Geral

'Bebê de incesto': Mãe que levou filha morta para o hospital tinha relação com o pai desde os 15 anos, diz delegado

Pai e filha mantinham relacionamento amoroso, resultando em duas crianças que apresentavam deficiência devido ao incesto, segundo a polícia

Câmeras de segurança mostram família na recepção do hospital, em Campinorte

Câmeras de segurança mostram família na recepção do hospital, em Campinorte (Divulgação/Polícia Civil)

Câmeras de segurança mostram família na recepção do hospital, em Campinorte (Divulgação/Polícia Civil)

Câmeras de segurança mostram família na recepção do hospital, em Campinorte (Divulgação/Polícia Civil)

A mãe que levou a filha de dois meses morta a um hospital de Campinorte, no norte goiano, tinha relações sexuais com o próprio pai desde os 15 anos, segundo o delegado do caso, Peterson Amin. Ele afirma que a menina é fruto da relação incestuosa. A mãe está em prisão domiciliar e o homem, que também era suspeito, morreu após confronto policial, de acordo com a PC. O caso segue em investigação.

Segundo o delegado, quando as relações entre pai e filha começaram, ela não oferecia resistência física, mas havia "sempre uma ameaça velada" da parte dele. "Não é que ela queria, mas ela não oferecia resistência. Ela tinha a reserva mental mas não oferecia nenhum tipo de resistência física. Com o tempo, foi ficando mais frequente", explicou Peterson.

O delegado ainda disse que houve coação de fato quando ele se mudou para Campinorte, e a teria ameaçado de morte para que fosse com ele. "Falou que se ela não viesse, ele ia matar ela e ia matar o pessoal da família dela. Ela disse que ele tinha muito ciúme dela, que ela não podia fazer nada, que ele tinha que estar em todos os lugares que ela ia", afirmou Peterson.

O caso não deve ser tratado como estupro porque, quando as relações iniciaram, ela tinha mais de 14 anos e também porque o homem morreu e não vai ser indiciado por nenhum crime. Neste caso, a investigação trata sobre a morte da criança. Conforme o delegado, testemunhas relataram que a vida da família parecia normal, e que nunca presenciaram agressões contra a bebê ou contra a outra filha do casal.

A Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO), que estava na defesa da mulher, informou que representou a suspeita durante a audiência de custódia, mas deixou o caso "por se tratar de comarca onde a DPE-GO não está instalada de forma permanente" (veja a nota completa no final da matéria).

Prisão domiciliar

A prisão em flagrante ocorreu no último sábado (30). Após audiência de custódia, realizada no mesmo dia, a justiça homologou a prisão preventiva e a converteu em domiciliar. A decisão foi cumprida no domingo (1º).

Na audiência, o defensor da suspeita alegou que a mulher é mãe de uma menina autista, réu primária, além de ter residência fixa. O juiz Breno Gustavo Gonçalves entendeu que, embora haja provas sobre a violência sofrida pela criança que resultou na morte, ainda há necessidade de mais investigações para avaliar a dinâmica dos fatos.

O magistrado considerou ainda que a mulher demonstrou "intenso e palpável sofrimento com o ocorrido, externando desde o primeiro momento profunda comoção pela perda da filha" e que não houve tentativa de ocultar o corpo da bebê. Além disso, o juiz afirmou que a prisão convencional privaria a criança autista dos cuidados "imprescindíveis de sua única cuidadora, podendo agravar sua condição de vulnerabilidade".

Como medidas cautelares, a mãe terá que se manter dentro de casa, podendo sair somente com autorização judicial. O mesmo ocorre em casos de acompanhamento em consultas médicas ou terapias à filha autista.

Politraumatismo

Durante exames, médicos identificaram várias marcas arroxeadas pelo corpo da bebê (Reprodução/Polícia Militar )

Durante exames, médicos identificaram várias marcas arroxeadas pelo corpo da bebê (Reprodução/Polícia Militar )

A bebê morreu após sofrer politraumatismo , segundo o delegado Peterson Amin. O investigador informou que o diagnóstico foi feito após exame de corpo de delito. Conforme informações do processo judicial, a causa da morte foi por traumatismo cranioencefálico com sinais de politraumatismo.

O exame pericial apontou múltiplas lesões no corpo da criança, como lesões na cabeça, pescoço, tórax até a região lombar e nádega esquerda e vermelhidão na região dos dois braços.

