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Neurologia Ativa vence o Rede Cuca e conquista acesso à Superliga masculina; final da B será goiana

Equipe se junta ao Goiás Vôlei com vaga na final e direito de disputar a elite do vôlei nacional na próxima temporada

Modificado em 17/09/2024, 16:18

Neurologia Ativa vence o Rede Cuca e conquista acesso à Superliga masculina

Neurologia Ativa vence o Rede Cuca e conquista acesso à Superliga masculina
 (Globo Esporte)

A final da Superliga B é goiana, e o vôlei goiano terá duas equipes na Superliga masculina na próxima temporada (2024/2025). O Neurologia Ativa conquistou o acesso nesta quarta-feira (17), no ginásio da Cidade Jardim, ao vencer o segundo jogo da melhor de três contra o Rede Cuca, equipe do Ceará. Com parciais de 25/20, 26/27, 25/22 e 25/16, a equipe goiana avança à decisão da Superliga B e se junta ao Goiás Vôlei, que subiu na véspera.

Pela primeira vez, Goiás poderá ter duas equipes na Superliga. A rigor, os dois times conseguiram o direito de disputar a principal competição de vôlei do País ao avançar à final da Superliga B, mas precisam apresentar garantias para estar realmente no próximo torneio.

A única vez em que um time goiano disputou a Superliga masculina foi em 2022, com o Goiás Vôlei, que, agora, volta ao cenário da elite. Em outra ocasião, uma equipe goiana, o Monte Cristo, conquistou o acesso, mas não conseguiu disputar a Superliga por Goiás e se transferiu para Montes Claros-MG, cidade em que conseguiu apoio.

Agora, os dois times goianos, Goiás Vôlei e Neurologia Ativa, disputarão a final da Superliga B em um jogo único, em Goiânia. A Superliga B terá o segundo campeão de Goiás. Em 2013, o Monte Cristo ergueu a taça da competição, justamente na ocasião em que conseguiu o acesso, mas acabou jogando a elite por outro Estado.

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Times goianos terminam ano na zona de rebaixamento da Superliga

Saneago/Goiás Vôlei e a Neurologia Ativa ocupam as duas últimas colocações da competição nacional

Modificado em 23/12/2024, 22:56

Goiás Vôlei foi superado pelo líder Cruzeiro no encerramento do 1º turno da Superliga (Divulgação / CBV)

Goiás Vôlei foi superado pelo líder Cruzeiro no encerramento do 1º turno da Superliga (Divulgação / CBV)

Saneago/Goiás Vôlei e Neurologia Ativa, representantes do vôlei goiano na Superliga masculina, terminaram o 1º turno da competição e vão iniciar o ano de 2025 na zona de rebaixamento (Z2) do torneio nacional. Neste domingo (22), as equipes perderam mais uma vez na elite do vôlei nacional.

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O Goiás Vôlei, que vinha de derrota no confronto direto para o Joinville Vôlei, foi superado pelo líder Sada Cruzeiro. O time mineiro, que é o atual campeão mundial no esporte, venceu a equipe esmeraldina por 3 sets a 0 - as parciais foram de 25-21, 25-22 e 25-21.

Logo depois, a Neurologia Ativa perdeu mais uma vez na Superliga e segue sem vencer após 11 rodadas. O time goiano perdeu para o Praia Clube, que ganhou por 3 sets a 0, com parciais de 25-23, 25-20 e 25-15.

Os resultados deixam as equipes goianas nas duas últimas colocações da Superliga. A Neurologia, que ainda não venceu, é a lanterna com apenas dois pontos. Foram seis sets vencidos pelo time, que tem sete pontos de distância para o São José-SP, primeiro time fora do Z2. O Goiás Vôlei é o 11º colocado, com oito pontos (três triunfos), um ponto atrás da equipe paulista.

Dos dois clubes goianos, a Neurologia Ativa é a que mais encontrou problemas ao longo do 1º turno. A equipe convive com crise financeira, que resultou na saída de cinco jogadores - Johan Marengoni, Rodrigo Telles, o Alemão, Eduardo Wurster, Murilo Sgorlon e Eduardo Diniz -, na demissão do técnico Pedro Moska e na troca na presidência com a saída de Sávio Beniz para Danilo Santos assumir o cargo.

