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Globo Repórter apresenta nesta sexta-feira inovações tecnológicas que vão criar a moda do futuro

Tecidos inteligentes e scanner de pessoas são algumas das novidades que vão transformar o universo das roupas nos próximos anos

Modificado em 20/09/2024, 04:25

Invenção brasileira: repórter Bianka Carvalho experimenta o scanner de pessoas, criado por Cairê Moreira

Invenção brasileira: repórter Bianka Carvalho experimenta o scanner de pessoas, criado por Cairê Moreira (Divulgação / Globo)

Sabe aquela ideia de vestir P, M ou G? Estará com os dias contados em breve. Essa e outras histórias de como a moda vem evoluindo nos últimos anos estarão no Globo Repórter desta sexta-feira (29). A jornalista Bianka Carvalho teve o corpo escaneado por um sistema que confecciona roupas sob medida, criado pelo paulista Cairê Moreira, de 26 anos. Por meio da ferramenta da "alfaiataria 4.0", as medidas dela foram coletadas e serviriam para a produção de um vestido personalizado para a repórter. Uma grande rede do varejo brasileiro já adotou a tecnologia desenvolvida por Cairê para contemplar os novos modelos de corpos, principalmente os femininos.

"Acho que a roupa do futuro precisa trazer algo que a do presente ainda não traga, pelo menos não como a gente gostaria. Tamanhos genéricos não respeitam particularidades que a gente tem, por exemplo, alguém que não fica bem nem com M nem com G. O futuro merece algo mais específico, mais com a nossa cara. Eu gostei de ter experimentado o scanner de pessoas", conta a repórter sobre a tecnologia que foi adotada por uma grande rede do varejo brasileiro. "Têm algoritmos que estão preparados para aquela pessoa. Por que roupa não?", complementa Cairê, que, além de ter visto sua invenção sendo comprada pela empresa de moda, se tornou consultor 3D.

O programa destaca ainda a evolução da moda plus size, mesmo durante a pandemia. Com um viés inclusivo, ela cresce 10% ao ano e já movimenta cerca de R$ 6 bilhões no País. Muito além da economia, as roupas confeccionadas para todos os tipos de corpos têm ajudado a autoestima, principalmente das mulheres que sofriam ao entrar em um provador e não se sentir bem ao experimentar uma roupa, com a modelo Julia Mattozo. Para alívio de consumidoras como ela, o programa mostra uma fábrica no Sul do País, gerenciada por mãe e filha, que investiram em tamanhos diferentes de quadril, busto, até chegar ao 6G.

Nos Estados Unidos, Sandra Coutinho entrevistou Yoel Fink, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), maior especialista do mundo em tecidos inteligentes. Ele acredita que as roupas vão virar "computadores de vestir". Vão monitorar a saúde, movimentos e dar o alarme se for necessária a intervenção médica muito mais rapidamente do que quando se faz check-ups periódicos. Uma pesquisadora da equipe dele inventou ainda um tecido inteligente que foi enviado ao espaço para revestir a Estação Espacial Internacional.

"Experimentei uma calça de ginástica inteligente que monitora os músculos que usamos em cada exercício. Com o tempo, o que carregamos no bolso, no celular, vai estar tecido dentro das fibras da roupa", contou ela, que ainda apresentou uma fibra acústica, que pode ser incluída dentro da roupa de uma gestante para monitorar em tempo real o coração de um feto em casos de gravidez de risco.

