Em 15 bairros de Goiânia, os moradores ainda convivem com a falta de asfalto na porta das residências, dividindo os problemas anuais com a lama na época de chuva e com a poeira durante a seca. A população residente em doze desses setores espera há pelo menos 17 anos pelo benefício em razão de diversas promessas das administrações municipais ao longo dos anos. Isso ocorre especialmente nas regiões Noroeste e Norte da cidade, mas há locais no Oeste e Sudoeste. No início da gestão municipal, em 2021, houve a promessa de realizar a pavimentação em todo o município até o fim de 2024.A falta da pavimentação asfáltica, além dos problemas diretos, prejudica a população também pela ausência de outros serviços públicos, como a rede de esgoto, coleta de lixo, iluminação pública e linhas de ônibus. Os moradores ainda relatam a dificuldade de chegada de bens privados, como comércios e até mesmo veículos com motoristas por aplicativo e entregadores de alimentos. No Setor Sítios de Recreio Bandeirantes, na Região Noroeste, os moradores convivem com a falta de pavimentação há 40 anos, de acordo com Floreci Allxes, de 50 anos, que mora na região há 33 anos.A residência dele é localizada na Avenida Anápolis, já na divisa com o Setor Maysa, em Trindade. “Aqui na região de Trindade começaram a colocar esgoto no ano passado, mas ainda não está funcionando. Já no Recreio a obra está parada desde que o Paulo Garcia (PT) era prefeito. Estava indo bem, fizeram duas pistas até na baixada antiga da represa e depois parou em 2012. Se a obra não estivesse parada, o asfalto estaria na minha porta agora”, relata. Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), a finalização dos projetos de pavimentação do bairro está prevista para 2023, o que não indica o início das obras no local em breve.O Sítios de Recreio Bandeirantes compõe uma lista com outros 35 bairros deixados pelo ex-prefeito Iris Rezende (MDB) desde 2011 como únicos setores da cidade que ainda não tinham pavimentação asfáltica. Esta lista, na ocasião, tinha 31 bairros, mas alguns deles foram segregados, como o Shangri-lá, na Região Norte de Goiânia, que se tornou três (Shangri-lá I, Shangri-lá II e Chácaras Shangri-lá). Em 2017, quando Iris voltou à Prefeitura, houve a promessa de que todos esses bairros seriam asfaltados até o fim de seu mandato, em 2020. No entanto, em 2021, já no mandato atual, restavam 15 setores sem pavimentação e outros 13 estavam com obras em andamento.Desta lista conhecida pelo Paço Municipal ao menos desde 2011, três bairros seguem sem previsão para o início das obras de asfaltamento. A Seinfra informa que ainda não há programação para a pavimentação do Jardim Corte Real, na Região Oeste, e para o Sítio de Recreio Caraíbas e Residencial Privê Pindorama, ambos localizados na Região Norte. Por outro lado, o Paço pretende ao menos iniciar as obras ainda neste mandato no Residencial Elza Fronza (previsto para 2023), Parque Maracanã (2023 e 2024), Residencial Privê Itanhangá (2023), Sítio Recreio Mansões do Câmpus (2023).Para o próximo ano, entrou na programação também da Seinfra a drenagem e reconstituição de pavimentação do Residencial Solar Ville II, bairro que não consta na lista de locais sem o benefício desde 2011. Os demais setores cujos moradores não possuem asfalto nas ruas estão com problemas para a realização das obras. A Seinfra aguarda o retorno da empresa contratada para o serviço no Residencial Della Penna – Extensão; a regularização do Residencial Privê das Oliveiras; e a retomada da obra no Jardim Novo Petrópolis.Com relação aos residenciais Mundo Novo II e Mundo Novo III, a pavimentação nos bairros depende da “finalização do acordo de parceria entre a Prefeitura de Goiânia e o empreendedor para posteriormente serem elaborados os projetos e, a partir daí, dar início à execução das obras”. A previsão de início é para 2023 e 2024. No Setor Chácaras São Joaquim, o Paço prevê o início das obras para 2024, “conforme a conclusão das redes de água sob a responsabilidade da Saneago”.Pavimentação está parada em sete frentesEm setembro de 2021, já no mandato de Rogério Cruz (Republicanos), das 13 obras de pavimentação dos bairros que estavam em andamento, seis foram concluídas e as sete que restaram estão todas paralisadas no momento. No Residencial Antônio Carlos Pires e no Residencial Orlando Moraes a paralisação, segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), se dá por ação judicial. Os bairros já estão com a maior parte das ruas pavimentadas, mas a situação impede a finalização do serviço nas demais vias, todas elas localizadas ao longo das últimas residências construídas nos locais.O mesmo ocorre no Loteamento Faiçalville, com poucas ruas a serem pavimentadas, em que a Seinfra “aguarda regularização de área para lançamento de galeria pluvial e posterior continuidade às obras”, segundo informa. A situação no Jardim Petrópolis - Extensão vai depender de uma nova contratação de empresa para a conclusão da obra, já que a atual contratada solicitou distrato do acordo, o que ainda está sendo realizado para a efetivação. “A previsão é de que a obra seja concluída até dezembro deste ano”, considera.Este caso também ocorreu no Residencial Della Penna, pois a empresa responsável descumpriu o contrato e a secretaria teve de realizar levantamentos técnicos para uma nova licitação das obras remanescentes. Neste caso, a estimativa de retomada é para o segundo trimestre de 2023. Enquanto que a pavimentação das últimas ruas restantes dos residenciais Jardins do Cerrado I e II vai depender da cessão de posse de área para lançamento de galerias de água pluvial, cuja regularização será feita pelo Programa Urbano Ambiental Macambira Anicuns (Puama), o que só deve ocorrer em 2024.Saneago estima 98% da cidade com esgoto até 2023A Saneago SA, responsável pela instalação da rede esgoto nos bairros de Goiânia, calcula que, até o fim de 2023, 98% da cidade estará com o benefício. Atualmente, a empresa informa que este índice está em 93%. O aumento se dará com a finalização da ampliação das redes nas regiões Oeste e Noroeste da cidade, com a finalização das obras em andamento ou previstas para esses locais. Na Região Oeste, da Bacia Taquaral, há obras de 73 quilômetros (km) de redes coletoras de esgoto que estão em 36% concluídas e finalização prevista para janeiro de 2023. Ao custo de cerca de R$ 14 milhões, a execução beneficia 17.500 pessoas da região do Setor Chácara Solange Parque. Já na Região Noroeste, as obras da região das Bacias Caveirinha e Meia Ponte, que já estão 58% concluídas e a finalização também está prevista para janeiro, realizam 147 km de redes de esgoto, e atende 31.300 pessoas no Recanto do Bosque e região.-Imagem (1.2509938)