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Abin afirma à CPI que influenciadores digitais incitaram e lucraram com 8/1

Um dos citados pela é Adriano Luiz Ramos de Castro, ex-participante da primeira edição do BBB

Folhapress

Modificado em 19/09/2024, 00:50

Ao todo, 1.390 pessoas foram denunciadas pela PGR por envolvimento nos ataques ao patrimônio público em 8 de janeiro de 2023

Ao todo, 1.390 pessoas foram denunciadas pela PGR por envolvimento nos ataques ao patrimônio público em 8 de janeiro de 2023 (Gabriela Biló/Folhapres)

Relatórios produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), indicam que influenciadores digitais tiveram papel central na radicalização que levou à invasão das sedes dos três Poderes, além de terem faturado com os ataques golpistas de 8 de janeiro.

Os documentos foram entregues à CPI do 8 de janeiro e obtidos pela Folha. A agência afirma que os influenciadores fortalecem narrativas; canalizam queixas e ressentimentos pessoais e coletivos em críticas políticas contra governos e instituições; estimulam a polarização; e incitam outras pessoas à violência.

"[Eles] auxiliam na criação de uma visão polarizada, que a partir dela a hostilidade é direcionada a um alvo cuja existência é considerada uma ameaça. Ainda que indivíduos com esse perfil geralmente não participem de ações com maior grau de violência, sua função é essencial para incitar outras pessoas a realizarem atos de extremismo violento", diz.

Um dos citados pela Abin é Adriano Luiz Ramos de Castro, ex-participante da primeira edição do Big Brother Brasil (BBB). A agência afirma que ele esteve no acampamento golpista em frente ao Comando Militar de Salvador, invadiu a sede dos três Poderes e transmitiu ao vivo pelo YouTube.

Durante a live, ele parabenizou os invasores e justificou a violência como "resposta legítima" da sociedade contra os "desmandos" do Supremo Tribunal Federal (STF). O vídeo foi deletado, mas o canal dele não só continuou ativo como ganhou mais de mil inscritos após os atos golpistas.

O vereador de Planaltina de Goiás Genival Fagundes (PL) também transmitiu ao vivo e in loco via YouTube a invasão, de acordo com a agência. O canal foi desativado por ele, mas, segundo estimativas da Abin, faturou no mínimo R$ 135 mil.

"A transmissão rendeu dividendos pagos pela plataforma ao canal de Genival Fagundes, Política sem Curva. Enquanto transmitia, Fagundes narrava atos e exaltava os invasores, defendia a ação e orientava os participantes", descreve o relatório.

Já Elaine Helena Roque retransmitiu e comentou ao vivo em seu canal no YouTube os ataques de 8 de janeiro. O vídeo --já apagado-- teve mais de 42 mil visualizações e recebeu dividendos pagos pelo YouTube, segundo a Abin.

"Enquanto comentava, defendeu a ruptura da ordem democrática e os atos de violência. Justificava as invasões e a alternativa violenta para política. Torcia para que a Polícia Militar e as Forças Armadas aderissem aos protestos", diz o documento.

"Além disso, celebrava sua constatação de que o Exército Brasileiro não evitaria as invasões e as manifestações de apoio por parte das forças policiais."

A invasão aos prédios do Supremo, do Congresso e do Palácio do Planalto foi transmitida em tempo real e organizada pelas redes sociais. Em outro documento entregue à CPI, a agência aponta para a participação de extremistas em grupos do Telegram.

Em um dos grupos, mensagens de apoio aos atos do 8 de janeiro foram trocadas desde o dia 4 anterior. Um dos homens identificados participa de 119 grupos do Telegram, entre eles o de um movimento extremista inspirado na Revolução Ucraniana de 2014, que levou à queda do governo eleito após manifestações violentas.

A Abin afirma que o movimento brasileiro "atualmente está inativo, mas seu grupo de Telegram tem servido de reduto para indivíduos extremistas violentos, que frequentemente tentam formar grupos paramilitares".

O homem também é membro de um grupo dedicado "à troca de informações sobre materiais bélicos, política e teorias da conspiração". O relatório traz ainda o perfil do responsável pelo grupo bélico.

O extremista "publica mensagens de incentivo à violência com armas produzidas pelos próprios extremistas ou pela aquisição de armamento tradicional". Ele apresenta "perfil radicalizado e indícios de mobilização para violência".

Procurado, Genival Fagundes disse que acompanha manifestações em Brasília desde 2019 e que "em nenhum momento" passou pela cabeça dele "que haveria aqueles atos de vandalismo". Ele afirmou que pretende produzir um documentário com as pessoas que estão sendo processadas.