Já Dulcinéia Novaes mostra que o futuro de inovações não abandona as tradições milenares e acompanha a arte de criar um fio usado para produzir um dos tecidos mais belos. "Conhecer de perto como se produz o fio da seda foi simplesmente incrível! Ainda mais por ser resultado inicial do trabalho de um bichinho tão pequeno, mas capaz de em dois a três dias tecer 1.500 metros de um fio praticamente invisível e que se torna um dos mais belos tecidos do planeta. Depois, na indústria as habilidosas fiandeiras, no manuseio dos casulos e das meadas que vão saindo das máquinas, dão sequência à manufatura. É nos Estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul que pequenos produtores cultivam as amoreiras, de onde é colhido o alimento do bicho da seda. As folhas tenras, sustentam as lagartas em cinco estágios, até que elas estejam prontas para começar a fazer o casulo. Um delicado novelo que depois é desenrolado na fábrica de fiação. E da fábrica, para o resto do mundo, para ser transformado em peças de grifes famosas, principalmente europeias. Muito bom poder contar um pouco dessa história, que se originou há milênios e que, mesmo em tempos modernos, não perde o fio da meada", exalta Dulcinéia.

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BBB 25: veja quem são os participantes desta edição

Novidade desta temporada é que os confinados serão formados em duplas

Modificado em 10/01/2025, 10:12

Participantes BBB 25 (Reprodução/gshow)

Participantes BBB 25 (Reprodução/gshow)

A nova temporada do Big Brother Brasil (BBB) terá início na próxima segunda-feira (13) e os participantes do reality, que formarão duplas, foram divulgados nesta quinta-feira (9) durante toda a programação da TV Globo.

As duplas, que poderão ser formadas por amigos, familiares e casais, vão ser separadas entre Camarote e Pipoca. A revelação dos participantes foi feita pelo apresentador Tadeu Schmidt.

Veja os participantes anunciados:

  • Vitória Strada e Mateus Pires - Camarote
  • Mateus Pires e Vitória Strada (Reprodução / TV Globo)

    Mateus Pires e Vitória Strada (Reprodução / TV Globo)

    Vitória Strada, de 27 anos, é conhecida por seu trabalho como atriz. No BBB, ela busca mostrar mais quem é a pessoa por trás dos papéis que vem colecionando na TV. Já Mateus, de 28 anos, é natural de São José dos Campos, em São Paulo, mas mora atualmente no Rio de Janeiro. O casal de amigos está confirmado para o grupo Camarote.

  • Edilberto e Raissa - Pipoca
  • Edilberto e a filha Raissa (Reprodução / TV Globo)

    Edilberto e a filha Raissa (Reprodução / TV Globo)

    Edilberto, de 42 anos, e a filha dele Raissa, de 19, entram na competição da casa mais vigiada do Brasil. Os dois trabalham no circo e compartilham características semelhantes de personalidade, querem levar para Ubá, município mineiro, o prêmio milionário da atração.

    Edilberto é artista circense e pai de três meninas. No circo que administra, já participou de dinâmicas de equilíbrio, malabares e até do globo da morte. Raissa se apresenta rodando bambolês e como arqueira. A dupla está no grupo Pipoca.

  • Camila e Thamiris - Pipoca
  • Camila e Thamiris (Reprodução / TV Globo)

    Camila e Thamiris (Reprodução / TV Globo)

    Camila e Thamiris são irmãs e fazem parte do grupo Pipoca do BBB25. Camila é trancista, tem 34 anos e vem do Rio de Janeiro (RJ). Thamiris é nutricionista, tem 33 anos e também é carioca. A diferença de apenas um ano entre elas fez com que elas crescessem com uma melhor amiga ao lado.

    Um curiosidade é que Camila fez as tranças da ex-sister Camilla de Lucas diversas vezes, inclusive logo antes de ela entrar no reality.

  • Aline e Vinícius - Pipoca
  • Vinícius e Aline (Reprodução / TV Globo)

    Vinícius e Aline (Reprodução / TV Globo)

    Os novos confinados veio direto da Bahia (BA). A policial militar Aline de 32 anos e o promotor de eventos Vinícius, de 28, são amigos estão no grupo Pipoca.

  • Diogo Almeida e Vilma - Camarote
  • Diogo Almeida e Vilma (Reprodução/TV Globo)

    Diogo Almeida e Vilma (Reprodução/TV Globo)

    Mãe e filho, Diogo Almeida, 40, e Vilma, 68, formam a quinta dupla do BBB 25 no grupo Camarote. Além de artista, Diego também é formado em psicologia e ressalta empatia, afeto, determinação, equilíbrio e gratidão como palavras que o definem.

