IcMagazine

Famosos

Creches recebem apresentações gratuitas de música clássica em Goiânia

Projeto 'Concertante' promove concertos em CMEIs da capital para incentivar o contato das crianças de 0 a 6 anos com a música; programação ocorre entre os dias 5 e 13 de setembro e terá palestras abertas à população

Modificado em 20/09/2024, 03:49

Projeto promove concertos gratuitos de música clássica para crianças de 0 a 6 anos

Projeto promove concertos gratuitos de música clássica para crianças de 0 a 6 anos (Reprodução/ Pixabay )

Incentivo a criatividade, concentração, desenvolvimento da fala. Não faltam benefícios para o contato da música desde a mais tenra idade. Com isso em mente, o projeto Concertante promove concertos musicais voltadas para crianças entre 0 a 6 anos em cinco Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Goiânia. Os concertos acontecem entre os dias 5 e 13 de setembro, de forma gratuita, com repertório inteiramente inspirado no cancioneiro infantil brasileiro.

Os encontros acontecerão nos CMEIs do Jardim América, Evangelina, Minervina e Goiânia Viva, além do Departamento de Educação Infantil (DEI) do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (CEPAE) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Cada unidade receberá um concerto com um quarteto de músicos profissionais: a soprano Ana Flávia Albuquerque; Kamilla Couto (flauta) e Ana Claudia Nunes (Cello) e o cantor, e também ator, Guilherme Miranda. A regência será do maestro Marcos Vinícius Vianna.

Os concertos já são conhecidos no Rio de Janeiro, que há três anos é palco da iniciativa. Agora, o projeto acontece pela primeira vez na capital goiana com o objetivo de proporcionar as crianças da primeira infância novas formas de ouvir, ver e sentir a música. Feito em meio a uma roda, para incentivar a proximidade e a interação com a música, as apresentações também objetivam que os pequenos possam ampliar a escuta, valorizar o silêncio, perceber o diálogo entre os instrumentos, além de observar, perceber e escutar a música a partir de outros ângulos.
Capacitação profissional
O projeto Concertante também atua na formação dos profissionais que trabalham nos CMEIs. Serão capacitações abertas aos pais, acompanhantes, professores e cuidadores. Além disso, duas palestras de tema Educação Musical na Primeira Infância, abertas ao público, serão ministradas pela coordenadora do projeto Adriana Rodrigues.

Para contribuir com a formação acadêmica, estudantes de cursos voltados à música da Universidade Federal de Goiás (UFG) poderão se candidatar a monitores dos concertos. O projeto conta com recursos da Lei de Incentivo à Cultura e do Banco Votarantim e, em Goiás, tem o apoio institucional da Prefeitura de Goiânia, Universidade Federal de Goiás e do Instituto Federal de Goiás. ( Yorrana Maia é estagiária do GJC em convênio com a PUC-GO)

Confira a programação
1 - Palestra para alunos de graduação em música da EMAC
Aberto a toda a comunidade
Data/horário: 05/09/2022, das 10h30 às 12h.
Local: EMAC -- Escola de Música e Artes Cênicas dentro do Campus UFG

2 - Palestra para os alunos de Licenciatura em Música
Aberto para os alunos de Ensino Médio de música do Instituto Federal e a toda comunidade
Data/horário: 06/09/2022, das 16h30 às 18h
Local: IFG -- Instituto Federal de Goiás

3 - Concerto no CMEI Jd. América
Data/horário: 12/09/2022, das 9h às 10h
Local: CMEI Jd. América. Rua C-145, esquina com praça C-164, Jardim América, Goiânia

4 - Concerto no CME Evangelina
Data/horário: 12/09/2022, das 15h30 às 16h30
Local: CMEI Evangelina. Estr. 115, número 316 - Chácaras Recreio São Joaquim, Goiânia

