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Avião com 32 repatriados da Faixa de Gaza chega ao Brasil

Folhapress

Modificado em 19/09/2024, 01:23

Grupo de 32 brasileiros e familiares que deixou a Faixa de Gaza

Grupo de 32 brasileiros e familiares que deixou a Faixa de Gaza (Reprodução/@ItamaratyGovBr)

O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) usado para repatriar 32 brasileiros e palestinos que estavam na Faixa de Gaza está programado para pousar em Brasília na noite desta segunda-feira (13), às 23h30, pondo fim a uma saga que moveu esforços da diplomacia brasileira e que encontrou ampla repercussão nas redes sociais.

A aeronave decolou do aeroporto internacional do Cairo, no Egito, rumo ao Brasil, às 6h52, no horário de Brasília, e fez três escalas para reabastecimento em Roma (Itália), Las Palmas (Espanha) e na base aérea do Recife.

Dois dias depois de terem sido autorizados a deixar o território palestino rumo ao Egito, os inscritos para repatriação pelo Itamaraty conseguiram no domingo (12) pegar o voo rumo ao Brasil. Na lista original havia 34 nomes, mas duas pessoas, mãe e filha brasileiras, decidiram permanecer em Gaza por motivos pessoais.

O grupo ficou retido durante dois dias porque a fronteira havia sido fechada na sexta-feira (10). No sábado (11), a passagem de Rafah, único ponto não controlado por Israel em que civis podem entrar e sair do território palestino, seguiu fechada.

O grupo foi levado para o Cairo, capital do Egito, em cinco vans em um percurso que dura em torno de seis horas. Os repatriados são 22 brasileiros, 7 palestinos que têm RNM (Registro Nacional Migratório) e 3 palestinos que são familiares próximos dos demais integrantes. Desses, 17 são crianças, 9 são mulheres e 6 são homens.

Com ele, a cifra total de cidadãos repatriados pelo Brasil desde o início da guerra Israel-Hamas sobe a 1.477, sendo 1.462 deles brasileiros, além de 53 animais domésticos.

Trata-se da maior operação de retirada de civis de zonas de guerra operada pela Força Aérea Brasileira em sua história ---mas o drama dos futuros refugiados de Gaza foi mais estático, arrastando-se por quase todo o conflito até aqui.

O Egito havia dado a autorização para a saída ---que é coordenada com Tel Aviv sob consulta dos EUA e do Qatar, mediadores do acordo de passagem de estrangeiros---, na sexta. O grupo foi incluído numa leva de quase 600 pessoas autorizadas.

Mas incidentes envolvendo ambulâncias levando feridos graves palestinos, que tem prioridade para a passagem para o Egito, fecharam novamente o posto de Rafah. Na sexta, houve a suspeita de que motoristas de veículos eram terroristas do Hamas tentando deixar Gaza, além de relatos de combates intensos que impediram a saída de pacientes da capital homônima da faixa.

No sábado, o isolamento do principal hospital da capital homônima da faixa, o al-Shifa, impediu que qualquer veículo chegasse a Rafah.

Geral

Israel ataca Gaza e encerra cessar-fogo com o Hamas

Ataque pôs fim a trégua em vigor desde janeiro em Gaza

Modificado em 18/03/2025, 09:50

Chefe do Estado-Maior de Israel, Maj. Gen. Eyal Zamir; Chefe do Serviço de Segurança Geral, Ronen Bar; e Comandante da Força Aérea, Maj. Gen. Tomer Bar, no fosso da Força Aéreai sraelense, comandando os ataques noturnos em Gaza

Chefe do Estado-Maior de Israel, Maj. Gen. Eyal Zamir; Chefe do Serviço de Segurança Geral, Ronen Bar; e Comandante da Força Aérea, Maj. Gen. Tomer Bar, no fosso da Força Aéreai sraelense, comandando os ataques noturnos em Gaza (Divulgação/IDF)

O cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza colapsou na madrugada desta terça (18), com ataques renovados do Estado judeu a posições do grupo terrorista na região que deixaram mais de 400 mortos.

A operação, segundo as IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla inglesa), irá continuar e se expandir além dos ataques aéreos até aqui.

Há sinal de novas ofensivas terrestres, após a saída parcial das forças de Tel Aviv do território árabe a partir da trégua que entrou em vigor em 19 de janeiro. Os militares ordenaram a retirada de moradores de algumas áreas da faixa, sugerindo novos ataques.