O vereador disse ainda que seu canal foi removido permanentemente no dia 9 de janeiro porque, segundo o YouTube, ele descumpriu as diretrizes da plataforma.

O YouTube foi questionado sobre os usuários que transmitiram os atos de vandalismo, mas não respondeu até a publicação deste texto. A defesa do Telegram disse que não tinha autorização para dar entrevistas.

O ex-BBB Adriano Castro e Elaine Roque não foram localizados pela reportagem.

No mês passado, o Conselho de Supervisão da Meta (Oversight Board), afirmou que a plataforma errou ao não remover vídeos que incitavam a invasão a Brasília e descumpriu suas próprias regras de proibição de incitação à violência.

O órgão é independente, mas financiado pela Meta -empresa dona do Facebook e do Instagram. A decisão foi motivada por um vídeo do dia 3 de janeiro em que um general convidava as pessoas a "sitiar" os três Poderes contra a eleição de Lula (PT).

Depois que o conselho selecionou esse caso para análise, a Meta afirmou que suas várias decisões de manter online o conteúdo golpista tinham sido um erro. A Meta removeu o vídeo em 20 de janeiro, mais de duas semanas após a publicação.

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Golpe do falso Elon Musk: Inteligência artificial foi usada em áudios para convencer idosa a dar dinheiro

Segundo a polícia, a idosa fez empréstimos e ainda desejava vender a casa onde morava, no valor de R$ 500 mil, para dar dinheiro ao suspeito

Conversas do suspeito e da vítima sobre o momento da descoberta do golpe (Divulgação/Polícia Civil)

Conversas do suspeito e da vítima sobre o momento da descoberta do golpe (Divulgação/Polícia Civil)

O golpista que se passou pelo empresário bilionário Elon Musk para pedir dinheiro a uma idosa de 69 anos de Formosa, no Entorno do Distrito Federal, usou inteligência artificial (IA) em áudios que foram enviados para a vítima. Segundo o delegado José Antônio Sena, responsável pelo caso, o suspeito também trocou vídeos, sem mostrar seu rosto, com a idosa.

Em entrevista, o delegado disse que o suspeito mandava áudios com uso de IA, mas sobre a troca de vídeos, a vítima negou.

Ele mandava áudios sim, com inteligência artificial; já sobre os vídeos, ela [a vítima] negou e não toca no assunto, mas os familiares dizem que sim, que há gravações de vídeos, mas não existiam imagens", afirmou José Sena ao g1.

Segundo a polícia, a idosa fez empréstimos e ainda desejava vender a casa onde morava, no valor de R$ 500 mil, para dar dinheiro ao falso Elon Musk.

A gente viu a vítima pouco colaborativa, minimizando o golpe, dizendo que os filhos estão com interesse no patrimônio dela e que foi um golpe sim, ela assume que foi um descuido, mas quando perguntamos detalhes, ela não colabora", disse o delegado.

Relembre o caso

Uma idosa, de 69 anos, perdeu mais de R$ 150 mil acreditando que mantinha um relacionamento amoroso com o empresário bilionário Elon Musk. Segundo a Polícia Civil (PC), o caso foi denunciado pelo filho da vítima no início de dezembro de 2024 em Formosa.

Segundo a PC, o contato entre os dois era por uma rede social, eles mantinham conversas frequentes durante todos os dias que duraram por seis meses.

Após adquirir a confiança da vítima, este suposto empresário passou a fazer solicitações para a vítima, mediante promessa de encaminhar presentes como flores, joias, dentre outros; presentes estes que nunca chegaram", disse o delegado José Sena.

Conversa de idosa com golpista que se passava pelo bilionário Elon Musk (Divulgação/Polícia Civil)

Conversa de idosa com golpista que se passava pelo bilionário Elon Musk (Divulgação/Polícia Civil)

Conforme informações da PC, o suspeito solicitava valores em dinheiro inclusive para abastecer sua 'suposta aeronave'. Houve também um 'pacto de confiança' entre os dois, onde o suspeito induziu a vítima a cortar sua própria mão para provar seu amor por ele.

A vítima, emocionalmente envolvida, realizou inclusive alguns empréstimos para poder realizar o pagamento dos valores solicitados a ela", disse.

Segundo a PC, os relatos dos familiares contam que a idosa realizou um empréstimo de R$ 62 mil e um outro no valor de R$ 92 mil para enviar o dinheiro.

