IcEsporte

Esporte

Goleiras são destaques em vitórias no handebol e no futebol feminino; veja o dia na Olimpíada

Marta inicia despedida olímpica com passe decisivo e vitória importante sobre a Nigéria

Folhapress

Modificado em 17/09/2024, 16:36

Gabi, goleira do handebol feminino do Brasil

Gabi, goleira do handebol feminino do Brasil (Gaspar Nobrega/COB)

A seleção brasileira feminina de futebol estreou com vitória naquela que será a última participação olímpica de Marta. A atacante de 38 anos teve atuação decisiva no triunfo por 1 a 0 sobre a Nigéria, na tarde de quinta-feira (25), no estádio Matmut Atlantique - que fica em Bordeaux e vem sendo chamado pela organização dos Jogos de Paris de Stade de Bordeaux.

A craque alagoana, que já havia disputado cinco Olimpíadas, com 13 gols marcados, desta vez foi decisiva com um passe. O gol que definiu o placar saiu de uma jogada da camisa 10, muito bem concluída por Gabi Nunes, ainda no primeiro tempo. Na etapa final, o time dirigido por Arthur Elias conseguiu manter a vantagem e assegurar um resultado importante.

O Brasil assim obteve seus três primeiros pontos no Grupo C, igualando a pontuação da Espanha, campeã mundial, que abriu a chave com um triunfo por 2 a 1 sobre a também boa equipe do Japão. A formação verde-amarela voltará a jogar no próximo domingo (28), contra as japonesas, no estádio Parque dos Príncipes, em Paris.

No jogo de estreia, a seleção começou com dificuldade. Era grande a distância entre as jogadoras de meio-campo e as duas que estavam à frente, Marta e Gabi Nunes. A aposta era em bolas longas, que criavam dificuldade para a defesa da Nigéria, mas havia pouca articulação pela faixa central, já que a equipe verde-amarela não tinha em campo uma meia propriamente dita.

A formação africana, por sua vez, criava muito perigo quando avançava com sua ponta-direita, a veloz e hábil Rasheedat Ajibade, que levava ampla vantagem sobre a lateral esquerda Tamires. Ela fez bela jogada e deixou Ihezuo livre para abrir o placar, mas a atacante parou em Lorena, que na sequência da jogada ainda fez outra boa defesa. No escanteio, Demehin cabeceou livre e errou.

A seleção escapou ilesa das três oportunidades oferecidas em sequência e conseguiu se assentar em campo. Passou a utilizar de maneira melhor os lados do campo e chegou a celebrar um gol de Marta, após passe de Antonia, bem anulado por impedimento. Na sequência, Tamires, com lesão no tornozelo, deu lugar a Yasmim.

Logo após o tento invalidado, porém, o time de Arthur Elias pôde comemorar de verdade. Aos 37 minutos, Marta recuou até a meia e achou um passe preciso para Gabi Nunes, que executou bem o domínio e bateu de pé direito, com força, no alto, no canto esquerdo da goleira Nnadozie. A bola chegou a tocar o travessão antes de balançar a rede.

Na etapa final, o Brasil teve algum sucesso na tentativa de manter a disputa em temperatura morna. Ajudava-o nessa tarefa o público relativamente pequeno presente no Matmut Atlantique, a mais de 500 km de Paris. A torcida era majoritariamente em favor da equipe brasileira, porém não chegou a estabelecer uma atmosfera elétrica.

Havia também torcedores do Bordeaux, clube tradicional que vive fase tenebrosa e acaba de ser administrativamente rebaixado da segunda para a terceira divisão do Campeonato Francês, por dívidas. Vários deles se mostraram simpáticos à formação verde-amarela e puderam celebrar no estádio, algo que não vinham fazendo com frequência.