5 - Concerto no CMEI Minervina
Data/horário: 13/09/2022, das 8h30 às 9h30
Local: CMEI Minervina. Rua Sr.38, St. Recanto das Minas Gerais, Goiânia

6 - Concerto no CMEI Goiânia Viva
Data/horário: 13/09/2022, das 16h às 17h
Local: CMEI Goiânia Viva. Rua Gv23, esquina com a Gv22, Residencial Goiânia Viva, Goiânia
SERVIÇO
Concertos de música clássica em CMEIs de Goiânia
Data: 5 a 13 de setembro
Locais: CMEIs do Jd. América, Evangelina, Minervina e Goiânia Viva
Evento gratuito

Geral

Em Goiás, só 5 municípios batem meta na educação infantil

Objetivo de plano nacional é ampliar oferta para atender 50% das crianças de até 3 anos até o fim de 2025. Em Goiás, média de frequência da faixa etária é de apenas 24%

Fachada do Cmei Bairro Feliz, em Goiânia: Estado se encontra longe de meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação

Fachada do Cmei Bairro Feliz, em Goiânia: Estado se encontra longe de meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação ( Diomício Gomes / O Popular)

Apenas 5 dos 246 municípios goianos contam com mais de 50% das crianças de até 3 anos matriculadas em creches, ou seja, apenas esses teriam atingido a meta estipulada no Plano Nacional de Educação (PNE) vigente até este ano. Dados do módulo de educação do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram ainda que outras 37 cidades do Estado possuem taxas inferiores a 10%. Já a média de Goiás chega a apenas 24%, a 7ª pior em todo o Brasil - em 2000, a taxa chegava a 4,9%.

Os dados preliminares foram divulgados na última semana e mostram um avanço na educação em todo o Brasil em duas décadas - considerando a comparação dos censos realizados em 2000, 2010 e 2022. Contudo, as dificuldades persistem, e especialmente na educação infantil. Em Goiás, as taxas brutas de frequência escolar, que são o percentual das pessoas de um determinado grupo etário que frequenta a creche ou escola (da pré-escola ao doutorado) em relação ao total da pessoas do mesmo grupo, são menores do que as registradas em todo o País em todas as faixas etárias.

Para as crianças de até 3 anos, a diferença é de quase dez pontos percentuais, já que em todo o Brasil o índice é de 33,9%. De 4 a 5 anos - idade da pré-escola -, a taxa de frequência escolar é de 86,7% no Brasil, e de 77,5% em Goiás. Já quando se inicia o ensino fundamental, que vai dos 6 aos 14 anos, o acesso está praticamente universalizado, com abrangência de 98,3% e 98,1%, respectivamente. O ensino médio, dos 15 aos 17 anos, também representa uma dificuldade e atinge 85,3% e 84,1% do público, sendo o ensino superior - dos 18 aos 24 anos - 27,7% e 27,4%.

Superintendente do IBGE em Goiás, Edson Vieira aponta que as taxas de frequência bruta escolar são importantes "especialmente em relação ao PNE". "Temos metas estabelecidas, que inclusive foram prorrogadas até o fim de 2025, que para as crianças de zero a 3 anos o objetivo traçado é de pelo menos 50% deste grupo matriculado. Não tivemos esse percentual atingido nem em nível nacional nem estadual. As unidades federativas que chegaram mais perto (de 50%) foram São Paulo e Santa Catarina, mas Goiás, com 24%, fica abaixo da média nacional", comenta.

Estabelecido por lei em 2014, o PNE estipulou 20 metas para melhorar os indicadores educacionais até 2024, tendo sido prorrogado até dezembro deste ano, com avanços tímidos. Entre elas, está a ampliação da oferta de vagas em creches e pré-escolas para ao menos 50% das crianças de até 3 anos. Contudo, nenhum Estado conseguiu tal feito. Como dito por Vieira, São Paulo e Santa Catarina tiveram as maiores taxas, abrangendo 49,2% e 47,8%, respectivamente. E o terceiro melhor foi o Rio Grande do Sul, com 39,4%.