Neurologia Ativa perdeu para o Praia Clube na despedida da temporada de 2024 (Bruno Cunha / Praia Clube)

Neurologia Ativa perdeu para o Praia Clube na despedida da temporada de 2024 (Bruno Cunha / Praia Clube)

Posteriormente, Pedro Moska voltou ao comando da Neurologia Ativa, pouco mais de 20 dias depois de ter sido demitido.

Em comunicado, a Neurologia Ativa informou que fez um pedido de desculpas ao profissional e acertou o retorno do treinador, que assume a equipe no lugar de Derivaldo Mota.

Antes do jogo contra o Praia Clube, no domingo, o treinador, em entrevista ao Sportv, explicou que o acerto ocorreu após pedido do novo presidente Danilo Santos. Pedro Moska comentou que tem uma forte relação com o elenco da Neurologia Ativa e quer que a equipe termine a competição com dignidade.

A mais recente crise foi a suspensão preventiva do central Renan Levandoski, por suspeita de doping. O jogador de 32 anos passou por exame de doping no dia 28 de novembro e o resultado do exame apontou a presença de substância proibida, classificada como "esteróide androgênico anabolizante". Essa substância é utilizada para finalidade estética, para ganho de massa muscular ou melhora do desempenho esportivo. O clube organiza a defesa do atleta.

Do lado esmeraldino, o Goiás Vôlei não conviveu com problemas perto dos enfrentados pela Neurologia Ativa, mas também encontra dificuldades para deslanchar na Superliga.

Na análise da comissão técnica e de jogadores, o time goiano tem errado demais durante os jogos, como saques e lapsos em momentos das partidas em que o Goiás Vôlei "desliga" e vê adversários abrirem vantagens.

Em 11 jogos, o Goiás Vôlei venceu em três ocasiões - 3 a 2 diante da Neurologia Ativa (2ª rodada); 3 a 2 sobre o Praia Clube (6ª rodada); e 3 a 0 no São José-SP (8ª rodada). O clube não ganhou partidas consecutivas e perdeu confrontos diretos nas últimas rodadas, resultados que mantêm o time esmeraldino na zona de rebaixamento.

Recesso

Os elencos de Goiás Vôlei e Neurologia Ativa foram liberados para o recesso de final de ano e voltam às atividades após a virada. A partir de janeiro, os clubes terão 11 partidas no 2º turno para buscar a permanência na Superliga.

O próximo compromisso do Goiás será no dia 9 de janeiro de 2025, a partir das 18h30. No ginásio Sesi Vila Canaã, em Goiânia, o clube esmeraldino desafia o Vôlei Renata-SP, que é o 3º colocado da Superliga.

No mesmo dia, a partir das 20 horas, a Neurologia Ativa desafia o Sesi Bauru-SP, no ginásio Rio Vermelho, também em Goiânia. Os dois jogos são válidos pela 12ª rodada.

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Pela primeira vez, goianos se enfrentam na elite da Superliga masculina

Neurologia Ativa e Saneago/Goiás Vôlei fazem o primeiro clássico goiano na principal Divisão do vôlei nacional, neste sábado (2), no Ginásio Rio Vermelho

Modificado em 04/11/2024, 08:48

Rodrigo Telles, o Alemão, durante ataque do Neurologia Ativa contra o Sesi-Bauru

Rodrigo Telles, o Alemão, durante ataque do Neurologia Ativa contra o Sesi-Bauru (Felipe Wiira/Sesi-SP)

Um momento histórico para o vôlei goiano será escrito neste sábado (2), a partir das 11 horas, no tradicional ginásio Rio Vermelho. Pela primeira vez, um clássico goiano será disputado em uma edição da Superliga masculina. Neurologia Ativa e Saneago/Goiás Vôlei reeditam a decisão da Superliga B da última temporada no primeiro encontro entre eles na elite nacional, no encerramento da 2ª rodada.

Palco do duelo, o tradicional ginásio Rio Vermelho é a casa adotada pelo Neurologia para a disputa da edição de estreia do clube na Superliga e já recebeu grandes eventos, como a própria elite do vôlei goiano e jogos do NBB (basquete), além de jogos representativos de futsal e competições nacionais de outras modalidades.