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Investigações

Segundo a polícia, as investigações estão andando rápido e eles estão no aguardo da decisão judicial dos pedidos que podem levar ao fechamento deste caso. Poucos detalhes foram divulgados sobre a investigação, mas de acordo com a polícia, o suspeito pode ser de outro estado.

O caso está sendo investigado como um estelionato amoroso virtual, segundo o delegado José Antônio Sena.

(Com informações do g1 Goiás)

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Golpe da modelo: Entenda como agia grupo preso em hotel de luxo suspeito de aplicar golpe com promessa de carreira

Vítimas contaram para a polícia como foram atraídas por agência paulista com promessas de comercial para TV de marcas famosas de cosméticos; confira prints

Modificado em 04/02/2025, 14:24

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O grupo, que foi preso em um hotel de luxo em Goiânia, atraía vítimas com anúncio falso de seleção de pessoas para comerciais de TV para marcas famosas de cosméticos, disse a Polícia Civil de Goiás. De acordo com o delegado Humberto Teófilo, propagandas impulsionadas na internet direcionaram as vítimas para um chat e, posteriormente, para agendamento de ensaio fotográfico.

O POPULAR entrou em contato com a defesa dos suspeitos, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Teófilo conta que durante a ação policial no hotel foram identificadas três vítimas. Entre as pessoas estava um adolescente de 13 anos. Uma dessas vítimas, uma cuidadora de idosos de 55 anos, relatou como caiu no golpe.

Segundo a mulher, ela estava navegando em uma rede social e se deparou com o anúncio. Ao clicar na propaganda foi direcionada para uma conversa com um perfil identificado como "Maria Todimo".

No diálogo, em prints feitos por ela, o contato convida a vítima para fazer um ensaio fotográfico no hotel e cita que o cachê pelo trabalho do comercial varia entre R$ 500 e R$ 3,9 mil (veja prints das supostas conversas).

Prints de supostas conversas de vítimas com a agência foram anexadas à ocorrência (Divulgação/PC-GO)

Prints de supostas conversas de vítimas com a agência foram anexadas à ocorrência (Divulgação/PC-GO)

No local, a polícia constatou que as vítimas tinham que assinar um contrato e adquirir produtos das marcas de cosméticos para maquiagem. Além de pagar pelo ensaio fotográfico.

Chegando até o local, as vítimas tiravam fotos, se maquiavam, mas eram surpreendidas com a venda de produtos que jamais seriam entregues, tal como um 'book', revelou Humberto Teófilo.

Foram presos na ação policial quatro mulheres e um homem com documentos de São Paulo (Divulgação/PC-GO)

Foram presos na ação policial quatro mulheres e um homem com documentos de São Paulo (Divulgação/PC-GO)

Nesta terça-feira (4), o POPULAR entrou em contato novamente com uma das marcas de cosméticos citada na ocorrência e com a agência, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.

Entenda o caso

Quatro mulheres, de 41, de 29, de 26 e de 25 anos; e um homem de 26 anos, todos com documentos de São Paulo, foram presos no domingo (2). Uma das mulheres, Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva, de 41, foi identificada pela polícia como proprietária da agência.

Ao POPULAR , Teófilo disse que os suspeitos alegaram que contrataram o serviço de um homem para gerir as redes sociais e que não tinham conhecimento desses anúncios sobre comerciais para TV com marcas de cosméticos.

O delegado ressaltou que os alvos do grupo eram mulheres com idades entre 40 e 60 anos. Ao todo, ele estima que cerca de 100 pessoas foram vítimas. Teófilo calcula, com base em mais de 90 contratos apreendidos, que o golpe praticado pelo grupo ultrapassa os R$ 200 mil em prejuízos às vítimas.

PC-GO divulgou idade da proprietária da agência, Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva, de 41, para identificar novas vítimas (Divulgação/PC-GO)

PC-GO divulgou idade da proprietária da agência, Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva, de 41, para identificar novas vítimas (Divulgação/PC-GO)

Teófilo aponta que os suspeitos devem responder pelos crimes de tentativa de estelionato qualificado e associação criminosa. A PC-GO informou que a autorização de divulgação da imagem de Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva está de acordo com os termos da lei nº 13.869/2019 e com a portaria nº 547/2021, "visto que a referida publicação poderá auxiliar no surgimento de novas vítimas".