    Já na mãe, ele identifica uma alegria muito grande e a vontade de aproveitar tudo que a vida tem para proporcionar, o que acredita que vai gerar identificação do público. Fã do Big Brother Brasil, Vilma chegou a se inscrever com o marido quando soube que a edição de 2025 traria duplas, mas desistiu. A dupla é do Rio de Janeiro (RJ).

  • João Pedro e João Gabriel - Pipoca
  • João Pedro e João Gabriel (Reprodução/TV Globo)

    João Pedro e João Gabriel (Reprodução/TV Globo)

    Os gêmeos João Gabriel e João Pedro, de 21 anos, são a sexta dupla do BBB 25 no grupo Pipoca. Goianos de Goiatuba, interior de Goiás, a dupla vive em Bela Vista de Goiás. Além da apareça física, os irmãos dividem ainda compartilham os mesmo gostos: ambos são salva-vidas de rodeios e influenciadores digitais.

    Juntos no reality show, os dois pretendem fazer dessa aliança um dos trunfos para conquistar o prêmio milionário, ajudar a família e romper barreiras.

  • Renata e Eva - Pipoca
  • Renata e Eva (Reprodução / TV Globo)

    Renata e Eva (Reprodução / TV Globo)

    As amigas Eva e Renata são a sétima dupla anunciada no BBB 25, no grupo Pipoca. As duas se conheceram ainda na infância, em um projeto social de Fortaleza (CE), cidade onde nasceram e vivem até hoje. Com a paixão pela música em comum, o vínculo das duas se estreitou.

    Professora de dança, Renata, 32, enxergou na arte, ainda criança, a possibilidade de mudar seu destino. Atualmente, ela trabalha como influenciadora digital fitness em Fortaleza, onde compartilha a sua rotina de treinos. Já Eva, 31, aprendeu a batalhar pelo que quer por meio da rígida rotina da dança. Ela participou do clipe da música "Barulho de Chuva", de Whindersson Nunes, fazendo par romântico com o cantor e humorista.

  • Gracyanne Barbosa e Giovanna - Camarote
  • Gracyanne Barbosa e Giovanna (Reprodução/TV Globo)

    Gracyanne Barbosa e Giovanna (Reprodução/TV Globo)

    Ex-dançarina do grupo Tchakabum, Gracyanne Barbosa se juntou a irmã mais nova, Giovanna, e juntas são a oitava dupla do BBB 25, no grupo Camarote. Gracyanne se tornou uma das modelos mais conhecidas de fisiculturismo e musa fitness. Em abril do ano passado, ela e o cantor Belo terminaram a relação após 16 anos de união.

    Médica veterinária, Giovanna foi morar no Rio de Janeiro aos 10 anos, com Gracyanne e Belo. Ela considera o cantor como um pai.

  • Marcelo e Arleane - Pipoca
  • Marcelo e Arleane (Reprodução/TV Globo)

    Marcelo e Arleane (Reprodução/TV Globo)

    O casal Arleane, 34, e Marcelo, 38, formam a nona dupla anunciada no BBB 25, no grupo Pipoca. Marcelo é servidor público, engenheiro de segurança do trabalho.

    Indígena da etnia Mura, Arleane é Rainha de Bateria de escola de samba, cunhã-poranga e sensitiva, além de influenciadora digital. O casal se conheceu em um ensaio da escola de samba A Grande Família, na capital amazonense, há onze anos.

  • Maike e Gabriel - Pipoca
  • Maike e Gabriel (Reprodução / TV Globo)

    Maike e Gabriel (Reprodução / TV Globo)

    Melhores amigos, Maike e Gabriel, 30 anos, formam a 10° dupla do BBB 25. Paulistas, Maike e Gabriel se conheceram aos 13 anos, durante um treino de natação. Desde então, eles não se desgrudaram mais.

