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24ª edição do Fica discute Cerrado e Amazônia

Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental começa nesta terça-feira (13), na cidade de Goiás

Modificado em 19/09/2024, 00:29

'Rejeito' será exibido dentro da Mostra Washington Novaes

'Rejeito' será exibido dentro da Mostra Washington Novaes
 (Julia Pontes)

Seis dias, quatro mostras competitivas de cinema, 38 filmes, diversdos shows musicais e uma cidade em festa. O Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica) chega a sua 24ª edição com um encontro de longas, médias e curtas-metragens de todo o mundo que ampliam debates sobre meio ambiente, sociedade e relações humanas. O projeto começa nesta terça-feira (13) e segue até o domingo (18), na cidade de Goiás.

Ao longo das 24 edições do Fica, evento se consolidou como o projeto cultural mais robusto realizado pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult Goiás), em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG). Neste ano, o Fica retorna ao formato que fez com que goianos de todos os cantos do Estado conhecessem pela primeira vez a antiga capital goiana: no fim de semana, o Fica recebe shows de Maria Rita, Criolo e da Orquestra Filarmônica de Goiás junto com Roberto Menescal e Wanda Sá.

Para a abertura nesta terça-feira, no Cine Teatro São Joaquim, o Fica presta uma homenagem ao indigenista brasileiro Bruno Araújo e ao jornalista britânico Dom Phillips, ambos assassinados no dia 5 de junho de 2022, durante uma viagem pelo Vale do Javari, segunda maior terra indígena do Brasil, no extremo oeste do Amazonas. A sessão de abertura ainda conta com shows e apresentações artísticas no Coreto e na Cruz do Anhanguera.

As mostras audiovisuais começam na quarta-feira (14) e celebram a boa safra de produções que tocam em temas ampliados, como a luta indígena, a cidade e seus crescimentos desordenados, as relações humanas, o Cerrado e a Floresta Amazônica. Por meio de uma comissão aberta por meio de chamamento público, foram selecionados mais de 30 filmes brasileiros e de outros países.

"Trata-se do terceiro ano em que o festival escolhe os membros da comissão por meio de um edital público. Isso faz com que as mostras fiquem mais plurais", explica o coordenador artístico do Fica, Pedro Novaes. Neste ano, o festival tem como tema Cerrado e Amazônia: Dois Territórios, Um Só Futuro, que discute e salienta a importância da preservação dos biomas. "Amazônia e Cerrado só existem juntos", completa Novaes.

São três mostras competitivas que integram a competição: a Mostra Internacional Washington Novaes, a Mostra do Cinema Goiano, específica para produções do Estado, e Mostra Becos de Minha Terra, para curtas vilaboenses. Há longas, médias e curtas de países como Bélgica, Marrocos, Canadá e Estados Unidos, além de filmes brasileiros de Estados distintos, como Amazonas, Minas Gerais e São Paulo. Três produções goianas também compõem a mostra competitiva principal do festival.

O documentarista e escritor João Moreira Salles também é presença confirmada no Fica 2023. Ele vai participar da conversa Arrabalde: Brasil e Amazônia, no sábado (17), no Cine Teatro São Joaquim, quando vai falar sobre a Amazônia, a partir de uma experiência de seis meses vivendo na floresta, que resultou no livro Arrabalde -- Em Busca da Amazônia, lançado em dezembro do ano passado, pela Companhia das Letras. Trata-se da primeira vez que Salles participará do Fica.

O artista plástico e professor da UFG de Goiás Carlos Sena é um dos homenageados da edição. A escultura São Pedro Atendei às Nossas Preces foi escolhida para ilustrar a identidade visual do Fica. A obra dialoga com a temática ambiental e pertence ao acervo do Centro Cultural Universidade Federal de Goiás (CCUFG).

Première

Além da exibição dos filmes selecionados para as mostras competitivas, uma das produções ganhadoras do Festival de Cannes deste ano terá sua avant première brasileira no Fica. O longa A Flor de Buriti , do português João Salaviza e da brasileira Renée Nader, que retrata a resistência do povo krahô, no norte do Tocantins, terá sessão especial, no sábado (17).

