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Comitê avalia reabertura dos cinemas em Goiânia

Em outras cidades, como Aparecida de Goiânia, Jataí, Anápolis e Valparaíso de Goiás, há pouco mais de um mês, as sessões já foram retomadas

Modificado em 24/09/2024, 00:14

Comitê avalia reabertura dos cinemas em Goiânia

Depois de oito meses fechadas por conta da pandemia do novo coronavírus, as salas de cinemas tradicionais na capital podem estar perto de reabrir. Dois pedidos para flexibilização do setor foram encaminhados à prefeitura de Goiânia e, na próxima segunda-feira (23), o tema entra em discussão no comitê de crise instalado para o enfrentamento da Covid-19. Em outras cidades, como Aparecida de Goiânia, Jataí, Anápolis e Valparaíso de Goiás, há pouco mais de um mês, as sessões já foram retomadas.

"É difícil saber quais são as chances da autorização de reabertura desse segmento porque envolve vários outros setores, que não são apenas de interesse comercial, como o Ministério Público e a Secretária de Saúde. Mas o nosso cenário epidemiológico é favorável porque estamos desde setembro com redução de óbitos e nossa taxa de internação está abaixo de 50%. Hoje Goiânia tem condições de flexibilizar esse setor", avalia o superintendente de vigilância em saúde de Goiânia, Yves Mauro Fernandes Ternes.

Caso seja aprovada a flexibilização da reabertura dos cinemas, a previsão é que em cinco dias as salas estejam funcionando novamente na capital. "Sendo autorizado vai ser publicado uma nota técnica e depois um decreto favorável. Até o fim de semana provavelmente já teria o retorno", prevê Yves. O superintendente adiantou que o protocolo está sendo analisado e que segue regras como medição da temperatura na entrada, distância de duas poltronas, higienização das salas no intervalo das sessões e disponibilização de álcool em gel.

Yves lembra que apesar do cenário favorável, a situação de outras cidades, como São Paulo, que vem, segundo infectologistas, passando pela segunda onda da doença, pode ser levada em consideração na decisão de flexibilização dos cinemas. "O Ministério Público já está se movimentando para reabertura de novos leitos em Goiânia e com certeza pode colocar alguns questionamentos em algumas liberações de atividades que não ocorreram ainda, caso dos cinemas", ressalta o superintendente.

Vários países da Europa, como França e Portugal, que foram os primeiros a reabrirem em junho, fecharam recentemente novamente as salas de cinema por conta da segunda onda do novo coronavírus, assim como Itália, Polônia, Alemanha e Irlanda.

Geral

Covid 5 anos: sequelas da pandemia seguem vivas

Em 26 de março de 2020, morria a primeira vítima do coronavírus em Goiás. Viúvo e filhas de Maria Lopes ainda choram a perda devido à doença que devastou centenas de milhares de famílias no Brasil

Irmãs Iara e Sandra celebram a vida de seu pai, Paulo Alves de Souza, 1º paciente do HCamp na pandemia (Wildes Barbosa / O Popular)

Irmãs Iara e Sandra celebram a vida de seu pai, Paulo Alves de Souza, 1º paciente do HCamp na pandemia (Wildes Barbosa / O Popular)

Cinco anos depois, ainda é difícil aos familiares de Maria Lopes de Souza recordar o momento de sua partida após a infecção pelo Sars-CoV-2, que por muito tempo foi chamado de "novo coronavírus", surgido na China. A técnica de enfermagem aposentada, então com 66 anos, moradora de Luziânia, município do Entorno do Distrito Federal, foi a primeira vítima fatal da Covid-19 em Goiás. Naquele 26 de março de 2020, o Brasil já registrava 76 mortes, mas ainda havia um cenário de incertezas. No Estado, as autoridades de saúde buscavam respostas para delinear a melhor forma de atendimento à população. A perplexidade pairava Brasil afora.

A assistente social Sandra de Souza, 46, filha caçula de Maria Lopes, busca na memória os dias que antecederam a morte da mãe. "Estávamos com muito medo, as escolas tinham parado de funcionar e nós orientamos nossos pais a ficarem isolados na fazenda, sem receber ninguém." No dia 13 de março, o Decreto 9.633/2020 definiu a situação de emergência na saúde pública em Goiás e a partir daí vieram sucessivos decretos determinando isolamentos. Sandra conta que no final da primeira quinzena de março a mãe foi a uma igreja. "Acreditamos que foi o local da contaminação, porque ela não saía de casa."

