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Paris inaugura Paralimpíadas com cerimônia 'militante'

Assim como ocorreu nos Jogos Olímpicos, é a primeira vez que a cerimônia de abertura paralímpica ocorre fora de um estádio

Folhapress

Modificado em 17/09/2024, 17:21

Abertura das Paralimpíadas de Paris ocorreu fora de um estádio pela primeira vez a história

Abertura das Paralimpíadas de Paris ocorreu fora de um estádio pela primeira vez a história (Alessandra Cabral/CPB)

Uma cerimônia "militante" - na definição de seu criador, o diretor de teatro Thomas Jolly -, com uma mensagem de conscientização para a inclusão das pessoas com deficiência, abre os Jogos Paralímpicos de Paris na noite francesa de quarta-feira (28).

Menos ambiciosa que a abertura dos Jogos Olímpicos, um mês atrás, mas nem por isso pouco grandiosa, a festa foi realizada nos Champs-Elysées, principal avenida da capital francesa, e na praça da Concórdia, onde em 1793 o rei Luís 16 e a rainha Maria Antonieta foram guilhotinados.

Na abertura olímpica, organizada em um percurso de seis quilômetros às margens do rio Sena, Jolly tinha criado polêmica com diversas provocações, entre elas uma cantora representando a rainha decapitada. Desta vez, em suas próprias palavras, o diretor decidiu enfatizar a "concórdia" que dá nome à praça.

O nome dado por Jolly ao espetáculo, "Paradoxe", é, segundo ele, uma referência à contradição entre o heroísmo dos campeões paralímpicos e os desafios cotidianos às vezes prosaicos com que eles se deparam nas ruas -como descer uma escada para pegar o metrô.

"É a primeira vez que uma cerimônia de abertura paralímpica é realizada no centro de uma cidade, e sabemos que as cidades não são adaptadas [para pessoas com deficiência]", afirmou.

Como definiu a ministra dos Esportes e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Amélie Oudéa-Castéra, a intenção da cerimônia não é "chocar", mas "chamar a atenção".

Assim como ocorreu nos Jogos Olímpicos, é a primeira vez que a cerimônia de abertura paralímpica ocorre fora de um estádio. Boa parte dos cerca de 4.400 atletas, representando 167 delegações e a equipe paralímpica de refugiados, desfila nos Champs-Elysées, diante de um público de cerca de 50 mil pessoas.

Os 88 atletas russos inscritos, autorizados a competir sob o nome de "atletas individuais neutros", foram impedidos de participar em razão da invasão da Ucrânia.

Beth Gomes (atletismo) e Gabriel Araújo, o Gabrielzinho (natação), campeões paralímpicos em Tóquio, três anos atrás, representam o Brasil como porta-bandeiras.

Doze tochas paralímpicas diferentes convergiram de todas as regiões da França em direção ao local da cerimônia de abertura, depois de um revezamento de quatro dias e mil participantes, iniciado no Reino Unido, em Stoke Mandeville, localidade berço do movimento paralímpico: ali, em 1948, foi realizado o embrião do que viria a se transformar nos atuais Jogos.

Entre os portadores da tocha mais famosos está o ator chinês Jackie Chan, 70, estrela de filmes de ação hollywoodianos, muito popular na França.

A mesma pira dos Jogos Olímpicos voltará a ser acesa para os Paralímpicos. Instalada em um balão e sem fogo de verdade - a "chama" é um efeito criado por vapor d'água e lâmpadas LED -, ela se tornou uma atração turística da capital francesa, no Jardim das Tulherias, entre o Museu do Louvre e o obelisco da Concórdia.

Os Jogos Paralímpicos terão 22 esportes em 19 sedes de competição, entre elas algumas das que mais impressionaram nos Jogos Olímpicos, como Versalhes (paraequitação), Grand Palais (esgrima em cadeira de rodas e parataekwondo) e Torre Eiffel (futebol de cegos).

O evento terminará em 8 de setembro, com uma cerimônia também concebida por Thomas Jolly, que será realizada no Stade de France, mesmo palco do encerramento dos Jogos Olímpicos, no último dia 11.

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Brasil festeja melhor campanha da história nas Paralimpíadas

Foram 25 medalhas de ouro, 26 de prata e 38 de bronze

Modificado em 17/09/2024, 17:23

Carol Santiago conquistou três ouros e duas pratas em Paris-2024

Carol Santiago conquistou três ouros e duas pratas em Paris-2024 (Marcello Zambrana/CPB)

Depois do fim das provas com brasileiros neste domingo (8) nas Paralimpíadas de Paris-2024, o Brasil festejou os recordes em sua melhor edição paralímpica da história. O país teve seu melhor desempenho na história em pódios e primeiros lugares conquistados: foram 25 medalhas de ouro, 26 de prata e 38 de bronze.

