IcMagazine

Famosos

Série 'It's a Sin' mostra em Berlim como a Aids abalou a vida gay na década de 1980

A série quer passar para o público o quão eletrizantes e cheios de possibilidades deveriam ter sido os anos 1980 para os LGBTs, sem esquecer o descaso com o qual a Aids foi tratada por quem estava no poder na época

Folhapress

Modificado em 21/09/2024, 01:19

Série 'It's a Sin' mostra em Berlim como a Aids abalou a vida gay na década de 1980

(Reprodução)

Uma sequência de cenas de sexo catártica, com pernas entrelaçadas, bundas aparentes e parceiros de vários tipos nas mais diversas posições resume a energia e a intensidade do episódio inagural da minissérie "It's a Sin".

Minutos depois, vem um desfecho sombrio, que muda totalmente o tom da história. Um corpo inerte é deitado num caixão, depois que o personagem morre de uma "doença misteriosa". A frieza apaga qualquer fogo que havia sobrado da festa orgástica de mais cedo, mas não chega a ser uma surpresa.

A Aids, o grande tema da produção, estava à espreita desde o primeiro segundo da trama da HBO Max, ainda sem previsão de estreia no Brasil.

Parte da Berlinale Series, mostra dedicada a séries do Festival de Berlim, que acontece nesta semana em formato virtual, "It's a Sin" foi aclamada em seu país de origem, o Reino Unido, quando debutou em janeiro. Seu retrato autêntico e doloroso da epidemia que ceifou tantas vidas, especialmente as LGBTs a partir dos anos 1980, fez a crítica especializada ver a obra como uma das melhores minisséries dos últimos anos.

Os elogios vieram como surpresa para a equipe por trás da história. As gravações de "It's a Sin" escaparam da Covid-19 por pouco, mas a realidade pandêmica fez com que seu diretor, Peter Hoar, se preocupasse quanto à disposição do espectador de encarar um vírus mortal também nas telas.

"No fim eu acho que isso ajudou a série, talvez porque tínhamos um público disposto a pensar sobre esses temas. Mas o tom de 'It's a Sin' e a situação atual trabalharam a nosso favor, porque no fim essa é uma história sobre a vida, sobre o amor. Faz com que as pessoas reflitam que qualquer um poderia ter sido uma vítima lá atrás, assim como agora", diz ele, em conversa por videoconferência.

De fato, "It's a Sin" não abandona a empolgação e a sensualidade nos seus outros quatro episódios, que cobrem cerca de uma década. Segundo Hoar e o criador da série, Russell T. Davies, era importante que seus personagens mostrassem toda a potência do que foi a comunidade LGBT naqueles anos. E o que ela seria hoje, não fosse a doença que a devastou e a impregnou de ainda mais estigma.

"Não queríamos drenar a vida e as cores, porque é justamente sobre isso que a série fala", afirma Hoar. "Ela é sobre o amor gay jovem e o nosso elenco é formado por pessoas que nós poderíamos ter perdido, se vivêssemos naquela época. Elas não fizeram nada de errado, só estavam se divertindo."

À frente do grupo está Olly Alexander, vocalista da banda de indie pop Years & Years. Ele vive Ritchie, um rapaz que abandona sua cidadezinha nos confins do Reino Unido para estudar direito em Londres. No ambiente universitário, ele é apresentado ao curso de artes cênicas, que desperta nele a paixão. Dali em diante, ele vive uma vida muito, muito gay.

Tudo graças ao Palácio Rosa, espécie de albergue com agenda cheia de festinhas e performances. Lá, ele é vizinho de porta de Roscoe, que sai de casa de vestido depois que seus pais tentam curar sua homossexualidade, Colin, um tímido galês que trabalha nas alfaiatarias de Savile Row, e Ash, um descendente de indianos sexy e musculoso. E também tem Jill, sua melhor amiga e fiel escudeira.