Para concretizar a vitória, a seleção soube controlar as investidas da Nigéria, que só teve uma chegada de maior perigo no segundo tempo, em chute de Ajibade defendido por Lorena. Do outro lado, Marta quase marcou em tentativa de cruzamento que acertou o poste esquerdo. Mas se contentou com uma vitória importantíssima para iniciar sua última participação olímpica.

Goleira garante vitória do Brasil contra a Espanha na estreia no handebol
Contando com uma atuação destacada da goleira Gabriela Moreschi, que fez ao menos duas defesas importantes com os pés no primeiro tempo, a seleção feminina de handebol do Brasil venceu a Espanha por 29 a 18 na primeira rodada da fase de grupos dos Jogos de Paris nesta quinta-feira (25), na Arena Paris Sul.

O Brasil esteve à frente do placar durante toda a partida e não deu chances para que as adversárias se aproximassem. Na próxima rodada, a seleção brasileira enfrenta a Hungria, no dia 28. Pega a França no dia 30, a Holanda no dia 1º, e a Angola no dia 3, quando encerra sua participação na fase de grupos. As quatro melhores se classificam para as quartas de final.

A seleção brasileira assegurou a vaga para os Jogos ao se sagrar heptacampeã dos Jogos Pan-Americanos, em outubro do ano passado, vencendo a Argentina na final. O melhor resultado do Brasil em Olimpíadas foi o quinto lugar na edição do Rio de Janeiro, em 2016, quando a equipe avançou até as quartas de final, sendo derrotada pela Holanda na ocasião.

Em Tóquio-2020, as Leoas, como são conhecidas as jogadoras da seleção, acabaram caindo ainda na fase de grupos. O ouro ficou com a França, que derrotou a Rússia na final.

O maior resultado da história do Brasil no handebol foi a vitória no campeonato mundial de 2013, na Sérvia, batendo os donos da casa na final.

Sorteio do judô complica vida de Mayra Aguiar, que pegará a líder do ranking

Maior medalhista do judô olímpico do Brasil, com três bronzes, Mayra Aguiar, 32, deu azar no sorteio do chaveamento das Olimpíadas de Paris.

A gaúcha, que compete na categoria até 78 kg, terá pela frente a primeira colocada no ranking mundial, a italiana Alice Bellandi, 25.

Apesar de liderar o ranking, Bellandi não tem nenhuma conquista olímpica nem mundial. Seu melhor resultado é a medalha de prata no Mundial deste ano, em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos).

A brasileira, atual 12ª colocada no ranking da Federação Internacional de Judô, além de ter mais experiência, conta com um currículo respeitabilíssimo: além dos bronzes em Olimpíadas (Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020), acumula oito medalhas em Mundiais (desde 2010, são três ouros, duas pratas e três bronzes).

O duelo entre Mayra e Bellandi será no dia 1º de agosto, na arena no Campo de Marte, local de disputa do judô nestes Jogos Olímpicos.

Na competição, uma derrota significa a exclusão da disputa pelo ouro. O derrotado precisa torcer para que seu algoz avance na competição para que tenha chance de, via repescagem, conquistar o bronze.

"Estamos dentro dos Jogos Olímpicos e cada luta tem que ser encarada como uma final. Alguns combates já são decisivos na primeira luta", disse Marcelo Theotonio, chefe de equipe do judô do Brasil. "Mas, como experiência, a gente vê que há categorias em que os favoritos caem na primeira luta."

Mayra Aguiar compete em Paris por recorde absoluto entre brasileiras Outros brasileiros que já ganharam medalhas em Olimpíadas não terão vida tão dura na estreia como a de Mayra, que é também, ao lado de Fofão, do vôlei (já aposentada), a mulher com mais pódios do Brasil nos Jogos (três).

A veterana Ketleyn Quadros, 36, bronze em Pequim-2008 e 25ª no ranking até 63 kg, lutará contra a espanhola Cristina Cabaña Pérez, 31, 26ª colocada.

