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Morre Maguila, maior boxeador peso-pesado do Brasil, aos 66 anos

Ícone do boxe vinha sofrendo de encefalopatia traumática crônica, também conhecida como demência pugilística

Modificado em 04/11/2024, 08:58

Morre Maguila, maior boxeador peso-pesado do Brasil, aos 66 anos

(Antonio Gaudério/Folhapress)

Morreu nesta quinta-feira (24) aos 66 anos Adilson "Maguila" Rodrigues, maior boxeador peso-pesado do Brasil e um dos principais na história da América do Sul. Ele vinha sofrendo de encefalopatia traumática crônica, também conhecida como demência pugilística, diagnosticada em 2013, e procurava minimizar os sintomas com um tratamento a base de canabidiol.

Maguila não chegou à disputa de um dos principais cinturões mundiais - embora tenha conquistado o irrelevante título da Federação Mundial de Boxe -, mas, quando se fala de carisma, teve poucos rivais entre atletas brasileiros.

Nem bem o locutor de ringue fazia o anúncio oficial de suas vitórias, ele começava a mandar abraços para todos: o açougueiro que caprichava na carne para ele ficar forte, o moço da concessionária onde comprou o carro etc. Até que o repórter era forçado a interrompê-lo.

Há controvérsias se Maguila era um sujeito genuinamente simplório ou se, sob a sua aparência rústica, habitava um gênio do marketing. Um dos primeiros técnicos de Maguila, que viria a trabalhar com o peso-pesado no final de sua carreira, Sidney Ubeda Gomes conta que o boxeador "lia" revistas de cabeça para baixo, de propósito, só para chamar a atenção.

Gomes aponta que Maguila se divertia quando curiosos o abordavam, constrangidos, para dizer que a revista estava de ponta-cabeça. Outro episódio, relatado por amigos e reconhecido pelo próprio boxeador, dá conta de que ele escapou de servir ao Exército, por pouco, ao fingir-se de louco.

"Ele falou que queria pegar o fuzil para dar tiro em todo o mundo", recordou, aos risos, o ex-boxeador Mike Miranda. Por seu tamanho, logo que chegou a São Paulo, onde moravam alguns de seus irmãos, Maguila foi aconselhado a tentar a sorte no boxe.

Foi rejeitado algumas vezes em outros locais até finalmente ter uma chance ao ser acolhido na academia do BCN, comandada por Ralf Zumbano, tio do ex-campeão Eder Jofre. Após uma curta carreira no amadorismo, onde em termos regionais não encontrou rivais à altura, passou ao profissionalismo em fevereiro de 1983.

Após um início arrasador - conquistou o título brasileiro em sua quarta luta e o sul-americano na 11ª -, sofreu dois reveses em 1985. Foram duas derrotas por nocaute, a primeira para o argentino Daniel Falconi e a segunda para Andre Van Den Oetelaar, o "Martelo Holandês".

O ex-campeão médio-ligeiro Miguel de Oliveira substituiu, então, Zumbano no córner de Maguila. Verdade que a fragilidade de seu queixo nenhum técnico poderia resolver, mas, sob o comando de Oliveira, Maguila passou a mostrar mais técnica, expondo-se menos nos combates.

Maguila se vingou das duas derrotas, com duas vitórias por nocaute, e sua equipe, capitaneada pelo narrador Luciano do Valle, deu início ao projeto "Mike Tyson".

Primeiro, Maguila passou a lutar com pugilistas norte-americanos, os mesmos que boxeadores ranqueados vinham enfrentando. Até que chegou a hora de um grande teste.

O brasileiro subiu ao ringue em São Paulo com James "Quebra-Ossos" Smith, que poucos meses antes aguentara em pé 12 assaltos com o demolidor "Iron" Mike Tyson.

Foi uma luta polêmica. Os críticos acharam que Maguila mais correu do que bateu. Dois jurados viram vitória de Maguila, por 98 a 97 e 98 a 96. Um terceiro jurado, que apontou triunfo do americano, por 100 a 91, foi suspenso.

Com base em sua atividade e no trabalho de bastidores, o brasileiro foi alçado à segunda posição no ranking e entrou em rota de colisão com o ex-campeão cruzador Evander Holyfield, o primeiro do ranking, em 1989, em Lake Tahoe, nos Estados Unidos. Após um bom primeiro assalto, em que surpreendeu o norte-americano, Maguila sofreu um violentíssimo nocaute no assalto seguinte e chegou a sofrer convulsões.