Hoar conta que foi importante assegurar que o elenco de "It's a Sin" seria formado por atores abertamente gays, para dar credibilidade à história. Talvez por isso, vários deles estão em seus primeiros trabalhos nas telas. A falta de experiência da gangue é compensada por participações especiais de figuras importantes do meio LGBT, como Neil Patrick Harris e Stephen Fry.

Em sua mistura de sensualidade, jovialidade e dor, "It's a Sin" quer passar para o público o quão eletrizantes e cheios de possibilidades deveriam ter sido os anos 1980 para os LGBTs, sem esquecer o descaso com o qual a Aids foi tratada por quem estava no poder na época.

Foi uma doença desprezada e demonizada, conta Hoar, ressaltando que nem mesmo médicos ou enfermeiros tocavam nos primeiros pacientes com HIV. Ele não os culpa, porque entende que havia muita desinformação e desinteresse propagados por uma casta de formadores de opinião heterossexuais, que tacharam a Aids de "doença gay". As fake news, em tempos de coronavírus, continuam, e é por isso que Hoar espera deixar como mensagem a importância da ciência.

Muito além das transas e das festas babadeiras de "It's a Sin", a expectativa é que a série mostre um pouco de sua própria história às gerações LGBTs mais novas. "Nosso objetivo nunca foi ensinar algo, mas eu acho que é importante conhecer nossa história", diz Hoar, que também é homossexual, ressaltando os ainda alarmantes dados sobre a Aids.

"Nós avançamos muito, as coisas estão melhores, mas isso depende de que parte do mundo estamos falando. E isso sempre me faz questionar até que ponto houve evolução, porque fazer parte de uma comunidade pressupõe que você precisa cuidar de todos os seus pares."

IT'S A SIN

Quando Sem data de estreia no Brasil

Geral

HDT e Ceap-Sol promovem passeio ciclístico e caminhada Um por Todos e Todos Contra a AIDS no próximo domingo (1º)

Encontro será no Parque Areião

HDT e Ceap-Sol promovem passeio ciclístico e caminhada Um por Todos e Todos Contra a AIDS no próximo domingo (1º)

(Divulgação)

O Centro Estadual de Atenção Prolongada e Casa de Apoio Condomínio Solidariedade (CEAP-SOL) e o Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), unidades geridas pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), realizam no próximo dia 1º de dezembro, domingo, o 1º Passeio Ciclístico e Caminhada com o tema "Um por todos e todos contra a AIDS".

O evento será no Parque Areião, das 9h às 11h, integrando a programação do Dezembro Vermelho, campanha que tem início no Dia Mundial de Luta contra a AIDS. A concentração será em frente ao Batalhão do BOPE.

A comunidade está convidada a participar. As inscrições podem ser realizadas por meio do site do ISG (www.isgsaude.org ), acessando as páginas das unidades do CEAP-SOL e HDT e clicando no link disponível na matéria sobre o evento. Os 100 primeiros inscritos ganharão uma camiseta exclusiva do evento.

O Dezembro Vermelho é uma mobilização internacional para conscientizar sobre a luta contra o vírus HIV, a AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A campanha destaca a importância da prevenção, da assistência e da proteção dos direitos das pessoas vivendo com HIV.

"Queremos unir forças para mostrar que com tratamento e acompanhamento adequados, as pessoas vivendo com HIV têm uma vida longa, saudável e plena, sem limitações", afirma Antônio Jorge, diretor-executivo do HDT e do CEAP-SOL.

Geral

Casos e mortes por Aids apresentam redução em Goiás

Redução no registros de casos foi de 30,3% entre 2022 e 2023. Os óbitos caíram 13,2% no mesmo período. Adesão ao tratamento antirretroviral ajuda a explicar o cenário

Modificado em 19/09/2024, 01:16

Casos e mortes por Aids apresentam redução em Goiás

(Redação)

Os casos de Aids apresentaram queda de 30,3% em Goiás entre 2022 e 2023. Foram 632 registros no ano passado contra 440 neste ano, o menor número desde 2010. Os óbitos pela doença tiveram redução de 13,2% no mesmo período. Foram 310 registros no ano passado e 269 neste ano, que registrou a menor taxa (3,8) por 100 mil habitantes desde 2020. Especialista aponta que a melhoria da adesão ao tratamento antirretroviral ajuda a explicar o cenário. Em Goiás, grupos desenvolvem trabalho educativo de conscientização sobre o tema.