O mal-estar respiratório de Maria e do marido Paulo Alves de Souza, então com 72 anos, alertou os filhos. "Pensamos em pneumonia, mas estranhamos porque ficaram doentes juntos", relata Sandra. Levaram o casal a uma unidade de pronto atendimento (UPA), onde foi medicado. Como a febre de Maria não cedeu, ela se dirigiu a um hospital privado de Luziânia e o médico a encaminhou para a UPA do Jardim Ingá, por entender que a unidade pública estaria mais preparada para casos daquele vírus desconhecido. "Ela ficou na sala vermelha e lá não tinha tomografia. Minha irmã a levou para um hospital particular de Valparaíso e o exame deu sugestivo de Covid", lembra a filha.

Maria Lopes de Souza: vítima da doença e do negacionismo (Divulgação)

Maria Lopes de Souza: vítima da doença e do negacionismo (Divulgação)

"Foi aterrorizante. Cinco anos depois é difícil falar nisso. Enquanto tentávamos entender o que estava acontecendo, agarrados a qualquer fio de esperança, o que recebíamos era desinformação. Diziam que era exagero, que era só uma "gripezinha" e que o medo era infundado." Maria Lopes foi transferida para Goiânia e internada no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), então a unidade referência para atender infectados pelo novo coronavírus. Ela morreu na madrugada do dia 26, um dia após a internação. As autoridades de saúde anunciaram o óbito ressaltando que se tratava de uma paciente com comorbidades.

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Ao saber da morte da mulher, Paulo começou a passar mal e foi levado para a UPA do Jardim Ingá e de lá para Goiânia, tornando-se o paciente inaugural do primeiro Hospital de Campanha (HCamp) para enfrentamento da nova doença, montado em 14 dias no antigo Hospital do Servidor Público, que nunca tinha funcionado. "Era tudo novo e foi muito sofrido para a família. As pessoas evitavam contato conosco. Não passavam na calçada de nossas casas. Até parentes tinham receio. Na época, eu não conseguia falar no assunto", lembra a filha. Paulo ficou internado por seis dias. Sua alta foi muito comemorada pelos servidores, mas psicologicamente o motorista aposentado estava devastado.

"Ele se recuperou rapidinho, mas ficou depressivo. Até hoje, quando toca no assunto, chora", afirma a filha. Paulo não ficou com sequelas da Covid-19 e, aos 77 anos, continua morando na propriedade rural da família. Ele e Maria tiveram três filhos (Iara, Luis Carlos e Sandra), nove netos e dois bisnetos. "Há cinco anos, a Covid-19 mudou o mundo. Para nós, é uma mudança que tem nome, tem rosto e tem ausência. Nossa mãe é uma das vítimas dessa doença que muitos insistiram em negar. A nossa perda não foi só um número. Foi um vazio que nunca mais se preencheu. O que dói não é só a perda, mas a maneira como tudo aconteceu. Além da dor de ver quem a gente ama partir, tivemos que enfrentar o peso da negação, do descaso e da mentira."

Para enfrentar o luto, Sandra decidiu homenagear a mãe criando dois perfis em redes sociais -- @oamorquefica -- que, juntos, somam 1 milhão de seguidores. Neles, além de amor, ela fala de ausência e de resiliência. "A dor persiste, a saudade sufoca e a revolta ainda arde. Nossa mãe não foi só uma estatística, foi amor, foi história e foi vida. Ela foi tirada de nós por um vírus e por um sistema que preferiu fechar os olhos para a verdade", enfatiza.

Relações desfeitas pelo vírus

Marcada pela dor, a história de Maria e Paulo Lopes de Souza, até então um anônimo casal de Luziânia, se soma a muitas outras que vieram depois. No dia 12 de março, data em que o Brasil registrou a primeira morte por Covid-19, o músico Roberto Célio Pereira da Silva, o Xexéu, vestiu uma camiseta com a inscrição "Cláudia-se" para uma de suas apresentações. Foi a forma que encontrou para homenagear a afilhada e amiga Cláudia Garcia, cantora que morreu aos 49 anos no dia 26 de fevereiro de 2021. "Hoje chorei muito", contou ao POPULAR. Cláudia foi aliada de Xexéu na criação do projeto Adote a Arte que forneceu alimentos e material de limpeza ao pessoal da cultura que ficou sem trabalho durante a pandemia.