Ingressos estão à venda com valor de 40 reais, inteira, com meia concedida com a doação de 1kg de alimento. O fato do clássico ser o primeiro a ser disputado na elite da Superliga foi levado em consideração pelos clubes ao longo da preparação para o jogo deste sábado.

"Esse clássico traz uma emoção diferente para todos nós. Sabemos que não é só mais um jogo, é história sendo escrita. Para mim e para os jogadores, isso vai além da quadra. É sobre representar Goiás, sobre levar o nosso vôlei ao nível que sempre sonhamos", comentou o técnico da Neurologia Ativa, Pedro Moska.

O clube convive com salários atrasados e optou por não dar entrevistas sobre o tema antes do jogo deste sábado, mas afirma que tem trabalhado para sanar os problemas financeiros e se tornar competitivo na Superliga.

Como o Goiás, a Neurologia Ativa busca reabilitação na competição. Os times goianos perderam na 1ª rodada, ambos fora de casa, e buscam a primeira vitória na Superliga.

"Ao longo da nossa preparação, já sabíamos que o início da competição seria bem difícil, mas o nosso grupo vem trabalhando forte no dia a dia. Vencer o clássico nos trará uma motivação ainda maior para as rodadas seguintes", afirmou o técnico do Goiás Vôlei, Hítalo Machado.

Neurologia Ativa e Goiás Vôlei são os principais clubes do vôlei goiano neste momento. Os clubes reeditam a final da Superliga B, disputada no final de abril, que terminou com título esmeraldino após vitória por 3 sets a 1 na decisão.

"Acredito que será uma partida histórica para o nosso estado. Embora tenhamos nos enfrentado em várias oportunidades na Superliga B, as duas equipes tiveram várias mudanças em seus elencos, mas o fato de ser a primeira partida das duas equipes em Goiânia, e termos nosso torcedor presente, torna ainda mais especial (a partida)", reforçou Hítalo Machado.

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Anápolis decide conquista inédita contra o Retrô-PE

Após vitória na ida, Galo da Comarca visita o Retrô-PE e pode conquistar primeiro troféu nacional em sua história

Modificado em 04/11/2024, 08:47

Longe de casa, em um palco de Copa do Mundo, o Anápolis busca seu primeiro título nacional. Neste domingo (29), a partir das 16 horas, o Galo da Comarca enfrenta o Retrô-PE pelo jogo de volta da decisão da Série D. O duelo será disputado na Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata-PE

Após vitória de 2 a 1 na partida de ida, o Anápolis joga pelo empate para conquistar o que pode ser o título mais importante da história do clube.

Ambos garantiram o acesso à Série C 2025, ao lado dos semifinalistas (Itabaiana-SE e Maringá-PR) e terão outro calendário no próximo ano, na Terceirona nacional, com pelo menos 19 partidas a serem disputadas.

No futebol goiano, o Anápolis é o terceiro clube que garante acesso e chega à final da Série D: antes, foram o Crac (vice em 2012) e a Aparecidense (campeã em 2021).

Como ganhou a partida em casa, o Anápolis tem três opções para garantir o título: a vitória, o empate ou até uma derrota, desde que seja por um gol de diferença e que, depois, na disputa por pênaltis, possa garantir o triunfo.

O Retrô-PE, conhecido como Fênix, foi fundado em 2016 e já se estabelece como um clube emergente no futebol pernambucano, capaz de medir forças com Sport, Santa Cruz e Náutico.

Para reforçar esta condição, nada melhor do que ser campeão nacional. Para isso, precisa de um triunfo por dois ou mais gols de diferença, para tirar a diferença goiana, ou bater o Galo da Comarca por um gol de frente, para levar a decisão às penalidades e nela também superar o adversário visitante.

A possibilidade de pênaltis é única -- será necessária caso o Retrô-PE vença por um gol de diferença.

Na Série D, que começou com 64 clubes, as penalidades fizeram parte da trajetória dos dois finalistas a partir da 2ª fase (mata-mata).