Os cinco municípios goianos que conseguiram alcançar a meta estipulada no PNE foram Anhanguera (68%), Água Limpa (67,1%), Nova América (61%), Perolândia (57,7%) e Alto Horizonte (56,4%) - este último o mais populoso, com 6.072 habitantes pelo Censo de 2022, e os outros quatro variando de 924 residentes, em Anhanguera, a 2.964, em Perolândia. Por outro lado, os piores indicadores também são registrados em cidades de pequeno porte, como Portelândia (1,3%), Novo Planalto (1,6%) e Santa Isabel (1,9%) - todas com menos de 4 mil habitantes.

Somando os cinco municípios goianos, apenas 646 dos 5.570 municípios brasileiros - o equivalente a 11,6% - atingiram a meta do PNE para a ampliação de oferta para crianças de até 3 anos. Entre os que obtiveram índice superior a 50%, há 4 das 27 capitais: São Paulo, Vitória, Florianópolis e Belo Horizonte. Na lista, Goiânia aparece como a 10ª pior, com 30,2%, à frente apenas de capitais de Estados nordestinos e nortistas. E o indicador é menor do que a média nacional, de 33,9%.

Pré-escola

Para as crianças de 4 e 5 anos, a meta do PNE é a universalização da oferta, ou seja, atingir 100% do público-alvo - vale lembrar que a educação básica é obrigatória a partir dos 4 anos de idade. Contudo, em Goiás, o Censo Demográfico 2022 aponta que apenas 77,5% da faixa etária tem frequentado unidades educacionais. No grupo etário, o Estado tem a 6ª pior taxa em todo o Brasil e também mantém um indicador abaixo da média nacional, de 86,7%. Os três melhores são Piauí (94,6%), Ceará (92,6%) e Maranhão (92%).

É fundamental, por exemplo, na creche pré-escolar ter disponibilidade de vaga para liberar as mães a ingressarem ou voltarem ao mercado de trabalho, aumentando a renda per capita e melhorando as condições de vida da família", pontua o superintendente do IBGE. Em Goiás, seis municípios atingiram a meta e, em todo o Brasil, 372.

Além da falta de vagas nas redes municipais de ensino - que detêm a responsabilidade pela educação infantil - o IBGE mostrou, ao divulgar em dezembro passado o estudo Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2024, que a opção dos responsáveis era o principal motivo para crianças de até 5 anos não irem à escola, seja por acharem o filho muito novo para ir à unidade educacional ou por preferir cuidar em casa.

No caso das crianças de até 3 anos, 60,7% das que não frequentavam instituição de ensino em 2023 tinham como esse o motivo, sendo que entre as crianças de 4 a 5 o percentual era de 47,4%. Outros motivos - como falta de vagas e de escolas, a unidade não aceitar a criança por conta da idade e distância excessiva da escola - são listados em seguida como as principais motivações.

Em novembro de 2023, a reportagem havia mostrado que 40 mil crianças de zero a 3 anos estavam na fila de espera por uma vaga em creche e outras 6,7 mil com idade entre 4 e 5 anos aguardavam para ingressar na pré-escola. O levantamento foi realizado em 201 dos 246 municípios pela seccional goiana da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e apresentado em reunião do Gabinete de Articulação para a Efetividade da Política da Educação no Estado de Goiás (Gaepe-GO).

