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Beco da Codorna está de cara nova em Goiânia; veja fotos

Um dos pontos obrigatórios de arte urbana no Centro da capital, o Beco da Codorna passou por uma restauração que reuniu cerca de 100 grafiteiros de todo o País

Modificado em 11/09/2024, 15:45

Beco da Codorna, no Centro de Goiânia

Beco da Codorna, no Centro de Goiânia (Wildes Barbosa)

Um extenso corredor de cores cria uma experiência como se, quem passasse por ali, estivesse saindo do caos da Avenida Anhanguera com seu o estrondoso Eixão para adentrar a um mundo nutrido de imagens cheias de vida. A Viela Miguel Rassi, carinhosamente conhecida como Beco da Codorna, já figura entre uma das paradas obrigatórias para quem deseja fazer uma imersão ao bairro histórico de Goiânia. Agora de cara nova, o local passou por um projeto de restauro de seus grafites nos últimos dias, fruto de uma empreitada da Associação dos Grafiteiros de Goiânia.

Ao longo de quatro dias, cerca de 100 grafiteiros de todo o País se reuniram no Beco para estampar trabalhos com conceitos, técnicas e traços distintos. Há de tudo ali, desde o grafismo urbano, com letras e frases muito bem desenhadas, passando por pinturas 3D que invadem o piso do local, até rostos e olhos que parecem pular dos muros e criar vida própria. A ideia do Festival do Beco é promover a revitalização do ponto do Centro, além de passar para frente a cultura do grafite em Goiânia.

"É um grande encontro de artistas de todo o País que projetam grafites específicos para o local. Quem ganha, no final, é a cidade", aponta um dos organizadores do projeto, o produtor CD Jota. Entre os artistas que foram selecionados pela curadoria do evento estão, por exemplo, Bruto, Jaman, Efixis e Max, do Rio de Janeiro, Nikol, Does e Shock, de São Paulo, Neros, Micro, Guga e Mudof, do Distrito Federal, e Rotka, do Chile. De Goiás, diversos profissionais participaram da ação, como Selon, Rubin, Irmãos Credo, Decy, Wes e Smile.

Retorno das atividades

O projeto de botar cor no Beco da Codorna marca o retorno das atividades da associação no local depois de seis anos. O último Festival do Beco, por exemplo, aconteceu em 2016, quando 70 artistas revitalizaram a viela. Neste ano, a ação teve apoio do Fundo de Arte e Cultura de Goiás. "O desejo é ocupar os espaços urbanos, produzindo arte em sintonia com o que acontece com as transformações do grafite brasileiro. Costumamos chamar o evento de uma espécie de congresso, porque a troca de experiência é intensa", explica CD Jota.

Com novos grafites, o Beco da Codorna agora já serve para palco de ensaios fotográficos, parada para observação de uma galeria a céu aberto, além de eventos menores, como feirinhas e oficinas. A ideia, de acordo com o produtor, é que todos da cidade, além dos turistas, possam usufruir da viela, localizada entre importantes pontos históricos de Goiânia, como o Teatro Goiânia, a Vila Cultural Cora Coralina, a Rua do Lazer e o Centro Cultural Octo Marques.

"Precisamos do olhar do poder público para zelar pelo espaço", adianta CD Jota. Aos finais de semana, o Beco pode até ser um espaço para turismo e arte, mas durante os dias de semana o local serve como estacionamento para carros. Em 2019, na gestão do então prefeito Iris Rezende, CD Jota explica que até chegou a se pensar um termo de convênio para que a própria Associação dos Grafiteiros de Goiânia zelasse pelo espaço, mas a pandemia travou a reforma do local.

Ainda nesta semana, os coordenadores da associação têm uma reunião marcada com o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) para tratar de diversas pautas do grafite em Goiás. "Queremos levar o tema do fechamento do Beco para carros, que é muito importante para nós. Diversos grafites 3D, por exemplo, só podem ser feitos se não tiver automóveis no local. É preciso que dê suporte à área, como iluminação, limpeza. O Beco não pode ficar abandonado, ele precisa ser reconhecido como um importante ponto de turismo e cultura da capital", argumenta CD Jota.