Os recordes anteriores de medalhas ocorreram em Tóquio e foram superados: o recorde de medalhas douradas, já que foram 25 ouros em Paris, contra o recorde de 22 em Tóquio. Ao todo, foram 88 pódios, pulverizando os recordes de Tóquio e do Rio de Janeiro, que tiveram 72 medalhas com o Brasil.

O Brasil também obteve medalhas em dois esportes que nunca tinham subido ao pódio antes: no tiro paralímpico, em que ganhou a prata com Alexandre Galgani, e o para-badminton, em que Vitor Tavares ganhou o bronze.

"O resultado dos Jogos foi excepcional. Campanha com 89 medalhas, que poderia ter sido ainda melhor, já que perdemos duas provas por 2 centésimos. Estou muito orgulhoso, foi irretocável. Nossa meta era ficar entre os oito, ficamos no top 5. É muita felicidade e sensação de que o trabalho vale a pena", destacou Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

MODALIDADES EM ALTA
Nos esportes onde o Brasil costuma trazer um grande número de medalhas, o número aumentou: a natação foi de 23 medalhas em Tóquio-2020 para 26 em 2024. Já o atletismo, um dos carros-chefes do projeto brasileiro, foi de 28 na edição anterior para 36 em 2024.

A posição no quadro de medalhas só não foi melhor por causa de derrotas inesperadas, como o futebol de cegos, que ficou "somente" com a medalha de bronze após cinco ouros consecutivos, e algumas derrotas em esportes coletivos, como no goalball, que só teve o bronze masculino, e no vôlei sentado, que não trouxe medalhas.

Para o presidente do Centro Paralímpico Brasileiro (CPB), o resultado se iniciou com um projeto de mudança estratégica na seleção dos atletas e com uma mudança na ideia do Centro, que colocou a inclusão em primeiro lugar, procurando novos atletas em todos os cantos do pais.

"Não dá para falar do resultado de agora sem falar de 2017, com o início do planejamento estratégico. Esse plano foi uma bússola ao longo dos últimos 8 anos, e foi ele quem nos guiou até aqui. Esse plano trouxe uma mudança muito importante na estratégia do CPB. Primeiro, ele traz a inclusão como centro do nosso propósito, sai da periferia, e a gente deixa de fazer a inclusão com a repercussão do esporte, e passa a ter essa inclusão na nossa missão. A gente muda também a lógica do desenvolvimento esportivo, então a gente passa a ir até os atletas, já que o CPB organizava os campeonatos e selecionava os melhores, e confirmava nossas seleções. E a gente entendeu que esse modelo havia chegado no limite, e a gente precisava mudar a lógica do desenvolvimento e ir até as pessoas."

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Goiana do tiro com arco se despede das Paralimpíadas de Paris-2024 sem medalha

Jane Karla Gögel competiu no individual e nas duplas do arco composto e caiu nas quartas de final nas duas disputas

Modificado em 17/09/2024, 17:31

Jane Karla (d) e Reinaldo Charão na disputa de duplas de Paris-2024

Jane Karla (d) e Reinaldo Charão na disputa de duplas de Paris-2024 (Silvio Avila/CPB)

Na manhã desta segunda-feira (2), a goiana Jane Karla Gögel e o gaúcho Reinaldo Charão foram eliminados nas quartas de final do tiro com arco, categoria duplas composto W2, dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Os brasileiros foram derrotados pelos iranianos Fatemeh Hemmati e Hadi Nori por 153 a 151.

Nas disputas do dia, Jane Karla e Reinaldo avançaram para as quartas de final sem confronto nas oitavas. O duelo contra a dupla da Costa Rica, Maria Riveros e Diego Arias, não aconteceu e eles passaram direto.

Esta é a 5ª participação de Jane Karla em Jogos Paralímpicos. Em Pequim-2008 e Londres-2012 a goiana disputou a competição de tênis de mesa. Já na Rio-2016 e em Tóquio-2020, a atleta competiu na modalidade de tiro com arco.

Em Paris-2024, Jane Karla chegou às quartas de final do torneio individual de arco composto do tiro com arco, mas foi eliminada pela britânica Jodie Grinham por 143 a 141.