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Golpe da modelo: Grupo é preso em hotel de luxo suspeito de dar golpe em mais de 100 mulheres com promessa de carreira

Segundo polícia, quatro mulheres e um homem irão responder pelos crimes de tentativa de estelionato qualificado e associação criminosa

Modificado em 03/02/2025, 15:58

Um grupo de cinco pessoas foi preso em um hotel de luxo, no Setor Oeste, em Goiânia, no domingo (2). Segundo a Polícia Civil de Goiás (PC-GO), eles são suspeitos de aplicarem um golpe utilizando uma agência de modelos com sede em São Paulo. O delegado Humberto Teófilo contou que o grupo atraía as vítimas, por meio de anúncio patrocinado nas redes sociais, com a promessa de participação em um comercial para uma famosa marca de cosméticos.

O POPULAR entrou em contato com a defesa dos suspeitos, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Os presos são quatro mulheres, de 41, de 29, de 26 e de 25 anos; e um homem de 26 anos. Todos com documentos de São Paulo. Uma das mulheres, Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva, de acordo com o delegado, foi identificada como proprietária da agência.

À polícia, os suspeitos alegaram que contrataram uma pessoa para gerir as redes sociais e que não "sabiam do teor e que não tinham ciência de tudo isso." O delegado ressaltou que as vítimas eram mulheres com idades entre 40 e 60 anos, além de adolescentes.

As pessoas iam até eles, e eram oferecidos os serviços, faziam os contratos, mas com destaque de que nada seria garantido de que elas seriam modelos e fazer propagandas", acrescentou Teófilo.

O delegado indica que os golpes eram praticados em Goiânia, Anápolis, Brasília e São Paulo. Uma das vítimas, uma cuidadora de idosos de 55 anos, que estava no local quando a polícia efetuou as prisões, narrou que viu o anúncio da agência quando navegava pela internet e clicou na propaganda. Automaticamente, ela foi direcionada para um "chat" e de lá convidada a enviar uma mensagem para um número de WhatsApp.

A conversa entre a cuidadora de idosos e um suposto contato com a agência, que se apresentou como a "produtora de elenco", seguiu normalmente, sendo informado os valores de cachês de R$ 500 a R$ 3.900 mil. Na sequência, foi feito o agendamento de um ensaio fotográfico no hotel onde os suspeitos foram presos.

Ao chegar ao local, a vítima revelou que foi atendida por uma das suspeitas, que confirmou ser o local de seleção de participantes para o comercial, lhe entregou uma ficha para que preenchesse e pediu para aguardar para realizar o ensaio fotográfico.

No hotel, Humberto Teófilo ressaltou que três vítimas foram identificadas, duas mulheres e um adolescente de 13 anos, que estavam aguardando para ensaios de fotos. Além disso, segundo o delegado, outros três contratos foram encontrados assinados por duas idosas, uma de 63 anos e outra de 60, no dia da diligência.

Chegando ao local, as vítimas tiravam fotos, se maquiavam, mas eram surpreendidas com a venda de produtos que jamais seriam entregues, tal como um 'book'. Mais de 100 mulheres caíram no golpe e gastaram aproximadamente mil a R$ 3 mil", estima Teófilo.

Foram presos na ação policial quatro mulheres e um homem com documentos de São Paulo (Divulgação/PC-GO)

Foram presos na ação policial quatro mulheres e um homem com documentos de São Paulo (Divulgação/PC-GO)

As duas idosas teriam pago R$ 3 mil e R$ 1,2 mil, respectivamente, pelos kits da agência. A terceira era uma mulher que não teve a idade revelada, mas que teria pago R$ 1,2 mil para o grupo. Durante as investigações, Teófilo destaca que outros contratos de mais de 90 pessoas foram apreendidos com o grupo.

O POPULAR entrou em contato com a agência de modelos e com a marca de cosméticos para se manifestarem sobre o caso, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

O delegado pontua que os suspeitos devem responder pelos crimes de tentativa de estelionato qualificado e associação criminosa.

A PC-GO informou que a imagem de Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva está de acordo com os termos da lei nº 13.869/2019 e com a portaria nº 547/2021, "visto que a referida publicação poderá auxiliar no surgimento de novas vítimas".