Ouro no Rio-2016, Rafaela Silva (até 57 kg), não luta na primeira rodada devido ao ranqueamento (quarta do mundo) e aguardará para combater Maysa Pardayeva, do Turcomenistão (19ª no ranking), ou Qi Cai, da China (22ª).

Daniel Cargnin, bronze em Tóquio-2020 e sexto do mundo, pegará Akil Gakova (17º), de Kosovo, na categoria até 73 kg.

Bronze em Londres-2012 e no Rio-2016, Rafael Silva, o Baby (mais de 100 kg), outro veterano do Time Brasil (37 anos) e 14º no ranking, encara Ushangi Kokauri, do Azerbaijão (17º).

A equipe de judô brasileira ainda conta com Natasha Ferreira (até 48 kg), Larissa Pimenta (até 52 kg), Beatriz Souza (acima de 78 kg), Michel Augusto (até 60 kg), William Lima (até 66 kg), Guilherme Schimidt (até 81 kg), Rafael Macedo (até 90 kg) e Leonardo Gonçalves (até 100 kg).

O programa olímpico do judô começa neste sábado (27), com os pesos mais leves do feminino e do masculino.

O judô é o esporte que mais rendeu pódios ao Brasil em Olimpíadas. São 24 medalhas: 4 de ouro, 3 de prata e 17 de bronze.

Campeã mundial e favorita ao ouro, Espanha estreia com vitória de virada no futebol feminino

Em sua primeira participação nas Olimpíadas, o time feminino de futebol da Espanha, atual campeão mundial, venceu o jogo de estreia por 2 a 1 contra o Japão. A partida aconteceu no estádio La Beaujoire, em Nantes, a oeste da França.

As espanholas encaravam o confronto como uma oportunidade de revanche após o último encontro entre as equipes, na fase de grupos da Copa do Mundo de 2023, realizada na Austrália e Nova Zelândia. Apesar de terem levado o título, as espanholas ficaram marcadas pela goleada de 4 a 0 aplicada pelo Japão. Nestes Jogos Olímpicos, estão ambas no mesmo grupo de Brasil e Nigéria.

Em Nantes, a seleção japonesa pressionou as espanholas desde o início, abrindo o placar logo aos 13 minutos, com um belo gol de falta da Aoba Fujino, que joga pelo time japonês NTV Beleza.

O time da técnica Montse Tomé reagiu aos 22, quando Aitana Bonmatí, meio-campista do Barcelona, recebeu bom passe de Castillo e limpou a jogada sobre a goleira japonesa para fazer o primeiro gol da história de sua equipe nas Olimpíadas.

No segundo tempo, a Espanha voltou com mais agressividade. Teve paciência para construir jogadas e, aos 29 minutos, marcou com Mariona Caldentey. O gol da virada teve cara de Barcelona, com assistência de Bonmatí, companheira de time de Mariona.

Em Paris-2024, o favoritismo da "Roja" (apelido das seleções espanholas) se justifica pela força da seleção olímpica: das 18 jogadoras convocadas, 15 estiveram no time que foi campeão mundial.

Duas delas foram eleitas as melhores jogadoras do mundo nos últimos três anos. Em 2021 e 2022, Alexia Putellas recebeu os prêmios Fifa The Best e Bola de Ouro, que em 2023 foram entregues justamente a Aitana Bonmati. Foram de ambas os gols que garantiram ao Barcelona o título da Champions League feminina sobre o Lyon em maio deste ano.

Se levarem o ouro olímpico para casa, as espanholas terão conquistado o terceiro campeonato internacional em menos de 12 meses. Além da Copa, elas venceram a Liga das Nações da Uefa no ano passado.

Para isso, terão de evitar zebras e superar outras fortes candidatas ao título, como as donas da casa e as norte-americanas --tetracampeãs olímpicas. Assim como a Espanha, as francesas buscam sua primeira medalha. O atual título pertence à seleção canadense.

