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Goiana será a primeira mulher trans a disputar o Miss Brasil: 'Era um sonho distante'

Rayka Vieira foi eleita Miss Centro Goiano e disputará nacional em março de 2021

Modificado em 24/09/2024, 00:28

Goiana será a primeira mulher trans a disputar o Miss Brasil: 'Era um sonho distante'

(Reprodução / Instagram / @raykavs)

Pela primeira vez na história, uma mulher transexual disputará o posto de Miss Brasil. Quem protagoniza o feito é a goiana Rayka Vieira, 25, anunciada oficialmente -- e com exclusividade para a coluna -- nesta quinta-feira (3) como representante do Centro Goiano no Miss Brasil Mundo 2020.

"Nunca tinha imaginado estar neste lugar até pouco tempo atrás. Era um sonho que parecia tão distante, nunca achei que seria possível realizá-lo. Ainda estou encantada com tudo isso. A ficha de que estarei em um dos maiores concursos de miss do país está caindo aos poucos. Hoje sei que isso é totalmente possível e é um marco histórico para nós, mulheres trans. Me orgulho de ser pioneira no Miss Brasil Mundo."

Rayka agora se prepara para a competição, que inicialmente aconteceria no fim de outubro, mas, por conta da pandemia, foi adiada para 4 de março no Iloa Resort, em Alagoas. Mesmo com a ansiedade a mil e as emoções à flor da pele, Rayka não esquece da representatividade que seu título traz, e acredita que isso pode abrir a mente de muitas pessoas, inclusive das próprias mulheres trans.

"Muitas meninas trans, assim como eu, têm medo de se arriscar. É uma oportunidade que eu não tinha noção de que poderia existir. Estou aqui para mostrar que é possível, um sonho que está se realizando. Não quero ser só mais uma miss, e sim mostrar que nós, mulheres em geral, não precisamos provar que temos algo mais que beleza. Somos inteligentes, fortes, guerreiras, trabalhadoras e humanas acima de tudo".

PRIMEIRA VEZ

Em mais de 60 anos de realização, esta será a primeira vez que um concurso de Miss Brasil desenhado inicialmente para mulheres cisgênero, recebe uma trans --seja na versão Mundo, Universo, Terra ou qualquer outra.

Antes de Rayka, a carioca Náthalie de Oliveira disputou o estadual Miss Rio de Janeiro (versão Universo) no início de 2019, mas não chegou a se classificar para o nacional.

O concurso que Rayka vai participar elege uma brasileira para competir no internacional Miss Mundo, que até hoje também não teve candidata transexual. O Miss Universo, por sua vez, em 2018 contou com a presença da modelo trans Angela Ponce, que defendeu a Espanha na disputa e foi homenageada ao vivo no show da final.

Fã da mineira Natália Guimarães, Miss Brasil Universo 2007, Rayka está se preparando em diferentes quesitos para a etapa. Isso inclui também a elaboração de uma ação social para uma das provas do concurso e, para isso, estuda com sua coordenação um projeto dedicado a jovens trans.

"Vai ser um pouco trabalhoso, mas é essa a diferença que quero fazer como miss. Eu sou uma pessoa muito calma, muito paciente e vou começar a me preparar agora intensamente, tanto na parte física, como de passarela, idiomas e nesse projeto".

COBRANÇA DOBRADA

Rayka tomou a decisão de correr atrás de seu sonho de ser miss após ser desligada, recentemente, da empresa em que trabalhava havia quase dois anos na cidade de Anápolis (GO).

"É difícil dizer que não muda algo o fato de ser uma mulher trans, porque muda sim. Eu me sinto cobrada até por mim mesma, para ser a melhor sempre e para me sobressair em tudo, pois as oportunidades não são iguais a todas as mulheres. Já perdi muitos empregos e já fui humilhada em hospitais públicos ao ser atendida'', desabafa.

A miss se considera uma mulher batalhadora e que tem que lutar dobrado pelo seu espaço. Apesar disso, Rayka ressalta que não quer privilégios e sim respeito, como outra mulher qualquer.

Desde criança, ela sempre se interessou por roupas e sapatos femininos. Vestia as roupas da mãe escondida e era fascinada pelas vitrines das lojas no comércio. Quando tinha que cortar os cabelos, Rayka recorda que chorava em frente do espelho, pois não se reconhecia. Foi então que, aos 15 anos, não suportou mais viver com a sua identidade de nascimento e decidiu se assumir e começar a transição de gênero.

"Sempre respeitei minha família e por isso tive o mesmo respeito deles todo o tempo, e acredito que isso foi muito importante para a formação do meu caráter. Agradeço a Deus todos os dias por eles, pois sem minha família eu não sei onde estaria. Talvez o meu destino fosse o mesmo de muitos outros adolescentes que conhecemos, que são expulsos de casa e ficam sem família, sem emprego, às vezes sem ter o que comer."