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Em Paris, William Bonner diz ainda não estar 100% pós-Covid

Modificado em 17/09/2024, 17:21

Em Paris, William Bonner diz ainda não estar 100% pós-Covid

(Divulgação TV Globo)

William Bonner, 60, tirou um rápido intervalo do Jornal Nacional, da Globo, e escolheu desfrutar as belezas da cidade de Paris, França. O apresentador interagiu com turistas brasileiros no Musée de l'Orangerie, localizado na Place de la Concorde, nesta segunda-feira (2). Simpático com quem aproximava para perguntar sobre o seu estado de saúde, ele contou que "ainda não estava 100%" após a Covid.

Ele também reclamou do calor e da falta de umidade do ar que atingem a capital francesa nos últimos dias e provocam sintomas como coriza, desconforto para respirar e irritação nos olhos, por exemplo. "Sinto um pouco mais cansado com esse calor", disse.

Bonner divulgou que tinha recebido o diagnóstico da Covid-19 na quinta-feira, dia 15 de agosto, quando publicou uma imagem mostrando um exame. Esta teria sido a segunda vez que o apresentador testou positivo para o coronavírus.

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Atletas goianos iniciam busca por medalhas nas Paralimpíadas-2024

Com menos da metade de atletas do Estado de três anos atrás, Brasil busca repetir o bom desempenho de Tóquio, em que foi 7º lugar geral

Modificado em 17/09/2024, 17:21

Adria Silva, do vôlei sentado, vai para sua quarta edição de Paralimpíada

Adria Silva, do vôlei sentado, vai para sua quarta edição de Paralimpíada
 (Alessandra Cabral/CPB)

++LUIZ FELIPE MENDES++

Nesta quarta-feira (28), a partir das 15 horas, na Avenida Champs-Élysées e Praça La Concorde, em Paris, a cerimônia de abertura dá início aos Jogos Paralímpicos, que terão a presença de seis atletas goianos em meio à delegação brasileira.

Em comparação com as Paralimpíadas de Tóquio-2020, disputadas em 2021, o número de atletas goianos caiu mais do que a metade. Naquela edição, eram 13 goianos, sendo três do vôlei sentado, três do tiro com arco, duas do tênis de mesa, dois da natação, um do ciclismo, uma da bocha e um do atletismo.

Rodrigo Parreira (atletismo), Carlos Alberto Gomes (ciclismo), Jane Karla (tiro com arco), Adria Silva e Nurya de Almeida (vôlei sentado) estiveram em Tóquio e estarão em Paris. Raysson Ferreira (vôlei sentado) é o único novato. Ercileide da Silva (bocha), Lethicia Rodrigues (tênis de mesa), Millena França (tênis de mesa), Rejane Cândida (tiro com arco), Helcio Perillo (tiro com arco), Ruiter Silva (natação), Vanilton Filho (natação) e Jani Freitas (vôlei sentado) não conseguiram os índices ou não estiveram entre os convocados.

Como ocorreu em Tóquio, as Paralimpíadas de Paris receberão quatro atletas que não são goianas, mas atuam por entidades do Estado. São todas do vôlei sentado. Luiza Fiorese, Pâmela Pereira e Camila de Castro estiveram na última edição e foram novamente chamadas. Edwarda Oliveira é mais uma na equipe.

O médico Marcelo Machado, do atletismo, e o auxiliar Henrique Junqueira, do tiro com arco, são goianos e estarão nas comissões, assim como o paraibano José Agtonio, técnico da seleção masculina de vôlei sentado, que trabalha em Goiás.

Números

As Paralimpíadas de Paris serão disputadas entre 28 de agosto e 8 de setembro. O Brasil inscreveu 280 atletas, com 255 esportistas com deficiência, 19 atletas-guia (sendo 18 do atletismo e um do triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo.

O Brasil terá atletas em 20 das 22 modalidades, ausente apenas no basquete em cadeira de rodas e no rúgbi em cadeira de rodas. O país tem forte representatividade na competição. Em Tóquio-2020, por exemplo, o Brasil ficou em 7º lugar no quadro geral de medalhas, com 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes. Neste ano, a projeção é de que o desempenho mantenha o nível, inclusive com a presença dos goianos

Natural de Goiânia, Jane Karla, de 49 anos, é uma das favoritas no tiro com arco composto feminino. Esta será a sua 5ª participação em Jogos Paralímpicos, após disputar o tênis de mesa em Pequim-2008 e Londres-2012, além do tiro com arco no Rio-2016 e Tóquio-2020.

