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10 mitos e verdades sobre cirurgias plásticas que você precisa saber

Existem muitos mitos e verdades desconhecidas quando se trata de cirurgia plástica.

Modificado em 29/09/2024, 00:10

10 mitos e verdades sobre cirurgias plásticas que você precisa saber

(Reprodução/ Portal Dermatologia)

Existem muitos mitos e verdades desconhecidas quando se trata de cirurgia plástica. Pensando nisso, o Dr. Carlos Manfrim e a Dra. Heloise Dall'Ago, resolveram esclarecer alguns mitos e verdades quando se trata desse tipo de procedimento.

Prótese de silicone deve ser trocada a cada 10 anos?

Mito: As primeiras próteses de mama, que começaram a ser usadas na década de 80, eram de superfície lisa e com silicone líquido. Isso levava a um grau maior de complicações e distorções da prótese. Foi quando nasceu o conceito de que as próteses deveriam ser trocadas após um período determinado. Felizmente, os modelos e tipos de prótese evoluíram e não há mais número específico a respeito de quando você deverá trocar sua prótese.

O implante mamário impede o diagnóstico de câncer de mama?

Mito: Independente da posição da prótese (atrás ou na frente do músculo), o nódulo cancerígeno começa a se desenvolver na glândula mamária que independentemente está posicionada na frente do implante. Sendo assim, os exames serão capazes de identificá-lo, mesmo com a presença da prótese, não afetando em nada no diagnóstico.

Não é recomendável realizar uma lipoaspiração estando acima do peso?

Verdade: Como o intuito da lipoaspiração não é emagrecer, mas melhorar o contorno corporal, estar no peso ideal antes de realizar a cirurgia é aconselhável. Caso a paciente opte por operar, mesmo estando acima do peso, a mesma deve estar ciente de que o procedimento cirúrgico poderá não atingir o resultado esperado.

Abdominoplastia é capaz de amenizar as estrias?

Verdade: Apesar de não ser o foco da abdominoplastia, amenizar esses incômodos sinais acaba sendo uma consequência do procedimento, uma vez que toda região flácida (abaixo do umbigo) marcada também pelas estrias será eliminada.

Fazer musculação é suficiente para eliminar a flacidez do abdome?

Mito: A prática de exercícios físicos é capaz de eliminar a gordura corporal de uma pessoa, porém quem está acima do peso e passa por um processo de emagrecimento terá como consequência, justamente um excesso de pele. Ou seja, mesmo "magra", ela terá flacidez, somente possível de ser eliminada através da abdominoplastia.

Depois da lipo, a área aspirada não volta a ter o mesmo volume

Mito: Se o paciente ganhar peso, vai engordar em outras regiões do corpo e o volume das áreas aspiradas também poderá aumentar, isto porque nas áreas em que foram feitas as cirurgias de lipoaspiração, nem todas as células de gordura são retiradas, permanecendo uma pequena quantidade de adipócitos no local. Essas células de gordura remanescentes podem aumentar de tamanho com o aumento do peso, mas como estão em menor quantidade, o aspecto de engordar na região poderá ser mais discreto. Portanto, é importante entender que a lipoaspiração não emagrece para sempre ou substitui a dupla "alimentação saudável exercícios físicos", que devem continuar após a cirurgia.

Próteses de silicone não impedem a amamentação

Verdade: As próteses de mama ficam alojadas atrás da glândula mamária e não interferem na amamentação.

É necessário aguardar seis meses para ver o resultado final da cirurgia plástica

Verdade: O inchaço costuma regredir em até seis meses, quando se permite ver os novos contornos e formatos da região. A cicatriz avermelhada pode levar mais de um ano para clarear, indicando a conclusão do processo de cicatrização.

Qualquer pessoa pode ser submetida a cirurgias plásticas

Mito: Para ser considerado apto a uma cirurgia plástica é preciso estar bem do ponto de vista físico e psicológico. Por serem cirurgias eletivas, ou seja, programadas, sem caráter de urgência, devem acontecer sempre com o menor risco possível. Apenas o médico poderá avaliar o quadro do paciente e indicar ou não a realização da cirurgia plástica.