"Esse estigma é tão alto, que muitos chegam a tirar a própria vida, o que é muito triste", continua Rayka. "Infelizmente muitas famílias são conservadoras e não estão preparadas para enfrentar esse tipo de situação."

Um fato curioso sobre a miss, é que ela tem uma irmã mais velha que também é transexual. "Foram alguns anos depois que iniciei minha transição. Hoje somos mais que irmãs, somos metade uma da outra e juntas compartilhamos todos os momentos e experiências, o que nos torna mais próximas ainda", afirma.

"Para quem sonha, eu digo para que nunca desista no primeiro não. Você nunca saberá se conseguirá se não tentar, e você pode ser tudo o que quiser. Abrace as oportunidades que a vida trouxer, assim como eu estou fazendo. Sei que isso vai abrir portas e inspirar muitos jovens que, assim como eu, não acreditaram no futuro. Acho que vale muito a pena, afinal, olhem só onde eu cheguei: no inimaginável."

Ver essa foto no Instagram

Enfim, a grande notícia que estava ansiosa pra contar: Serei a primeira mulher trans a participar do @missbrasiloficial , concursos antes apenas para mulheres SIS, esse acredito ser um momento ÚNICO na minha vida e que vai encorajar muitas jovens como eu a não desistirem dos seus sonhos, posso contar com vcs pra juntos vivermos esse sonho? Foto e coordenação : @raffarodriguess - beleza @ferreira_di - vídeo @bmq_foto_filmes - produção @marcelo_gosky - vestido: @exitusfestasenoivas - coroa: @sarneyamorim #missbrasilmundo #misscentrogoiano #primeiratransnomissbrasil #raykamiss

Uma publicação compartilhada por Rayka Vieira (@raykavs) em 3 de Set, 2020 às 3:33 PDT

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Mineira Isa Murta é favorita à coroa do Miss Supranational 2024

Modificado em 17/09/2024, 16:31

Mineira Isa Murta é favorita à coroa do Miss Supranational 2024

(Ana Machado)

Depois dos desfiles preliminares em traje de banho e de gala no início desta semana, especialistas apostam que a mineira Isadora Murta, de 26 anos, será uma das finalistas do Miss Supranational 2024. Caso isso ocorra, ela será a primeira brasileira a receber o título no concurso que é um dos maiores do mundo, assim como o Miss Universo.

As imagens de sua performance ganharam as páginas nas redes sociais que acompanham o setor, e seu nome aparece ao lado de outras favoritas, como as misses República Tcheca, Justyna Zednikova, de 21 anos e Tailândia, Kasama Suetrong, de 28 anos e outras.

Em sua 15ª edição, o mundial de beleza feminina traz neste ano um grupo de 68 candidatas e tem sua coroação final agendada para sábado (6), em Nowy Saczm na Polônia. Quem se despede do título é a equatoriana Andrea Aguilera, de 24 anos.

Isadora, que é embaixadora da luta contra a hanseníase, ajudando a dar visibilidade para a causa, com o posto de Miss e reforça a importância de usar sua plataforma para causas sociais.

"O que nós temos de mais precioso é o nosso tempo, e a Miss tem que dar o tempo. Então estou sempre aberta para participar de projetos sociais, escutar as pessoas e levar um pouquinho de carinho e de atenção", afirma a gata.

(Ana Machado)

(Divulgação)

(Divulgação Miss Brasil)

(Divulgação Miss Brasil)

Geral

Goiânia cria ambulatório para pessoas trans e travestis

Espaço ainda não foi inaugurado oficialmente, mas já acompanha 34 pessoas que aguardavam vaga na rede estadual. Outros dois municípios já contam com serviço

Modificado em 17/09/2024, 16:27

Ambulatório Municipal de Processo Transexualizador, chamado de TransViver, já funciona no Cais Novo Mundo: discussão iniciada há um ano

Ambulatório Municipal de Processo Transexualizador, chamado de TransViver, já funciona no Cais Novo Mundo: discussão iniciada há um ano
 (Wildes Barbosa)

++GABRIELLA BRAGA++

Neste mês do Orgulho LGBTQIAPN+, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia deu início aos atendimentos para pessoas trans e travestis no Ambulatório Municipal de Processo Transexualizador, chamado de TransViver. A novidade na capital se soma a mais três unidades no Estado que atendem o público com serviços que variam de consultas médicas e acompanhamento psicossocial, à hormonioterapia e cirurgias de adequação sexual. Hoje, unidades de saúde de Itumbiara e Senador Canedo, além do Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG), prestam o serviço especializado, sendo que apenas este último realiza procedimentos cirúrgicos.