O Beco da Codorna ganhou novos grafites e associação quer que pinturas sejam protegidas

O Beco da Codorna ganhou novos grafites e associação quer que pinturas sejam protegidas (Wildes Barbosa)

Projeto de restauração no Beco da Codorna, no Centro de Goiânia, reuniu cerca de 100 grafiteiros de todo o País

Projeto de restauração no Beco da Codorna, no Centro de Goiânia, reuniu cerca de 100 grafiteiros de todo o País (Wildes Barbosa)

Beco da Codorna é museu a céu aberto no Centro de Goiânia

Beco da Codorna é museu a céu aberto no Centro de Goiânia (Wildes Barbosa)

Beco da Codorna, no Centro de Goiânia

Beco da Codorna, no Centro de Goiânia (Wildes Barbosa)

Projeto de restauração do Beco da Codorna é uma iniciativa da Associação dos Grafiteiros de Goiânia

Projeto de restauração do Beco da Codorna é uma iniciativa da Associação dos Grafiteiros de Goiânia (Fábio Lima)

Beco da Codorna é museu a céu aberto no Centro de Goiânia

Beco da Codorna é museu a céu aberto no Centro de Goiânia (Fábio Lima)

Projeto de restauração no Beco da Codorna, no Centro de Goiânia, reuniu cerca de 100 grafiteiros de todo o País

Projeto de restauração no Beco da Codorna, no Centro de Goiânia, reuniu cerca de 100 grafiteiros de todo o País (Fábio Lima)

Projeto de restauração no Beco da Codorna, no Centro de Goiânia, reuniu cerca de 100 grafiteiros de todo o País

Projeto de restauração no Beco da Codorna, no Centro de Goiânia, reuniu cerca de 100 grafiteiros de todo o País (Fábio Lima)

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A 10ª chance para o Centro de Goiânia.

Região Central receberá nova proposta, da atual gestão municipal, ainda neste ano, sendo a décima desde 2001, sem ter finalizado nenhuma das anteriores

Modificado em 03/03/2025, 09:20

Centro de Goiânia (na foto, cruzamento da Goiás com a Anhanguera) ainda sem previsão para ver possível projeto da prefeitura em prática

Centro de Goiânia (na foto, cruzamento da Goiás com a Anhanguera) ainda sem previsão para ver possível projeto da prefeitura em prática (Diomício Gomes / O Popular)

Desde o começo dos anos 2000, uma nova gestão no Paço Municipal se inicia com uma proposta para reformulação e revitalização da região Central de Goiânia e nenhuma delas conseguiu reurbanizar a localidade e nem sequer finalizar o projeto definido. Neste tempo, foram seis gestões diferentes a frente da Prefeitura e a décima proposta deve ser feita neste ano, pela administração de Sandro Mabel (UB), que já retirou de tramitação o projeto Centraliza, que foi a proposta do antecessor, Rogério Cruz (SD), da Câmara Municipal, e prometeu reformular as ideias lá contidas. A gestão promete dar mais ênfase às novas propostas a partir deste mês de março, com estudos sobre como implantar as ideias do prefeito.

Ainda na campanha eleitoral, Mabel informou sobre o interesse em modificar o Centraliza, o que fez até mesmo que a tramitação da proposta na Câmara Municipal ficasse parada. O projeto de lei foi restituído pelo Paço em fevereiro para ser reformulado. Na última semana, o secretário da Fazenda, Valdivino de Oliveira, afirmou em entrevista ao Programa Jackson Abrão, do POPULAR, que a principal obra que a nova gestão pretende fazer é "a remodelação de todo o Centro da cidade". Oliveira informou ao POPULAR que a ideia é implantar uma parceria público-privada (PPP) para a "remodelação e renovação do centro".

"O centro está um tanto quanto abandonado, sem atividade econômica, o que é preponderante, e nós queremos reviver o centro da cidade"

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A principal questão é como ter posse do edifício, que possui débitos fiscais com o município, a partir de uma negociação ou por penhora judicial. Na última semana, Mabel disse à TV Anhanguera que já determinou a adjudicação do imóvel, ou seja, a transferência do mesmo para o credor, no caso a Prefeitura. Porém, a proposta do atual prefeito para a ocupação é diferente do que se tem no Centraliza. No projeto da gestão passada, o imóvel seria ocupado pela secretaria municipal de esportes e por um projeto de parceria privada de gastronomia e comércios. Já Mabel pretende instalar um espaço para jogos on-line no local, além de lugares de cultura e lazer, também a partir de uma PPP.