    Maike é nadador desde os 11 anos e chegou a ser medalhista na modalidade e treinou ao lado de nomes como César Cielo e Thiago Pereira. Formado em Business Marketing Administration, nos Estados Unidos, Gabriel também se dedicou desde jovem à natação, e já foi nadador do Corinthians.

  • Diego Hypolito e Daniele Hypolito - Camarote
  • Diego Hypolito e Daniele Hypolito (Reprodução/TV Globo)

    Diego Hypolito e Daniele Hypolito (Reprodução/TV Globo)

    Os irmãos Diego Hypolito e Daniele Hypolito, de São Paulo (SP), são a 11° dupla do BBB 25, grupo Camarote. Bicampeão Mundial, medalha de prata nas Olimpíadas, Diego, 38, é um dos maiores atletas da história do esporte nacional.

    Já Daniele, 40, foi eleita duas vezes a melhor atleta do Brasil, 14 vezes campeã brasileira, cinco Olimpíadas disputadas, além de ser a primeira mulher a conquistar uma medalha em mundiais na ginástica.

    (Colaboraram Rodrigo Melo e Flávia Juliate)

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    'Globo Repórter Personalidades' adentra a trajetória da Alcione

    'Globo Repórter Personalidades' adentra a trajetória da Alcione

    (Divulgação TV Globo)

    Foi em São Luís do Maranhão, no Grêmio Lítero Recreativo Português, que começou a trajetória de Alcione, uma das maiores vozes do Brasil, quando ela tinha apenas 12 anos. Hoje, aos 77 e mais de 50 anos de carreira, ela soma prêmios e reconhecimento internacional.

    ]Conduzida por Sandra Annenberg, a segunda edição do "Globo Repórter Personalidades", que vai ao ar nesta sexta-feira (29), revisita a vida e a obra de Alcione Dias Nazareth, uma das mais notórias sambistas do País, também conhecida como Marrom, Dama do Samba e A Voz do Samba. Essa é uma edição especial do programa que conta a história de artistas, atletas e personalidades brasileiras, por meio de relatos de quem faz parte dessa trajetória.

    Ainda menina, seguindo os ensinamentos do seu pai, que era maestro, Alcione deu os primeiros passos na música. Em um baile de debutantes, em São Luís, ela substituiu o vocalista da Orquestra Jazz Guarani e, ao subir no palco, transformou o baile em um grande show. Seu pai, João Carlos Dias de Nazareth, sonhava que a filha fosse professora e, por isso, a matriculou em uma escola normal. Sandra Annenberg visita o instituto onde Alcione estudou e conhece as colegas de turma que a acompanhavam no dia a dia até ela se formar e seguir para o Rio de Janeiro.

    A apresentadora vai ao encontro do músico e diretor Roberto Menescal, um dos fundadores da bossa nova, o primeiro a apostar na versão sambista de Alcione nos anos 1970, quando Beth Carvalho e Clara Nunes despontavam no gênero. Ao "Globo Repórter Personalidades", Alcione relembra a amizade com Clara. "Ela era parceira mesmo. Em dias de desfile, ela ia lá pra casa para pintarmos as unhas com as cores das nossas escolas e nos maquiávamos com o mesmo maquiador. Ela realmente era uma grande voz, com um repertório maravilhoso e uma grande amiga", conta.

    Pouca gente lembra que, na década de 1970, Alcione comandou na TV Globo o programa "Alerta Geral", dirigido por Ricardo Cravo Albin, recebendo os principais artistas da música popular brasileira. Um dos maiores conhecedores de MPB do Brasil, Ricardo revela bastidores e conta a Sandra o motivo que levou à escolha de Alcione. "Foi um programa histórico. Era a defesa, dentro da maior emissora do País, da música popular brasileira. Alcione era uma cantora nova, vinda do Nordeste, de grade presença, voz e diversas possibilidades", conta.