No torneio feminino olímpico não há restrições de idade para a convocação das atletas, diferentemente do masculino, que tem 16 seleções formadas em sua maioria por jogadores de até 23 anos. Estão em Paris as melhores jogadoras dos 12 países classificados, que foram divididos em três grupos.

Brasil e Espanha se enfrentam no dia 31 de julho, às 12h (horário de Brasília), pela última rodada da fase de grupos. Avançam para as quartas de final as duas melhores de cada grupo e as duas melhores terceiras colocadas.

IcEsporte

Esporte

Goiânia Sediou a 1ª Edição da Copa Benkers de Fut7 Feminino

Competição contou com 10 equipes com o intuito de transformar o futebol feminino na capital goiana

Modificado em 04/11/2024, 08:58

Goiânia Sediou a 1ª Edição da Copa Benkers de Fut7 Feminino

(Divulgação)

Goiânia foi palco da 1ª edição da Copa Benkers de Fut7 Feminino. O torneio ocorreu no Goiânia Society e teve a equipe do Madrid como campeã, onde também teve a melhor atleta do campeonato, Iandra Fonseca e a goleira menos vazada, Thayrine Borges, consolidando ainda mais o nome do time no cenário regional.

Com a participação de 10 equipes, cada uma pôde inscrever até 11 atletas -- 7 titulares e 4 reservas -- a Copa Benkers ofereceu mais de R$10.000 em premiações. A equipe campeã (Madrid) levou R$ 4.000, enquanto a vice-campeã ( Black Pool) recebeu R$ 3.000 e o terceiro colocado (Milionários) ganhou R$ 2.000.

Além disso, a goleira menos vazada (Thayrine Borges) foi premiada com R$ 300. Troféus e medalhas foram entregues às três primeiras colocações. O formato do torneio foi de dupla eliminatória até a fase classificatória, com jogos de dois tempos de 15 minutos. A grande final foi disputada em dois tempos de 20 minutos.

As organizadoras do evento, Aline Benker e Layla Pablícia, destacam a importância da competição para o futebol feminino e seu desejo de inspirar mulheres que sonham em alcançar grandes conquistas no esporte.

"Tivemos um público diversificado, fugindo do habitual, pois estamos determinadas a trazer grandes nomes e marcas para o futebol feminino, proporcionando maior visibilidade, divulgação, melhorias na infraestrutura, premiações mais atrativas e, principalmente, desenvolvimento. Mostramos como é fácil apoiar um esporte muitas vezes deixado de lado, revelando o talento existente e a necessidade de valorizá-lo", afirmam.

A Copa Benkers foi um marco no cenário esportivo goiano, elevando o futebol feminino a novos patamares, incentivando o crescimento da modalidade e com a promessa de futuras edições.

IcEsporte

Esporte

Brasil festeja melhor campanha da história nas Paralimpíadas

Foram 25 medalhas de ouro, 26 de prata e 38 de bronze

Modificado em 17/09/2024, 17:23

Carol Santiago conquistou três ouros e duas pratas em Paris-2024

Carol Santiago conquistou três ouros e duas pratas em Paris-2024 (Marcello Zambrana/CPB)

Depois do fim das provas com brasileiros neste domingo (8) nas Paralimpíadas de Paris-2024, o Brasil festejou os recordes em sua melhor edição paralímpica da história. O país teve seu melhor desempenho na história em pódios e primeiros lugares conquistados: foram 25 medalhas de ouro, 26 de prata e 38 de bronze.

Os recordes anteriores de medalhas ocorreram em Tóquio e foram superados: o recorde de medalhas douradas, já que foram 25 ouros em Paris, contra o recorde de 22 em Tóquio. Ao todo, foram 88 pódios, pulverizando os recordes de Tóquio e do Rio de Janeiro, que tiveram 72 medalhas com o Brasil.

O Brasil também obteve medalhas em dois esportes que nunca tinham subido ao pódio antes: no tiro paralímpico, em que ganhou a prata com Alexandre Galgani, e o para-badminton, em que Vitor Tavares ganhou o bronze.