"É um orgulho e uma responsabilidade fazer um projeto como o Fica, já consolidado no calendário cultural de Goiás e que faz com que diversos goianos tenham a oportunidade de estar na antiga capital. Oxigena a economia da região e movimenta vários setores", adianta a secretária do Estado de Cultura, Yara Nunes. De acordo com a gestora, o desafio do evento é fazer com que a cidade seja ocupada de maneira consciente e integrando os serviços locais, como hotéis, bares e restaurantes.
Cantos do Fica

A programação de shows do Fica é um outro festival à parte. Além de shows de artistas locais espalhados por diversos pontos da cidade de Goiás, como o Mercado Municipal e o Coreto, no final de semana shows nacionais tomam conta da Praça de Eventos. Na sexta-feira (16), Maria Rita solta o samba com diversos clássicos de sua trajetória, como Vou Festejar, Tá Perdoado e Cara Valente.

No sábado (17), o rapper Criolo apresenta sucessos da carreira ao lado das canções do disco Sobre Viver (2022). Um dos artistas mais expoentes da última década da música brasileira, Criolo já tem cinco álbuns de estúdio lançados, a exemplo dos elogiados Nó Na Orelha (2011), Convoque Seu Buda (2014) e Espiral de Ilusão (2017).

No domingo (18), no encerramento e premiação dos filmes ganhadores das mostras, a Orquestra Filarmônica de Goiás se junto a Roberto Menescal e Wanda Sá para um show inédito.
SERVIÇO 24º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental Data: entre os dias 13 e 18 de junho
Local: Cidade de Goiás
Entrada gratuita
Informações: www.fica.go.gov.br

'Rejeito' será exibido dentro da Mostra Washington Novaes

'Rejeito' será exibido dentro da Mostra Washington Novaes
 (Julia Pontes)

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Onça-parda recebe dentes de titânio em instituto de Goiás

Lana foi sedada para a cirurgia e o procedimento durou cerca de uma hora e meia. Os resultados do tratamento serão documentados em estudos científicos

Lana recebendo próteses de titânio nos dentes caninos (Reprodução/TV Anhanguera)

Lana recebendo próteses de titânio nos dentes caninos (Reprodução/TV Anhanguera)

A onça-parda Lana recebeu próteses de titânio nos dentes caninos em um procedimento inovador realizado pelo Instituto Nex, em Corumbá de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Em entrevista à TV Anhanguera, o dentista veterinário Floriano Pinheiro, disse que a técnica nunca havia sido aplicada em felinos selvagens e explicou que a onça foi sedada para a cirurgia, que durou cerca de uma hora e meia.

Primeiro realizamos o tratamento do canal exposto pelas fraturas e, em seguida, fizemos o escaneamento da cavidade oral para obter um modelo impresso em 3D, utilizado na fabricação das próteses de titânio", detalhou o dentista veterinário.

A equipe responsável pelo procedimento foi composta por veterinários e cirurgiões-dentistas. Ao final da cirurgia, Lana já conseguia se alimentar normalmente com seus novos dentes.

Mesmo vivendo em cativeiro no Instituto Nex, a onça acabou fraturando os dentes caninos do lado direito. Diante disso, os especialistas optaram pela prótese de titânio, um material amplamente utilizado em odontologia humana por ser resistente, leve e altamente compatível com o organismo. No entanto, essa foi a primeira vez que a técnica foi aplicada em um felino selvagem.

O Instituto Nex afirmou que os resultados do tratamento serão documentados em estudos científicos para auxiliar na recuperação de outras onças que não podem ser reintroduzidas na natureza.Floriano Pinheiro destacou que o grande diferencial desse procedimento foi o uso da tecnologia de escaneamento 3D.

Pela primeira vez conseguimos capturar com precisão os mínimos detalhes da cavidade oral desses animais. Antigamente, a moldagem era feita com um material à base de silicone, mas agora podemos garantir um ajuste muito mais perfeito", explicou o dentista veterinário.

A equipe responsável pelo procedimento foi composta por veterinários e cirurgiões-dentistas (Reprodução/TV Anhanguera)

A equipe responsável pelo procedimento foi composta por veterinários e cirurgiões-dentistas (Reprodução/TV Anhanguera)

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Aragarças registra maior temperatura do país, diz Inmet

Cidade goiana registrou 41,9°C, e, segundo o Inmet, a alta temperatura é resultado de uma onda de calor

Onda de calor em Goiás

Onda de calor em Goiás (Wildes Barbosa/O Popular)

O município de Aragarças, no oeste de Goiás, registrou a temperatura mais alta do Brasil nesta sexta-feira (7), atingindo 41,9°C, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Até as 15h, a cidade já marcava 40,7°C, chegando ao pico de 41,9°C no final do dia. O segundo maior registro ocorreu em Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, com 39,4°C (veja a lista no final do texto).