A atual gestão tem o interesse de iniciar o processo da região Central pelo Jóquei e seguir pela Rua 3 e Avenida Goiás, em que se pretende revitalizar e incentivar a reforma das fachadas e do paisagismo da via. Em seguida, há a proposta de uma reforma no uso da Rua 8 (Rua do Lazer), com o incentivo para a instalação de restaurantes no local. Neste caso, a inspiração de Mabel é de vias da Europa, com a ideia de ter na via de pedestres do Centro uma série de cantinas italianas, com músicos tocando nas calçadas e um espaço aberto para exposições ao ar livre no período de seca. Há também um interesse de reformular a região da Rua 44 e Praça do Trabalhador, com a ideia de ocupar esta parte da região central de Goiânia também durante o período noturno.

O projeto da nova gestão passa por uma integração do Setor Central com o turismo da cidade, de modo a juntar o bairro com a região da 44 e até mesmo da Avenida Bernardo Sayão, em que poderia ser elaborado um city tour de compras nos locais em conjunto com os congressos realizados na cidade, fazendo com que os turistas de negócios conhecessem o Centro de Goiânia. Já o Centraliza, por exemplo, não incluía a região da Rua 44 nos seus projetos, mas sim a Estação Ferroviária, o Grande Hotel e o Bosque dos Buritis. No caso, foi feito um projeto de reformulação do Bosque pelo escritório de paisagismo carioca, Burle Marx.

A gestão de Rogério Cruz tinha o interesse de fazer do Bosque dos Buritis o grande ponto de encontro para o Setor Central da capital, com a inspiração no Central Park, de Nova Iorque (EUA). Havia uma proposta de fazer um espetáculo com água no lago principal da unidade de conservação, que seria um show para os visitantes e moradores locais. A gestão atual afirma que vai revisar todos os projetos contidos no Centraliza, mas não se fala mais sobre uma revitalização do Bosque dos Buritis. Também não é citado pela nova gestão a proposta de pedestrianização de parte da Avenida Anhanguera, que retiraria veículos particulares do trecho entre as avenidas Tocantins e Araguaia, ficando apenas para pedestres e transporte coletivo.

Incentivos

Outra mudança que deve ocorrer é com relação aos incentivos fiscais propostos no projeto que estava na Câmara. Há uma expectativa de que se tenha um incentivo para imóveis voltados a estudantes universitários, com a ideia de que eles possam povoar o Setor Central, pela facilidade de locomoção a partir do bairro e proximidade com a Praça Universitária, mas é algo ainda não definido. Para o presidente da Associação Comercial e Industrial do Centro de Goiânia (ACIC), Antônio Ferreira, o projeto Centraliza era uma boa proposta para o setor, de modo que se fossem colocados em prática os incentivos lá contidos, já seria bom para a classe empresarial do local. "Mas novos e mais incentivos sempre serão bem-vindos", confirma o presidente.

O empresário ressalta acreditar que pelo prefeito ser empresário de profissão, além do cargo público, ele espera que se tenha maior entendimento sobre a situação dos lojistas no Setor Central. "Inúmeros restaurantes fecharam a porta aqui no Centro, o que mostra a situação do comércio na região. Se fecha restaurante é porque não tem público para vir mesmo", conta Ferreira, que lembra que o trecho central da Anhanguera foi o que mais teve lojas fechadas em Goiânia em 2021, ao citar pesquisa feita pelo sindicato dos lojistas. "Aqui não tem lixeiras, não tem bancos, mas tem ambulantes e pessoas em situação de rua, que não tem lugar para fazer suas necessidades e fazem nas portas das lojas."

"Falta olhar para o Centro como bairro"

A arquiteta e urbanista e professora da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Maria Ester de Souza, explica que historicamente e sociologicamente, os centros das cidades são usados por governantes para deixar marcas, o que justifica a quantidade de projetos e propostas para reurbanização da região central de Goiânia nos últimos anos. "É um lugar do carimbo do prefeito e, ao mesmo tempo, o projeto do outro não me serve, mesmo que ele tenha sido feito por técnicos. Então, vai sempre remodelar, sempre querer colocar o seu jeito ou a sua cara", diz. Porém, para ela, a justificativa para que nenhum projeto anterior se finalizasse é a falta de perceber que o Setor Central é um bairro, que deve ter sua característica preservada.

