Em momentos distintos na Série B, Goiás e Vila Nova encaram o clássico do próximo domingo (23) como uma decisão na busca pelo acesso à Série A. Não vale título, nem o acesso, mas quem perder vai se complicar na reta final da competição. É o mesmo cenário para um eventual empate, que deixaria ambos em situação delicada por vaga no Brasileirão de 2025.(Veja, no fim do texto, evolução das chances de acesso de Goiás e Vila Nova no returno)O time esmeraldino, mandante no duelo, encerrou sequência de três jogos sem vencer com a vitória por 3 a 1 diante do Santos, que briga pelo título da Série B. O Tigre, por sua vez, registrou a marca de três partidas sem ganhar na competição - é o segundo pior jejum do clube na Segundona.A vitória sobre o Santos mudou o ambiente no Goiás. O triunfo aumentou a esperança de uma arrancada na reta final da Série B, amenizou a pressão por causa da sequência sem vitória e serviu como fator motivacional junto ao elenco. Na equipe esmeraldina, o clássico é encarado como forma de consolidar a nova fase do clube na competição, em caso de vitória.“O clássico se tornou um jogo em que o Goiás está mais forte por ter vencido o Santos, tem maior orçamento e melhor elenco da Série B. Esse duelo se tornou o grande jogo da próxima rodada, do componente emocional que pode colocar ou tirar um deles da briga pelo acesso”, comentou o jornalista Sérgio Xavier, do Sport.Por causa do bom momento nesta semana, o Goiás espera casa cheia e recorde de público da equipe na Série B. O maior registro na Segundona ocorreu na última segunda (7), na vitória sobre o Santos, por 3 a 1. O público total foi de 8.478, sendo 8.309 pagantes.Por determinação do Ministério Público de Goiás, jogos entre Goiás e Vila Nova são disputados com torcida única, portanto apenas esmeraldinos estarão presentes na Serrinha no próximo domingo (13).Do lado colorado, pressão é o que não falta. O time não vence há três rodadas, desde o dia 18 de setembro, quando bateu a Chapecoense por 3 a 2, no OBA. A sequência ruim, com goleada (4 a 0) para o Ceará, empate com o Botafogo-SP (1 a 1) e o revés mais recente, por 1 a 0, diante do Mirassol, aumentou a cobrança no elenco e na comissão técnica.Para piorar, na classificação, o Vila Nova desperdiçou oportunidades de voltar à faixa do acesso (G4) e terminou a 30ª rodada a 4 pontos do Mirassol, que é o 4º colocado.Para o clássico, o técnico Luizinho Lopes ainda terá quatro desfalques: o goleiro Dênis Júnior, o volante Cristiano e os laterais Alex Silva e Fábio, todos por suspensão. Já o técnico Vagner Mancini não pode escalar Rafael Gava, suspenso, no Goiás.“É um clássico cujo resultado final pode deixar o rival mais longe de uma vaga entre os quatro melhores. Tem outra história do confronto, que é o fato do Vila Nova não ter perdido para o Goiás na temporada, no Goiano, Copa Verde e Série B. Essa invencibilidade também incomoda”, lembrou o comentarista da Rádio CBN Goiânia, Evandro Gomes.O clássico de domingo será o quarto entre Goiás e Vila Nova na temporada de 2024. No Goianão, os rivais empataram sem gols na Serrinha. Nas quartas de final da Copa Verde, o Tigre ganhou de 1 a 0 no OBA e garantiu a classificação na casa do rival após empate por 1 a 1. Na Série B, a equipe colorada voltou a vencer por 1 a 0, em seus domínios.“Decisivo é pouco para falar sobre o clássico. O Vila Nova estava próximo da 4ª vaga e se atrapalhou muito com 4 pontos nos últimos cinco jogos. É número para sair da briga, mas o Vila já tinha feito sua arrancada e continua por ali. O Goiás é o contrário, com pontuação baixa e quase uma pontuação que impede de brigar por vaga. Só que acabou de ganhar do Santos, não é qualquer vitória, e se vencer mais uma, entra na briga. A impressão que dá é que o empate mata os dois, por faltar poucas rodadas”, salientou Sérgio Xavier sobre a importância do clássico goiano na 31ª rodada da Série B.Na tabela e considerando as probabilidade de acesso à Série A, Goiás e Vila Nova fazem um clássico que pode definir o rumo do rival na reta final da Série B.O time esmeraldino tem um jogo a menos, contra o Amazonas, e faz as contas de vencer sete a oito partidas nos nove que faltam na competição para conquistar um heroico acesso à Série A. Se não vencer o Vila Nova, ficará mais distante do sonho de retornar ao Brasileirão neste ano.Para o Vila Nova, faltam seis vitórias em oito partidas para o clube alcançar a média histórica de 63 pontos para subir à elite. O Tigre, no entanto, é o 5º pior visitante com apenas duas vitórias em 15 jogos longe dos seus domínios.O vencedor do clássico, portanto, pode dar um salto importante em busca da sua meta particular, além de complicar cada vez mais o rival.

