente. Ele relata, ainda, que o local não funcionava adequadamente como aterro.

"Não trata chorume, que é levado para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), não tem sistema de controle de captação dos gases, não tem sistema para avaliar se pode desmoronar. A ideia é que as ações estruturais --- previstas no termo de ajustamento de conduta (TAC) --- consertem o aterro, tenha monitoramento da água subterrânea, melhoria no sistema de drenagem", diz. Entre as medidas previstas, está a transformação do espaço em Centro de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos (CTDRS).

Mas, antes, a Prefeitura deve começar a destinação de 40% dos resíduos para aterros privados na Região Metropolitana, visto que, caso o aterro continue a receber o montante atual, a expectativa de vida útil é de apenas sete anos. "E por exigência do licenciamento, a vida útil mínima de dez anos. Se não desviarmos, então não pode ser licenciado." Araújo acrescenta que a licença foi concedida em caráter corretivo, ou seja, condicionada às correções acordadas.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) diz, em nota, que está "termo de referência e o projeto para que seja feita licitação para a contratação da empresa". "O TAC foi firmado em 2022, a partir de um levantamento da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), que apontou que, diminuindo em 40% a quantidade diária de resíduos, pode-se aumentar a vida útil do aterro. Em janeiro foi feito aditivo estabelecendo prazo para a terceirização de parte desta destinação a aterros sanitários particulares."

181 lixões seguem ativos no Estado

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) aponta que Goiás tem, hoje, 181 lixões ativos. Conforme decreto estadual de dezembro de 2023, que instituiu o Programa Lixão Zero no Estado, todos os municípios devem encerrar os espaços que ainda são utilizados para destinação incorreta dos resíduos sólidos urbanos. O prazo para que os gestores municipais façam o requerimento para encerramento do lixão se estende até agosto deste ano.

"No momento em que requerem a licença de encerramento dos lixões, os municípios precisam informar onde farão a disposição ambientalmente adequada dos resíduos que geram, o plano de reabilitação da área do lixão e a estratégia que adotarão para implementar a coleta seletiva em seus respectivos territórios", explica a pasta.

"Todas essas ações constituem a etapa de transição prevista no decreto. A etapa definitiva será a regionalização da gestão dos resíduos, com governança compartilhada entre estado e municípios", acrescenta. Proposta diante da falta de recursos financeiros e humanos por parte dos municípios, a regionalização visa instituir aterros que possam atender a mais de uma cidade ao mesmo tempo. O gerenciamento e operação do espaço deve, então, ser compartilhado pelas administrações.

Ainda conforme a pasta, Goiás conta atualmente com 17 aterros sanitários licenciados, que atendem cerca de 65 municípios goianos, considerados com destinação final "ambientalmente adequada de resíduos sólidos urbanos". Eles estão localizados em Goiânia, Aparecida de Goiânia (2), Anápolis, Cumari, Guapó, Águas Lindas de Goiás, Bela Vista de Goiás, Chapadão do Céu, Cidade Ocidental, Hidrolândia, Palminópolis, Rio Quente, Sanclerlândia, Trindade, São Luís de Montes Belos e Senador Canedo.

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Atlético-GO x Flamengo: onde assistir, horário e escalações

Campeões estaduais fazem duelo rubro-negro no Serra Dourada. Com alto aproveitamento ofensivo, Atlético-GO coloca à prova bom momento de 15 vitórias seguidas e encara o Flamengo, invicto na temporada e destaque defensivo

Modificado em 17/09/2024, 16:23

Alix Vinícius (E), do Atlético-GO, e Léo Pereira, do Flamengo, são zagueiros que se destacam ofensivamente nas duas equipes

Alix Vinícius (E), do Atlético-GO, e Léo Pereira, do Flamengo, são zagueiros que se destacam ofensivamente nas duas equipes
 (Ingryd Oliveira/ACG e Jorge Rodrigues/AGIF/Folhapress)

Dois campeões estaduais rubro-negros estreiam na Série A do Campeonato Brasileiro em confronto neste domingo (14), às 16 horas, no Serra Dourada, que volta a ser palco de uma partida oficial, a primeira no estádio nesta temporada. Será uma tarde de colorido vermelho e preto, as cores das duas equipes, que iniciam a competição com objetivos diferentes.

(Confira, no fim do texto, onde assistir, escalações, ingressos e arbitragem)

Há uma semana, o Atlético-GO festejou a conquista do inédito tricampeonato do Goianão e o Flamengo voltou a ganhar o Carioca, se isolando como o maior vencedor deste torneio regional.

O Dragão, que jogou a elite nacional pela última vez em 2022, quando foi rebaixado, não esconde de ninguém que tem como objetivo garantir a permanência no Brasileirão. O Flamengo, forte e com alto poder de investimento, é um dos candidatos ao título da Série A.