    Nesta sexta, Marrom revela as histórias por trás de alguns de seus grandes sucessos e conta que desde o início tinha certeza de que o trecho "Você é um negão de tirar o chapéu. Não pode dar mole senão você créu" seria um sucesso. "Quando eu fui mostrar para o meu diretor, ele falou: como você vai cantar uma palavra dessa, créu?". E Alcione não pestanejou ao responder: "Você não sabe das coisas que eu sou capaz!"

    Neste ano, a cantora e compositora foi homenageada com o enredo "Negra Voz do Amanhã", da Estação Primeira de Mangueira, sua escola de coração. Alcione é uma das fundadoras do projeto Mangueira do Amanhã, uma escola de samba mirim que faz parte do Programa Social da Mangueira e que há quase 40 anos transforma a vida de jovens e crianças por intermédio do samba. O "Globo Repórter Personalidades" visita a escola, na Zona Norte do Rio, e mostra o legado que é deixado para os novos sambistas.

    Passando pelo tambor de crioula e pelos sabores maranhenses preferidos de Alcione, Sandra Annenberg ainda faz um mergulho nas origens da cantora. O programa também ouve parceiros, amigos, anônimos e outros artistas que falam sobre a importância e influência da Marrom na música brasileira e na luta das mulheres por meio da sua voz.

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    Globo Repórter revista vida e obra de Machado de Assis

    Modificado em 04/11/2024, 08:54

    Globo Repórter revista vida e obra de Machado de Assis

    (Divulgação )

    Nascido há 185 anos no Morro do Livramento, na cidade do Rio de Janeiro, Machado de Assis é um dos maiores representantes da literatura brasileira. Filho de um brasileiro com uma açoriana, foi o principal fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1896, e deixou um conjunto vasto de obras, que até hoje se faz presente na vida dos brasileiros. Para mostrar a sua influência e celebrar a sua importância na literatura, o Globo Repórter desta sexta-feira (1º), revisita sua vida e obra, com o olhar do século 21. O repórter Rogério Coutinho mostra como um homem do século 19, que superou preconceitos e se tornou um dos maiores escritores de todos os tempos, ainda inspira tantos jovens a correrem atrás de seus sonhos e a buscarem forças nas palavras e na construção de histórias.

    Morador do Morro do Castro, no município de São Gonçalo, região Metropolitana do Rio de Janeiro, o jovem Lucas Luciano, de 20 anos, fala ao programa sobre como Machado de Assis o inspira. Ele tem um livro publicado que retrata o lugar onde nasceu e vive até hoje. O repórter Rogerio Coutinho viaja pela história do escritor e mostra como a trajetória do gênio das letras abre caminhos e oportunidades para diversas gerações.

    Como o ator, diretor, dramaturgo e professor Clayton Nascimento, que no ano passado se tornou o mais jovem brasileiro a vencer o Prêmio Shell de Teatro com o monólogo "Macacos". Na peça, na qual ele aparece sem camisa e rabiscado de batom, ele fala sobre episódios de racismo ocorridos desde a fundação do Brasil até a atualidade, com relatos protagonizados, inclusive, por Machado de Assis.

    Ao repórter, Clayton fala sobre a sua relação com a literatura e com o escritor, desde a infância. "Eu sou filho de bolsas, mas só estudei em escola pública. Minha primeira escola, ainda no ensino infantil, se chamava Emef Machado de Assis, no Jabaquara. E anos depois eu vim descobrir a potência e a importância do bruxo do Cosme Velho. Se não tivéssemos Machado abrindo caminhos, trazendo a importância da literatura brasileira, do saber articular as palavras, não sei se teríamos Macacos. Ter um dos nossos ícones sendo uma pessoa preta, que nasceu na favela do Livramento, com pai pintor e mãe lavadeira, é um mar de esperança e de possibilidades", conta.