Goiás x Vila Nova: clássico é decisivo em duas frentes para os rivais na Série B

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Duelo na Serrinha

Em processo de reformulação, o Goiás negocia as rescisões antecipadas com o zagueiro David Braz, o meia Régis e o atacante Edu. O trio tem vínculo para a próxima temporada, mas não deve permanecer no clube goiano em 2025.

Os contratos de Edu e Régis são mais longos e vão até o final da temporada. Já o vínculo de David Braz é até o final do Goianão.

Dos três, apenas Régis vinha sendo utilizado pelo técnico Vagner Mancini. Edu jogou pela última vez no dia 13 de outubro, enquanto David Braz entrou em campo pela última vez no dia 7 de outubro.

Edu não vinha sendo utilizado por opção técnica, enquanto David Braz foi um dos atletas “punidos”, assim como Luiz Henrique e Thiago Galhardo, por terem ido a Brasília assistir um jogo da seleção brasileira pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Isso ocorreu na véspera de uma viagem para uma partida da Série B, contra o América-MG, em outubro.

Pelo Goiás, Régis jogou 17 partidas e conviveu com lesões desde sua chegada ao clube em abril. Edu também teve problemas físicos e só atuou em 14 oportunidades. David Braz foi o que mais atuou com 25 participações em duelos do time goiano.

Goiás avalia rescisões de trio com contrato para 2025

Negociações

O Vila Nova rescindiu o contrato com mais um jogador que não fica para a temporada que vem. O atacante Islan, de 20 anos, que defendia as categorias de base e atuou pelo profissional neste ano, teve o seu vínculo rompido com o Tigre por um ato de indisciplina, não explicitado pelo clube.

Islan foi desenvolvido primeiramente na base do Athletico Paranaense e passou pela Chapecoense antes de chegar ao Vila Nova em 2024. Pelo profissional, esteve em campo na vitória por 2 a 0 sobre o Cuiabá, pela semifinal da Copa Verde, e na derrota por 4 a 0 contra o Paysandu, pela final da mesma competição.

Na base, Islan fez parte do elenco campeão do Campeonato Goiano Sub-20 e do time que avançou até a decisão da Copa Goiás Sub-20, quando enfrentará o Atlético-GO em jogos de ida e volta. Além disso, o atacante também fez sete jogos e dois gols no Campeonato Brasileiro de Aspirantes, com a equipe sub-23.

A rescisão de contrato com Islan foi publicada no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF e o jogador não vai mais vestir a camisa do Vila Nova daqui para frente.

Vila Nova rescinde contrato com Islan, atacante da base, por indisciplina

Saída

Na tarde desta quinta-feira (21), o Vila Nova anunciou oficialmente a saída de cinco jogadores do elenco, que não terão seus contratos renovados para 2025. Os atletas são o goleiro Vitor Hugo, o zagueiro Dankler e os atacantes Apodi, Denilson e Henrique Almeida. Eles se juntam ao lateral direito Fábio e ao meia-atacante Everton, que já deixaram o clube colorado.

Dos cinco nomes dispensados pela diretoria, Henrique Almeida foi quem mais ganhou minutos na temporada. Em 2024, ele fez 48 jogos e marcou oito gols, com três assistências. Ostentou a artilharia do Tigre na Série B durante várias rodadas, antes de cair de produção e se tornar reserva. Ele vestia a camisa colorada desde o ano passado.