No estado, apesar de os registros relacionados a Aids terem apresentado queda, a quantidade de casos de HIV tem ficado entre 1,6 mil e 1,7 mil registros desde 2017, excluindo uma distorção em 2020 motivada por uma dificuldade de registros causada pela pandemia da Covid-19. As informações são do painel de monitoramento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO).

A infectologista Juliana Barreto aponta que é importante chamar a atenção para a subnotificação dos casos de Aids. "O que é muito comum no Brasil", pontua. Entretanto, ela também destaca que o cenário de queda nos casos e óbitos por Aids pode ser explicado pela melhoria da adesão à terapia antirretroviral. "É o que faz o paciente portador do HIV continuar sendo só um portador e não evoluir para um caso de Aids", frisa a infectologista.

O HIV e a Aids são coisas diferentes. Quando se diz que uma pessoa que vive com HIV significa que ela é portadora do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV é a sigla em inglês). Quando a pessoa fica com uma contagem baixa das células de defesa e uma carga viral alta que leva a infecções oportunistas, é um caso de Aids. "O que mais evita a evolução para um caso de Aids é a adesão à terapia antiretorviral", esclarece Juliana.

Atualmente, a rede de atenção básica à saúde oferece testagem gratuita para detecção do HIV. "É possível fazer o teste rápido para todas as ISTs. Tanto para HIV, quanto para sífilis, quanto para as hepatites virais. Estimulamos o paciente a fazer, porque isso gera um diagnóstico precoce e começamos o tratamento até antes mesmo dele ter sintomas", conta a infectologista.

Tratamento

O tratamento do HIV é feito com medicamentos antirretrovirais. Eles são ofertados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "Se possível, o ideal é pedir um exame chamado genotipagem primária, porque ele vê desde o início se o paciente tem algum tipo de resistência aos medicamentos primários preconizados pelo Ministério da Saúde", diz Juliana.

Segundo ela, os medicamentos disponíveis atualmente são altamente eficazes, o que também pode contribuir para a diminuição dos registros de Aids. "O paciente adere a esse tratamento, que é muito bom. Realmente controla o vírus. O tratamento da Aids é o mesmo. O que muda é que quando tem Aids, tem infecções oportunistas. Então, provavelmente entram profilaxias e o tratamento das infecções oportunistas", esclarece Juliana.

As pessoas que fazem o tratamento de forma regular têm grandes chances de se tornarem indetectáveis. Isso significa que a carga viral delas é tão baixa que não é possível detectá-la. Apesar de isso não representar cura, o paciente indetectável não transmite a doença. "É a intenção do tratamento. É o momento em que se chega a um controle da doença", pondera a infectologista.

Educação

Em Goiás, existem grupos que trabalham justamente na conscientização da importância da prevenção e do diagnóstico precoce do HIV. Nesse sentido, a Associação Grupo Aids Apoio Vida Esperança (Grupo Aave) desenvolve ações em várias frentes diferentes. "Fazemos palestras explicando sobre os métodos de prevenção, além de estimularmos o autocuidado das pessoas que vivem com o HIV", explica Tâmara Carvalho, membro do Grupo Aave.

Nos últimos três meses, o grupo intensificou o trabalho com as pessoas que não estão fazendo o tratamento de forma regular. "Fizemos visitas domiciliares para entender o que estava acontecendo. Se a pessoa não estava se adequando ao medicamento, por exemplo, a fim de que ela não tivesse falha na medicação", esclarece Tâmara. Ela destaca as atividades desenvolvidas junto às famílias das pessoas que vivem com o HIV. "Sofrem muito com o preconceito", enfatiza.