    Na Rocinha, uma das maiores favelas do Brasil, Tatiana Lima comanda um jornal comunitário. A jovem conta a Rogerio Coutinho que sua jornada se cruza com Machado de Assis na permissão do sonho. "Eu também escrevo crônicas, edito um jornal, quem sabe um dia eu também possa escrever um livro?". No Méier, Zona Norte do Rio, o livreiro Ivan Costa conduz um espaço de literatura, arte, cultura e resistência, inspirado na garra de Machado. O jogador de futebol Gustavo Scarpa, do Clube Atlético Mineiro, soma 1,3 milhão de seguidores nas redes sociais e se tornou uma referência de leitura. O atleta já leu ao menos 100 livros e conta que esse hábito se tornou fundamental para ele relaxar e obter conhecimento. "Dom Casmurro" é um dos seus preferidos.

    A história de Machado de Assis também já foi contada em formato de samba-enredo. Ao Globo Repórter, o cantor Martinho da Vila revela conta como fez para buscar as referências de Machado para compor o samba de 1959 da escola Aprendizes da Boca do Mato e revela que foi nesse momento que nasceu o seu interesse pelo autor. Anos depois, além de cantor e compositor, Martinho escreveu 21 livros, entre eles o que homenageia sua mãe, dona Teresa, e se chama "Memórias Póstumas de Teresa de Jesus". "Ele tem uma influência grande na minha escrita", conta o sambista.
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    Em maio deste ano, uma americana viralizou nas redes sociais ao tecer elogios ao livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas". A reação foi imediata e fez com que a obra de 1881 entrasse para a lista dos livros mais vendidos em 2024. No programa, Rogerio Coutinho vive a experiência de conversar diretamente com Machado de Assis, por meio de um avatar que fica na Academia Brasileira de Letras. A interação com o Machado tecnológico aproxima os visitantes, sejam crianças, jovens ou mais idosos, da obra do escritor.

    "O Globo Repórter desta sexta é uma grande viagem entre o passado, o presente e o futuro, porque a gente ainda vive Machado de Assis e sente ele presente nas obras que escreveu e nas pessoas que ele inspira. Vamos contar a história de pessoas incríveis que têm, de alguma forma, uma inspiração no escritor e que acreditam no estudo, na educação e na transformação de vida por conta da leitura. Ainda vamos trazer uma questão muito importante de que o Machado de Assis foi embranquecido por muitos anos e agora a gente sabe que ele era um escritor negro, um artista negro e que foi muito inteligente ao conseguir se posicionar e fazer críticas nas suas obras, parecendo já imaginar que esses documentos ficariam na história e fariam parte das rodas de conversa. Machado tem um conteúdo que a gente precisa consumir", afirma o repórter.

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    'Globo Repórter' mostra vítimas de tragédias climáticas

    Modificado em 17/09/2024, 15:56

    'Globo Repórter' mostra vítimas de tragédias climáticas

    (Divulgação)

    Os eventos climáticos extremos, com enchentes históricas, secas, incêndios florestais recordes e ondas de calor, têm afetado milhares de pessoas no País. Mas também têm trazido à tona um lado especial do brasileiro, o da solidariedade. O "Globo Repórter" desta sexta-feira (17) vai ao encontro de pessoas que, assim como a população do Rio Grande do Sul, já passaram por tragédias climáticas, foram salvas, receberam ajuda e, agora, estendem a mão para o povo gaúcho. Os repórteres Graziela Azevedo, Pedro Bassan, João Mota, Bette Lucchese e Beatriz Castro contam histórias de projetos e pessoas que estão se mobilizando de norte a sul para ajudar os afetados pelas enchentes e formam, hoje, uma grande corrente do bem.

    Desde a grande inundação no Rio Grande do Sul, as cidades que cresceram às margens do Rio Taquari estão pedindo socorro, mas uma onda de solidariedade está unindo o País para salvar e resgatar as pessoas que ficaram isoladas. A repórter Graziela Azevedo acompanha a chegada de um grupo que sai de Santa Catarina levando vassouras, rodos e muita vontade de ajudar a limpar a cidade de Muçum. Em Roca Sales, pequenos produtores rurais levam tratores para tirar a lama das ruas. O programa registra momentos comoventes em meio ao cenário desolador das casas destruídas pela terceira vez, desde setembro do ano passado.