O Anápolis, para garantir a principal meta (o acesso), venceu o Iguatu-CE (5 a 4 nas quartas de final). Para obter o direito de ser finalista, eliminou o Maringá-PR (5 a 4). Nas duas situações, as vitórias se deram fora de casa. O Galo da Comarca aprendeu a cantar no terreiro alheio, a ser um visitante que gosta de aparecer sem avisar o dono da casa.

Os jogos distantes de Anápolis foram decisivos para o clube na Série D. Além de superar fora o Iguatu-CE e o Maringá-PR, o Galo da Comarca viveu duas situações fundamentais na condição de visitante.

No revés (1 a 0) para o Itabuna-BA, demitiu o técnico Hemerson Maria e efetivou o auxiliar ngelo Luiz como treinador, que liderou o Galo da Comarca até a final. Nas oitavas de final, venceu o Cianorte-PR (2 a 1) e fora e teve de jogar pelo empate em Anápolis (1 a 1) para passar de fase.

As decisões por pênaltis marcaram mais ainda o Retrô-PE. Na 2º fase, superou o campeão da Série D de 2022, o América-RN (7 a 6). Nas oitavas, eliminou o Manauara-AM (4 a 1), depois carimbou o acesso com outro triunfo nas penalidades sobre um dos favoritos, o Brasiliense-DF 3 a 2) e passou à final com vitória nos pênaltis (4 a 3) no Itabaiana-SE (4 a 3).

Foram quatro fases, quatro decisões na bola parada nas quais brilharam a estrela e a competência do goleiro Darley, enquanto o Anápolis primou pelo aproveitamento nas cobranças (não errou nenhuma vez) e a presença do goleiro Wellerson.

O campeão neste domingo vai festejar o título da Série D depois de cinco meses de caminhada -- o Retrô-PE começou o torneio no dia 27 de abril, quando ficou no empate sem gols com o CSE-AL. No dia seguinte (28 de abril), o Anápolis perdeu para o Brasiliense-DF (1 a 0).

No princípio, eram 64 participantes e só restaram os dois. Isso é uma prova da dimensão de ser finalista e lutar por um título nacional.

Neste domingo, é o dia de saborear a cereja no bolo. Ou melhor, ao vencedor cabe a honra de bordar sobre o escudo uma estrela, que pode ser dourada, de campeão da Série D. É a ambição do Anápolis, que conquistou um Goianão (1965), a Copa Goiás (1967), duas vezes a Divisão de Acesso (1990 e 2012), alguns torneios menores. Um troféu, com a chancela da CBF, cairá muito bem no espaço vazio da galeria do clube.

A missão está com a comissão técnica, o treinador ngelo Luiz e os 22 jogadores que estão relacionados para a final.

ngelo Luiz não terá dois jogadores importantes: o lateral Léo Azevedo e o atacante Gonzalo Fornari, suspensos. O meia Pedro Thomas, opção em boa parte da competição, está contundido e só deve voltar em 2025.

Os substitutos devem ser o experiente artilheiro Marcão (autor de 110 gols no futebol goiano, marca que faz dele o maior goleador em atividade em Goiás) e o volante e o meia Matheus Vinícius, novamente improvisado na lateral.

Pela primeira vez, Anápolis jogará em Pernambuco

O Anápolis, à medida que se tornou um dos participantes da Série D do Brasileiro nos últimos anos, foi conhecendo novos centros do futebol nacional, onde enfrentou adversários até então inéditos e que fez também o clube ter um calendário de jogos não só em nível regional como, ainda, nacional. A final deste domingo (29), na Arena Pernambuco, marca a primeira presença do Galo da Comarca em terras pernambucanas.

Assim, o time tricolor expande a marca, mostra que está vivo e que pretende ser um clube acostumado a jogar fora.

A partir da 2ª fase da Série D de 2024, o Galo da Comarca enfrentou adversários da Bahia (Itabuna), Paraná (Cianorte e Maringá), Ceará (Iguatu) e, neste domingo, fecha o roteiro diante do Retrô-PE -- ambos nunca haviam se enfrentado, até domingo passado (22), quando o Anápolis venceu por 2 a 1 no Estádio Jonas Duarte.

Na 1ª fase, a disputa foi regional: times do Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Brasília e Goiás (Iporá e Crac).

