Os bebês com cardiopatias congênitas – ou seja, com anormalidades na função ou estrutura do coração – que nascem em Goiás sofrem com a demora para acessar cirurgias cardíacas. Na última segunda-feira (27), Samuel Belém Moura, de apenas 47 dias de vida, morreu à espera de uma operação corretiva. Miguel Pereira da Silva, de 2 meses e 22 dias, está em uma UTI de um hospital privado desde que nasceu, enquanto aguarda uma vaga em um leito especializado para depois entrar na fila de espera pelo procedimento cirúrgico. Samuel sofria com uma malformação no septo do coração. Miguel tem o mesmo problema. A condição só pode ser corrigida por meio de cirurgia que, dependendo da condição do bebê, tem indicação para acontecer nas primeiras semanas de vida ou então entre o terceiro e o sexto mês de idade. Em Goiás, apenas uma unidade de saúde faz esse tipo de operação pelo Sistema Único de Saúde (SUS): o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia. Entretanto, a unidade conta só com dez leitos de UTI especializados para atender todo o Estado. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), atualmente 50 crianças esperam pelo procedimento.