Tâmara reforça que o grupo marca presença em diversos eventos transmitindo a mensagem do 'Indetectável = Intransmissível', além de apoiar ações do poder público que incentivam a população a se testar. O grupo também participa dos conselhos de saúde para garantir a chegada da medicação para o tratamento da doença.

Para entrar em contato com o Grupo Aave basta acionar o telefone (62) 98605-5695 ou o e-mail aave@grupoaave.org. Também é possível obter informações pelo site ww.grupoaave.org ou pelo Instagram (@grupoaave).

Queda também alcançou gestantes

Em 2023, a quantidade de casos e a taxa por 100 mil habitantes de gestantes com HIV e Aids em Goiás foram as menores desde 2010. Foram apenas 103 casos de HIV, com uma taxa por 100 mil habitantes de 1,5, e três casos de Aids, com taxa por 100 mil habitantes próxima a zero. "Uma gestante com HIV não significa, necessariamente, que o bebê será uma pessoa com HIV", esclarece a infectologista Juliana Barreto.

Toda a estratégia para evitar que o bebê seja infectado começa ainda no pré-natal, que pode ser justamente o momento em que a mulher descobre ser uma pessoa que vive com o HIV. A intenção é deixar a carga viral da gestante o mais baixa possível por meio do uso de medicamentos antirretrovirais. Assim, se consegue evitar que o feto seja infectado. O parto é de alto risco e deve ser feito em uma maternidade de referência. "Não se pode amamentar para evitar o risco de transmissão pelo leite materno", frisa Juliana.

Neste mês, o Ministério da Saúde entregou certificados de eliminação e selos de boas práticas para a eliminação da transmissão vertical de HIV e/ou sífilis a quatro estados e a 73 municípios brasileiros. Junto a outros 25 municípios, Trindade, na região Metropolitana de Goiânia, recebeu o Selo Prata HIV. "É um sinal de que estamos no caminho certo e fruto de um trabalho em equipe para estarmos mais próximos da população. Em 2024, nosso foco é buscar o Selo Ouro", afirma Gustavo Queiroz, secretário municipal de Saúde.

Queiroz explica que o município acompanha, em média, 450 gestantes e o fortalecimento da rede de atenção básica à saúde foi essencial para a conquista do selo. Segundo ele, as gestantes que fazem o pré-natal na rede municipal são submetidas à testagem do HIV de forma periódica. Quando é feita a identificação de que uma delas é uma pessoa vivendo com HIV, a mulher passa a ser acompanhada por um médico específico da Vigilância em Saúde, que irá passar todas as orientações relacionadas à transmissão vertical da doença para ela. Antes de receber o selo, Trindade foi visitada pelo Ministério da Saúde para verificação das boas práticas.

(Redação)

Geral

Envelhecer bem com HIV é possível

Diagnóstico precoce, tratamento correto e cuidados com o corpo e alimentação saudável possibilitam vida longa ao portador do vírus responsável pela Aids

Modificado em 19/09/2024, 01:13

A. R. descobriu o HIV aos 70 anos, está com 77 e leva uma vida plena: “decidi não me preocupar e sim, me cuidar”

A. R. descobriu o HIV aos 70 anos, está com 77 e leva uma vida plena: “decidi não me preocupar e sim, me cuidar”
 (Diomício Gomes)

Aos 70 anos, o aposentado A. R. percebeu que algo estava errado com seu organismo. Sentindo uma grande fraqueza, procurou um serviço de saúde pública e, após exames, descobriu que tinha HIV, o vírus responsável pela Aids, doença descoberta nos anos de 1980 e que até hoje atemoriza o mundo. Hoje, com 77 anos, o idoso leva uma vida plena, unindo tratamento adequado, exercícios físicos e alimentação saudável. Conviver e envelhecer com o HIV é possível, desde que haja o diagnóstico precoce e os cuidados com a saúde. Este é o principal apelo das autoridades neste 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a Aids

"Aids é uma doença que não tem cura. Quando fiquei sabendo, decidi não me preocupar e sim, me cuidar. De três em três meses vou ao médico, tomo os remédios direitinho, faço academia, caminhada, fisioterapia e jogo bola", conta A. R., divorciado, pai de quatro filhos e uma "porção de netos" que não vivem com ele. "Moro sozinho, mas estou perfeito." A. R. faz parte do grupo de infectados (14%) no Brasil que pegou o vírus após os 50 anos.