"Todas as propostas que fizeram e fazem é uma maquiagem, uma coisa surpreendente, mas não olha para as pessoas. É sempre um 'cara limpa', 'fachada limpa', 'retrofit', 'revitalização', mas nunca é sobre os moradores do Centro"

O resultado são propostas que não caminham e um problema que se intensifica na região, cuja justificativa para uma nova proposta é sempre se tratar de um local que perde habitantes, comércios e se degrada ao longo do tempo. "Mas não se faz uma base em um indicador preciso, uma pesquisa de fato sobre quem mora lá. A gestão passada tentou com o fechamento das ruas para lazer, mas não tinha crianças lá para usar, não tinha público."

Para a urbanista, projetos de revitalização de prédios específicos também não são suficientes para mudar a realidade do Setor Central, como são as propostas para a sede do Jóquei Clube ou Bosque dos Buritis. Casos como as reformas da Vila Cultural Cora Coralina, na Rua 3, e da própria Praça Cívica, não fizeram com que as movimentações aumentassem na região, por exemplo. "Temos uma cidade com vocação de serviços, mas os projetos não olham para isso. Só olham para as avenidas Goiás, Anhanguera e para a Rua 8. O que o Centro precisa é de estrutura para os que já estão lá, mas não tem suporte de nada."

A falta de cumprimento dos projetos, além da vontade política das gestões, passa também pela falta de substância e engajamento da população local e dos comerciantes, em que muitas vezes as propostas surgem de fora da região e até mesmo da gestão. "Muitas vezes essas ideias de PPP, de Operação Consorciada, são de pessoas de fora, que pensam no investimento e o rendimento que vão ter, e aparecem dentro da gestão como uma solução, sem pensar na população mesmo", explica Maria Ester.

Ela lembra que as propostas para o Centro também costumam apresentar ideia sobre o que imaginam que o bairro deveria ser, sem pensar nas características locais.

"A gente escuta sobre levar pessoas para morar lá, que seria um segmento ou outro. Mas o que o Centro precisa, e deve ser, é um bairro, essa é a característica dele, de diversidade. Tem de ter idoso, criança, famílias, estudantes, tem de ter tudo lá, sempre foi assim"

Esse é o problema, por exemplo, de incentivos fiscais para que as construtoras invistam na região, já que procuram a demolição de casas para a implantação de torres de alto padrão, o que dificulta a diversidade, muda a característica do bairro. "E as construtoras surgem como se fossem a solução, mas não é bem assim."

Região possui interesses diversos a partir de cada localidade e uso

Um dos problemas citado pela arquiteta e urbanista Maria Ester de Sousa que dificultam a execução dos projetos para a região Central de Goiânia é a quantidade de interesses no bairro, que mesmo sem ser tão extenso, possui diversas "regiões" com características diferentes, como aqueles que ficam mais próximos do Setor Oeste e os outros mais perto da Praça Cívica e outros da Avenida Anhanguera ou mesmo da Avenida Independência. "Lá tem duas associações de moradores diferentes, em que uma tem como principal foco a retirada do Mercado da Avenida Paranaíba, pelos eventos que tem lá e barulho. Já a outra vê como principal problema a retirada dos moradores de rua. Então é sempre difícil o diálogo por lá também, definir quais as prioridades", explica.

Além dos moradores, há ainda uma forte presença do comércio, sobretudo nas principais avenidas, que também buscam interesses próprios, como a retirada dos vendedores ambulantes das vias, maior incentivo fiscal ou a melhoria da política de estacionamento no local. O presidente da associação dos empresários locais, Antônio Ferreira, conta ainda que a nova gestão municipal não se reuniu com a categoria para discutir possíveis mudanças no projeto Centraliza ou mesmo a formulação de um novo projeto. "Ficou marcado para março agora uma conversa com a gestão. O Centraliza é bom, mas tem podemos acrescentar e ouvir o que a gestão pretende."

