Um apostou em uma costelinha de porco com cítricos. O outro em um nhoque de macaxeira com molho de vatapá, camarões e coentro. Um escolheu o time do chef Leo Paixão. O outro o time de Kátia Barbosa. Com esses pratos de entrada, os representantes de Goiás Álvaro Gasparetto e Júnior Marinho, ambos de 29 anos, conquistaram uma vaga na segunda temporada do programa Mestre do Sabor, da Globo. A primeira fase do reality show, comandado pelo chef Claude Troisgros e pelo fiel escudeiro Batista, será completada nesta quinta-feira (7), logo após Fina Estampa.A primeira temporada teve início no dia 10 de outubro de 2019 e consagrou o paulista Gabriel Coelho como campeão – ele levou o prêmio de R$ 250 mil. Goiás foi representado por André Barros, eliminado quase nas fases finais do programa. No comando dos times, o mineiro Leo Paixão, a carioca Kátia Barbosa e o português José Avillez. A novidade no elenco de 2020 é a atriz Monique Alfradique. Para conquistar o título, os participantes vão ter de passar por sete fases: Prato de Entrada, Na Pressão, Duelos, Repescagem, Na Peneira, Semifinal e Final. O Mestre do Sabor é exibido às quintas-feiras, na Globo, com reprise às sextas, no GNT.Os dois participantes não nasceram em solo goiano, mas escolheram Goiás para viver. Natural de Mogi das Cruzes (SP) e formado em gastronomia em São Paulo, Álvaro Gasparetto mudou-se para Goiânia há cinco anos depois de concluir pós-graduação na Suíça. Na cidade, abriu restaurante especializado em carne de porco e, em 2018, vendeu o espaço para assumir a cozinha do Parrilla. “Queria voltar ao Brasil e acreditei que teria mais oportunidade aqui para desenvolver o meu trabalho”, conta o chef, por telefone, ao POPULAR.Se depender de Álvaro, na próxima etapa do programa, pratos da culinária goiana vão entrar na sua panela. “Se tiver oportunidade, vou fazer uma galinhada com pequi, que adoro. Morei em São Paulo e também fora e nesse tempo em que estou aqui de uma coisa tenho certeza: a comida de Goiás é uma das melhores, honestamente. Qualidade, fartura, ingrediente e tempero são os diferenciais. O grande problema é que o brasileiro não valoriza tanto a comida brasileira, mas isso está mudando”, comenta ele, que conquistou na primeira prova Leo e Kátia.A paixão pela gastronomia surgiu por acaso, já que ninguém da família fez da culinária uma profissão. “Em casa, todo mundo sempre comeu muito bem e foi gordinho, todo mundo sabia cozinhar e eu era o único que não cozinhava nada e fui aprender”, lembra ele, que no momento trabalha com consultorias e na reformulação da proposta do restaurante em que coordena a cozinha. “O cenário de consumo mudou bastante por conta do coronavírus e teremos de ter um trabalho on-line ainda mais forte daqui pela frente. É momento de renovação”, diz.GuinadaNatural de Rio Branco (AC), Júnior Marinho também representa Goiás no reality. Mudou-se para Goiânia em 2010, quando ainda cursava Direito. Desistiu do curso, foi estudar Publicidade e Propaganda e no meio do caminho tomou outro rumo: a gastronomia. “Foi quando me encontrei. Depois, participei de um concurso em São Paulo e fiquei em terceiro lugar. Na disputa, conheci o chef Ian Baiocchi, fui seu estagiário e tivemos uma parceria de seis anos”, recorda-se. No fim de 2018, ele conseguiu abrir o próprio restaurante, o Juá, com mais três sócios, um deles seu namorado.A escolha por Goiânia não foi uma decisão difícil na vida de Júnior. Quando criança, ele passava férias na capital na casa de uma tia e, assim que surgiu uma oportunidade, fez as malas. “Sempre fui apaixonado por essa cidade e pela sua gastronomia. Na infância, comi pequi e adorei e a comida goiana passou a ficar muito presente na minha vida e no meu restaurante porque sou movido na cozinha por lembranças afetivas. Se surgir alguma chance, vou fazer um prato no programa que lembre nosso Estado”, promete ele, que escolheu o time da Kátia.“Tenho um caso de amor com a Kátia. Admiro muito e me identifico com o trabalho que ela faz de cozinha brasileira. Foi um casamento perfeito e espero seguir pelas próximas fases”, vibra. Júnior conta que, por conta da pandemia, precisou fechar o restaurante e funcionar apenas com delivery. “Sempre fomos resistentes com entrega porque o trajeto que a comida faz pode fazer muita diferença na sensação do sabor, mas aprendemos que é possível manter uma qualidade”.