Houve a usual troca de acusações acerca das responsabilidades. O Hamas afirmou que os ataques foram uma violação unilateral do cessar-fogo, e Israel disse que os terroristas "se recusaram repetidamente a soltar nossos reféns e rejeitaram todas as propostas recebidas pelo enviado do presidente dos Estados Unidos, Steve Witkoff".

Segundo o Hamas, ao menos 413 pessoas morreram e 660 ficaram feridos nos ataques, que começaram às 2h (20h de segunda em Brasília). Houve ataques em todos os pontos principais da região: a capital homônima, Deir al-Balah, Khan Yunis e Rafah.

O ataque foi recebido com protestos pelo Kremlin, que expressou preocupação com a estabilidade regional e as baixas civis. A Turquia manteve sua posição crítica e acusou Tel Aviv de genocídio. Já o alto comissário da ONU para direitos humanos, Volker Turk, se disse "horrorizado" com a ação de Israel.

Há uma movimentação de negociadores americanos e árabes para tentar ressuscitar a trégua, o que não pode ser descartado, mas o fato é que o colapso coloca um grande ponto de interrogação sobre o futuro da região.

A instabilidade é visível em vários pontos: em Gaza, nas escaramuças recentes no Líbano, em novos ataques israelenses em sua ocupação de uma faixa no sul da Síria e no embate direto entre EUA e rebeldes houthis no mar Vermelho e no Iêmen.

Tudo aponta para a pressão de Donald Trump sobre o Irã, patrocinador dos rivais de Israel e de Washington no Oriente Médio, algo que será aplaudido pelo premiê Binyamin Netanyahu ---cuja permanência no poder parece atrelada à sua capacidade de manter Israel em pé de guerra.

Israel vinha sinalizando que retomaria os ataques ao Hamas nas últimas semanas. No centro da crise há a questão do futuro político tanto do Hamas quanto do governo de Netanyahu.

Os radicais são colocados como carta fora do baralho em qualquer transição no território que comandam desde o cisma com a facção que governa a Cisjordânia, a Autoridade Nacional Palestina, em 2007. Foram massacrados militarmente, mas retém poderio como força de guerrilha.

Ao dificultar o prosseguimento dos termos do acordo com Tel Aviv, a chamada fase 2, o Hamas tenta ganhar tempo. Foi assim durante o processo de libertação inicial dos reféns, com ameaças de renovação das hostilidades frequentes.

Já Netanyahu faz o mesmo por outros motivos. Do ponto de vista doméstico, o fracasso em dar sequência ao processo de libertação dos reféns tomados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, ataque que disparou a guerra, o pressiona por um lado.

Do outro, a ultradireita que o sustenta no Parlamento cobra o endurecimento com os palestinos. O premiê ganhou musculatura com a volta de Trump ao poder, com seu plano delirante de remover os palestinos de Gaza para tornar as ruínas num empreendimento imobiliário à beira-mar.

Netanyahu vive também uma guerra interna contra o chefe do Shin Bet, o serviço de segurança interna que participou com a IDF da nova operação, Ronen Bar. O premiê chegou a anunciar que recomendou a remoção do diretor por falta de confiança.

As Forças Armadas também estão num processo de transição, com um novo chefe de Estado-Maior, Eyal Zamir. A ideia de retomar ações grandes com suas forças descansadas após dois meses pode ser tentadora para suas pretensões.

Tudo isso embaralhou as cartas na região, forçando atores como países árabes a se mexer, pressionados por Washington para receber boa parte dos mais de 2 milhões de moradores de Gaza. Egito e Jordânia protestaram e o sauditas buscaram algum protagonismo, mas até aqui nada aconteceu além de propostas de reconstrução vagas.

Na dita fase 1, foram libertados 25 dos 251 reféns tomados no 7 de Outubro. Outros 8 corpos foram liberados pelo Hamas. Ainda há 59 cativos em Gaza, um número incerto deles de mortos. Em troca, até aqui cerca de 2.000 palestinos foram soltos de prisões em Israel.

A fase 2 previa o fim da desocupação de Gaza pelos israelenses, mas eles seguem em faixas fronteiriças, e a libertação dos reféns remanescentes. Tel Aviv chegou a propor no começo do mês uma nova trégua, de 50 dias, para fazer tais arranjos, mas o Hamas rejeitou.

Netanyahu passou a segurar a entrada de ajuda humanitária na região, piorando ainda mais a situação já dramática na faixa. De lado a lado, houve testes de estresse, com ataques pontuais. Agora, a região volta à incerteza.