Entenda o caso

De acordo com a Polícia Civil (PC), a mulher deu entrada no hospital na madrugada de sexta-feira (29). Na ocasião, ela explicou que a menina tinha engasgado. No entanto, durante exames, os médicos identificaram diversas marcas arroxeadas pelo corpo da bebê . Desconfiados, os médicos acionaram a polícia.

Segundo o delegado, uma perícia de corpo de delito foi realizada e concluiu que a bebê morreu em função de uma ação "externa e contundente", ou seja, causada por alguém que lhe deu pancadas, golpes ou outro tipo de impacto físico. A mãe da bebê foi encaminhada para a delegacia suspeita pelo crime.

Durante depoimento, a mulher teria afirmado à polícia que morava sozinha e acordou com a filha já morta, a levou imediatamente ao hospital. Porém, quando a polícia verificou as imagens de câmeras de seguranças da unidade de saúde, constatou que ela chegou na unidade acompanhada de um homem e de sua filha mais velha.

Incesto

A polícia informou que, ao ser questionada sobre o homem, a mulher teria alegado que ele era primo dela, mas a polícia descobriu que, na verdade, o homem era pai dela, e os dois moravam juntos. "Durante as investigações, nós apuramos que essa mulher não agiu sozinha, ela morava com um homem na casa e, durante as oitivas, nós identificamos que esse homem, na verdade, seria pai dela", explicou o delegado Peterson Amin.

Testemunhas ouvidas pela polícia confirmaram que a mulher e o pai mantinham um relacionamento amoroso, resultando nas duas crianças que, de acordo com polícia, apresentavam deficiência devido ao incesto. O homem não teve o nome registrado nas certidões das filhas.

Morte em confronto

Homem foi baleado durante confronto com a polícia (Reprodução/ Polícia Civil)

Homem foi baleado durante confronto com a polícia (Reprodução/ Polícia Civil)

A polícia informou que encontraram o homem escondido em uma chácara na zona rural de Campinorte, portando uma arma calibre ponto 22. Os policiais afirmam que, ao tentar abordá-lo, ele reagiu atirando. Com isso, a equipe revidou e atingiu o suspeito. Ele não resistiu e morreu. Segundo o delegado, existia uma mandado de prisão em aberto contra o homem por um crime de feminicídio praticado na Bahia. A vítima seria a ex-esposa dele.

Veja a nota da DPE-GO

"A Defensoria Pública do Estado de Goiás, cumprindo seu dever legal e constitucional de garantir a defesa de pessoas que não tenham condições de pagar por um profissional particular, informa que representou a investigada durante a audiência de custódia, ocasião em que lhe foi concedida a prisão domiciliar.

A partir disso, por se tratar de comarca onde a DPE-GO não está instalada de forma permanente, ocorre sua desabilitação no processo. Assim, será oportunizado prazo para o acusado constituir sua defesa ou que haja nomeação pelo juízo."

Geral

Executor ofereceu parcelar dívida após calote de suspeita de mandar matar o pai por herança de R$ 3 milhões, diz polícia

Prints mostram o homem suspeito de assassinar Nelson cobrando o genro da vítima e sugerindo parcelamento em três parcelas

Homem suspeito de assassinar Nelson cobra o genro da vítima e sugere parcelamento da dívida (Divulgação/Polícia Civil)

Homem suspeito de assassinar Nelson cobra o genro da vítima e sugere parcelamento da dívida (Divulgação/Polícia Civil)

A mulher presa suspeita de mandar matar o pai para ficar com uma herança estimada em R$ 3 milhões teria prometido pagar R$ 20 mil ao matador de aluguel que cometeu o crime, segundo a Polícia Civil (PC). Inclusive, o homem suspeito de assassinar Nelson Alves de Andrade após não receber o pagamento acordado pelo crime ofereceu parcelar a dívida.

Como o nome dos suspeitos não foi divulgado, a reportagem não conseguiu localizar a defesa do genro e do autor do crime até a última atualização desta reportagem. Por outro lado, a defesa da filha da vítima disse que a cliente é inocente, e pretende provar isso nos autos.

Homem denunciou mulher suspeita de mandar matar pai para ficar com herança de R$ 3 milhões após levar 'calote', diz PC
Pai é baleado ao separar briga de filhos durante festa de Natal, diz polícia

Nos prints, o homem suspeito de assassinar Nelson cobra o genro da vítima e sugere parcelar o pagamento dos R$ 20 mil em três parcelas e afirma: "Não quero nada de ninguém. Só quero o que é meu" (veja abaixo) .