No ano seguinte, Maguila enfrentou o ex-campeão George Foreman, que voltava de uma aposentadoria de dez anos, em Nevada. Um novo nocaute no segundo assalto decretou o fim da carreira do brasileiro como sério candidato a disputa de título.

Passou a excursionar pelo interior paulista, por outros estados e até no Uruguai, contra adversários de no máximo nível mediano. Uma derrota por nocaute para o novato Daniel Frank, que tinha apenas cinco lutas, selou a sua aposentadoria dos ringues em 2000.

O cartel profissional de Maguila, que se estendeu de 83 a 2000, inclui 77 vitórias, 61 nocautes, 7 derrotas e 1 empate. Para o boxeador, não faltaram atividades, que começaram a aparecer antes mesmo do fim de sua carreira, durante a qual adquiriu um posto de gasolina.

Maguila foi comentarista econômico do programa popular "Aqui Agora", participou de comerciais e, a convite do prefeito Toninho da Pamonha, aceitou o cargo de secretário de Esporte de Itaquaquecetuba, em São Paulo.

Viu ainda dois de seus dois filhos, Adenilson e Edimilson - teve um terceiro filho, Adilson Junior -, tornarem-se boxeadores profissionais, mas sem carreiras tão produtivas quanto à do pai famoso.

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Morre Chico Frazão, ex-jogador e ex-treinador do Goiânia, Vila Nova e Atlético-GO

Frazão formou uma dupla de meio-campo bastante elogiada, por torcedores do Goiânia, ao lado de Silvinho

Modificado em 20/03/2025, 12:20

Chico Frazão marcou época como meio-campista no futebol goiano dos anos 1960 e 1970 (Reprodução/Redes Sociais)

Chico Frazão marcou época como meio-campista no futebol goiano dos anos 1960 e 1970 (Reprodução/Redes Sociais)

O ex-jogador e treinador Chico Frazão morreu aos 79 anos, vítima de uma parada cardiorespiratória na madrugada desta quinta-feira (20), em Goiânia. Frazão foi um dos grandes jogadores da história do futebol goiano dos anos 1960 e 1970.

Chico Frazão era natural de Crato, cidade localizada no cariri cearense, e foi criado em Goiânia, onde morou no antigo bairro Popular nas imediações do Estádio Olímpico Pedro Ludovico Teixeira. Além de Chico, os seus irmãos Eusevir e Luiz Frazão foram jogadores de futebol e fizeram história no futebol goiano.

Como meio-campista defendeu a dupla "Go-Go", Goiânia (1965-1972) e Goiás (1973), tendo sido campeão goiano de 1968 com a camisa do Galo Carijó. Pelo Goiânia, Chico Frazão formou uma dupla de meio-campo bastante elogiada, por jornalistas e torcedores, ao lado de Silvinho. Já no Goiás, Chico jogou ao lado de nomes como Macalé, Lincoln "o Leão da Serra" e Matinha.

Após pendurar as chuteiras, Chico Frazão se tornou treinador e trabalhou no Atlético-GO, Vila Nova e Goiânia. Inclusive, como técnico do Galo Carijó comandou o seu irmão Luiz Frazão.

O velório de Chico Frazão acontece nesta quinta-feira (20) no Cemitério Parque Memorial de Goiânia e o sepultamento será às 14h.

Chico Frazão foi campeão goiano de 1968 com a camisa do Goiânia (Arquivo pessoal/Chico Frazão)

Chico Frazão foi campeão goiano de 1968 com a camisa do Goiânia (Arquivo pessoal/Chico Frazão)

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Jovem de 21 anos morre após carro partir ao meio em acidente com caminhonete e caminhão na BR-153

Corpo da vítima foi encontrado às margens da rodovia. O acidente aconteceu próximo de Nova Olinda e o corpo foi levado para o IML de Araguaína

Modificado em 16/03/2025, 13:34

Carro é partido ao meio após acidente com caminhonete e caminhão

Carro é partido ao meio após acidente com caminhonete e caminhão (Alta Tensão-TO/Divulgação)

Um acidente entre três veículos deixou uma pessoa morta na BR-153, próximo a Nova Olinda, no norte do estado. A batida aconteceu na madrugada deste domingo (16) e por causa do impacto um carro partiu ao meio, segundo os Bombeiros. O caso também envolveu uma caminhonete e um caminhão. O corpo da vítima foi encontrado no meio do matagal de uma ribanceira.