Mulheres que acabaram de ter filhos podem fazer cirurgia plástica

Mito: As mulheres que acabaram de ter filhos não devem ser submetidas a nenhuma cirurgia plástica. O corpo está numa fase de transição, repleto de hormônios da gravidez. O ideal é esperar pela completa recuperação do pós parto, e realizar qualquer procedimento cirúrgico após uma média de 6 meses depois do término da amamentação.

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3 mitos e 3 verdades sobre o leite de caixinha

A maior acessibilidade à informação durante a Era Digital tem seus prós e contras devido à facilidade de propagação de desinformação.

A era digital tem contribuído para a propagação de desinformação sobre os alimentos

A era digital tem contribuído para a propagação de desinformação sobre os alimentos (Freepik)

Ao mesmo tempo que nos trazem um universo quase que infinito de informações e conteúdos relevantes e construtivos, as redes sociais também são hoje a principal fonte de desinformação no mundo moderno. Esse fato ganha contornos ainda mais sérios se levarmos em conta os resultados de um estudo feito em 2023, pela Brazil Panels, uma das maiores agências de pesquisa de mercado no país, em parceria com a Vasques Marketing Digital, que revelou que mais de 90% da população brasileira considera as redes sociais fundamentais para o consumo de informações e notícias.

Uma informação errada divulgada em larga escala pode gerar situações muito graves, especialmente quando dizem respeito a medicamentos e alimentos. No campo da alimentação, o leite, por exemplo, é uma das vítimas daquelas fake news que aparecem em nossas timelines com cara de notícia séria ou como um alerta para ajudar.

De acordo com dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) até o ano de 2023, o consumo de leite e seus derivados no Brasil era de 183 litros/habitante ao ano, acima da média mundial de 116 litros per capita/habitante ao ano. Com base em informações fornecidas por uma das mais tradicionais marcas de leite e derivados do Brasil, a Marajoara, cuja fábrica está localizada em Hidrolândia (GO), esclarecemos a seguir três mitos e três verdades sobre o leite.

Leite de caixinha tem agentes cancerígenos MITO - O processo de envase do leite longa vida, o "leite de caixinha", é conhecido como UHT, uma abreviação do termo em inglês ultra-high temperature, ou seja: tratamento do leite com altas temperaturas. Esse procedimento é feito do seguinte modo: o leite in natura é recolhido dos produtores rurais e armazenado em tanques com isolamento térmico, revestido por chapas de alumínio que conservam a temperatura do alimento.

Imediatamente após a chegada na indústria, uma amostra de cada caminhão é submetida à testagem de qualidade. Na fábrica da Marajoara, por exemplo, são realizadas 17 pesquisas no período de duas horas. Após esse processo, o alimento é direcionado para a sala de esterilização, onde, por meio de um processo de injeção de vapor, são eliminados os outros 15% das bactérias que permaneceram após a pasteurização. Nessa etapa, uma tubulação de vapor quente que chega a 150° C realiza a esterilização do leite por choque térmico, e logo em seguida, uma tubulação com água gelada recupera a temperatura de 26°C a 27°C do produto. Na sala de esterilização também acontece a homogeneização do leite com a regulagem do seu nível de acidez.

Leite desnatado é leite integral com água MITO- O leite desnatado ou semidesnatado passam pelos mesmos processos de pasteurização e esterilização e também pelas mesmas regras rigorosas de controle de qualidade e sanitárias previstas em lei. De acordo com as explicações de Vinícius Junqueira, gerente de marketing da Marajoara, o que diferencia esses dois tipos de leite, do chamado leite integral, é a redução da quantidade de gordura.

"O leite, em sua composição natural, já possui mais de 80% de água. Entre 12% e 13% de sua composição é de elementos sólidos como lipídios (gordura), carboidratos, proteínas, sais minerais e vitaminas. Portanto, o leite desnatado ou semidesnatado, nada mais é do que um leite um percentual de gordura bem menor do que o leite chamado integral, e não um leite que recebe água", explica. Essa redução do teor de gordura acontece na sala de pasteurização, em que o leite passa pela centrífuga. Nesse maquinário acontece a regulagem do teor de lipídios, definindo se o leite será integral, semidesnatado ou desnatado.