O músico Xexéu mostra no celular a foto com a amiga e cantora Cláudia Vieira, vítima da Covid-19 em fevereiro de 2021 (Diomício Gomes / O Popular)

O músico Xexéu mostra no celular a foto com a amiga e cantora Cláudia Vieira, vítima da Covid-19 em fevereiro de 2021 (Diomício Gomes / O Popular)

Xexéu e a mulher Daniela foram contaminados. Ele chegou a ficar internado com 50% do pulmão comprometido e caiu em tristeza profunda após a morte de Cláudia Garcia. Mas não deixou seu propósito esmorecer. Mobilizou amigos e fez a diferença, assim como outros colegas do meio cultural, entre eles o músico Carlos Brandão e o artista circense Maneco Maracá, que também lideraram iniciativas semelhantes. "Estimo que 15 mil cestas tenham sido distribuídas pelo Adote a Arte no auge da pandemia e depois", afirma. Xexéu lembra ainda que os artistas foram uma espécie de agentes de saúde naquele período tenebroso. "As lives -- apresentações online -- salvaram muita gente da depressão."

Quase dez meses após Goiás ter sido apresentado oficialmente à pandemia e suas consequências sanitárias, econômicas e emocionais, a capital passou por um momento espinhoso. Aos 71 anos, o ex-governador Maguito Vilela morreu no dia 13 de janeiro de 2021 em decorrência das sequelas da Covid. Em agosto do ano anterior, o político havia perdido duas irmãs em Jataí para a doença. Maguito já estava internado quando foi eleito para administrar Goiânia com 52% dos votos no segundo turno das eleições de 2020. Tomou posse de forma virtual e se licenciou do cargo. A gestão da capital pelos quatro anos seguintes ficaria a cargo do vice, Rogério Cruz.

No tribunal

A técnica judiciária Ariony Chaves de Castro, responsável pelo centro de memória do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-GO), fez da dor uma catarse. Em outubro de 2020, ela viu a Covid levar a cunhada, o irmão, os sogros dele. Em 2021, perdeu a irmã. "O Tribunal ficou fechado, mas trabalhei todos os dias. Foi o período em que mais produzi.Em alguns dias, eu sentava no chão e chorava muito. Tinha muito medo de morrer e deixar meu filho, então com 16 anos. O que me salvou foi a minha fé."

Servidora do TRT, Ariony Chaves, que perdeu 5 pessoas da familia para a Covid, fez documentário sobre a pandemia no tribunal: “O que me salvou foi a minha fé” ( Wesley Costa / O Popular)

Servidora do TRT, Ariony Chaves, que perdeu 5 pessoas da familia para a Covid, fez documentário sobre a pandemia no tribunal: “O que me salvou foi a minha fé” ( Wesley Costa / O Popular)

Ariony produziu o documentário A Repercussão da Pandemia de Covid-19 no TRT-GO, em que mostra as providências para manter o serviço jurisdicional e depoimentos de servidores e magistrados atingidos pela doença. A produção foi exibida no Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica) e concorre este ano ao Prêmio CNJ do Poder Judiciário.

Foi em 2021 que foi registrado o maior número de óbitos pela doença, em razão da chegada da variante ômicron, uma mutação do coronavírus. O produtor Felipe Jorge Kopanakis acompanhou em Goiânia o sofrimento do pai de 81 anos, que ficou cinco dias intubado antes de morrer, em maio daquele ano. Ele vivia em Niterói (RJ) e colaborou na produção do filme Mulheres & Covid, assinado pela irmã Fernanda Kopanakis e Ivan de Angelis, uma parceria com a Fiocruz. Depois disso, se cadastrou na Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid (Avico). "A Covid impactou todo mundo. Fui me aprofundando no tema e vejo que um dos grandes problemas da sociedade brasileira é esquecer o passado. Houve uma onda de desinformação e mentiras, precisamos lutar contra isso."