As duas equipes rubro-negras chegam à rodada inicial da Série A com números positivos. O Atlético-GO vem de 15 vitórias seguidas, recorde do clube, superando as marcas de dez triunfos consecutivos em 1972 e 2008. O clube goiano tem um dos melhores aproveitamentos ofensivos do futebol nacional (50 gols em 19 partidas, por Goianão e Copa do Brasil) e não perde como mandante desde junho do ano passado. O clube se vê num momento de autoestima elevada.

O Flamengo está invicto em 2024. Nas 17 partidas disputadas por Carioca e Libertadores, o clube obteve 12 vitórias e 5 empates. Salta aos olhos o aproveitamento defensivo da equipe formada pelo técnico Tite -- sofreu só 2 gols nestas 17 atuações. O goleiro argentino Agustin Rossi foi vazado uma vez apenas e vive fase de muita segurança na meta rubro-negra. Na defesa, outro destaque é o zagueiro Fabrício Bruno, de 24 anos e titular da seleção brasileira em dois amistosos internacionais, diante da Inglaterra (1 a 0) e Espanha (3 a 3).

Outro zagueiro, Léo Pereira tem faro artilheiro e já marcou três gols neste ano, mas ainda perde no quesito para o atleticano Alix Vinícius, com cinco gols marcados.

O técnico do Atlético-GO, Jair ventura, destacou que o Dragão vai medir forças com um gigante do País do futebol, que não se reduz à uma equipe, mas é uma espécie de seleção sul-americana, pois é formada por destaques brasileiros, uruguaios, um chileno (o volante Erick Pulgar) e o argentino Rossi na meta. A constelação uruguaia tem jogadores da Celeste, a seleção charrua, com os laterais Guillermo Varela e Matias Viña e os meias Nicolás De La Cruz e o renomado De Arrascaeta, uma referência entre os flamenguistas.

No comando, está o técnico Tite, ex-seleção brasileira com duas Copas do Mundo disputadas (2018 e 2022, chegando às quartas de final) e um título da Copa América (2019).

A força do Flamengo não se resume à competitividade em campo. O Flamengo é um fenômeno do futebol brasileiro. Como uma divindade, carrega uma legião de fieis por onde anda. Por isso, e de olho numa renda vultosa, a direção do Atlético-GO fez opção pelo Serra Dourada, que teve de passar por reparos para receber o jogo, mas ainda carecendo de melhorias para ter partidas com regularidade. O Dragão cogita jogar novamente no local no outro domingo (21), contra o São Paulo. Isso será assunto para o pós-jogo diante do Flamengo.

O Atlético-GO sabe das possibilidades que tem diante de um adversário como o Flamengo. O técnico Jair Ventura, de volta à elite nacional (trabalhou na Série A pela última vez em 2022, pelo Goiás), mantém a base campeã do Goianão. Terá dois desfalques: o lateral direito Bruno Tubarão e o volante Roni, que se lesionaram na final do Estadual. Serão substituídos por Maguinho e Rhaldney, respectivamente.

O Atlético-GO tem uma formação que pretende começar com segurança e bons resultados a Série A. Por falar em resultados, a torcida atleticana nunca se esqueceu de duas goleadas históricas sobre o Flamengo: 4 a 1 (no Rio, na Série A 2011) e 3 a 0 (no Estádio Olímpico, na Série A 2020, no retorno do futebol após cinco meses de paralisação por causa da pandemia do coronavírus).

FICHA TÉCNICA

Atlético-GO: Ronaldo; Maguinho , Alix Vinícius, Adriano Martins e Guilherme Romão; Rhaldney, Gabriel Baralhas e Shaylon; Alejo Cruz, Emiliano Rodríguez e Luiz Fernando. Técnico: Jair Ventura

Flamengo: Rossi; Guillermo Varela, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Ayrton Lucas; Erick Pulgar, De La Cruz (Allan) e Arrascaeta; Luiz Araújo, Pedro (Carlinhos ou Bruno Henrique) e Everton Cebolinha. Técnico: Tite

Local: Estádio Serra Dourada (Goiânia-GO)

Data: Domingo (14/4/2024)

Horário: 16 horas

Onde assistir: Globo e Premiere

Árbitro: André Luiz Sketino Policarpo Bento (MG)

Assistentes: Felipe Alan Costa de Oliveira (MG) e Leonardo Henrique Pereira (MG)

VAR: Wagner Reway (VAR-Fifa)

Ingressos: 400 reais (cadeira) e 300 reais (arquibancada). Meia para torcedores com a camisa do Atlético-GO ou que doarem um quilo de alimento não perecível