É necessário ferver o leite de caixinha antes de consumir MITO - Após a esterilização, homogeneização e envase em embalagem asséptica, hermética e sem contato com a luz, o leite está pronto para o consumo humano, sem a necessidade de ferver. Vinícius Junqueira, da Marajoara, destaca ainda que o uso do processo UHT e das embalagens longa vida representaram uma revolução em termos de segurança alimentar para o leite. Ele lembra que é graças a esse processo e ao uso de embalagens modernas que é possível a conservação do leite (lacrado na caixa) durar por 4 meses.

Alergia é diferente de intolerância à lactose VERDADE - A alergia é uma reação do sistema imunológico da pessoa a determinados alimentos ou alguns de seus componentes. Para algumas pessoas o leite pode ser um deles alimentos alérgicos, e nessa situação o seu consumo deve ser totalmente restringido. Vale lembrar que os sintomas de alergia costumam ser bem mais intensos e graves do que a intolerância alimentar, que em geral se restringem a um desconforto intestinal.

No caso da intolerância à lactose, trata-se, não de uma alergia, mas sim uma dificuldade maior de digerir esse açúcar existente no leite. Essa é uma reação que pode ou não ocorrer e varia de pessoa para para pessoa e pode ocorrer que intolerância, inclusive, não se manifeste numa determinada fase de vida, mas ocorra em outro momento. Isso ocorre porque há uma deficiência do organismo na produção da enzima lactase, responsável por sua digestão. Porém, hoje em dia, além de medicamentos que auxiliam na produção na digestão da lactose, a moderna indústria da alimentação já fabrica em larga o leite e derivados livres de lactose.

Nossa capacidade de digerir a lactose muda quando ficamos um tempo sem tomar leite VERDADE - A lactose é digerida facilmente quando o organismo tem a enzima lactase. Porém, quando ficamos longos períodos (meses ou anos) sem consumir leite, o nosso corpo entende que não é preciso mais produzir essa enzima. Se voltamos a consumir o leite, há então um período de readaptação, que pode sim traduzir em algum desconforto intestinal, um sintoma típico da intolerância à lactose, conforme explica a nutricionista Yumi Kuramoto, que atende no centro clínico Órion Complex, em Goiânia,.

Ela, inclusive, explica qual o papel que o leite ocupa no nosso esquema alimentar e na busca por nutrientes essenciais à vida. "O leite tem um papel importantíssimo na nossa rotina porque ele é nossa principal fonte de cálcio, além de ser rico em minerais, vitaminas, proteínas e lipídios. Ele deve ser consumido corretamente e regularmente, independentemente da faixa etária que a pessoa está", orienta a nutricionista.

Considerando isso, a interrupção do consumo desse alimento incentivada por qualquer desinformação pode causar prejuízos à saúde. "Com muito tempo consumindo alimentos sem lactose, a pessoa sem intolerância a esse carboidrato abundante no leite deixa de produzir a enzima lactase, responsável pela catalização da lactose, e pode desenvolver a intolerância que antes não tinha", explica Yumi.

Tomar leite depois de praticar exercícios físicos é uma boa opção VERDADE - Um estudo realizado na Inglaterra pela Universidade de Newcastle e publicado no Medicine and Science in Sports and Exercise revelou como positiva a eficiência do leite para ser consumido como pós-treino. É recomendada sua ingestão nos primeiros 30 minutos após o final da atividade. A mistura de proteína, carboidrato, água e micronutrientes presentes no leite tornam a bebida um isotônico para o pós exercício, visto que ele aumenta a síntese proteica muscular após as atividades, reidrata e contribui para a ressíntese do glicogênio e ameniza dores e perdas de funções musculares.