IcEconomia

Emprego

Prazo para inscrição no processo seletivo com mais de 500 vagas da FAB termina nesta quinta (24)

Oportunidades são para nível médio técnico e para prestação do serviço militar voluntário, em caráter temporário, para o ano de 2023; remuneração gira em torno de R$ mil

Modificado em 20/09/2024, 05:17

Avião da Força Aérea Brasileira na pista do quartel da aeronáutica

Avião da Força Aérea Brasileira na pista do quartel da aeronáutica (Sérgio Lima/ Poder 360 )

O prazo final para inscrição no processo seletivo da Força Aérea Brasileira (FAB) termina nesta quinta-feira (24). São mais de 500 oportunidades para candidatos com nível médio técnico para prestação do serviço militar voluntário, em caráter temporário, para o ano de 2023. Ao ser aprovado, o voluntário será declarado como Terceiro-Sargento, cuja remuneração gira em torno de R$ 5 mil. Além de formação na área pretendida, os candidatos precisam ser brasileiros, ter idade máxima de 40 anos de idade na data da incorporação e cumprir os requisitos do edital.

Os aprovados serão lotados em diversas Organizações Militares (OM), localizadas em algumas capitais brasileira, além de outras cidades como Anápolis (GO), Barbacena (MG), Confins (MG), Guaratinguetá (SP), Guarujá (SP), Juiz de Fora (MG), Lagoa Santa (MG), Pirassununga-(SP) e São José dos Campos (SP).

Dentre as oportunidades, há vagas para as áreas de Administração, Comunicações, Desenho, Eletricidade, Enfermagem, Eletromecânica, Eletrônica, Informática, Laboratório, Logística, Mecânica de Aeronaves, Metalurgia, Música, Nutrição e Dietética, Obras, Produção de Áudio e Vídeo, Processos Fotográficos, Radiologia, Saúde Bucal e Topografia.

O tempo de serviço irá ocorrer por períodos de até 12 de meses, podendo ser prorrogado por até 96 meses, respeitando-se a idade limite de 45 anos para permanência no serviço ativo.

O processo será realizado em nove etapas, sendo elas: Entrega de Documentos (ED); Validação Documental (VD); Avaliação Curricular (AC); Concentração Inicial (CI); Inspeção de Saúde (INSPSAU); Avaliação Psicológica (AP); Teste de Avaliação do Condicionamento Físico (TACF); Concentração Final (CF) e Habilitação à Incorporação (HI).

O edital pode ser acessado **aqui ** e as inscrições devem ser feitas no **site da FAB ** .

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Geral

Pilotos da FAB em Anápolis são preparados para pilotar Gripen

Objetivo da atividade física em Goiás é melhorar condicionamento de homens para enfrentar a alta carga gravitacional, que pode chegar a 9G. Brasileiros foram elogiados em primeiro teste

Modificado em 20/09/2024, 00:55

F-39E Gripen: dois exemplares foram incorporados à FAB. Aeronave voa a até duas vezes a velocidade do som

F-39E Gripen: dois exemplares foram incorporados à FAB. Aeronave voa a até duas vezes a velocidade do som (Sargento Müller Marin / Força Aérea)

A chegada ao Brasil, no dia 1º de abril último, das duas primeiras aeronaves de caça F-39 Gripen, é festejada pela Força Aérea Brasileira (FAB) como uma nova era para a defesa aérea do País. Os supersônicos, adquiridos pelo governo brasileiro da empresa sueca Saab, estão em fase de testes no interior paulista antes de, efetivamente, entrarem em operação. Enquanto isso, os futuros pilotos passam por treinamento físico na Universidade Evangélica de Anápolis (UniEvangélica) para suportar a carga gravitacional dos novos caças.

"Os pilotos do primeiro grupamento que foram submetidos ao teste de carga gravitacional na Suécia foram muito elogiados em função da condição física", comemora o diretor do curso de Educação Física da UniEvangélica, professor doutor Iransé Oliveira Silva.

Convênio neste sentido foi assinado entre a Associação Educativa Evangélica (AEE), mantenedora da universidade, e a FAB no fim de 2019, mas em razão da pandemia da Covid-19, as atividades foram implementadas somente no início de 2021. Após quatro meses de treinamento na academia da instituição, os pilotos seguiram para o país nórdico para o teste da centrífuga no Aeromedical and Survival Training. Outro grupo viajou no início deste ano.

"O Brasil não possui um equipamento desses, que mede a condição física do piloto diante da força gravitacional", explica o professor, que pesquisou sobre o tema para a tese de doutorado dele. Na época, o objeto de estudo eram os caças Mirage que, da mesma forma, provocam alterações autonômicas em função da carga de gravidade. "Quem não tem preparação física adequada, não consegue suportar." Nos caças, a força gravitacional chega a nove vezes a força da gravidade.