"O progresso da medicina possibilitou a recuperação sexual plena do idoso e isso precisa ser conversado para criar chances de diagnóstico precoce." A afirmação é do médico infectologista Luiz Carlos Silva Souza, do Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), unidade da Secretaria Estadual de Saúde (SES), referência em tratamento de HIV/Aids, gerida pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG). Ele defende que na ponta, nos "postinhos de saúde", ou mesmo nos serviços privados, que profissionais - médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, etc. - não percam a oportunidade de conversar sobre essa realidade. "No Brasil, em torno de 43% das pessoas com HIV têm entre 15 e 29 anos, mas em torno de 14% estão com mais de 50 anos e a tendência é que isso se amplie. Na Europa e nos Estados Unidos, mais da metade das pessoas infectadas são idosas."

O infectologista, que também é professor do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (UFG), lembra que a infecção por HIV possui um processo evolutivo e em torno de 85% dos que se contaminam poderão adoecer num período de 8 a 12 anos se não se tratarem. "Isso significa que 15% vão continuar sadios e talvez ultrapassem décadas e 1% consegue fazer o controle do vírus de forma espontânea, mas é a minoria, por isso é fundamental o diagnóstico precoce e fazer o tratamento para barrar a doença." Luiz Carlos enfatiza que, independente da idade, se a pessoa suspeita de que tenha se exposto ao vírus em algum momento, o mais sensato é fazer o teste.

O infectologista lembra que o tratamento não é curativo. "É um medicamento simples, um ou dois comprimidos tomados diariamente, dependendo do caso. E com a perspectiva de num futuro próximo termos medicamentos inovadores, como injeções em intervalos maiores." O infectologista reforça que a expectativa de vida de quem tem HIV e faz o tratamento correto é a mesma de quem não tem. "Às vezes pode até viver mais porque se cuida, do ponto de vista alimentar e de atividades físicas. Conheço pacientes infectados há mais de 20 anos, hoje superando os 90, que estão completamente sadios porque se trataram. As doenças que vieram não foram pelo HIV, mas próprias do envelhecimento", compartilha Luiz Carlos.

O aposentado T.S, 47 anos, acredita que chegará lá. Ele se contaminou em 1996 e desde então faz o tratamento corretamente no HDT e no Centro Estadual de Atenção Prolongada e Casa de Apoio Condomínio Solidariedade (Ceap-Sol), com atenção especial à alimentação. Em quase 30 anos convivendo com o HIV, T.S. nunca foi internado em razão de doenças oportunistas. Ele conta que pegou a fase experimental do tratamento, com muitos comprimidos e enfrentou efeitos colaterais. "Hoje está ótimo. São apenas dois por dia e meu organismo aceita bem. Minha carga viral está indetectável desde 2005."

A importância do papel das comunidades

Divulgado esta semana, o novo relatório da Unaids, programa das Nações Unidas para combater a Aids, chama a atenção para o papel desempenhado pela sociedade civil e instituições do terceiro setor na resposta ao HIV. Denominado Comunidades Liderando, o documento lembra que a falta de financiamento e a existência de barreiras, até mesmo por parte do poder público, estão impedindo o que a Unaids chama de "trabalho salvador de vidas" dessas comunidades, criando obstáculos para acabar com a Aids até 2030, conforme os planos da Organização Mundial de Saúde (OMS).
<br />

"As comunidades em todo o mundo mostraram que estão prontas, dispostas e capazes de liderar o caminho para acabar com a Aids como ameaça à saúde pública. Mas é necessário que as barreiras que obstruem seu trabalho sejam derrubadas, que elas sejam devidamente financiadas", disse Winnie Byanyima, diretora executiva da Unaids.