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Meu Bichinho

4 mitos e verdades sobre os hábitos alimentares dos gatos

O paladar exigente é apenas uma das peculiaridades dos felinos, que já correspondem a mais de 30 milhões dos pets brasileiros

Modificado em 17/09/2024, 17:29

Gatos não costumam aceitar a ingestão de comprimidos, mas podem se adaptar facilmente com medicamentos manipulados em formas úmidas, como molhos e pastas orais

Gatos não costumam aceitar a ingestão de comprimidos, mas podem se adaptar facilmente com medicamentos manipulados em formas úmidas, como molhos e pastas orais (Gustavo Araújo)

Com hábitos alimentares próprios e paladares um tanto sofisticados, os gatos ganham fama e incontáveis memes na internet. Quem nunca viu uma publicação de um gato reclamando que está passando fome em frente ao comedouro cheio, por exemplo? Embora seja divertido rir desses comportamentos, compreender as peculiaridades da espécie facilita a vida do tutor e colabora com a qualidade de vida dos bichanos.

A médica-veterinária e consultora da DrogaVET, Farah de Andrade, revela alguns mitos e verdades sobre os felinos.

Os felinos são carnívoros -- VERDADE
Assim como os felinos de grande porte (tigres, onças, entre outros), os gatos domésticos também são carnívoros obrigatórios, o que significa que sua dieta natural é composta principalmente de carne. Na natureza, a ingestão de folhas, grãos e vegetais é feita em menor proporção e por meio dos alimentos contidos no estômago das presas. Por isso, a alimentação natural e as rações incluem também legumes, verduras e até mesmo carboidratos, em menor proporção.

Algumas características do organismo dos gatos são exclusivas de carnívoros, como ter menos dentes molares e pré-molares, se comparados aos cães, e dentes caninos maiores para perfurar e rasgar a carne das presas. O sistema digestório é mais simples, pois há baixa ingestão de fibras e carboidratos, tendo o estômago menor e o intestino mais curto que outras espécies. Além disso, o gato não possui a enzima que dá início à digestão dos carboidratos na boca, a amilase salivar.

Os gatos não sentem o sabor doce - VERDADE
Outra característica curiosa é não conseguirem detectar o sabor doce devido à ausência de um receptor específico e ao número de papilas gustativas reduzidas, cerca de 500, enquanto os humanos possuem mais de 9 mil. No entanto, os sabores amargo, salgado e ácido são percebidos pelos felinos.

Embora o paladar não seja como o nosso, o olfato é o sentido mais utilizado: os gatos têm três vezes mais células olfativas do que os humanos. Por isso, a alimentação deve ser bem cheirosa e a interferência de outros odores junto aos comedouros deve ser evitada, como o uso de produtos de limpeza e essências para o ambiente.

Os bichanos são seletivos para comer porque são mimados -- MITO
O que parece frescura, na verdade é o instinto de proteção dos felinos. A ração que fica exposta por muito tempo perde o frescor, o odor e pode até proliferar microrganismos, o que é interpretado pelo gato como um alerta de perigo. Além disso, eles não gostam de encostar os bigodes nos potes e podem se recusar a comer os grãos de ração que ficam nos cantos.

A veterinária lembra também que o ideal é disponibilizar a alimentação mais vezes ao dia e na quantidade necessária para o período. Os gatos preferem fazer várias pequenas refeições, em vez de consumir grandes quantidades de uma só vez, assim como seus ancestrais selvagens, que capturavam pequenas presas diversas vezes ao dia.

Considerando ainda a ancestralidade, a preferência por alimentos úmidos e suaves vem da semelhança com carne fresca. "Esse fator também pode ser considerado quando o gato precisa de um tratamento. Eles não costumam aceitar a ingestão de comprimidos, mas podem se adaptar facilmente com medicamentos manipulados em formas úmidas, como molhos e pastas orais, e se sentirem atraídos pelos flavorizantes de peixe, frango, carne e queijo, por exemplo", ressalta a veterinária. A DrogaVET é pioneira em manipulação veterinária, oferecendo cerca de 20 formas farmacêuticas e 30 flavorizantes que facilitam a adesão ao tratamento de diversas espécies.