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Grafiteiros revitalizam Beco da Codorna por conta própria

Projeto independente já conta com a participação espontânea de 15 artistas. Os trabalhos artísticos estampados variam entre diversas linguagens da arte urbana, como o grafite, estêncil, pôsteres, lambes, stickers e pinturas

Para o processo de revitalização atual, participam do projeto os profissionais Paulo Paiva, Ezo Color, Aiog, Looh, Bulacha, Lowa, Verds, Rafael Plai, Andrei Dorme, JMV e Nk, entre outros que devem confirmar a participação até os próximos dias

Para o processo de revitalização atual, participam do projeto os profissionais Paulo Paiva, Ezo Color, Aiog, Looh, Bulacha, Lowa, Verds, Rafael Plai, Andrei Dorme, JMV e Nk, entre outros que devem confirmar a participação até os próximos dias (Wesley Costa / O Popular)

Mais de 150 artistas estampam trabalhos no Beco da Codorna, no Centro. O espaço, que já é até maior em número e tamanho que o famoso Beco do Batman, localizado em São Paulo, ganhou nesta semana um projeto de revitalização feito pelos próprios grafiteiros da cidade que se cansaram de aguardar um respaldo do poder público ou de promessas de ações contínuas que nunca saíram do papel.

"É um ponto cultural, histórico, de resistência, que está no roteiro de lugares obrigatórios para conhecer Goiânia. Grandes empresas e instituições fazem uso do Beco para comerciais e pessoas famosas passam por aqui, como o Zé Felipe, que gravou um videoclipe na semana passada", adianta o produtor Jhony Robson. O projeto independente já conta com a participação espontânea de 15 artistas. "Vem gente de todo o mundo para conhecer o local. Eu mesmo preciso aprimorar meu inglês para dar conta de explicar melhor aos turistas", completa.

A viela Miguel Rassi, carinhosamente chamada de Beco da Codorna, não vê eventos culturais e ações de restauro há quase dois anos. A produtora Prosperidade Cultural, localizada dentro do espaço urbano e que promovia projetos de música, arte e circo, encerrou as atividades depois que vizinhos reclamaram do barulho. "A nossa ideia é reativar as ações do Beco a partir de fevereiro. Até lá, precisamos arrumar o local para receber o público. Conseguimos religar a energia do local e vários artistas se reúnem com os próprios materiais para dar mais cor ao espaço", comenta Jhony, que é artista visual e dá vida ao palhaço Bulacha em espetáculos e números circenses.

Os trabalhos artísticos estampados no Beco variam entre diversas linguagens da arte urbana, como o grafite, estêncil, pôsteres, lambes, stickers e pinturas. Há de tudo ali, desde o grafismo urbano, com letras e frases muito bem desenhadas, passando por pinturas 3D que invadem o piso do local, até rostos e olhos que parecem pular dos muros e criar vida própria. Funciona no espaço a Associação Goiana dos Grafiteiros.

Para o processo de revitalização atual, participam do projeto os profissionais Paulo Paiva, Ezo Color, Aiog, Looh, Bulacha, Lowa, Verds, Rafael Plai, Andrei Dorme, JMV e Nk, entre outros que devem confirmar a participação até os próximos dias. Se você passar por lá hoje vai encontrar profissionais de diferentes lugares de Goiás estampando seus trabalhos nas paredes do point cultural.

"A ideia é dar mais cor ao Beco da Codorna, que desde o festival de 2022 não recebe intervenções maiores", reitera Jhony. Com os novos grafites, o beco segue como palco para ensaios fotográficos, parada para observação de uma galeria a céu aberto, além dos futuros eventos artísticos. A proposta é de que todos da cidade, além dos turistas, possam usufruir da viela, localizada entre importantes pontos históricos de Goiânia, como o Teatro Goiânia, a Vila Cultural Cora Coralina, a Rua do Lazer e o Centro Cultural Octo Marques.

Projeto

Em 2022, depois do Festival do Beco, os grafiteiros até tentaram se reunir com a equipe da Prefeitura de Goiânia para tratarem do projeto da revitalização do espaço. A intenção era de que o local se tornasse uma praça, com novas calçadas, projeto de iluminação e segurança. A ação nunca saiu do papel. A Secretaria Municipal de Cultura (Secult Goiânia) informa que o calendário cultural da cidade ainda está sendo organizado para abarcar diferentes linguagens artísticas.