Apodi também entrou com frequência em campo nesta temporada, com 35 jogos, um gol e uma assistência. O jogador é um dos alvos do Goiânia para 2025.

Denilson e Dankler disputaram dez e oito jogos, respectivamente, e ambos não marcaram gols. Vitor Hugo, por sua vez, fez apenas uma partida no profissional e outras seis no sub-23, pelo Brasileiro de Aspirantes.

Vila Nova confirma saídas de Henrique Almeida, Apodi e outros três

Dispensas

O técnico Vagner Mancini disse nesta quinta-feira (21) que não renovará seu contrato e deixará o Goiás após a conclusão da Série B, no próximo domingo (24). O treinador de 58 anos completará 21 jogos à frente do time esmeraldino no duelo contra o Novorizontino.&nbsp;

O treinador explicou em um pronunciamento que tomou essa decisão junto de seus representantes e comissão técnica e que vai avisar o diretor de futebol Lucas Andrino ainda nesta quinta-feira. Os jogadores também foram comunicados antes do treino no CT Edmo Pinheiro.

“Não houve nenhum tipo de contato até agora, por isso eu optei por vir na coletiva e vou sair daqui para comunicar o Lucas Andrino. Ele merece que eu passe a minha situação para as coisas caminharem aqui dentro”, frisou o técnico.

"É uma decisão muito difícil que tomei junto com meus representantes e minha equipe técnica, que não permaneceremos para 2025. É uma decisão que não é fácil de ser tomada, tendo em conta tudo que aconteceu no Goiás nesse período, essa sequência de (seis) vitórias, aproveitamento de 61,4% que nos daria a possibilidade de brigar pelo título da Série B", detalhou o treinador do Goiás.

Vagner Mancini comandou o Goiás em 20 jogos até aqui. Foram dez vitórias, seis empates e quatro derrotas. O aproveitamento é de 60%.

“As coisas têm de ser faladas com o coração também. Vim com contrato até o final do ano, vou cumprir e ainda não tive conversa sobre renovação de contrato. É um direito de quem está no clube. Eu tenho como norma de vida não abrir negociação sem que haja um profissional no clube. Não posso apontar o dedo para A, B ou C. Eu saio daqui com o coração limpo e deixo as portas abertas no Goiás”, comentou o treinador.

Há pouco mais de um mês, no dia 15 de outubro, o diretor de futebol Lucas Andrino falou em entrevista coletiva que deseja a permanência de Vagner Mancini para 2025. Nas semanas seguintes, o treinador também seguiu essa linha e afirmou que gostaria de permanecer no clube goiano.

“O mais importante é que quando somos sinceros é que deixamos as portas abertas. O Goiás é um grande clube, sou um profissional de mercado e óbvio que quero voltar um dia. É importante ter uma conexão formada. No começo eu ouvi críticas, mas depois foram entendendo o que estava sendo feito no dia a dia. O time voltou a ter conexão com o torcedor. Hoje temos isso e fico feliz, não é um adeus, é um até breve. Tenho histórico de retornar para algumas equipes e me sinto bem”, prosseguiu o treinador.

Com a confirmação da saída de Vagner Mancini, o Goiás vai contratar o quarto treinador diferente em menos de um ano - Zé Ricardo e Márcio Zanardi foram seus antecessores em 2024. O favorito para assumir o comando da equipe é Jair Ventura, que teve passagem de sucesso pelo time esmeraldino em 2022.

Vagner Mancini optou por não comentar sobre a possível negociação do Goiás com Jair Ventura. “Eu prefiro não falar sobre isso por parecer um ataque a alguém. Estou com coração aberto e minha decisão foi tomada com minha equipe de trabalho. Não sou um cara de ficar em cima do muro. Foram dias maravilhosos, números expressivos e isso é o mais importante, deixar um legado no clube e manter as portas abertas”, completou o treinador.

Vagner Mancini assumiu o Goiás no final de julho, na virada de turno da Série B. Ele foi contratado após a demissão de Márcio Zanardi e tinha a missão de comandar a reação para levar a equipe à Série A.&nbsp;

O time demorou a engrenar, apesar da atual sequência de sete jogos de invencibilidade, sendo seis vitórias seguidas, e ficou sem a vaga na elite.