Os hábitos alimentares adquiridos nos primeiros 6 meses de vida também influenciam as escolhas quando adultos. Se experimentarem texturas e sabores variados quando filhotes, se adaptarão mais facilmente a dietas diversificadas.

Os gatos preferem o sabor de peixe - MITO
A clássica cena dos desenhos animados com gatos enfeitiçados pelo sabor de peixe não é tão verdadeira. Na natureza, os felinos caçam mais aves e roedores. Por isso, rações e alimentação natural com carne bovina, de cordeiro e, especialmente, frango costumam fazer muito sucesso.

"Devemos observar o apetite do pet com a ração ou alimentação. Se ele não parecer tão motivado ao se alimentar é importante testar um novo sabor, lembrando que a troca de ração deve ser gradativa para não afetar o sistema digestório do animal. Além disso, gatos não devem ficar longos períodos sem se alimentar. Então, nada de experimentar deixar o gato sem comer na tentativa de que ele aceite o sabor disponível", alerta Farah.

A veterinária também revela que na rotina da farmácia o sabor frango é o mais pedido, seguido por salmão e atum. "Conhecer o paladar e o que estimula o olfato do pet é crucial, não somente para a dieta do animal, mas também para quando ele precisa de um tratamento".

Além das peculiaridades alimentares dos bichanos, é importante considerar os cuidados com a higiene para garantir a aceitação dos alimentos e a saúde do pet. É recomendável manter um local fixo para os comedouros, sempre longe da caixa de areia, e lavá-los após a alimentação para evitar a proliferação de microrganismos.

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Famosos

Jornalista Mariana Martins desabafa após infecção ao trocar silicone

Modificado em 17/09/2024, 17:24

Jornalista Mariana Martins desabafa após infecção ao trocar silicone

(Reprodução Instagram)

A jornalista Mariana Martins usou as redes sociais para relatar uma infecção que sofreu após uma cirurgia de troca de prótese de silicone. A problema, segundo ela, foi causado por uma micobactéria, uma bactéria microscópica. Mariana relatou aos seguidores que denunciou o hospital onde o procedimento foi realizado para a vigilância sanitária de Goiânia.

Muito emocionada, a jornalista conta que, após momentos de dor e incertezas, precisou fazer uma nova cirurgia a um mês do casamento. "Infecção é algo que ninguém espera, principalmente em uma cirurgia estética, que você escolhe fazer para melhorar alguma parte do seu corpo", lamentou.

Segundo o relato de Mariana, trata-se de uma bactéria mais resistente que prolifera em ambiente hospitalar. "Importante dizer que o que aconteceu comigo não foi erro médico. O resultado ficou lindo. Eu gostei muito. O que aconteceu comigo foi uma infecção que estava no ambiente hospitalar", destacou a jornalista, que denunciou hospital à Vigilância Sanitária.

De acordo com o médico infectologista Marcelo Daher, as micobactéria podem envolver praticamente qualquer tecido, órgão ou sistema do corpo humano, e é mais frequente o acometimento na camada interna da pele. O tratamento é longo, segundo Marcelo, "um tempo maior do que o habitual para infecções".

A transmissão da micobactéria MCR pode estar relacionada ao processo de esterilização e reprocessamento dos instrumentos e aparelhos utilizados em procedimentos invasivos, como cirurgias plásticas. Segundo Daher, o período de incubação da bactéria pode variar de duas semanas a 12 meses.

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Pacientes devem adotar condutas antes de fazer procedimentos estéticos

Solicitar por escrito quais serão os produtos aplicados, assinar um contrato são algumas das medidas necessárias

Modificado em 17/09/2024, 15:43

Pacientes devem adotar condutas antes de fazer procedimentos estéticos

(Freepik)

A saúde estética é uma das que mais crescem no País, sendo executada não apenas por médicos, mas dentistas, biomédicos, fisioterapeutas, entre outros profissionais de saúde. O Brasil é o segundo país que mais realizou procedimentos estéticos no mundo em 2022, segundo pesquisa anual global publicada ano passado pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética. Por se tratar de um procedimento de saúde, quem se submete a eles comporta-se apenas como paciente na maioria das vezes, e se esquece que também é um consumidor e deve exigir seus direitos.