Membro de uma organização não governamental que atua com cinema e literatura em escolas públicas às margens dos rios Guaporé, Amazonas e Negro, na Amazônia, Jorge Kopanakis conta que após a pandemia só conseguiu voltar à região em 2024. "O impacto da Covid nessas comunidades distantes foi imenso. Já existe um isolamento natural porque não têm estradas. Para chegar a Manaus, é preciso pegar uma voadora (tipo de barco comum na Amazônia) e viajar 12 horas. Ninguém chegava e as pessoas foram morrendo. Teve um professor que morreu por falta de oxigênio." O produtor pretende se dedicar a um documentário sobre vacinação. "A taxa vacinal do País caiu. Estamos negando a ciência."

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Cinema promove concurso de sósias de Selton Mello e ator e diz que adoraria ir

Evento vai acontecer no próximo domingo (1), no Rio de Janeiro

Cinema promove concurso de sósias de Selton Mello e ator e diz que adoraria ir

(Divulgação)

O Rio de Janeiro está prestes a reunir diversos Selton Mello. Ou, ao menos, diversos homens parecidos com o ator. A rede de cinemas Estação Net, no Rio de Janeiro, vai promover um concurso de sósias da estrela de "Ainda Estou Aqui", que já avisou que adoraria estar presente.

"Olha só que evento peculiar. Eu adoraria poder ir, somente pelo prazer de ficar em terceiro lugar", escreveu Selton no Instagram, após a divulgação do concurso viralizar nas redes sociais.

O evento deve acontecer no próximo domingo, 1º de dezembro, às 15h, no cinema Estação Net, localizado no bairro de Botafogo, na zona sul da cidade. O ganhador do prêmio terá direito a cinco cortesias para qualquer filme.

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Camila Pitanga reflete sobre sexualidade

Atriz de 47 anos, está nos EUA para um ciclo de exibições e conversas sobre o filme "Malês"

Modificado em 18/11/2024, 19:44

Camila Pitanga reflete sobre sexualidade

Aos 47 anos, Camila Pitanga teve muitos relacionamentos ao longo da vida que a ajudaram a ampliar sua sexualidade e a entendê-la. Para ela, a sensualidade deve ser mais para quem a exerce do que para o outro ver.

"Tem a ver com saber dançar, fluir na música, ser livre com o meu prazer, os meus afetos e o que a vida me traz", afirmou a atriz. "Numa sociedade machista, são poucas as mulheres que exercem a conexão com o próprio prazer. Tive bons parceiros que me fizeram agregar novas camadas e fases."

"Vivi momentos de sofrimento no amor, obviamente, mas sempre tive pessoas muito legais", falou.

Atualmente, a artista namora o professor de Filosofia Patrick Pessoa. Em 2023, ela disse que vivia um relacionamento convencional e que não queria o modelo monogâmico. Antes, ela namorou por dois anos a artesã Beatriz Coelho.

Camila e o pai, Antonio Pitanga, estão nos Estados Unidos para um ciclo de exibições e conversas sobre o filme "Malês" nas universidades Harvard, Pensilvânia e Princeton. A produção aborda a revolta dos malês, ocorrida em 1835 em Salvador. Liderada por muçulmanos, foi a maior insurreição de pessoas escravizadas no Brasil.

(Moa Almeida)

(Moa Almeida)

(Bruna Castanheira)

(Bruna Castanheira)

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Timothée Chalamet diz que perdeu papéis por causa do corpo magro

Ator recebeu ligação de seu agente falando que precisava ganhar peso

Timothée Chalamet diz que perdeu papéis por causa do corpo magro

(Divulgação)

Hoje em dia com um trabalho atrás do outro e considerado um galã em Hollywood, Timothée Chalamet já foi rejeitado em algumas produções quando estava no início da carreira. O motivo foi a aparência do ator, segundo ele.

"Se eu fizesse um teste para 'Maze Runner' ou 'Divergente', coisas que estavam surgindo quando eu estava no começo, o feedback era sempre: 'você não tem o corpo certo'".

Em entrevista ao Apple Music, o artista afirmou que recebeu uma ligação de um agente, que o avisou: 'Você precisa ganhar peso'."

Para conseguir papéis e crescer na indústria, Timothée disse que encontrou seu nicho de produções, como em "Me Chame Pelo Seu Nome", "Querido Menino", "Lady Bird", "Adoráveis Mulheres" e "Noites Quentes de Verão".

"Esses filmes tinham um orçamento menor, mas são filmes pessoais que começaram em um espaço de teatro. Foi ali que encontrei meu ritmo, minha confiança, minha energia."