Bebê de grávida mantida viva por aparelhos morre em menos de 24 horas após o parto
Joyce Sousa Araújo, de 21 anos, sofreu um aneurisma no dia 20 de dezembro de 2024 e teve morte cerebral decretada no dia 1º de janeiro. Os aparelhos que mantinham a mãe viva foram desligados logo depois do nascimento do filho Adryan
Redação
25 de janeiro de 2025 às 15:37
Modificado em 27/01/2025, 15:53

Joyce Sousa Araújo, de 21 anos, teve morte cerebral após aneurisma (Arquivo pessoal)
O bebê de Joyce Sousa Araújo, de 21 anos, morreu na madrugada deste sábado (25), em menos de 24 horas após o parto. A jovem estava sendo mantida viva por aparelhos na Santa Casa de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, após ter sofrido um aneurisma no dia 20 de dezembro e ter morte cerebral decretada no dia 1º de janeiro.
O recém-nascido nasceu com 900 gramas na manhã de sexta-feira (24) e em seguida foi encaminhado para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal. Era um menino e foi batizado com o nome de Adryan Miguel Sousa Borges.

Família chega ao hospital para acompanhar o parto do bebê (Guilherme Alves/g1 MT)
Os aparelhos que mantinham Joyce viva foram desligados logo depois do nascimento do filho Adryan. O corpo dela foi enterrado junto com o da criança na cidade de Araguaína, no norte do Tocantins, onde o casal vivia antes de se mudar para Mato Grosso.
Em nota, a Santa Casa lamentou o ocorrido e disse que foram empregados todos os recursos para que a criança tivesse as melhores chances, no entanto, a prematuridade extrema tornou o quadro irreversível.
A previsão era retirar o bebê em fevereiro, quando Joyce completaria sete meses de gestação, mas ela teve uma complicação respiratória e a equipe médica decidiu antecipar o parto. A cirurgia foi acompanhada pelo pai da criança, João Matheus Silva, de 23 anos, e pelos avós paternos.
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Entenda o caso
No dia 20 de dezembro de 2024, Joyce passou mal em Jaciara, a 148 km da capital. Ela foi para o hospital do município e após desmaiar e o quadro piorar, foi internada.
Em poucos dias, Joyce foi transferida para Rondonópolis e passou por uma cirurgia. Nos dias seguintes, o cérebro dela começou a inchar, sendo necessário um procedimento médico em que parte do crânio é removido para abrir espaço para o cérebro.
Apesar dos esforços dos profissionais, Joyce teve a morte cerebral decretada no dia 1° de janeiro. Ao g1 , o marido da jovem contou que a esposa nunca apresentou nenhum indício que indicasse um possível aneurisma e que as dores de cabeça começaram depois da gravidez.
A verdade é que eu não consigo acreditar no que está acontecendo. A pior parte é saber que as crianças vão crescer sem mãe", lamentou.
Joyce e João estão juntos há seis anos e vieram para Mato Grosso em busca de oportunidades de trabalho, acompanhados das duas filhas, de 3 e 7 anos. João começou a trabalhar como ajudante em uma ferrovia e Joyce trabalhava como vendedora antes da gravidez.