O Processo Transexualizador foi instituído no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2008, sendo ampliado a partir de 2013. A habilitação junto ao Ministério da Saúde (MS) pode ocorrer na modalidade ambulatorial e hospitalar, que garante a realização das cirurgias de adequação sexual (veja no quadro ao lado). No caso da capital, serão ofertados serviços de âmbito ambulatorial. A pasta adianta que ainda não há data prevista para o lançamento oficial, mas 34 moradores de Goiânia que estavam na regulação estadual aguardando o ingresso no programa já estão sendo atendidos.

É o caso de uma jornalista de 24 anos, que preferiu não se identificar. Ela conta que foi chamada no início deste mês pela pasta. "Eu já conhecia o programa há muito tempo, mas o passo de buscar efetivamente foi no final do ano passado. Quando recebi a ligação fiquei primeiro em choque e depois muito feliz, e anotei a consulta em vários lugares, colocar despertador, calendário para não perder a data, porque há um tempo venho sentindo necessidade de acompanhamento, não só para hormonização e cirurgia, mas psicológico, porque é muita violência. O processo de transição que começa mas nunca termina é um processo que dói", relata.

Superintendente de Gestão de Redes de Atenção à Saúde da SMS, Cynara Mathias Costa explica que a discussão para criação do Ambulatório TX na capital foi iniciada há pouco mais de um ano, junto com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas (SMDHPA). "Identificamos que o tempo médio de espera para munícipes adentrarem ao único ambulatório transexualizador que a gente tinha contratualizado, que é o do HGG, era de um ano. Então fomos construindo para atender essa população extremamente vulnerável, com uma taxa de mortalidade grande e que já passou e ainda passa por muita discriminação", diz.

Ela explica ainda que o ambulatório ainda está em fase de implantação, como a contratação de médicos --- ginecologista, urologista, e psiquiatra. Outros profissionais, como psicólogo, assistente social e endocrinologista, também integram o quadro da equipe multidisciplinar do serviço na capital. A superintendente pondera ainda que é preciso realizar uma mudança na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (Remune) para incluir todos os hormônios possíveis para a terapia hormonal.

"A secretaria municipal entende que essa população foi por muitos anos negligenciada, então é difícil o acesso não somente ao serviço de saúde. Todas as equipes de saúde da família já foram orientadas sobre como preencher para que o paciente caia na regulação para o ambulatório transexualizador. É um local de portas abertas para o acolhimento desta população", pontua. Mas, complementa, para ter acesso ao serviço é preciso procurar uma unidade da atenção primária ou básica para obter encaminhamento.

"A hormonização, também conhecida por terapia hormonal ou hormonioterapia, é uma intervenção de saúde utilizada por muitas pessoas transexuais e travestis como uma estratégia para se expressarem e serem reconhecidas pela sociedade dentro dos limites do gênero com o qual se identificam ou com o qual preferem ser identificadas", explica Cynara.

Referência

O Serviço Transexualizador -- Ambulatório TX do Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG) foi criado em 2017. Com abrangência estadual, o programa já fez até este ano 13.083 atendimentos ambulatoriais, além de 47 cirurgias de redesignação sexual e outros 130 procedimentos cirúrgicos diversos, como mastectomia e mastoplastia, e hesterectomia. Hoje, 717 estão em acompanhamento no programa e outras 387 aguardam na fila da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) para o primeiro atendimento.

Durante a semana do Dia do Orgulho LGBTQIAPN+, celebrado no dia 28 de junho, o hospital realizou uma força-tarefa para concluir 12 cirurgias plásticas que contemplam pacientes do programa que aguardam pelos procedimentos. Foram oito mastectomias, que é a retirada das mamas, e quatro mamoplastias, que consiste na colocação de prótese mamária. A fila ainda conta, atualmente, com 35 aguardando por mastectomia, e 37 por mamoplastia.

Uma das pessoas contempladas foi a diarista Cintia de Jesus Silva, de 37 anos. Ela conta que buscou o Serviço Transexualizador do HGG em 2020 e, no ano seguinte, foi chamada para adentrar ao programa. Cintia relata que sempre quis fazer a cirurgia de mastectomia mas, como norma do MS, precisou aguardar ao menos dois anos para entrar na fila de espera para o procedimento. Três anos depois, chegou o momento. "Foi maravilhoso, estou feliz demais. Não gostava do volume, e toda essa ansiedade. Agora posso usar as camisas como eu gosto Só quem tem esse sonho sabe como é importante", comenta.