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Qual a melhor pamonha de Goiânia? De sal ou de doce? Chefs e influenciadores respondem

Em comemoração ao Dia Estadual da Pamonha, o Daqui convida criadores de conteúdos e chefs de cozinha para eleger qual o melhor sabor da iguaria

Modificado em 01/02/2025, 14:56

Quem é de Goiânia provavelmente tem na ponta da língua o anúncio do carro da pamonha, que passava na porta das casas levando a iguaria quentinha, pura e saborosa, todas elas com queijo. Patrimônio cultural imaterial goiano, o prato ganhou no ano passado um dia oficial só para ele: 3 de fevereiro passa a ser o Dia Estadual da Pamonha Goiana. Para celebrar o prato típico que é a cara de Goiás, o Daqui convida criadores de conteúdo de gastronomia e chefs de cozinha para contar quem é a grande vitoriosa na disputa (que, a gente adianta, está acirrada): qual é mais gostosa, a de sal ou a de doce? E qual é a melhor pamonha da cidade?

O casal Marcos Queiroz, 31 anos, e Yuri Alvares, 31 anos, está à frente do perfil Guia Dois (@guiadois) nas redes sociais deu uma resposta unânime. "Preferimos as opções salgadas, mas a gente não dispensa as doces não (risos)", diz Marcos. Os dois são nascidos e criados em Goiânia e falam com propriedade quando o assunto é pamonha. Para eles, a textura e o tempero são pontos-chave na hora de analisar o prato. "Gostamos daquelas mais molinhas. A quantidade de sal também é muito importante, para conseguirmos sentir os sabores separados do milho, dos temperos e do recheio", comenta.

Marcos Queiroz: "Preferimos as opções salgadas" (Divulgação)

Marcos Queiroz: "Preferimos as opções salgadas" (Divulgação)

Para fechar a avaliação, Marcos e Yuri consideram que a qualidade do queijo utilizado no recheio também muda completamente a experiência. Para eles, uma pamonha que atende a todos esses requisitos na cidade é a servida na Brasil Pamonharia, localizada no Parque Amazônia. "Além de tudo, o atendimento é um diferencial. Se colocar a pimentinha da casa, então, fica melhor ainda", sugere Yuri, que recomenda mais itens do cardápio para quem quiser aproveitar a viagem. "Vale muito a pena experimentar os bolinhos fritos e a chica doida, que é sensacional", conta.

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A chef Carina Popolare é filha de italianos e especialista na culinária dos seus familiares, à frente de um empório onde produz diariamente as mais diversas massas artesanais. Mas como boa goiana que é, ela não dispensa uma pamonha quentinha, especialmente em dias chuvosos, como tem sido os últimos na capital. "Sou nascida e criada em Goiânia, comedora de pamonha e de pequi. Pelo menos uma vez na semana tem pamonha lá em casa", garante.

Para Carina, não tem discussão: a de doce é quem ganha a batalha. As preferidas da chef são da Pamonharia Bueno, no Setor Bueno, e da banca Delícia de Pamonha, que ela encontra na feira do Moreira, no Setor Coimbra. "As duas têm pamonhas bem cremosas, com milho fresco e bastante queijo", avalia.

Maressa Araújo Mendonça prefere pamonha de doce e João Paulo de sal, especialmente à moda (Divulgação)

Maressa Araújo Mendonça prefere pamonha de doce e João Paulo de sal, especialmente à moda (Divulgação)

Já o chef Humberto Marra tem um verdadeiro roteiro de pamonhas e compartilha as preferidas do momento com os leitores do POPULAR. Ele destaca uma que pode ser controversa: a com jiló, opção do cardápio da D'Casa Pamonharia, que fica dentro do Mercado da 74. "Acabo de descobrir uma pamonha maravilhosa aqui no Jardim Novo Mundo, na Avenida New York com a Rua Quebec", diz ele, que indica, ainda, a pamonha encontrada na feira do Ateneu Dom Bosco, no Setor Oeste que acontece às terças e sextas-feiras.

Dia da pamonha

Em janeiro de 2024, foi sancionada a lei nº 22.535 que institui o Dia Estadual da Pamonha Goiana, com celebração anual em 3 de fevereiro. A data comemorativa marca também o início da colheita do milho no estado, que desde 2022 declarou o prato como patrimônio cultural imaterial goiano, refletindo a relevância histórica e social da pamonha. As iniciativas também buscam incentivar futuras gerações a apreciar e perpetuar a tradição culinária goiana.

A autoria do projeto de lei é do deputado Gugu Nader, que neste sábado (1º), a partir das 11 horas, comemora a data na Praça do Violeiro, no Setor Urias Magalhães, promovendo um panelão com mais de 20 mil pamonhas que serão distribuídas gratuitamente para a população.