"O resultado dos Jogos foi excepcional. Campanha com 89 medalhas, que poderia ter sido ainda melhor, já que perdemos duas provas por 2 centésimos. Estou muito orgulhoso, foi irretocável. Nossa meta era ficar entre os oito, ficamos no top 5. É muita felicidade e sensação de que o trabalho vale a pena", destacou Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

MODALIDADES EM ALTA
Nos esportes onde o Brasil costuma trazer um grande número de medalhas, o número aumentou: a natação foi de 23 medalhas em Tóquio-2020 para 26 em 2024. Já o atletismo, um dos carros-chefes do projeto brasileiro, foi de 28 na edição anterior para 36 em 2024.

A posição no quadro de medalhas só não foi melhor por causa de derrotas inesperadas, como o futebol de cegos, que ficou "somente" com a medalha de bronze após cinco ouros consecutivos, e algumas derrotas em esportes coletivos, como no goalball, que só teve o bronze masculino, e no vôlei sentado, que não trouxe medalhas.

Para o presidente do Centro Paralímpico Brasileiro (CPB), o resultado se iniciou com um projeto de mudança estratégica na seleção dos atletas e com uma mudança na ideia do Centro, que colocou a inclusão em primeiro lugar, procurando novos atletas em todos os cantos do pais.

"Não dá para falar do resultado de agora sem falar de 2017, com o início do planejamento estratégico. Esse plano foi uma bússola ao longo dos últimos 8 anos, e foi ele quem nos guiou até aqui. Esse plano trouxe uma mudança muito importante na estratégia do CPB. Primeiro, ele traz a inclusão como centro do nosso propósito, sai da periferia, e a gente deixa de fazer a inclusão com a repercussão do esporte, e passa a ter essa inclusão na nossa missão. A gente muda também a lógica do desenvolvimento esportivo, então a gente passa a ir até os atletas, já que o CPB organizava os campeonatos e selecionava os melhores, e confirmava nossas seleções. E a gente entendeu que esse modelo havia chegado no limite, e a gente precisava mudar a lógica do desenvolvimento e ir até as pessoas."

IcEsporte

Esporte

Goiana do tiro com arco se despede das Paralimpíadas de Paris-2024 sem medalha

Jane Karla Gögel competiu no individual e nas duplas do arco composto e caiu nas quartas de final nas duas disputas

Modificado em 17/09/2024, 17:31

Jane Karla (d) e Reinaldo Charão na disputa de duplas de Paris-2024

Jane Karla (d) e Reinaldo Charão na disputa de duplas de Paris-2024 (Silvio Avila/CPB)

Na manhã desta segunda-feira (2), a goiana Jane Karla Gögel e o gaúcho Reinaldo Charão foram eliminados nas quartas de final do tiro com arco, categoria duplas composto W2, dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Os brasileiros foram derrotados pelos iranianos Fatemeh Hemmati e Hadi Nori por 153 a 151.

Nas disputas do dia, Jane Karla e Reinaldo avançaram para as quartas de final sem confronto nas oitavas. O duelo contra a dupla da Costa Rica, Maria Riveros e Diego Arias, não aconteceu e eles passaram direto.

Esta é a 5ª participação de Jane Karla em Jogos Paralímpicos. Em Pequim-2008 e Londres-2012 a goiana disputou a competição de tênis de mesa. Já na Rio-2016 e em Tóquio-2020, a atleta competiu na modalidade de tiro com arco.

Em Paris-2024, Jane Karla chegou às quartas de final do torneio individual de arco composto do tiro com arco, mas foi eliminada pela britânica Jodie Grinham por 143 a 141.