A primeira participação do Anápolis, em torneios de nível nacional, foi em 1966. Campeão do Estadual do ano anterior (1965), o Galo da Comarca se tornou o primeiro clube do interior goiano a disputar a Taça Brasil, depois reconhecida pela CBF como Campeonato Brasileiro. A equipe tricolor enfrentou o Rabello-DF e o Americano-RJ.

Na década de 1980, o clube disputou o Brasileiro 1981, a chamada Taça de Prata -- a Anapolina, arquirrival local, foi vice-campeã. No Grupo 6, o Anápolis não passou de fase e enfrentou Anapolina, União-MT, Gama-DF, Leônico-BA, Bahia e Atlético-GO.

Alguns anos depois, em 1986, o Galo ficou no Grupo 6 do que seria a Série B daquela época, jogando contra os paulistas Internacional-SP, Juventus e Santo André, Mixto-MT, Ubiratan-MS, Uberlândia e América (ambos de Minas Gerais) e Itumbiara.

No próximo ano, na Série C, o Anápolis mudará a logística. Terá de disputar 19 jogos na 1ª fase da competição -- já sabe que enfrentará o Retrô-PE, Maringá-PR, Itabaiana-SC, além dos clubes que não estão na fase final da Série C nem foram rebaixados.

Entre eles, estão Náutico, CSA-AL, Figueirense-SC, Tombense-MG, Confiança-SE, ABC-RN, Caxias-RS, Floresta-CE e quatro equipes que vão sobrar da fase semifinal da Série C (as que não conquistarem o acesso à Série B).

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Taça das Favelas Goiás define os campeões de 2024

Decisões da 5ª edição do torneio terá clássico Quilombola no masculino e duelo entre times de Goiânia na decisão feminina

Modificado em 04/11/2024, 08:56

Clássico no masculino coloca frente a frente o Quilombola Boa Nova (de azul) contra o Quilombola Diadema

Clássico no masculino coloca frente a frente o Quilombola Boa Nova (de azul) contra o Quilombola Diadema (Fábio Lima)

Vitrine entre jovens que tentam realizar o sonho de jogarem futebol, a Taça das Favelas Goiás define neste sábado (21) os campeões dos torneios masculino e feminino. Com transmissão da TV Anhanguera, a 5ª edição da competição terá suas decisões disputadas no estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA), a partir das 14 horas. A entrada é gratuita e os portões vão ser abertos a partir das 12 horas.

Neste ano, do lado feminino há um confronto entre equipes de Goiânia. O Gentil Meireles busca o tricampeonato consecutivo. O desafio será diante do Novo Mundo, que busca seu primeiro caneco. Este duelo será disputado a partir das 14 horas.

No masculino, o campeão será inédito. Pela primeira vez, inclusive, o confronto na decisão será entre comunidades quilombolas. A partir das 15h15, o Quilombola Boa Nova enfrenta o Quilombola Diadema na segunda final do dia.

A Taça das Favelas é um torneio que reúne sonhos e histórias de pessoas apaixonadas pelo futebol. Lucigleise Lima, de 28 anos, é lateral direita e uma das fundadoras do Novo Mundo, que está em sua primeira final na competição.

Ela trata o esporte como diversão, neste momento. Mãe de seis filhos, com idades entre 3 e 13 anos, a atleta do Novo Mundo disputou a Taça das Favelas de 2022, quando defendeu o Jardim Guanabara, e está em sua segunda participação no torneio.

"Eu moro no Novo Mundo há sete anos e, junto com a Milka (companheira de time), nos juntamos com algumas meninas do Vila Morais e montamos o time. O Alex (treinador da equipe) é primo da Milka e conversamos com ele sobre a ideia de assumir o comando da equipe, deu certo", comentou Lucigleise Lima sobre a criação da equipe.

Algo em comum em destaques do Gentil Meirele e Novo Mundo é a rotina pesada que não envolve apenas futebol. Thais Vitória, de 19 anos, é meia-atacante da equipe bicampeã da Taça das Favelas.

Ela, assim como Lucigleise, não vive exclusivamente do futebol. As duas trabalham e conciliam rotina profissional e esportiva, com treinos e jogos.