A saga continua

Na sua busca diária por novos lugares na cidade para indicar para os seguidores do perfil Goiânia Indica (@goianiaindica), Matheus Engelman, 30 anos, experimentou muitas pamonhas que considera boas, sempre com preferência pelas salgadas. Para ele, no entanto, nenhuma ganha da servida na Pamonharia da Tia Cida, no Jardim América, por diversos motivos.

"É impossível não começar falando da própria Tia Cida. É no estabelecimento dela que você encontra o atendimento mais querido da cidade", comenta. Quanto a pamonha, ele tem alguns critérios para dar o título de pamonha perfeita. "Servida quentinha, sempre um pouco mais molinha, ingredientes de ótima qualidade e tamanho ideal", diz. A indicação especial para quem for conferir as receitas da Tia Cida é a com recheio de frango com jiló. "Para quem ama esses ingredientes, não tem pamonha melhor no mundo", conta.

Matheus Engelman: Servida quentinha, sempre um pouco mais molinha, ingredientes de ótima qualidade e tamanho ideal (Divulgação)

Matheus Engelman: Servida quentinha, sempre um pouco mais molinha, ingredientes de ótima qualidade e tamanho ideal (Divulgação)

O casal Maressa Araújo Mendonça, 30 anos, e João Paulo de Moura, 29 anos, discordam na hora de eleger o sabor preferido. Ele prefere de sal, especialmente a pamonha à moda, enquanto ela prefere de doce. Os dois estão à frente do perfil de indicações gastronômicas Casal Gyn Indica (@casalgynindica), que tem bastante visitas a pamonharias na conta.

Na hora de eleger a melhor pamonha da cidade, eles também discordam: para Maressa, é a Delícia Goiana, no Setor Oeste, enquanto João Paulo escolhe a Fábrica de Pamonhas, que fica localizada no Setor dos Funcionários. "Os dois gostam bastante das opções dos dois lugares, mas é impossível escolher só uma", diz Maressa. Uma opinião é unânime entre o casal: para ambos, a pamonha é mais gostosa quando o ponto da massa do milho está mais molinho e um bom atendimento também dá um sabor especial.

Maressa Araújo Mendonça prefere pamonha de doce de leite e João Paulo de sal, especialmente à moda (Divulgação)

Maressa Araújo Mendonça prefere pamonha de doce de leite e João Paulo de sal, especialmente à moda (Divulgação)

Vitória Mugayar Campanholo, 28 anos, está à frente do perfil de indicações gastronômicas Comidittas (@comidittas) e chega para somar o time de defensores da pamonha doce. A pamonha à moda, no entanto, divide espaço no coração (e estômago) da criadora de conteúdo goiana. "Sobre o momento perfeito para comer pamonha, se alguém responder alguma coisa diferente de 'quando está chovendo', está errado (risos). É a combinação perfeita com a chuva", diz.

Vitória também leva em consideração o atendimento na hora de eleger o melhor lugar da cidade para se deliciar com a iguaria. Para ela, não tem igual a da Frutos do Milho, no Setor Oeste. "Acho a pamonha muito saborosa. Tanto a de doce quanto à moda são bem servidas e com o tempero perfeito", aponta. Para acompanhar, porque não mais milho? "Adoro pedir o bolinho frito apimentado e a chica doida. Recomendo demais", diz.

Vitória Mugayar Campanholo: "Acho a pamonha muito saborosa" (Divulgação)

Vitória Mugayar Campanholo: "Acho a pamonha muito saborosa" (Divulgação)

Goiás X Minas

Quando o assunto é pamonha, existe uma discussão que já se tornou um clássico: Goiás e Minas Gerais desde sempre disputam a autoria da receita da iguaria, que é um dos nossos grandes símbolos culinários e se tornou até patrimônio cultural. Até então, nenhum acordo formal foi firmado. Desavenças com os vizinhos mineiros à parte, o goiano fala com propriedade não só sobre o prato em si, como de outra tradição: a de reunir familiares e amigos próximos para preparar grandes paneladas de pamonha, onde todos colocam a mão na massa.

As pamonhadas remetem à vida no interior do Estado, especialmente à zona rural, onde se respeita o tempo do milho plantado na roça e o processo é todo artesanal, da colheita à feitura. A tradição ainda é preservada por algumas famílias e se mantém viva para a maioria dos goianos, ainda que seja na memória. Com a colheita do milho inaugurada entre os meses de janeiro e fevereiro, as famílias já vêm organizando as reuniões em que cada um tem sua função. Sentados em roda, enquanto uns descascam, os outros ralam o milho. A massa segue para a equipe que irá temperar e cozinhar as pamonhas. Por fim, é só se deliciar.