De acordo com a coordenadora regional do Inmet, Elizabete Alves Ferreira, uma frente fria pode trazer chuvas isoladas neste sábado (8) e domingo (9), mas não será suficiente para derrubar a onda de calor que mantém as temperaturas elevadas em Goiás.

A frente fria não consegue romper esse bloqueio, então aqui no estado vai influenciar apenas trazendo mais umidade e facilitando algumas chuvas de forma isolada. No sábado e domingo as temperaturas não vão ficar tão elevadas por aqui, mas é só realmente a questão do vento. As temperaturas aqui não vão baixar", afirma Elizabete.

Na manhã deste sábado (8), o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) emitiu um alerta para o estado, destacando o risco de novas elevações nas temperaturas máximas nos próximos dias, devido à chegada de mais uma onda de calor.

Confira as cinco maiores temperaturas de sexta-feira (7):

  • Aragarças (GO) - 41,9°C
  • Porto Murtinho (MS) - 39,4°c
  • Santiago (RS) - 38,7°C
  • Quaraí (RS) - 38,2°C
  • São Borja (RS) - 38,2°C
  • Orientações para período de seca

    Para manter a hidratação e a proteção do corpo durante o período seco, o Ministério da Saúde (MS) recomenda uma série de cuidados. Confira alguns a seguir:

  • Aumentar a ingestão de água ou de sucos de frutas naturais, sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede;
  • Evitar bebidas alcoólicas e com elevado teor de açúcar;
  • Fazer refeições leves, pouco condimentadas e mais frequentes;
  • Crianças, idosos e pessoas com alguma comorbidade podem não sentir sede. Ofereça-lhes água.
  • Evitar a exposição direta ao sol, em especial, de 10h às 16h;
  • Diminuir os esforços físicos e repousar frequentemente em locais com sombra, frescos e arejados;
  • Em veículos sem ar-condicionado, deixar as janelas abertas;
  • Não deixar crianças ou animais em veículos estacionados.
  • IcMagazine

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    Cacá Diegues levou Brasil para o cinema, diz Lula; veja repercussão da morte do cineasta

    Grandes personalidades brasileiras comentaram a morte do cineasta

    Modificado em 14/02/2025, 18:49

    Cacá Diegues

    Cacá Diegues (Divulgação)

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e personalidades das artes e da literatura se manifestaram em relação à morte do cineasta Cacá Diegues. Ele morreu na madrugada desta sexta-feira (14), aos 84 anos, em decorrência de complicações de uma cirurgia, numa clínica no Rio de Janeiro.

    Veja a repercussão:

    Recebi com muito pesar a notícia do falecimento de Cacá Diegues, que durante sua vida levou o Brasil e a cultura brasileira para as telas do cinema e conquistou a atenção de todo o mundo. 'Ganga Zumba', 'Xica da Silva', 'Bye, Bye Brasil' e, mais, recentemente, "Deus é Brasileiro" mostram muito bem nossa história, nosso jeito de ser, nossa criatividade".

    Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil

    "Cacá era, antes de tudo, um pensador do Brasil. Ele se posicionava nos momentos difíceis do país e não tinha uma questão ideológica para defender".

    Merval Pereira, presidente da ABL

    "Lamentamos profundamente a morte do cineasta e Acadêmico Cacá Diegues, aos 84 anos. Membro da Academia Brasileira de Letras desde 2018, Diegues foi um dos grandes nomes do cinema nacional. Sua obra equilibrou popularidade e profundidade artística ao abordar temas sociais e culturais com sensibilidade".

    Academia Brasileira de Letras

    "Descanse em paz, grande amigo imortal Cacá Diegues".

    Gilberto Gil, cantor

    "O Brasil perde hoje um dos maiores cineastas do país. Expresso meus sentimentos aos familiares, aos amigos, aos fãs e às pessoas que tiveram o privilégio de acompanhar o trabalho do Cacá Diegues. Seu legado para o cinema será sempre lembrado e respeitado pelos milhares de fãs".

    Governador do Estado do Rio de Janeiro

    "Lamento profundamente que saia de cena o último representante do cinema novo. Perde a cultura, perde o país e perdemos nós brasileiros. Obrigada Cacá por tanto".