A Polícia Rodoviária Federal informou que inicialmente teria acontecido uma colisão entre o carro e a caminhonete e que depois um caminhão bateu nos dois veículos. A causa do acidente ainda será investigada. A vítima foi identificada como Natanael Silva Souza, de 21 anos.

Conforme o Corpo de Bombeiros, o jovem dirigia o carro que foi partido ao meio. Quando os militares chegaram no local, encontraram o corpo dele às margens da rodovia, em uma ribanceira. A equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e constatou a morte da vítima.

Não há informações sobre o estado de saúde do motorista da caminhonete e caminhão. No local, os bombeiros fizeram a limpeza da pista e varredura no perímetro, para descartar a possibilidade de outras vítimas.

O corpo de Natanael foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Araguaína e foi liberado para os familiares na manhã deste domingo.

O JTo solicitou informações sobre o caso à Polícia Militar e Prefeitura de Araguaína, responsável pelos serviços do Samu, mas não teve resposta até a publicação da reportagem.

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Walfredo Antunes: Arquiteto que morreu durante tratamento contra câncer planejou Palmas usando conceitos da antiguidade

Walfredo Antunes morreu na sexta-feira (14), em Goiânia (GO). O arquiteto morava em Palmas, onde atuou na prefeitura e foi professor durante 20 anos na Universidade Federal do Tocantins; ele deixa duas filhas

Modificado em 15/03/2025, 13:25

Arquiteto e urbanista, Walfredo Antunes

Arquiteto e urbanista, Walfredo Antunes (Edu Fortes)

Walfredo Antunes de Oliveira Filho foi uma das grandes personalidades que atuaram na criação de Palmas, utilizando conceitos aplicados na antiguidade. O arquiteto morreu aos 76 anos após passar algumas semanas internado em um hospital em Goiânia (GO) , onde tratava um câncer no pâncreas. Em conversa com o g1, a irmã Glacy Antunes de Oliveira relembrou das muitas qualidades do urbanista.

Pai amoroso, irmão encantador, inteligência privilegiada, personalidade multifacetada, amigo dos amigos, competentíssimo artífice do urbanismo, gostava de arte, de música clássica, de jazz, leitor inveterado. Um homem adiante do seu tempo", contou.

O arquiteto morreu na manhã desta sexta-feira (14) em decorrência de uma insuficiência respiratória, segundo a família. Ele morava em Palmas, mas será velado e enterrado no cemitério Santana, neste sábado (15), a partir das 13h. Walfredo deixa duas filhas.

Arquiteto, ele teve um papel essencial na instalação da capital tocantinense. Após 35 anos de sua criação, a cidade chama atenção pela simetria das ruas e avenidas, fruto de um trabalho urbanístico que desde o início prezou pela mobilidade da população.

Em agosto de 2024, Walfredo contou durante entrevista ao g1 como foi escolhido o território da capital e definido o planejamento urbanístico da cidade.

Walfredo Antunes deixa legado importante na construção de Palmas

Instalação da capital e simetria

No início dos anos 1990, Walfredo Antunes de Oliveira Filho e Luís Fernando Cruvinel Teixeira definiram o território onde seria instalada a capital tocantinense. Na época, eles tiveram a opção de escolher uma cidade existente ou um novo espaço para construir uma cidade do zero. Inicialmente Araguaína e Gurupi eram opções, mas foram descartadas devido a conflitos em áreas de mineração e influência de Goiás sobre o Tocantins.

"Era um quadro de 90 por 90 quilômetros em uma região que não tinha muitas cidades, era mais uma espécie de vazio urbano. E parecia, por dados técnicos e empíricos, que localizar a capital neste local provocaria um equilíbrio da região urbana e não o contrário", disse o urbanista.

A instalação da capital então ficou entre a margem direita do Rio Tocantins e a Serra do Lajeado, próximo ao antigo povoado de Canela. O espaço foi escolhido levando em consideração a cota de inundação.

"Nessas áreas, aprofundamos esse estudo até perceber esta área contínua no pé da Serra, uma topografia muito favorável, uma área plana/semiplana, ligeiramente inclinada da Serra para o rio. Nós já sabíamos que haveria uma represa, que a cota de inundação seria 212. Calculamos essa largura entre a serra e a cota 212 e achamos que poderia se estabelecer um plano urbanístico ali de forma linear", explicou Walfredo na época.