Homem suspeito de assassinar Nelson cobra o genro da vítima e sugere parcelamento da dívida (Divulgação/Polícia Civil)

Homem suspeito de assassinar Nelson cobra o genro da vítima e sugere parcelamento da dívida (Divulgação/Polícia Civil)

De acordo com as investigações, o executor teria contratado outros dois homens para também cometerem o crime. Conforme a PC, os três, em uma bicicleta, abordaram a vítima no dia 1º de abril deste ano, na zona rural de Campinorte. Na ocasião, teriam, armado uma emboscada e o matado com dois tiros.

Segundo o delegado à frente do caso, Peterson Amin, a mulher vendeu 100 cabeças de gado após o crime. As vendas aconteceram depois que, após o crime, a mulher pediu dinheiro ao banco e não conseguiu acessar esse dinheiro.

O delegado ressaltou que a mulher, que foi presa, afirmou que o marido dela foi quem organizou o crime. De acordo com a Polícia Civil, a suspeita era a única herdeira da vítima.

Entenda o caso

Três homens contratados abordaram a vítima no dia 1° de abril deste ano, em uma zona rural de Campinorte, armaram a emboscada e o mataram com dois disparos de arma de fogo (Divulgação / Polícia Civil)

Três homens contratados abordaram a vítima no dia 1° de abril deste ano, em uma zona rural de Campinorte, armaram a emboscada e o mataram com dois disparos de arma de fogo (Divulgação / Polícia Civil)

Segundo a PC, as investigações demonstraram que a filha e o genro da vítima, em conjunto, contrataram um homem e prometeram pagar R$ 20 mil para que ele executasse Nelson Alves de Andrade, o pai dela.

O homem teria então contratado mais dois homens. Conforme a polícia, os três, em uma bicicleta, abordaram a vítima no dia 1° de abril deste ano, na zona rural de Campinorte. Na ocasião, teriam armado uma emboscada e o matado com dois tiros.

Desde então, a PC iniciou um trabalho de investigação, que perdurou por oito meses, onde foi apontado que a filha e o genro da vítima teriam mandado matar o homem para se beneficiarem de uma herança de aproximadamente R$ 3 milhões, sendo 20 alqueires de terra, 110 cabeças de gado, quatro imóveis em Campinorte e dinheiro em conta bancária. Segundo a polícia, a suspeita é a única filha, portanto também a única herdeira da vítima.

Após o fim das investigações, a polícia solicitou a prisão preventiva dos suspeitos, que foi aceita pelo Poder Judiciário. Segundo a PC, os três homens que foram contratados para o crime ainda não foram localizados e são considerados foragidos.

Leia também

Geral

Homem denunciou mulher suspeita de mandar matar pai para ficar com herança de R$ 3 milhões após levar 'calote', diz PC

Suspeita havia prometido R$ 20 mil pelo assassinato, de acordo com a Polícia Civil

Três homens contratados abordaram a vítima no dia 1° de abril deste ano, em uma zona rural de Campinorte, armaram a emboscada e o mataram com dois disparos de arma de fogo (Divulgação / Polícia Civil)

Três homens contratados abordaram a vítima no dia 1° de abril deste ano, em uma zona rural de Campinorte, armaram a emboscada e o mataram com dois disparos de arma de fogo (Divulgação / Polícia Civil)

O homem suspeito de assasinar Nelson Alves de Andrade denunciou a filha dele e o marido dela após não receber o pagamento acordado pelo crime, segundo o delegado à frente do caso, Peterson Amin.O casal havia prometido R$ 20 mil pelo assassinato, de acordo com a Polícia Civil (PC).

"Eles [o casal] não pagaram o executor. Ele [o executor] fez um número falso e denunciou o casal 'anonimamente' para a polícia, com fotos, vídeos e print da negociação", afirmou o delegado.

🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp

De acordo com as investigações, o executor teria contratado outros dois homens para também cometerem o crime. Conforme a PC, os três, em uma bicicleta, abordaram a vítima no dia 1º de abril deste ano, na zona rural de Campinorte. Na ocasião, teriam, armado uma emboscada e o matado com dois tiros.

