As cerca de 400 empresas que devem se instalar no Antares Polo Aeronáutico, que está sendo construído em Aparecida de Goiânia, devem gerar por volta de 2.250 empregos diretos. Cerca de 30% das 72 áreas da primeira etapa do complexo aeroportuário, que deve começar a operar em outubro de 2024, já foram comercializadas para hangares de empresas de manutenção de aeronaves e aviação executiva.A pista do aeroporto, que terá 1.980 mil metros de extensão e 45 metros de largura, já está em fase avançada de terraplanagem e deve ficar pronta até o final do próximo ano.As obras começaram em julho do ano passado. O diretor comercial e um dos empreendedores do Antares, Rodrigo Neiva, informa que as obras foram retomadas em março deste ano e estão adiantadas, depois de terem sido paralisadas em outubro de 2021 por conta das chuvas. “O trabalho de terraplenagem para construção da pista envolve a remoção de 1,4 milhão de metros cúbicos de terra”, destaca. A pista terá PCN (Número de Classificação do Pavimento) de 45, que indica alta resistência de solo para receber até um Boeing 737.Isso é importante para um aeroporto que deve receber muitos aviões de carga. Rodrigo lembra que a logística será um dos focos do polo, que terá a vantagem de ter uma localização estratégica no País para a distribuição de mercadorias. Mas vale lembrar que o aeroporto de aviação geral atenderá também aviação executiva e manutenção de aeronaves de todos os portes. “No futuro, também podemos atender aviação regional e sub-regional”, avisa o executivo.O investimento total previsto na infraestrutura do complexo, que ocupará uma área de 209 hectares, maior que a do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, é de cerca de R$ 100 milhões. “Será um aeroporto de negócios, sem a burocracia dos grandes aeroportos de voos comerciais”, destaca Rodrigo. No Antares, não haverá a prioridade para a aviação comercial, como ocorre nos demais aeroportos, e que faz com que jatos executivos demorem horas para conseguirem decolar.Ele lembra que, no caso da aviação de carga, empresas de entregas, como os Correios, por exemplo, podem instalar um hub logístico no novo complexo, sem confronto com a aviação comercial. Isso também deve facilitar a operação para empresas de táxi aéreo e UTI aérea. Goiânia já a terceira cidade em manutenção de aeronaves do País e a expectativa é que o aeroporto de Aparecida impulsione ainda mais este segmento no Estado. “Todas estas atividades trarão muitas divisas para o município de Aparecida”, prevê o diretor comercial do Antares.ArrecadaçãoAs empresas que se instalarem no futuro Polo Aeronáutico terão incentivos fiscais da Prefeitura de Aparecida. Elas pagarão 2% de Imposto sobre Serviços (ISS) e ainda terão reduções nas alíquotas de ITU e no IPTU. O secretário da Fazenda do município, André Luis Rosa, informa que também foi constituída uma Área Especial Aeroportuária, que definirá a ocupação urbana na região do complexo, ou seja, o que pode ou não pode ser construído.De acordo com o secretário, o aeroporto criou um novo ciclo de desenvolvimento para a região leste de Aparecida, sendo uma das âncoras de um crescimento ordenado da região. “Aparecida cresceu muito rápido nos últimos anos e ganhou 500 mil novos habitantes, uma massa que ocupou a cidade e obrigou o poder público a correr atrás da infraestrutura na região oeste da cidade, que é dividida pela BR-153”, lembra André. Agora, o crescimento no lado leste está sendo planejado para ser ordenado.O secretário explica que este lado da cidade já conta com outras âncoras de desenvolvimento, como três polos industriais públicos (Dimag, Daiag e José Alencar), dois privados (All Park e Global Park), um câmpus da Universidade Federal de Goiás (UFG) e uma unidade do curso de Medicina da Universidade de Rio Verde (Unirv).O município ainda estaria discutindo diretrizes deste ordenamento, como padrões para futuros loteamentos, visando não deixar grandes vazios urbanos. “O objetivo é ter um crescimento mais homogêneo e linear”, destaca André. Ele lembra que esta região tem passado por uma forte industrialização, por conta dos polos industriais e precisa abrigar também empreendimentos para moradia destes trabalhadores. “Essa maior proximidade de casa com o trabalho evita muitos problemas de mobilidade. Por isso, a importância de criar núcleos residenciais para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, evitando longos deslocamentos”, ressalta o secretário.