    No Morro do Espelho, em São Leopoldo, uma corrente formada por jovens estudantes alimenta e aquece quem está desabrigado. O repórter Pedro Bassan vai até o grêmio estudantil de um colégio que tem um departamento permanente de voluntariado onde alunos, ex-alunos, pais e professores se uniram e estão fazendo 600 marmitas e lanches todos os dias com recursos que recebem da comunidade escolar. A comida é levada para os desabrigados que estão em entidades próximas ao colégio. São Leopoldo tem hoje parte da cidade inundada e o Morro do Espelho se tornou um oásis de segurança e solidariedade.

    "O que mais me impressionou foi ver que as pessoas têm a consciência de que a vida delas mudou para sempre, seja porque elas perderam tudo e vão ter de recomeçar do zero, seja porque elas perderam o próprio vínculo emocional com a casa delas. O que eu testemunhei foi uma ruptura das pessoas com a vida que elas viviam antes. Nada vai ser igual daqui para frente. Ao mesmo tempo, é importante ver o quanto isso aproxima as pessoas e cria laços. E as pessoas se unem para ajudar as outras. Foi um sentimento de que, se o outro não está bem, eu também não estou bem. Esse sentimento de estar bem é coletivo, não é cada um por si. Não existe mais um, existe o nós", conta ele.

    Em 2023, um temporal devastou a cidade de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. Na ocasião, as chuvas provocaram forte estrago na Vila do Sahy, bairro periférico localizado na encosta da Serra do Mar, em que muitas crianças foram atingidas. O repórter João Mota, da TV Vanguarda, que cobriu a tragédia na época, foi ao encontro de crianças que passaram por esse momento difícil e hoje se mobilizam para mandar um pouco de esperança para as crianças do Sul. "Acompanhando a vida deles nesse tempo todo, me impressiona como o fato forçou uma maturidade imensa nos que mal começaram a vida. Tudo aconteceu na frente deles. Atualmente, com apoio psicológico e ainda muito sensibilizados com o assunto, eles já voltaram aos estudos e, tendo passado por aquilo tudo, hoje mandam uma mensagem ao Sul do País baseado no que viveram: é difícil, mas tudo passa", conta João.

    Após fortes chuvas na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, em 2010, um grande deslizamento de terra atingiu centenas de pessoas no Morro do Bumba. No mesmo ano, outra tragédia atingiu o Rio de Janeiro, dessa vez no Morro dos Prazeres, em Santa Tereza. No programa desta sexta-feira, a repórter Bette Lucchese acompanha um bombeiro aposentado que, além de ter trabalhado salvando vidas, cuida de moradores de rua, distribui comida e agora faz a ponte entre doadores e os postos de recolhimento da Ação da Cidadania. Bette também vai a Petrópolis reencontrar sobrevivente da tragédia que está tentando reconstruir a vida e conseguiu montar uma nova casa graças às doações.

    As mensagens de força e esperança para o Rio Grande do Sul chegam de todas as regiões do Brasil. No Nordeste, a repórter Beatriz Castro encontra uma sobrevivente do maior desastre climático de Pernambuco, em 2022, onde temporais provocaram deslizamentos de terra e milhares de pessoas ficaram desabrigadas. Cleide Silva era moradora de área de risco e perdeu tudo.

    À repórter, ela diz ser grata à pessoa que a salvou e acredita que o povo do Sul também vai conseguir se reerguer. Cleide conseguiu refazer a vida e voltou a estudar. "As pessoas que viveram a tragédia em Pernambuco se identificam muito com as que estão no Sul. Eles sabem que só o tempo vai acalmar o coração, mas é preciso ter muita resiliência. Muitos deles, até hoje, ainda vivem com as doações que receberam na época. Vamos mostrar como as pessoas aprenderam a ressignificar a maior tragédia de suas vidas em um recomeço, a partir da força da solidariedade", afirma Beatriz.