Leia Também

 

Como os nomes dos suspeitos não foram divulgados, a reportagem não conseguiu localizar a defesa deles até a última atualização desta matéria.

O delegado ressaltou que a mulher, que foi presa, afirmou que o marido dela foi quem organizou o crime. De acordo com a Polícia Civil, a suspeita era a única herdeira da vítima.

"Ela nega a participação [no crime], mas diz que sabia que o companheiro dela tinha organizado tudo e que não denunciou por medo", destacou Peterson Amin.

Venda de cabeças de gado

O investigador detalhou ainda que a mulher vendeu 100 cabeças de gado após o crime. As vendas aconteceram depois que, após o crime, a mulher pediu dinheiro ao banco e não conseguiu acessar esse dinheiro.

"Ela vendeu as cabeças de gado e estava se desfazendo do patrimônio", disse o delegado.

Crime

Prisão preventiva do genro da vítima (Divulgação / Polícia Civil)

Prisão preventiva do genro da vítima (Divulgação / Polícia Civil)

Desde a data do crime, a PC iniciou um trabalho de investigação que perdurou por oito meses, onde foi apontado que a filha e o genro da vítima teriam mandado matar o pai dela para se beneficiarem de uma herança de aproximadamente R$ 3 milhões, sendo 20 alqueires de terra, 110 cabeças de gado, quatro imóveis em Campinorte e dinheiro em conta bancária.

Após o fim das investigações, a polícia solicitou a prisão preventiva dos suspeitos, que foi aceita pelo Poder Judiciário. Na última sexta-feira (20), a filha e o genro foram presos após serem encontrados na cidade de Campos Verdes, no norte goiano.

Segundo a PC, os três homens que foram contratados para o crime ainda não foram localizados e são considerados foragidos.

(Colaborou Thauany Melo)

Geral

Mulher é resgatada após incendiar a própria casa "a mando do diabo", em Campinorte; vídeo

PMs tiveram que arrombar portão da casa para conseguir tirá-la e controlar as chamas

Modificado em 20/09/2024, 03:50

Mulher resgatada após incendiar própria casa

Mulher resgatada após incendiar própria casa (Divulgação / SSPGO)

Uma senhora com distúrbios mentais, que não teve idade identificada, ateou fogo na própria casa, na madrugada desta segunda-feira (29), e teve de ser resgatada por policiais militares, em Campinorte, a 303 quilômetros de Goiânia.

Os agentes foram acionados por vizinhos que tentavam prestar socorro à vítima. Ao chegar no local, os policiais avistaram a mulher na varanda inalando uma forte fumaça que saía de um fogo vindo de dentro da residência. O portão da casa era de grade e estava trancado.

Ao ser questionada sobre a chave, a mulher afirmou que "o diabo havia carregado" e que ela própria havia iniciado o incêndio para se matar "a mando do capeta".

Os agentes arrombaram o portão e retiraram a vítima de dentro do casa. Eles controlaram o incêndio com ajuda de populares antes da chegada dos bombeiros.

A mulher foi encaminhada pelos policiais ao Hospital Municipal de Campinorte. Ela foi internada e colocada no oxigênio para observação, por conta da inalação excessiva da fumaça.

A equipe da PM também recebeu atendimento médico e se recupera com ajuda de medicamentos.

Já os bombeiros se deslocaram até o local para realizar os procedimentos de praxe.

IcPolitica

Política

Modelo de contratação de obras do Fundeinfra provoca embate

Em audiência, presidente da Goinfra e base aliada defendem parceria com IFAG, mas oposição garante judicializar nova modalidade

Modificado em 18/03/2025, 22:58

Presidente da Goinfra, Pedro Sales, apresenta a proposta: nova modalidade não é “nem melhor, nem pior”

Presidente da Goinfra, Pedro Sales, apresenta a proposta: nova modalidade não é “nem melhor, nem pior” (Maykon Cardoso)

A audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) se tornou palco para embate entre aliados e opositores ao governo estadual sobre a contratação direta, sem licitação, para a realização de obras do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra). O projeto em discussão, que prevê parceria com o Instituto para Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (IFAG), deve entrar em votação na Comissão Mista nesta quarta-feira (19), após pedido coletivo de vistas, na última semana.

🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp

O debate, realizado nesta terça-feira (18) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ocorreu a pedido do presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Pedro Sales, depois da repercussão, na última semana, do projeto para o novo modelo de contratação e realização das obras rodoviárias. Além disso, o auxiliar do governador Ronaldo Caiado (UB) realizou prestação de contas sobre a utilização dos recursos arrecadados com a taxa do agro , criada em janeiro de 2023.

As cobranças pela execução das obras desde a aprovação da cobrança, em dezembro de 2022, tem sido comum entre deputados, principalmente aliados do Palácio das Esmeraldas, que esperam atendimento às demandas do setor produtivo, depois do desgaste da votação, há pouco mais de dois anos. Neste período, o Fundeinfra arrecadou R$ 2,8 bilhões, segundo dados da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra).

O novo projeto busca autorização para que a Goinfra formalize parceria com o IFAG, que ficará responsável pela contratação, via processo seletivo simplificado, das empresas de engenharia que ficarão responsáveis pela pavimentação dos trechos de rodovias estaduais. Poderão participar da seleção apenas as empreiteiras credenciadas a partir de chamamento público publicado pela Agência na segunda-feira (10).

Sales avaliou, após a audiência públicas, se a nova modelagem é melhor que a forma tradicional de contratação de obras , por meio de processos licitatórios. "Na verdade, ela não é nem melhor nem pior. A lei traz possibilidades. A licitação é uma possibilidade, os processos seletivos da Lei Federal 13.019 são outras possibilidades. Dentro das disponibilidades legais e juridicamente possíveis, nós precisamos estruturar aquelas que são executadas em tempo mais curto, com mais eficiência. É isso que nós estamos defendendo aqui, com a observância da lei", afirmou o presidente.

A sequência de falas durante a audiência foi marcada pela apresentação de discursos favoráveis ao novo modelo por deputados aliados ao governo. A padronização de discurso inclui parlamentares que têm presença rara na tribuna da Casa.

No total, fizeram a defesa Talles Barreto (UB), Wagner Camargo Neto (SD), Amauri Ribeiro (UB), Gugu Nader (Avante), Issy Quinan (MDB), Lincoln Tejota (UB), Dra. Zeli (UB), Wilde Cambão (PSD), Jamil Calife (PP), Lineu Olímpio (MDB), Lucas Calil (MDB), Cristóvão Tormin (PRD) e Lucas do Vale (MDB).

Questionamentos

Além dos elogios a Sales e manifestações de apoio ao projeto de parceria com o IFAG, Talles e Amauri apresentaram dúvidas sobre a matéria. "A única preocupação que chega a mim, Pedro, é que amanhã o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado, questionarem isso. A preocupação nossa é essa: a transparência do nosso governo, a sua seriedade e das pessoas que estão à frente. Nós concordamos e precisamos ser céleres. Eu não aguento mais as pessoas me perguntarem isso mesmo: cadê o dinheiro do Fundeinfra? O dinheiro está lá e nós estamos tentando fazer", apontou o líder do governo.

"A minha preocupação é a preocupação de todos. As obras, realmente, não estão saindo do papel. E, se esse projeto veio para desburocratizar e que as coisas realmente aconteçam, ele é muito bem-vindo", disse Amauri Ribeiro.

Pela oposição, criticaram a proposta os deputados Delegado Eduardo Prado (PL), Antônio Gomide (PT), Bia de Lima (PT) e Gustavo Sebba (PSDB). Todos apontaram que buscarão apresentar ou apoiar medidas judiciais contra o modelo de contratação sem licitação, que deverá ter aprovação final e autógrafo de lei assinados no Legislativo até quinta-feira (20).

"O artigo 37 da Constituição Federal, que vale para todo prefeito, para o governador e para o presidente, coloca os princípios da administração pública. A questão da legalidade: é óbvio que se não tem licitação, não está legal. A impessoalidade: se está determinando para uma empresa, não é impessoal, é direcionado, não tem isonomia e não tem moralidade. Então, eu não tenho dúvida que a legalidade vai ser questionada", afirmou Gomide.

"A judicialização no Brasil é um direito de todos aqueles que queiram questionar. Parlamentares, entidades ou instituições. O processo chegou aqui com pareceres jurídicos sólidos. Com manifestação da Procuradoria-Geral do Estado, da advocacia dos institutos. Então, tem muitas manifestações favoráveis, mas o acesso ao Judiciário é franqueado a todos os brasileiros e a gente fará o debate", respondeu Sales sobre a ação.