Todo o treinamento físico é executado sob criteriosa supervisão da FAB. A instituição militar não permite a divulgação de imagens e mantém sigilo sobre o número de pilotos em formação. A iniciativa é uma demanda da Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA) e da própria Saab, fabricante da aeronave. Iransé Oliveira Silva detalha que os pilotos são submetidos a exercícios de força, em especial na região cervical, que sente mais o impacto, e nos membros inferiores por causa do retorno venoso.

"As pessoas não têm noção do que é essa força. Um indivíduo que pesa 100 kg possui uma cabeça que pesa 9 kg. Se ele for submetido a 9G é como se a cabeça tivesse 81 kg e o corpo terá de suportar 900 kg durante 10 ou 12 segundos. Daí a importância do treinamento de força", explica o professor Iransé Silva." Ele detalha que a força gravitacional (força G) acelera a massa corporal contra o movimento, por isso o organismo precisa ser preparado para suportar esta carga. Embora venha atuando em parceria com a FAB desde 2013, esta é a primeira vez que a UniEvangélica assume a responsabilidade pelos treinamentos físicos de pilotos de aeronaves de caça.

"Para nós é importante porque estamos demonstrando aos profissionais em formação a funcionalidade da condição física em um ramo específico da aviação de alta performance. Já temos teses de doutorado e artigos publicados sobre o tema e novos conhecimentos serão gerados. Entretanto, o que estamos buscando na academia é que este trabalho também faça diferença na comunidade, nesse caso, para os pilotos. Por outro lado, é importante servir o País nesta preparação", afirma Iransé Oliveira Lima.

Presidente da AEE e chanceler da Unievangélica, Augusto César Rocha Ventura não esconde o entusiasmo com a parceria. "As atividades executadas colocam a instituição dentro de um ambiente de desenvolvimento tecnológico, fomento a pesquisas e promoção do conhecimento. A AEE estará sempre à disposição para outras iniciativas como esta." Para o reitor da Unievangélica, Carlos Hassel Mendes, envolver a academia neste momento da história da aviação militar, foi uma ideia acertada porque fortalece a instituição. "A UniEvangélica sempre estará ao lado do desenvolvimento da ciência."

Duas aeronaves já foram incorporadas

Considerado um dos mais modernos caças do mundo, o F-39 Gripen começa a chegar ao Brasil por força de um contrato assinado entre o Governo Federal e a empresa sueca Saab em 2014 para o desenvolvimento e produção de 36 aeronaves, incluindo sistemas embarcados, suporte e equipamentos. As plataformas são desenvolvidas e produzidas com a participação de técnicos e engenheiros brasileiros. A integração faz parte da transferência tecnológica e visa a proporcionar o conhecimento necessário para a continuidade das atividades no Brasil.

Uma aeronave F-39 Gripen chegou ao Brasil em 2020 de navio como unidade de testes para a continuidade em solo brasileiro dos ensaios iniciados no país escandinavo. Também por mar, vieram as outras duas de série que chegaram no porto de Navegantes, em Itajaí (SC) no primeiro dia de abril deste ano. Já no dia 22 foram incorporadas oficialmente à frota da FAB, em solenidade no Dia da Aviação de Caça. Segundo a Assessoria de Imprensa da FAB, desde então, elas vêm realizando voos de teste a partir do Centro de Ensaios em Voo da Embraer, em Gavião Peixoto (SP).

Durante as comemorações, foi anunciada a autorização para a compra de mais quatro F-39 Gripen, totalizando 40 unidades do programa F-X2 que prepara a substituição de toda a frota de aeronaves de caças da FAB. A expectativa é que outras duas unidades cheguem ao Brasil ainda em 2022. Dos 40 caças previstos, 13 serão totalmente fabricados na Suécia, oito terão a produção iniciada naquele país e concluída no Brasil. Os demais, serão fabricados integralmente no Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen, na Unidade da Embraer, em Gavião Peixoto (SP).

As duas últimas edições da revista Aerovisão, da FAB, dedicam amplos espaços aos caças F-39 Gripen. Os supersônicos, que atingem duas vezes a velocidade do som e suportam nove vezes a força da gravidade durante as manobras, terão o centro de operações na Base Aérea de Anápolis (BAAN), que vem recebendo adaptações. Além da reforma do prédio do Primeiro Grupo de Defesa Aérea, unidade operadora do Gripen, também o espaço aéreo e seus arredores foi revisto para ampliar a área de treinamento.

