A filósofa Djamila Ribeiro, de 42 anos, concedeu entrevista à ONU News falando sobre questões problemáticas, como o racismo no Brasil. Para ela, como mulher negra, não teve o direito de saber mais sobre sua identidade. “Não me foi dado o direito de saber de onde vim”, disse ela, que é natural de Santos (SP).A famosa escritora lembrou que documentos referentes a escravidão foram queimados, por isso, ela e muitas pessoas negras não conseguem saber de onde os antepassados vieram.“Nós, como negros brasileiros, temos esse buraco. Quem é descendente de italiano, muitas vezes, descobre de onde veio a família e até tira cidadania. Queria poder tirar cidadania de Gana ou da Nigéria, mas não sei de onde meus ancestrais vieram”, conta.Djamila também falou sobre como o termo negro carrega pesos diferentes de acordo com seus países. No Brasil, nos EUA e até em Cabo Verde, a sua compreensão é feita de forma distinta. “Uma mulher negra de pele clara, no Brasil, sofre racismo como eu. Mas a gente sofre de maneiras diferentes. A gente não pode universalizar a experiência porque, no Brasil, essa questão do colorismo ainda é muito forte. Quanto mais claro, mais tolerado”, explica. -Imagem (1.2643722)-Imagem (1.2643721)-Imagem (1.2643720)-Imagem (1.2643719)