Thais Vitória, por exemplo, mora em São Luís de Montes Belos e treina no Aliança, que também disputa o Campeonato Goiano feminino. Pelo menos duas vezes por semana, ela encara 1h30 de carro para vir a Goiânia treinar e disputar jogos pela equipe, que forma a base do finalista Gentil Meirelles.

"Treino todos os dias. Segunda, quarta e sexta na minha cidade com um treinador particular, terça e quinta no Aliança", explicou Thais.

A atleta ainda concilia sua rotina de treinos e jogos com o emprego na prefeitura da cidade do interior e tem o sonho de ser jogadora de futebol profissional.

Ambas dizem que o sentimento é de orgulho por disputarem a decisão do torneio neste ano. "Hoje, poder representar o setor que eu moro, minha comunidade, é algo sem palavras. Não consigo descrever a emoção que sinto neste momento", declarou Lucigleise Lima.

Final Quilombola

Pela primeira vez em cinco edições, a Taça das Favelas terá um clássico quilombola na decisão. O duelo vai ocorrer na disputa masculina, entre Quilombola Diadema, de Teresina de Goiás, e Quilombola Boa Nova, de Professor Jamil. Este duelo tem previsão de ocorrer, a partir das 15h15, depois da decisão feminina.

As comunidades estão separadas por quase 600 km e possuem jovens que carregam a vontade de um dia atuarem profissionalmente no futebol. Ariel Ribeiro da Costa, do Quilombola Diadema, e Vitor Siqueira de Souza, volante do Quilombola Boa Nova, são exemplos.

Ariel começou a jogar futebol há oito anos (ele tem 16) e sonha em seguir carreira como profissional.

Ele estava na van da equipe Quilombola Diadema que há um mês se envolveu em um acidente, que resultou na morte de duas pessoas.

A tragédia ocorreu no dia 23 de agosto e envolveu a van que levava o time para Goiânia e uma picape, na GO-118, em Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Os dois motoristas morreram e três jogadores da equipe ficaram feridos.

Por esta razão, o troféu da final masculina desta edição será intitulado como "Natal Pereira da Silva", em homenagem ao motorista da van que levava a equipe do Quilombola Diadema.

Antes dos jogos, o time costuma fazer um minuto de silêncio antes das partidas, em homenagem ao motorista. Após o acidente, dois atletas deixaram a equipe, por receio das viagens longas e frequentes.

Ariel Ribeiro comentou que a equipe sentiu muito a perda de Natal Pereira, de 62 anos, e que isso incentiva a equipe a conquistar o troféu. "Nós perdemos um amigo, um companheiro. Ele nos deu força para continuar com o nosso objetivo e honrar ele", frisou o jogador.

Vitor Siqueira de Souza também sonha com uma oportunidade de viver do esporte. Com 15 anos, o atleta do Quilombola Boa Nova chega a sua terceira participação na competição -- em 2022 ele foi banco e titular no ano passado e neste ano.

Essa será a segunda final da Taça das Favelas consecutiva do jogador pela comunidade Quilombola Boa Nova. Em 2023, a equipe foi vice-campeã após ter sido superada pelo Orlando de Morais, no estádio Antonio Accioly.

O jogador garantiu que a equipe está preparada e confiante para a decisão deste ano. "Dessa vez será diferente e vamos trazer o título", afirmou o jovem da comunidade Quilombola Boa Nova.

Para Vitor, participar da Taça das Favelas é uma oportunidade de visibilidade, não só para os atletas que estão em campo, mas para a própria comunidade.

Ariel concorda que a Taça das Favelas se tornou uma vitrine no Estado. "Um impacto de nível nacional, onde nós todos podemos ter uma grande oportunidade de ser visto no esporte", opinou o jogador do Quilombola Diadema.

A Taça das Favelas em 2024 teve 324 partidas entre as séries A e B, nas categorias masculino e feminino. Mais de 25 mil atletas participaram da competição desde as fases iniciais. Ao todo, 232 comunidades estiveram envolvidas.

Clássico no masculino coloca frente a frente o Quilombola Boa Nova (de azul) contra o Quilombola Diadema

Clássico no masculino coloca frente a frente o Quilombola Boa Nova (de azul) contra o Quilombola Diadema (Fábio Lima)