Segundo ela, com frequência, as comunidades são tratadas por quem tem poder de decisão como problemas a serem gerenciados, em vez de serem reconhecidas e apoiadas no seu papel de liderança. "As comunidades não são um entrave: elas iluminam o caminho para o fim da Aids."

Mudanças inovadoras
Conforme o relatório, a atuação das comunidades, desde o trabalho nas ruas até a ação em tribunais e parlamentos, garantiu mudanças inovadoras nas políticas relacionadas à Aids, como o acesso a medicamentos genéricos para o tratamento contra o HIV.

"Isto resultou em reduções acentuadas e sustentadas no custo do tratamento, de US$ 25.000 por pessoa, por ano, em 1995, para menos de US$ 70, em muitos países mais afetados pelo HIV, hoje", diz o documento.

Em todo o mundo, estima-se que 39 milhões de pessoas vivem com o HIV. No Brasil, são mais de 1 milhão, segundo o Ministério da Saúde. No ano passado foram registrados 16,4 mil casos de infecção.

Ações marcam o Dia Mundial de Luta Contra a Aids em Goiânia

Para lembrar o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, o Ceap-Sol, unidade da SES-GO, também sob a gestão do ISG, promove nesta sexta-feira, 1º de dezembro, uma ação social em dois pontos da capital. Serão realizados testes rápidos de HIV/Aids, distribuição de autotestes para o diagnóstico da doença, entrega de folders informativos e de preservativos no Terminal das Bandeiras, no Jardim Europa, e no shopping Plaza D'oro, bairro Eldorado. A ação será das 13h30 às 17 horas.

Das 15 às 17 horas, no miniauditório da Faculdade de Educação da UFG, no Setor Leste Universitário, haverá uma roda de conversa sobre os 40 anos de luta contra a Aids/HIV: avanços históricos e novos enfrentamentos, com a participação da Associação de Travestis, Transexuais e Transgêneros de Goiás (Astral) e com a Camaleoa. No local, o projeto Sempre Viva do Núcleo de Estudos em Epidemiologia e Cuidados em Infecções Transmissíveis e Agravos à Saúde Humana (NECAIH), da Faculdade de Enfermagem da UFG, irá oferecer teste rápido de HIV e distribuir preservativos.

IcMagazine

Gata do Daqui

Ex-The Voice, Juliana Gorito fala sobre música e trabalhos como atriz e modelo

Modificado em 19/09/2024, 00:30

Ex-The Voice, Juliana Gorito fala sobre música e trabalhos como atriz e modelo

(Bia Guimarães)

Atualmente, com 20 anos, Juliana Gorito, foi revelada The Voice Kids, em 2017. Na ocasião ela integrou o time de Ivete Sangalo. De lá para cá, a jovem lançou várias canções e abraçou outras possibilidades da carreira artística.

"A música é e sempre será o plano A, meu objetivo principal. Mas a carreira artística é abrangente e acaba abrindo outras possibilidades, como os trabalhos como modelo e atriz. Fiz um filme recentemente e também faço alguns trabalhos publicitários e desfiles ", afirma Juliana, que participou do longa "Partiu Fama", disponível no HBO Max.

Com quase 500 mil seguidores no seu perfil no Instagram, Gorito também faz trabalhos como influenciadora.

"O trabalho nas redes sociais aconteceu naturalmente. Ganhei seguidores durante minha participação no The Voice e eles foram aumentando com o tempo graças ao lançamento das músicas, aos trabalhos publicitários etc. Amo moda, mas procuro focar mais no lifestyle, mostrando o meu dia a dia mesmo", pontua.

(Bia Guimarães)

(Bia Guimarães)

(Bia Guimarães)

(Luiz Clas)

Leia também