Geral

Conclusão de CMEIs abriria 1,7 mil vagas em Goiânia

Construção de 12 creches se arrastam há anos e 9 obras estão paralisadas. Com unidades prontas, município poderia reduzir demanda de 10,6 mil novas vagas em 16,2%

Conclusão de CMEIs abriria 1,7 mil vagas em Goiânia

A conclusão de 12 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) inacabados poderia gerar 1,7 mil vagas para as crianças que aguardam por creches e pré-escolas em Goiânia. Entretanto, apenas três dessas obras estão em andamento. A situação das obras paralisadas tem sido levantada pela nova gestão municipal, mas, enquanto não é possível disponibilizar o total de vagas -- equivalente a apenas 16,2% do déficit estimado de 10,6 mil -- a proposta é zerar a fila de espera com outras medidas. Dentre elas, a ampliação de convênios com instituições sem fins lucrativos, aumento de matrículas nas unidades públicas já existentes, e compra de vagas na rede privada. Esta última, ainda não iniciada.

Ao anunciar a abertura de 2,7 mil vagas para este início de ano letivo durante coletiva de imprensa no último dia 7, o prefeito Sandro Mabel (UB) citou que o Paço conta com 30 obras de Cmeis em diferentes estágios, considerando ainda aquelas que têm a licitação homologada, mas ainda não há ordem de serviço assinada, ou seja, a empresa vencedora não pode iniciar a construção. Dentre o quantitativo elencado pelo chefe do Executivo de Goiânia, quase a metade é construção inacabada e que perdura há anos, sendo que parte delas tem mais de uma década de duração. A proposta da nova gestão municipal, contudo, é priorizar a ampliação de vagas por meio de ações com resposta rápida.

"O que é importante para mim? Não é obra, é criança na escola. Obra é necessário sim, mas consigo viabilizar rapidamente as vagas sem ter que ficar pensando nisso. Se uma criança está nascendo agora, daqui seis meses ela precisa de vaga. Vou ficar esperando dois anos para construir (o Cmei) e a criança vai perder nesses anos oportunidade de formar todo o cognitivo dela. Hoje, nós estamos preocupados com vaga. Colocando mais, construção é coisa que tenho tempo para fazer", enfatizou Mabel, ao acrescentar que, diante da dificuldade financeira, todos os contratos estão sendo revistos. "Vamos terminar isso e deixar pronto para, assim que tiver o dinheiro, terminar esses Cmeis."

Enquanto não são concluídas as obras dos prédios públicos, as estruturas se deterioram com o tempo. Desde 2014, quando foi firmado convênio junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a Prefeitura tenta finalizar sete obras de Cmeis nos setores Parque Atheneu II e Grande Retiro, situados na região Leste da capital, Residencial Barravento e Floresta, na região Noroeste, e Jardim Real, Residencial Mendanha e Solar Ville, localizados na região Oeste de Goiânia. Anunciadas durante a gestão do então prefeito Paulo Garcia (PT), foram prometidas para serem inauguradas nos mandatos de Iris Rezende (MDB) e Rogério Cruz (SD). Entretanto, dentre estas, estão em andamento apenas as do Residencial Mendanha (79% executado) e do Parque Atheneu II (67%).

Regime diferenciado

As intervenções com recursos do governo federal e contrapartida do município foram retomadas após maio e julho de 2024, respectivamente, quando foram assinadas as ordens de serviços das novas licitações feitas no ano anterior, do tipo Regime Diferenciado de Contratações (RDC), com custo total de R$ 755,6 mil e R$ 1,2 milhão. Na unidade do Parque Atheneu II, o contrato com a empresa Antech Solução e Gestão Ltda firmado em outubro de 2023 e prazo de 240 dias, foi prorrogado por três vezes e segue vigente até maio deste ano. A reportagem esteve no local nesta quinta-feira (16) e encontrou profissionais da empresa no espaço, mas não havia movimentação na obra. Contudo, chovia no momento.

Dentre as etapas da construção, a parte estrutural de quatro prédios já está finalizada, mas falta o acabamento. No bloco de entrada, entretanto, a estrutura já conta com infiltração. Diante das chuvas ocorridas na capital, havia uma poça de água e o piso apresentava lodo. Os tetos das salas do bloco também contam com mofo, além de determinadas rachaduras. Parte das portas e janelas de vidro estavam quebradas, e há pichações no lado externo e interno de alguns prédios. Na parte da frente, onde ainda não foi instalado o portão de entrada, sendo esta totalmente fechada com tijolo, o mato alto toma conta da calçada e o espaço inutilizado tem sido ponto de descarte de lixo e restos de poda de árvores.

