Sabe aquela ideia de vestir P, M ou G? Estará com os dias contados em breve. Essa e outras histórias de como a moda vem evoluindo nos últimos anos estarão no Globo Repórter desta sexta-feira (29). A jornalista Bianka Carvalho teve o corpo escaneado por um sistema que confecciona roupas sob medida, criado pelo paulista Cairê Moreira, de 26 anos. Por meio da ferramenta da “alfaiataria 4.0”, as medidas dela foram coletadas e serviriam para a produção de um vestido personalizado para a repórter. Uma grande rede do varejo brasileiro já adotou a tecnologia desenvolvida por Cairê para contemplar os novos modelos de corpos, principalmente os femininos.“Acho que a roupa do futuro precisa trazer algo que a do presente ainda não traga, pelo menos não como a gente gostaria. Tamanhos genéricos não respeitam particularidades que a gente tem, por exemplo, alguém que não fica bem nem com M nem com G. O futuro merece algo mais específico, mais com a nossa cara. Eu gostei de ter experimentado o scanner de pessoas”, conta a repórter sobre a tecnologia que foi adotada por uma grande rede do varejo brasileiro. “Têm algoritmos que estão preparados para aquela pessoa. Por que roupa não?”, complementa Cairê, que, além de ter visto sua invenção sendo comprada pela empresa de moda, se tornou consultor 3D.O programa destaca ainda a evolução da moda plus size, mesmo durante a pandemia. Com um viés inclusivo, ela cresce 10% ao ano e já movimenta cerca de R$ 6 bilhões no País. Muito além da economia, as roupas confeccionadas para todos os tipos de corpos têm ajudado a autoestima, principalmente das mulheres que sofriam ao entrar em um provador e não se sentir bem ao experimentar uma roupa, com a modelo Julia Mattozo. Para alívio de consumidoras como ela, o programa mostra uma fábrica no Sul do País, gerenciada por mãe e filha, que investiram em tamanhos diferentes de quadril, busto, até chegar ao 6G.Nos Estados Unidos, Sandra Coutinho entrevistou Yoel Fink, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), maior especialista do mundo em tecidos inteligentes. Ele acredita que as roupas vão virar “computadores de vestir”. Vão monitorar a saúde, movimentos e dar o alarme se for necessária a intervenção médica muito mais rapidamente do que quando se faz check-ups periódicos. Uma pesquisadora da equipe dele inventou ainda um tecido inteligente que foi enviado ao espaço para revestir a Estação Espacial Internacional.“Experimentei uma calça de ginástica inteligente que monitora os músculos que usamos em cada exercício. Com o tempo, o que carregamos no bolso, no celular, vai estar tecido dentro das fibras da roupa”, contou ela, que ainda apresentou uma fibra acústica, que pode ser incluída dentro da roupa de uma gestante para monitorar em tempo real o coração de um feto em casos de gravidez de risco.Já Dulcinéia Novaes mostra que o futuro de inovações não abandona as tradições milenares e acompanha a arte de criar um fio usado para produzir um dos tecidos mais belos. “Conhecer de perto como se produz o fio da seda foi simplesmente incrível! Ainda mais por ser resultado inicial do trabalho de um bichinho tão pequeno, mas capaz de em dois a três dias tecer 1.500 metros de um fio praticamente invisível e que se torna um dos mais belos tecidos do planeta. Depois, na indústria as habilidosas fiandeiras, no manuseio dos casulos e das meadas que vão saindo das máquinas, dão sequência à manufatura. É nos Estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul que pequenos produtores cultivam as amoreiras, de onde é colhido o alimento do bicho da seda. As folhas tenras, sustentam as lagartas em cinco estágios, até que elas estejam prontas para começar a fazer o casulo. Um delicado novelo que depois é desenrolado na fábrica de fiação. E da fábrica, para o resto do mundo, para ser transformado em peças de grifes famosas, principalmente europeias. Muito bom poder contar um pouco dessa história, que se originou há milênios e que, mesmo em tempos modernos, não perde o fio da meada”, exalta Dulcinéia.