Com isso, muita gente deixa de ter algumas condutas importantes na hora de contratar estes serviços. "Por confiança no profissional ou até por respeito, muitos deixam de pedir explicações mais detalhadas sobre o procedimento, não fazem um contrato de prestação de serviços, nem pedem por escrito a especificação do produto que será aplicado no procedimento. Mas estas são condutas importantes para resguardar seus direitos, especialmente em caso de erro", diz a advogada especializada em direito do consumidor Ana Luiza Fernandes de Moura, do escritório Celso Cândido de Sousa Advogados.

Recentemente, foi amplamente divulgado um caso de uma paciente paulistana que perdeu o lábio superior e o buço após fazer um preenchimento com polimetilmetacrilato, chamado de PMMA - é um preenchedor definitivo não recomendado para procedimentos estéticos. Segundo a paciente, a profissional de saúde dizia ser ácido hialurônico. "Sabemos que este é apenas um exemplo de problemas que vem acontecendo, seja por má fé profissional ou por imperícia. Mas o fato é que os pacientes precisam mudar sua conduta na hora de contratar tais procedimentos para se resguardar. A formalização do acordo por escrito já inibe muita coisa, especialmente, ações de má fé", diz a especialista.

Ana Luiza Fernandes de Moura ressalta que é direito do paciente saber de tudo que será feito e usado com ele. "Os procedimentos estéticos são aplicáveis aos direitos básicos do consumidor, sendo o profissional visto como o prestador de serviços e o paciente como o consumidor. Assim, está disposto no art. 6º do CDC que a informação deve ser clara sobre os diferentes produtos e serviços prestados, com a especificação correta da quantidade, característica, composição e qualidade", afirma.

Segundo a advogada, o cliente pode, inclusive, pedir para ver os frascos do que será usado nele se assim desejar. "O paciente pode solicitar para verificar qual produto será aplicado e também deve ser instruído sobre todos os cuidados, antes, durante e depois que deverá ter com o procedimento, quais são as possibilidades de resultado e ciência de todos os riscos e possíveis complicações que poderá causar. Além da validade e do nome da substância que será utilizada, o paciente deve se atentar à natureza do medicamento e quais são as contra indicações. Não pode haver recusa do profissional na hora de mostrar o produto, pois o consumidor tem o direito à informação de forma clara. Se ainda assim houver a recusa, o paciente pode desistir de iniciar o procedimento de forma livre".
Contrato
Normalmente, antes de procedimentos estéticos não é comum assinar documentos, mas Ana Luiza destaca que isso é bom para ambas as partes. "É importante que seja feito um termo de consentimento livre e esclarecido, a fim de resguardar tanto o profissional quanto o consumidor. Nele deve constar todas as informações referentes aos riscos, contra indicações, o tipo de procedimento que será realizado e os cuidados que devem ter, devendo ser entregue em tempo hábil para que o paciente consiga ler e entender com calma e ter ciência de tudo que será feito", pontua.

Diante de qualquer erro ou falha por parte do profissional, o paciente deve procurar um advogado na área para requerer seus direitos de indenização e é possível usar outros meios como comprovação do que foi realizado. "Conversas da contratação via WhatsApp também podem servir como prova. Quanto mais conversas, e-mails, documentos, comprovantes, fotos, vídeos o paciente tiver, melhor", destaca a especialista.

O advogado criminalista Gabriel Fonseca, que também integra a equipe do escritório Celso Cândido de Sousa Advogados, destaca que o profissional que comete um erro ao realizar algum procedimento estético pode ser penalizado. "Além das penalidades cíveis e administrativas, ele pode responder criminalmente. A depender das lesões causadas, pode incidir nas penas de lesão corporal culposa (leve, média ou grave) cuja pena é de dois meses a um ano. Se resultar na morte do paciente, o profissional pode responder por lesão corporal seguida de morte. Nesse caso a pena pode ser de quatro a 12 anos", explica.