Enquanto não sai nenhuma medida específica do poder público, os grafiteiros seguem em constante ebulição. O local, que já foi área de carga e descarga de mercadorias das lojas comerciais da famosa Galeria Tocantins, em tempos áureos do Centro nos primeiros anos de Goiânia, percorre um processo de transformação urbana que caminha junto com a tendência do urbanismo tático.

Em São Paulo, por exemplo, os grafites fazem a fama da Vila Madalena há algum tempo, como o Beco do Batman, fruto de uma inclinação aos projetos culturais que saem dos palcos de teatro e das galerias tradicionais de arte e vão parar em pontos específicos da cidade. "O Beco da Codorna já se tornou uma expressiva janela para conhecer uma Goiânia diferente, criativa e que está no mapa das artes do Brasil", salienta o produtor.

E a Rua do Lazer?

Muito perto do Beco da Codorna, a Rua do Lazer também revela diversas formas de arte urbana em seus becos. A única via fechada para carros de Goiânia passou por uma reforma em 2019 com a ideia de desenvolver um ponto ativo de cultura e esporte, com a troca do piso, a revitalização das vielas e a reforma dos elementos urbanos, como os bancos e os postes históricos. Quase seis anos depois e o espaço também está em situação de abandono.

Um pouco mais abaixo, na Rua 8 próximos aos bares que circundam o local, um beco ganhou revitalização em agosto de 2024 por parte de artistas que desejam criar um point noturno e cultural para ajudar a ressocializar o Centro. Nesta sexta-feira (24), o point Anexo, localizado dentro da viela, abre as portas para uma festa em formato soft open com discotecagem de Johnny Suxxx e Barbara Novais.

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Mais de 80 brechós se reúnem em encontro no domingo

Modificado em 17/09/2024, 17:32

Mais de 80 brechós se reúnem em encontro no domingo

(Divulgação)

Mais uma edição do Encontro de Brechós acontece neste domingo (15), na Rua 15, no Centro de Goiânia, entre as Ruas 19 e 20, das 10 às 18 horas. Mais de 80 brechós estarão presentes com roupas e acessórios em bom estado de conservação e a preços acessíveis, a partir de R$ 10.

É possível encontrar looks para todas as ocasiões, de todos os tamanhos, para todos os gostos. Comprar de brechós contribui com o meio ambiente, evitando que roupas acabem em aterros sanitários.

Além disso, ajuda microempreendedores que tem a moda circular como sustento já que o Encontro de Brechós é composto principalmente por mulheres, chefes de família. O encontro ainda terá roda de samba com Negra Si e praça de alimentação.

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Beco na Rua 8 ganha revitalização para receber projetos culturais

Espaço no Centro de Goiânia ganha cara nova para receber a 17ª edição do Encontro Goiano de Malabares e Circo. O projeto é independente e segue com programação cultural até o sábado (31), com espetáculos, feiras e shows gratuitos

Modificado em 17/09/2024, 17:31

Desde o início da semana, espaço ganha cara nova para receber evento

Desde o início da semana, espaço ganha cara nova para receber evento (Wildes Barbosa)

Mais que um lugar de passagem, o Centro de Goiânia é um espaço para encontros. Prova disso é a ocupação do beco da Rua 8, que desde o início da semana ganha cara nova para receber a 17ª edição do Encontro Goiano de Malabares e Circo. O projeto é independente e segue com programação cultural até o sábado (31), com espetáculos, feiras e shows musicais. Toda a agenda é gratuita.

A revitalização do beco é uma ação permanente que deseja promover ações artísticas, urbanísticas e de lazer. Também cria um novo point na Rua 8, um dos endereços que mais pulsam na noite da região histórica de Goiânia. Além da limpeza do espaço, que tinha entulhos e lixo, mais de 100 artistas passaram por lá na quarta-feira para colorir as paredes do local nas mais diversas linguagens e técnicas da arte urbana.

"Queremos dar uma nova cara ao beco em um projeto de revitalização totalmente independente, sem patrocínios. Cada artista deu a sua contribuição para que o local pudesse estar pronto para receber o Encontro Goiano de Malabares e Circo", explica o organizador do evento, o artista e produtor Johny Robson, mais conhecido como Bulacha. "Estamos construindo uma longa história. O projeto já tem 17 anos e é um dos maiores do País", completa.