A conclusão do Cmei Parque Atheneu II incrementaria 160 vagas na rede municipal de ensino. Há outras cinco unidades em um raio de até dois quilômetros de distância, sendo que um deles, o Cmei Jardim Mariliza, está localizado a menos de 500 metros. Este também é um daqueles cuja obra está paralisada. O local deveria passar por uma intervenção para ampliação do espaço para atendimento de mais 40 crianças, mas a obra tem se arrastado. Em setembro de 2023 foi firmado contrato junto à empresa Senior Engenharia de Automação e Serviços Especializado, no total de R$ 645,7 mil, com recursos do tesouro municipal, para retomada do serviço. Conforme dados da Secretaria Municipal de Educação (SME), 15% foi executado e o contrato foi vencido em maio de 2024. Há um projeto de ampliação na unidade desde 2012, sendo que em 2019 a unidade ganhou duas salas modulares, quando passou a atender 125 crianças.

Recursos federais

Assim como o projeto do Parque Atheneu II, com capacidade de atendimento de 160 vagas para a região Leste, o Cmei Residencial Mendanha incluiria mais 160 crianças nas creches da parte Oeste da capital. No setor, as famílias que precisam de matrícula para os filhos precisam andar a uma distância de ao menos dois quilômetros de distância, até a unidade do Conjunto Vera Cruz. A região Oeste é justamente a segunda maior demanda por creches da rede municipal de educação: 1.862 vagas. Os dados sobre o déficit foram levantados pela equipe de transição, no fim de 2024, e divulgados na ocasião pelo POPULAR. Já a maior espera ocorre na região Sudoeste da capital, onde foram mapeadas 2.322 crianças. A lista segue com as regiões Noroeste (1.669), Norte (1.527), Central (1.345), Sul (1.191) e Leste (779), totalizando uma fila total de 10.695.

Outras cinco obras feitas com recursos do governo federal que se encontram paralisadas abririam 800 vagas. A região Oeste, a exemplo, tem mais duas e com apenas um terço concluído, nos setores Jardim Real e Solar Ville. A primeira, tem apenas 33% feito e segue sem andamento desde 2015. Em 2020, foi feito contrato junto à JL2 Engenharia Comércio e Distribuição Ltda no total de R$ 1,5 milhão para ser finalizado naquele ano. O acordo foi prorrogado até 2021, mas sem conclusão. No ano seguinte, um processo por descumprimento de contrato tramitou na SME. Conforme a pasta, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) está com o processo para "atualização de projetos e orçamentos com finalidade de realização de nova licitação". A situação é a mesma para o Cmei Solar Ville, que está 35% concluído e parado desde 2015. A JL2 Engenharia também venceu a licitação em 2020 para a entrega da unidade, por R$ 1,5 milhão, o contrato foi prorrogado até 2021, mas a obra seguiu sem avanços.

Na região Noroeste, os Cmeis Floresta e Residencial Barravento têm respectivamente 42% e 77% da obra executada. A primeira unidade teve licitação fracassada em 2023 e, segundo a SME, o processo está na Seinfra para "prosseguimento de atualização de preço e projetos". O valor licitado, conforme a SME, foi de R$ 2,8 milhões. Em 2019, a JL2 Engenharia foi novamente a vencedora da licitação para conclusão no Bairro Floresta, no total de R$ 1,8 milhão, mas não foi entregue mesmo após a prorrogação do contrato até 2021. Já o Cmei Residencial Barravento teve ordem de serviço assinada em 2023, com previsão para aquele ano, e o contrato com a Jaspe Construtora e Incorporadora Ltda, no valor de R$ 1,1 milhão, foi encerrado em setembro de 2024, sem entrega. A pasta diz que há um processo para "apuração de responsabilidade e aplicação de penalidade à empresa."