No Mundial de Tiro com Arco Paralímpico, em 2023, Jane Karla garantiu duas medalhas de prata e uma de bronze e chegou a liderar o ranking mundial de maneira provisória. Em Paris, ela vai em busca de um pódio inédito - seu melhor resultado foi no individual do Rio-2016, quando terminou em 5º lugar.

"É o sonho de todo atleta chegar em um momento tão importante, que são as Paralimpíadas. É um grande orgulho representar o nosso Brasil em uma competição tão grandiosa. A expectativa é boa, é claro, estamos sempre lutando em busca de um grande resultado. Venho me preparando forte, participei de muitas competições, conquistei grandes resultados e espero conseguir manter esse ritmo e conquistar uma medalha", declarou.

Em Paris desde o dia 21 de agosto, após uma semana de aclimatação (adaptação) na Itália, a arqueira goiana vem treinando desde então e fará o seu ranqueamento no sábado (29), às 8 horas, no horário de Brasília. Jane Karla faz parte da categoria Open, para atletas com deficiência em um membro (superior ou inferior) ou ainda em dois membros (inferiores ou superior e inferior de um mesmo lado).

O vôlei sentado conta com outros três atletas naturais do estado de Goiás - Adria Jesus da Silva e Nurya de Almeida Silva, no feminino, e Raysson Ferreira, no masculino. Adria, de 41 anos, vai disputar a sua 4ª Paralimpíada, depois de faturar o bronze em 2016 e em 2020. Na Copa do Mundo da modalidade, em 2023, o Brasil também ficou com o bronze.

"É viver um sonho. Estou muito feliz em representar o meu país novamente. É um evento grandioso, sonho de qualquer atleta, cada participação é única. As chances são boas. A equipe está bem preparada, queremos muito esse ouro", comentou a goianiense, que faz parte da classe VS1, para atletas com deficiências mais severas e que têm maior impacto nas funções essenciais do vôlei sentado, como amputados de perna, caso de Adria.

O Brasil está no Grupo B do vôlei sentado feminino e vai estrear no sábado (29), às 7 horas, no horário de Brasília, contra Ruanda. Depois, o time enfrenta o Canadá na outra segunda-feira (31), às 13 horas, e fecha a fase de grupos diante da Eslovênia, no dia 2 de setembro, às 9 horas.

No naipe masculino, Raysson está nas alturas com a possibilidade de participar dos Jogos Paralímpicos pela 1ª vez na carreira. Natural de Goiânia, o jogador de 24 anos fez um período de aclimatação em Troyes, na França, com a última semana de foco total nos treinos.

"É algo incrível, que eu não tinha vivido antes e nem chegado perto de viver. A gente vai em algumas competições internacionais, mas a Paralimpíada é algo surreal, ainda mais por ser a (minha) primeira, então estou conhecendo muita coisa. Muitas modalidades, pessoas de locais diferentes, conhecendo culturas diferentes, o jeito de cada país de fazer as coisas", declarou.

Como o feminino, o time masculino está no Grupo B do vôlei sentado de Paris-2024. Os jogos da fase de grupos serão no domingo (30), às 13 horas, contra Alemanha; na terça-feira (1º), às 7 horas, contra o Irã; e no dia 3 de setembro, às 13 horas, contra a Ucrânia.

Raysson afirmou que a equipe vem estudando os adversários, principalmente os alemães da estreia, buscando pontos fracos. Tudo isso para conseguir bons resultados, tentar beliscar um local no pódio e promover uma influência positiva em Goiás e no Brasil para a modalidade.

"A importância (das Paralimpíadas) é muito grande, porque dá visibilidade para o estado, mas o principal que eu quero é incentivar, motivar outras pessoas com deficiência para continuar e buscar o esporte. Não só no paradesporto, mas no esporte convencional. Não passa pela nossa cabeça não pegar uma medalha."

Além de Jane Karla, Adria, Nurya e Raysson, são de Goiás também os atletas Rodrigo Parreira, de Rio Verde, no atletismo, e Carlos Alberto Soares, de Anápolis, no ciclismo. Rodrigo vai participar da categoria T36 do salto em distância masculino, no dia 2 de setembro, às 14h12. Carlos Alberto, por sua vez, estará no contrarrelógio C1 masculino em 4 de setembro, às 3 horas, e na resistência C1 e C3 masculino no dia 7, às 4h30.