Durante entrevista a, Walfredo relembrou que após a escolha do território foi definido um traçado para dividir o espaço, prezando principalmente pela mobilidade. A ideia foi baseada em traçados usados na antiguidade.

"Nós escolhemos o traçado ortogonal. (...) Porque é um traçado que proporciona uma mobilidade mais conveniente entre todas as suas partes. É um traçado usado desde a mais longínqua antiguidade, pelos assírios, os egípcios. [Os romanos] projetavam as cidades com base em vias paralelas a essa passagem e em vias que cruzavam de modo ortogonal para dar acesso a todas elas. O que gerava um traçado mais quadriculado".

E justamente por causa dessas escolhas que a capital tem uma malha quadriculada. As quadras inicialmente foram projetadas para ter uma dimensão de 700 metros a partir do centro delas, mas acabou sendo reduzida pela metade por causa do clima.

"Reduzimos essa medida pela metade, porque uma coisa é você caminhar em um clima temperado e outra é você caminhar sobre o sol do equador e sobre as chuvas que temos aqui. Então, decidimos fazer o ponto médio com 350 metros", explicou Walfredo.

No planejamento feito por Walfredo e Luís também foram definidos os eixos principais da cidade, sendo a avenida Teotônio Segurado, que percorre a cidade de Norte a Sul e a avenida Juscelino Kubitschek, que percorre a cidade de Leste a Oeste. Elas foram projetadas para abrigar o comércio.

Os espaços para a construção das sedes dos poderes executivos, jurídicos e legislativo do estado e sede da Prefeitura de Palmas também tiveram seus locais escolhidos no plano urbanístico. São elas: Praça dos Girassóis e Praça do Bosque.

A região Sul de Palmas, área onde atualmente estão os Jardins Aurenys I, II, III e IV, Jardim Taquari e a região de Taquaralto, não fez parte do planejamento original da capital.

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Walfredo Antunes, arquiteto que projetou Palmas, morre aos 76 anos em Goiânia

Velório e enterro serão realizados em Goiânia (GO). O arquiteto estava internado em um hospital particular, em tratamento contra um câncer de pâncreas

Modificado em 14/03/2025, 18:36

Walfredo Antunes

Walfredo Antunes (Divulgação/Prefeitura de Palmas)

O arquiteto Walfredo Antunes, de 76 anos, morreu nesta sexta-feira (14) em Goiânia (GO). Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital particular, onde fazia tratamento contra um câncer no pâncreas. Walfredo foi um dos responsáveis pelo planejamento arquitetônico de Palmas e pioneiro no Tocantins.

O arquiteto faleceu na manhã desta sexta-feira, por volta das 10h30, deixando duas filhas. Segundo a família, Walfredo morreu em decorrência de uma insuficiência respiratória.

A Universidade Federal do Tocantins (UFT), onde Walfredo atuou como professor durante 20 anos, publicou nota de pesar lamentando a morte do arquiteto e prestando solidariedade a familiares e amigos.

Walfredo morava em Palmas, mas será velado e enterrado no cemitério Santana neste sábado (15), a partir das 13h.

O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), emitiu uma nota lamentando a morte e decretou luto oficial de três dias.

Sua atuação foi fundamental na criação e no desenvolvimento da capital mais jovem do país, deixando um legado de projetos inovadores e um compromisso inabalável com a cidade que ajudou a construir e viu crescer", disse.

A Prefeitura de Palmas também decretou luto de três dias e lamentou o falecimento do urbanista. "O talento de Walfredo Antunes está intensamente ligado à história da capital do Tocantins. Os traços e projetos do profissional o fizeram um dos responsáveis pelo planejamento urbanístico de Palmas, na qual deixou sua marca em formas únicas".

Projetista de Palmas

Walfredo Antunes nasceu em 21 de março de 1948, em São Paulo (SP). Ele foi um dos arquitetos responsáveis pelo planejamento de Palmas, desde a escolha do local, até a organização das quadras e ruas. O projeto foi feito em parceria com Luís Fernando Cruvinel Teixeira, no início dos anos 1990.

Walfredo era graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Católica de Goiás e mestre em Planejamento Regional e Urbano pela Escola de Economia da Universidade de Londres.

Em 2019, o arquiteto foi escolhido para presidir o Instituto de Planejamento Urbano da capital (Ipup).