O Cmei Grande Retiro tem 54% executado. A unidade paralisada em 2015, com 35% concluído, também foi retomada no fim de 2019 com a licitação vencida pela Red Construtora e Serviços Ltda, por R$ 1,3 milhão. Após um ano de contrato, houve avanços, mas a conclusão ainda segue com prazo incerto. O processo está na Seinfra para atualização de projetos e orçamentos e a realização de um novo processo licitatório.

Empréstimo bancaria oito obras

Ao divulgar a lista para obras que seriam contempladas com empréstimo feito pela Prefeitura, em março de 2024, oito Cmeis que aguardavam conclusão foram citados no documento. Dentre eles, construídos com recurso do tesouro municipal, o recém intitulado Cmei Martha Maria de Souza Carmo, na Vila Pompéia, região Norte da capital, e os Cmeis Jardins do Cerrado VII e Jardim São José, na região Oeste. Além deles, os já citados Cmeis Parque Atheneu II, Residencial Barravento, Residencial Mendanha e Jardim Mariliza, e o Cmei Santa Helena, o único concluído até então e inaugurado em julho passado.

Na Vila Pompéia, o antigo prédio da Escola Municipal Professor Aristoclides Teixeira deu lugar a um Cmei com o mesmo nome, que foi nomeado por lei de 2024 como Martha Maria de Souza Carmo. Moradores dos arredores da unidade educacional contam que a construção já se arrasta há 15 anos. Por isso, relatam, o local era utilizado para uso de drogas ou por criminosos. Desta forma, a retomada das obras, em setembro passado, foi um alívio para a vizinhança. A empresa Senior Engenharia foi a vencedora da licitação em 2023, por R$ 1,5 milhão e, conforme a SME, já executou 8%. No local, profissionais mencionaram que falta a instalação das redes hidráulica e elétrica, além do "contrapiso e reboco". O prazo de execução do contrato, previsto para encerrar no dia 8 de fevereiro, foi prorrogado por mais 150 dias.

Além das obras para conclusão dos Cmeis que se arrastam há anos, a promessa do mandato de Rogério Cruz era construir 20 Cmeis dentro do programa Goiânia Adiante, anunciado em 2022. Das unidades previstas, entretanto, apenas a situada no Jardim Colorado foi iniciada. O contrato firmado no fim de 2023, com vigência até março deste ano, tem valor total de R$ 3,6 milhões e proposta de abrir 192 vagas na região Noroeste. A ordem de serviço foi dada em setembro de 2024 e, até o momento, 2% foi feito.

No local, a reportagem observou apenas poucos materiais deixados na área, como brita e tijolo de concreto.

Promessa é zerar fila antes de entrega de obras

Logo no início deste ano letivo, a nova gestão municipal garante ter feito a abertura de 2,7 mil vagas para creches. Dentre elas, 1,5 mil foram abertas em Centros Municipais de Ensino Infantil (Cmeis) desde o dia 7 de janeiro, quando se iniciou a pré-matrícula, e outras 1,2 mil serão ofertadas até o fim do mês em unidades geridas por instituições filantrópicas e religiosas por meio de convênio com a Prefeitura, denominadas de Centros de Educação Infantil (CEIs). Nos primeiros cem dias do mandato de Sandro Mabel (UB), a promessa é que 5 mil vagas já tenham sido ampliadas para o atendimento de crianças. Mas, para zerar a fila, a expectativa é que as 10 mil vagas estejam abertas até junho.

Além da abertura de vagas nos Cmeis existentes por meio da reorganização de turmas, da ampliação de convênios com entidades sem fins lucrativos, o Paço tem planejado fazer a compra de vagas em unidades privadas de ensino. A oferta na rede privada já estava sendo discutida pela equipe de transição, por meio do envio de um projeto de lei à Câmara Municipal.