IcEsporte

Esporte

Paris inaugura Paralimpíadas com cerimônia 'militante'

Assim como ocorreu nos Jogos Olímpicos, é a primeira vez que a cerimônia de abertura paralímpica ocorre fora de um estádio

Modificado em 17/09/2024, 17:21

Abertura das Paralimpíadas de Paris ocorreu fora de um estádio pela primeira vez a história

Abertura das Paralimpíadas de Paris ocorreu fora de um estádio pela primeira vez a história (Alessandra Cabral/CPB)

Uma cerimônia "militante" - na definição de seu criador, o diretor de teatro Thomas Jolly -, com uma mensagem de conscientização para a inclusão das pessoas com deficiência, abre os Jogos Paralímpicos de Paris na noite francesa de quarta-feira (28).

Menos ambiciosa que a abertura dos Jogos Olímpicos, um mês atrás, mas nem por isso pouco grandiosa, a festa foi realizada nos Champs-Elysées, principal avenida da capital francesa, e na praça da Concórdia, onde em 1793 o rei Luís 16 e a rainha Maria Antonieta foram guilhotinados.

Na abertura olímpica, organizada em um percurso de seis quilômetros às margens do rio Sena, Jolly tinha criado polêmica com diversas provocações, entre elas uma cantora representando a rainha decapitada. Desta vez, em suas próprias palavras, o diretor decidiu enfatizar a "concórdia" que dá nome à praça.

O nome dado por Jolly ao espetáculo, "Paradoxe", é, segundo ele, uma referência à contradição entre o heroísmo dos campeões paralímpicos e os desafios cotidianos às vezes prosaicos com que eles se deparam nas ruas -como descer uma escada para pegar o metrô.

"É a primeira vez que uma cerimônia de abertura paralímpica é realizada no centro de uma cidade, e sabemos que as cidades não são adaptadas [para pessoas com deficiência]", afirmou.

Como definiu a ministra dos Esportes e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Amélie Oudéa-Castéra, a intenção da cerimônia não é "chocar", mas "chamar a atenção".

Assim como ocorreu nos Jogos Olímpicos, é a primeira vez que a cerimônia de abertura paralímpica ocorre fora de um estádio. Boa parte dos cerca de 4.400 atletas, representando 167 delegações e a equipe paralímpica de refugiados, desfila nos Champs-Elysées, diante de um público de cerca de 50 mil pessoas.

Os 88 atletas russos inscritos, autorizados a competir sob o nome de "atletas individuais neutros", foram impedidos de participar em razão da invasão da Ucrânia.

Beth Gomes (atletismo) e Gabriel Araújo, o Gabrielzinho (natação), campeões paralímpicos em Tóquio, três anos atrás, representam o Brasil como porta-bandeiras.

Doze tochas paralímpicas diferentes convergiram de todas as regiões da França em direção ao local da cerimônia de abertura, depois de um revezamento de quatro dias e mil participantes, iniciado no Reino Unido, em Stoke Mandeville, localidade berço do movimento paralímpico: ali, em 1948, foi realizado o embrião do que viria a se transformar nos atuais Jogos.

Entre os portadores da tocha mais famosos está o ator chinês Jackie Chan, 70, estrela de filmes de ação hollywoodianos, muito popular na França.

A mesma pira dos Jogos Olímpicos voltará a ser acesa para os Paralímpicos. Instalada em um balão e sem fogo de verdade - a "chama" é um efeito criado por vapor d'água e lâmpadas LED -, ela se tornou uma atração turística da capital francesa, no Jardim das Tulherias, entre o Museu do Louvre e o obelisco da Concórdia.

Os Jogos Paralímpicos terão 22 esportes em 19 sedes de competição, entre elas algumas das que mais impressionaram nos Jogos Olímpicos, como Versalhes (paraequitação), Grand Palais (esgrima em cadeira de rodas e parataekwondo) e Torre Eiffel (futebol de cegos).

O evento terminará em 8 de setembro, com uma cerimônia também concebida por Thomas Jolly, que será realizada no Stade de France, mesmo palco do encerramento dos Jogos Olímpicos, no último dia 11.