    Lúcia Veríssimo, atriz

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    Óleo derramado em córrego pode contaminar praia e lago de Palmas, diz Guarda Ambiental

    Cerca de 10 mil litros de óleo foram descartados em córrego e atingiram o Parque Cesamar. Segundo especialistas da área ambiental, os danos são irreversíveis

    Modificado em 24/01/2025, 16:05

    Corpo de Bombeiros Militar instala barreira de contenção em córrego para evitar que mancha de óleo se espalhe (FMA/Divulgação)

    Corpo de Bombeiros Militar instala barreira de contenção em córrego para evitar que mancha de óleo se espalhe (FMA/Divulgação)

    A mancha de óleo que se espalhou pelo Córrego Brejo Comprido, que passa dentro do Parque Cesamar, pode chegar ao Lago de Palmas e ainda há o risco de contaminar a água que chega até municípios vizinhos. A informação é da Gerência Ambiental da Guarda Metropolitana de Palmas (GMP).

    "Se vier uma chuva de grande volume hoje, por exemplo, toda essa mancha de óleo, todo esse resíduo, tomará destino rumo ao lago da usina de Lajeado. Nós temos um risco iminente e que pode se agravar mais ainda", afirmou o inspetor Adalberto Bernardo, da Gerência Ambiental da GMP.

    O descarte irregular de cerca de 10 mil litros de óleo aconteceu na noite de quarta-feira (22). Na manhã desta sexta-feira (24), equipes de vários órgãos ambientais foram enviadas até a foz do Córrego Brejo Comprido para monitorar a qualidade da água, que corre em direção ao Lago de Palmas e Praia das Arnos.

    A prefeitura afirma que a empresa EHL despejou o produto em uma galeria pluvial. A empresa alega que houve uma falha operacional e que após identificar a ocorrência, imediatamente, iniciou os trabalhos de remoção dos resíduos (veja nota abaixo).

    Vazamento de óleo no Córrego Brejo Comprido (Matheus Dias/ TV Anhanguera)

    Vazamento de óleo no Córrego Brejo Comprido (Matheus Dias/ TV Anhanguera)

    Biodiversidade ameaçada

    Durante a tarde de quinta-feira (23), funcionários da empresa tentaram amenizar a situação utilizando baldes para captar a água contaminada pelo óleo. O material foi colocado em galões. Entretanto, segundo especialistas ambientais, os danos causados são irreversíveis.

    "Toda a fauna, inclusive a aquática, será comprometida de forma direta ou indireta", comentou o inspetor.

    O parque abriga diversas espécies de animais terrestres e aquáticos, como capivaras, pirarucus e jacarés. O risco de mortandade está sendo monitorado pela Fundação de Meio Ambiente de Palmas (FMA), pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Até esta sexta-feira (24) não foi registrada morte de animais.

    Uma barreira de contenção foi instalada no córrego, ainda dentro do Parque Cesamar, pelo Corpo de Bombeiros, para tentar evitar o avanço da mancha. Nesse momento, o empenho das equipes está em minimizar os danos à biodiversidade do parque.

    O presidente da FMA, Isac Braz da Cunha, explicou que uma parte do óleo decantou e ficou depositada no fundo do córrego. O órgão deve fazer um planejamento estratégico para a retirada desses resíduos.

    "Com o passar das chuvas a tendência é o lago baixar o nível. Já temos pontos assoreados que dá pra ver onde tá essa mancha. Já tem um projeto para desassorear o lago e, se for detectado mancha, vamos começar de imediato a articulação junto à Secretaria de Obras", disse o presidente.

    Manchas de óleo são vistas dentro do Parque Cesamar (Matheus Dias/ TV Anhanguera)

    Manchas de óleo são vistas dentro do Parque Cesamar (Matheus Dias/ TV Anhanguera)

    Investigação

    A Polícia Civil investiga o caso e a Perícia Científica foi chamada para analisar a situação. Caso seja comprovado a autoria, a empresa pode receber multa entre R$ 5 mil e R$ 50 milhões, conforme a Lei de Crimes Ambientais.

    Conforme apurado pela Guarda Metropolitana, a empresa EHL teria utilizado três caminhões pipas de sucção para retirar o óleo de uma galeria pluvial durante a noite.

    A Prefeitura de Palmas afirmou que o óleo estaria em um tanque de contenção no pátio da empresa e teria sido transferido para um caminhão que, em seguida, fez o descarte na galeria pluvial da Avenida NS-10, próximo ao Parque do Povo.

    Nota da empresa EHL

    A EHL informa que após identificar a ocorrência, imediatamente, tomou todas as medidas, ainda ontem, dia 22, às 19h, iniciando os trabalhos de remoção dos resíduos, com o acompanhamento de engenheiros ambientais, juntamente com órgãos ambientais, para garantir o cumprimento das normas vigentes.

    A empresa reforça que não houve descarte de material na galeria pluvial e sim falha operacional no pátio da empresa.