Nesta sexta-feira (30), o agito começa a partir das 18 horas com o espetáculo O Semáforo , da Cia. Alehop, de Itumbiara, seguido de Os Palhaços Musicais , da Cia. Cabeluda, da Venezuela. Ainda seguem na agenda shows das bandas Véi Bandido e Forró Quentim. Já no sábado (31), as atividades dão o start às 15 horas com peças cênicas das companhias Laheto, Boca de Lixo, o duo Fifi e Paldi e dos artistas Camilo Verano, Anna e Aura e Márcio Henrique.

Continuidade

A ideia é que o beco se torne um ponto de cultura do Centro com atividades recorrentes e uma alternativa para aqueles que passeiam pela Rua 8. Localizado atrás da Casa Liberté, um dos bares que formam o agito da via, o lugar já tem até um próximo evento em sua agenda: o aniversário de dez anos da Felamacumbia, uma das festas em continuidade mais benquistas da cidade. O projeto acontece no dia 21 de setembro, com discotecagens em vinil e DJs de outros Estados, como o produtor musical Ubunto, da Bahia.

"O beco será um espaço de eventos e shows, já que na própria Rua 8 é mais complicada a realização por conta da dinâmica urbana e a estrutura sonora dos bares, como apresentações de bandas completas, com baixo, bateria, guitarra", explica o produtor Heitor Vilela, da Casa Liberté. "Para as ações futuras, como na festa Felamacumbia, vamos montar palco, estrutura de segurança e banheiros químicos para comportar um público maior", diz.

O agitador cultural explica que, além do beco, um galpão localizado no espaço também será aberto nos próximos meses com o intuito de se criar uma extensão da noite na via. Formada por bares como a Casa Liberté e o Zé Latinhas, além do Cine Ritz, o agito da Rua 8 acaba por volta da meia-noite. É aí que o galpão entra na história.

"O espaço nasce para comportar atrações locais e nacionais e festas temáticas que perduram no horário mais comercial e também vão madrugada adentro, em um ambiente controlado que comporta esse tipo de evento", explica Heitor. O beco e o galpão já começam a ser chamados de Beco da Liberté. "Se atualmente a Rua 8 já congrega essa quantidade de pessoas, o galpão será um local para perdurar o horário onde hoje o público precisa ir para outros bairros, como as boates do Marista e Setor Sul", reitera.

Pulso urbano

O movimento de ocupação urbana do pedaço da Rua 8 se mantém de pé há quase quatro anos, apesar da falta de incentivo público para a ocupação do Centro de Goiânia. Enquanto a Rua do Lazer dorme no esquecimento, o outro lado pulsa com uma agenda animada. Além do beco que ganhou vida cultural nesta semana, outros points criam alternativas para as noites da região esquecida, como o Zé Latinhas e o Muquifu Cultural, a Casa Liberté, o Cine Ritz e a Lanchonete Cinema e Cia. Muito além do funcionamento dos bares, os produtores dos locais criam agendas especiais que colaboram para a ocupação da rua, como shows e feiras.

SERVIÇO

17º Encontro Goiano de Malabares e Circo

Evento segue com programação neste sábado e domingo (30 e 31)
Endereço: Beco da Rua 8, Centro. Atrás da Casa Liberté
Entrada gratuita
Informações: @egmcirco

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

Sexta-feira (30)

18h -- Espetáculo: O Semáforo (Cia ALEHOP/Itumbiara)
19h -- Espetáculo: Os Palhaços Musicais (Cia Cabeluda/Venezuela)
Intervenção NIQ -- JULIO VAN
20h -- Shows: Banda Véi Bandido
21h -- Forró Quentim
22h -- Encerramento

Sábado (31)

15h -- Espetáculos de variedades: Cia. Laheto / Cia Boca do Lixo / Duo Fiti&Paldi / Camilo Verano / Anna e Aura / Márcio Henrique
16h30 -- Espetáculo: Altas Baixarias (TRUPE UMA E MEIA)
18h -- Mini Feira Lambes de Goiás
Espetáculos: O Destino de Croquete (Bulacha/GO) / Utilidade Pública (Izabela Nascente) / Tupi Or Not Tupi (João Darte) / O Mestre Tocador (Gustavo Vale)
19h30 -- Noite do Fogo
20h30 -- Forró Pra Balançar
22h -- Encerramento

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