Diretor técnico do HGG, Guilherme Carvalho de Sousa explica que nem todas as pessoas que fazem parte do programa chegam a fazer um procedimento invasivo. "Existe um entendimento comum de que todas pessoas que entram no programa é para fazer a mudança de sexo. Mas nem todas querem, e nem todas que entram com essa vontade acabam fazendo, pois acabam mudando de ideia. O tempo maior é para ter certeza, porque é irreversível."

Mais duas cidades também contam com serviço

Itumbiara, na região Sul de Goiás, foi o primeiro município a criar o Ambulatório Transexualizador (TX), ainda em 2018. O serviço é prestado no Núcleo de Atenção Básica de Saúde (NABS) local, com atendimento para pessoas trans e travestis de toda a região do Estado. Na unidade, há oferta de atendimento médico especializado com endocrinologista e psiquiatra, além de psicólogo e assistente social. Hoje, o espaço faz o acompanhamento de 63 pessoas que integram o programa.

Já em 2022, Senador Canedo, localizado na Região Metropolitana de Goiânia, lançou o ambulatório no município. A unidade faz atendimento de 25 municípios da região Centro-Sul em Saúde de Goiás, com uma equipe formada por endocrinologista, psiquiatra, psicólogo e enfermeiro. Ao todo, 98 usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) são contemplados na unidade.

"Pelo menos hoje já temos 12 aptos para serem encaminhados para outros procedimentos no Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG)", pontua a coordenadora e responsável técnica pelo Ambulatório Regionalizado do Processo de Afirmação de Gênero de Senador Canedo (ARPAGESC), Rafaela Damasceno.

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Mari Brechane vai usar vestido especial no Miss Universo

Modificado em 19/09/2024, 01:23

Mari Brechane vai usar vestido especial no Miss Universo

(Raffael Cesar Rodrigues)

Maria Eduarda Brechane, ou simplesmente Mari Brechane, foi miss Rio Grande do Sul e venceu o Miss Brasil 2023. Nesta quarta-feira (15), a jovem de 19 anos terá um desafio especial: conquistar o júri técnico do Miss Universo 2023 e garantir a classificação do País no concurso. Para isso, vai usar um vestido avaliado em R$ 50 mil, que foi feito sob medida pela estilista Daniela Setogutti. A peça é na cor amarela e, por isso, foi intitulada de "Deusa do Sol". As joias que acompanham a roupa também são exclusivas, avaliadas em R$ 85 mil, feitas de ouro 18 quilates e pedras naturais.

"Amareloo!", escreveu Mari em uma publicação no seu perfil no Instagram, dando indícios do poderoso look. "Eu não tenho palavras para descrever tudo que estou vivendo", acrescentou ela, que diz estar ansiosa para a cerimônia.

A grande final do concurso será no sábado (18), em El Salvador, e contará com apresentação de John Legend. Caso vença a disputa, Maria será a terceira brasileira coroada como a mais bela mulher do planeta, 55 anos após o último título de uma compatriota. Atualmente, a coroa pertence à norte-americana R'Bonney Gabriel, de 29 anos.

(Raffael Cesar Rodrigues)

(Mauro Jorge)

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Gata do Daqui

Miss Brasil, Maria Brechane rebate críticas por sua idade

Modificado em 19/09/2024, 00:33

Miss Brasil, Maria Brechane rebate críticas por sua idade

(Ita Mazzutti)

Eleita Miss Universo Brasil 2023, no último domingo (9), Maria Eduarda Brechane irá representa o Brasil no Miss Universo 2023. Após o concurso a jovem, que é natural do Rio Grande do Sul, viu sua vida virar de ponta a cabeça. Seu nome está entre os mais buscados no Google. Recentemente, seu perfil no Instagram, teve um crescimento de 400% no número de seguidores (passando de 14 mil para 70 mil).

"Sinto uma responsabilidade muito grande. Para mim, ser Miss Brasil hoje é como ser uma diplomata, pois carrego as causas e diversidades do meu país. É preciso ter muita maturidade", diz ela, que é modelo desde os 13 anos, atriz e estudante de jornalismo.

Um dos maiores questionamentos que têm surgido, principalmente dos fãs, são referentes a sua idade. Tem gente que acha que seus 19 anos não são suficientes para ocupar o trono de Miss Universo Brasil. Mari era a mais nova no grupo de 7 finalistas, que tinham idades entre 22 e 27 anos.

"Minha idade não me define. Sou muito mais que um número, sou uma mulher batalhadora e focada. Não existe tempo certo para correr atrás de um sonho", rebate a miss, que vem de uma família com origens indígenas.

(Ita Mazzutti)

(Lufe Torres)

(Lufe Torres)

(Raffael César Rodrigues)