Entretanto, agora, a ideia é regulamentar uma lei de 2021 que autoriza convênios com escolas particulares por meio de "bolsa creche". Conforme a coluna Giro mostrou no último dia 14, a estimativa é que cada vaga custe entre R$ 400 e R$ 700. O decreto segue na Procuradoria Geral do Município (PGM) para emissão de parecer jurídico.

A proposta para compra de vagas na rede privada tem sido questionada pelo vereador Fabrício Rosa (PT), que encaminhou ao Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) um pedido de medida cautelar para suspender contratos ou convênios relacionados à aquisição, além de cobrar a apresesentação de "estudos detalhados de impacto financeiro e critérios objetivos para execução da política pública, contendo a quantidade de unidades inauguradas, relação das entidades privadas que se pretende contratar, relação de editais de financiamento público". Para Rosa, há irregularidades no processo de compra de vagas. O processo foi recebido no último dia 14 e está em análise técnica na Secretaria de Controle Externo de Políticas Públicas da Corte.

Fila persiste

Enquanto a promessa de zerar o déficit não se concretiza, parte das famílias se mantém com a mesma angústia. Moradora do Parque Industrial João Braz, na região Oeste da capital, a secretária Jéssica Muniz Menezes, de 28 anos, é mãe de dois meninos, de 2 e 3 anos, e tem tentado concretizar a matrícula para os filhos. Mas, até agora, segue na fila de espera. "Estou aflita, olhando toda hora para ver se foi liberada. No momento estou pagando R$ 900 para cuidarem deles, só para não perder o trabalho. Literalmente estou trabalhando só para pagar alguém para cuidar, porque não posso perder a vaga", lamenta ela, que deve seguir arcando com o custo mesmo após a retomada das aulas, nesta segunda-feira (20), pela falta de vagas.

Nos últimos anos, a alta procura na Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) por familiares de crianças que aguardam vagas em creches tem motivado a instituição a realizar mutirões de atendimento. Em fevereiro de 2024, a exemplo, a ação foi realizada por três dias e finalizou com mais de 1,5 mil atendimentos. Em dezembro passado, a reportagem mostrou que 502 processos foram ajuizados, e outros 167 resolvidos extrajudicialmente. À época, o coordenador do Núcleo Especializado em Atuação Extrajudicial (NAE) da DPE-GO, Bruno Malta, explicou que dentre as ações que foram à Justiça, cerca de 90% tiveram parecer favorável e a vaga foi disponibilizada.
Para o início deste ano letivo, o defensor público pondera que a procura pela instituição tem sido em uma média de 30 atendimentos por dia. Ainda não foi definido se haverá mutirão neste ano, já que "vai depender da quantidade de atendimentos das próximas semanas".

Geral

Orquestra Filarmônica apresenta concerto inclusivo para pessoas com deficiência auditiva no Teatro Goiânia

Espetáculo será nesta quinta-feira (28/11), às 20h, com entrada gratuita

Orquestra Filarmônica apresenta concerto inclusivo para pessoas com deficiência auditiva no Teatro Goiânia

(Divulgação Secult)

O Teatro Goiânia será palco nesta quinta-feira (28), às 20h, de um concerto especial com a Orquestra Filarmônica de Goiás, voltado para as pessoas com deficiência auditiva. A apresentação oferece uma experiência sensorial única, permitindo ao público vivenciar a música por meio das vibrações sonoras. A entrada é gratuita, sujeita à lotação do espaço.

Sob a regência da maestrina Mariana Menezes, o repertório da noite será dedicado a obras do renomado compositor norueguês Edvard Grieg, com melodias marcantes e cativantes. O evento promete criar um momento inesquecível, unindo música, emoção e acessibilidade em uma experiência inovadora.