De acordo com a Aerovisão, o Gripen possui um complexo sistema de combate e funcionalidades. Ele é considerado um caça multifuncional, podendo executar missões de defesa aérea, de ataque e de reconhecimento no mesmo voo, sem necessidade de retorno à base. O caça é conhecido pela eficiência, baixo custo de operação e alta tecnologia. "A sua entrada em serviço trará um importante salto qualitativo e tecnológico, com alguns dos recursos embarcados até então inéditos para a FAB", enfatiza a assessoria da instituição militar.

IcPolitica

Política

Decreto da taxa do lixo sai nesta semana, diz Valdivino

Secretário da Fazenda aponta que regulamentação que definirá critérios será agilizada após recomendação do MP-GO que suspende dispositivos por falta de estudos técnicos

Modificado em 24/03/2025, 23:08

Secretário da Fazenda, Valdivino Oliveira: frequência da coleta deverá influenciar valor da taxa do lixo

Secretário da Fazenda, Valdivino Oliveira: frequência da coleta deverá influenciar valor da taxa do lixo (Fábio Lima / O Popular)

O secretário municipal da Fazenda, Valdivino Oliveira, afirmou nesta segunda-feira (24), durante a prestação de contas do terceiro quadrimestre de 2024 na Câmara de Goiânia, que o decreto regulamentando a Taxa de Limpeza Pública , a taxa do lixo, será publicado até o fim desta semana e disse que o diferencial da cobrança do tributo estará na "frequência com que a limpeza passa na rua".

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"Uma rua que recebe limpeza e coleta três vezes por semana tem que pagar mais do que uma rua que só recebe uma. Mas ainda estamos em fase de regulamentação. Qualquer pré-análise que fizermos aí é perigosa", disse Oliveira. "Então, acredito que até o final da semana a gente possa soltar o decreto regulamentando , e a taxa de lixo não está definida ainda. Temos as linhas gerais que a Câmara aprovou: a questão do subsídio, quanto vamos cobrar, mas nós não regulamentos ainda. Estamos em processo", complementou.

As falas do auxiliar do prefeito Sandro Mabel (UB) foram em resposta aos questionamentos do vereador Coronel Urzêda (PL), que apontou dúvidas sobre os critérios para a cobrança da taxa para pessoas que moram sozinhas na capital.

Conforme mostrou o Giro nesta segunda, a subprocuradora-geral de Justiça Fabiana Lemes Zamalloa do Prado recomendou a suspensão imediata dos principais dispositivos da lei que instituiu a taxa do lixo em Goiânia. Em parecer enviado ao Tribunal de Justiça, a representante do Ministério Público de Goiás (MP-GO) apontou falhas na formulação do novo tributo.

O parecer acata argumentos do PSDB estadual em ação direta de inconstitucionalidade (ADI) movida a pedido da vereadora Aava Santiago. De acordo com Zammalloa, a criação da taxa não foi subsidiada por dados técnicos, estudos e debates. Na ação, a subprocuradora questiona a ausência, ainda que aproximada, "de unidades imobiliárias sujeitas ao pagamento da TLP", "do custo anual do serviço público de manejo de resíduos sólidos em Goiânia" e "de imóveis inscritos em cada uma das categorias".

Ao comentar a recomendação do MP-GO, Mabel disse, em coletiva de imprensa, que achou o parecer "alinhado à vereadora" e que o posicionamento poderia abrir um precedente para o aumento do valor. "A cobrança de R$ 1 bilhão é absurda, eu estou cobrando apenas 25% do que deveria ser pago. Não sou a favor de cobrar mais do que o necessário. O valor que estou cobrando é de R$ 250 milhões, o que é muito menos do que seria cobrado de acordo com a lei", afirmou o prefeito.

Aava afirmou que a ação busca, na verdade, suspender a taxa para que ela seja analisada de forma mais cuidadosa. "Para que a população entenda, o que eu peço é a suspensão da taxa do lixo para que a Prefeitura coloque os estudos técnicos que justifiquem uma discrepância tão grande de que um goianiense vai poder pagar R$ 250 e o outro goianiense vai poder pagar até R$ 5,6 mil", disse a tucana.

"Apresentei emendas na Comissão de Finanças para corrigir os erros e, infelizmente, as minhas emendas foram rejeitadas em bloco, por recomendação do prefeito. Essas emendas exigiam, por exemplo, um estudo de impacto, de como chegaram a esse valor, inserido pelo relator", prosseguiu Aava reagindo às falas de Mabel.