Reconhecida como uma das principais orquestras da América Latina, a Filarmônica de Goiás já foi destacada pela prestigiada revista inglesa Gramophone como referência mundial em música clássica. Vinculada à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, a corporação musical é administrada pelo Centro de Educação, Trabalho e Tecnologia (CETT), da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Serviço: Concerto especial para pessoas com deficiência auditiva
Data : Quinta-feira (28)
Horário: 20h
Local : Teatro Goiânia
Entrada gratuita (sujeita à lotação do espaço)

IcMagazine

Famosos

Violonista Julio Lemos se apresenta no Cine Teatro São Joaquim neste sábado

Show faz parte da turnê gratuita do artista pelo Brasil com álbum “Julio Lemos Brasil Acústico”

Gravação do DVD Julio Lemos Brasil Acústico

Gravação do DVD Julio Lemos Brasil Acústico (Divulgação)

Após sucesso da temporada na Europa, o violonista goiano Julio Lemos abre turnê gratuita pelo Brasil com o show "Julio Lemos Brasil Acústico", neste sábado (9), no Cine Teatro São Joaquim, unidade da Secretaria de Estado da Cultura, na cidade de Goiás.

Apresentação será às 20h, e tem entrada gratuita. As turnês de Julio contam com incentivo do Governo de Goiás, por meio do Programa Goyazes, mecanismo gerenciado pela Secult Goiás. A agenda do músico também inclui Goiânia, nesta sexta-feira (08), no Sesc Centro.

Na sequência, o artista segue por Brasília (dia 11 de novembro, no Infinu), Curitiba (dia 14, no Teatro Paiol), São Paulo (dia 15, no Instituto Brincante) e Fortaleza (dia 17, no Teatro José de Alencar). O encerramento da turnê está marcado para o dia 21 de novembro, novamente em solo goiano tendo como palco o Centro Cultural da UFG, fechando o ciclo de apresentações no fim do mês, em Pirenópolis.

Os shows no Brasil contam com a participação dos consagrados músicos Jader Gomes (bateria), Luiz Sardinha (baixo), Wellington Santana (trompete) e Adriana Losi (flauta), garantindo uma experiência musical rica e envolvente.

Na Europa, o músico passou por importantes palcos na Holanda, Itália, Suíça, Alemanha e incluindo o Clube de Choro de Paris, onde foi recebido com entusiasmo pelo público. Além dos shows, ele realizou workshops em universidades europeias, como no Conservatorio di Musica ISSM Franco Vittadini, na Itália, e no Choro School EPM, na Holanda, reforçando seu papel como educador e divulgador da música brasileira no exterior.

O novo álbum de Lemos reflete sua vasta experiência como músico e professor de música na Universidade Federal de Goiás (UFG). "Minha música traz um pouco de tudo que absorvi ao longo dos anos, unindo técnica e emoção", diz o violonista.
Sobre Julio Lemos
Musicista desde os 13 anos, Julio Lemos é pioneiro no ensino de violão sete cordas em Goiás. Sua carreira teve início no Rock, até que descobriu as performances de João Garoto. A partir de então, adentrou o universo da Música Popular Brasileira.

Julio atua como violonista de sete cordas com influências de diversos ritmos brasileiros. Foi jurado titular do carnaval de São Paulo durante três anos consecutivos no quesito "Samba Enredo". Recebeu dois prêmios do Edital Brasil Conexão Cultura Intercâmbio, do Ministério da Cultura do Brasil.

Recentemente o músico gravou melodias com Hermeto Pascoal, Marcos Sacramento, Silvério Pontes e Carlos Malta. Seu mais recente lançamento, o álbum "Julio Lemos Brasil Acústico", foi gravado no Centro Cultural UFG, em Goiânia e está presente em todas as plataformas digitais.
Serviço: Turnê "Julio Lemos Brasil Acústico" Data : Sábado (9)
Horário : 20h
Local: Cine Teatro São Joaquim - Cidade de Goiás
Entrada gratuita