Instituto esclareceu que profissionais representam cerca de 10% dos credenciados ao plano de saúde
Os médicos filiados ao Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) e credenciados ao Serviço Social Autônomo de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos e Militares do Estado de Goiás (Ipasgo Saúde) decidiram paralisar o atendimento por 48h. A presidente do Simego, Franscine Leão, disse ao POPULAR que todos os atendimentos de urgências e emergências estão mantidos.
Mas, os atendimento eletivos, cirurgias eletivas e procedimentos, como exames, serão adiados neste período para que a população entenda o que está acontecendo com o profissional médico neste momento", pontuou Franscine Leão.
O Ipasgo, por nota, informou que recebeu a notícia de paralisação com "estranheza e perplexidade". "O plano de saúde, até então, não recebeu um documento oficial da entidade para tratar de pauta reivindicatória", cita trecho do comunicado (veja íntegra da nota ao final deste texto) .
A assessoria de imprensa do instituto minimizou a manifestação ao informar que se trata de grupo específico de médicos e alguns odontólogos, que representa cerca de 10% da rede. "São médicos exclusivamente filiados ao Simego. O Ipasgo tem quase cinco mil prestadores e esse sindicato tem cerca de 500 filiados", explicou a assessora da entidade ao POPULAR .
A suspensão injustificada e unilateral dos atendimentos aos beneficiários fere diretamente as regras contratuais estabelecidas e pode resultar em sanções, incluindo a rescisão do contrato e o descredenciamento do prestador", alerta o Ipasgo.
O Simego ressaltou que a paralisação foi decidida por assembleia geral, no último dia 10, devido ao Ipasgo não atender à pauta de reivindicações apresentadas pela categoria. Sem mencionar o episódio com o sindidato, o Ipasgo Saúde abriu credenciamento para novos médicos de todas as especialidades na segunda-feira (17). O cadastro é feito no site da entidade.
Reivindicações
Dentre as reivindicações, o Simego exige o estabelecimento de data fixa mensal para pagamento dos honorários médicos; atualização de tabela, com pagamentos com base nos valores da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM); unificação de pagamentos, com implementação conjunta de pagamentos referentes a honorários de consultas e procedimentos (veja lista completa ao final deste texto) .
No último dia 11, a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) realizou uma audiência pública para tratar sobre denúncia de supostos salários atrasados de médicos pelo Ipasgo. O instituto rebateu qualquer irregularidade.
Íntegra da nota do Ipasgo
O Ipasgo Saúde viu com estranheza e perplexidade a decisão unilateral do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) de realizar uma paralisação nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2025 sob a alegação de que não houve atendimento às demandas da categoria. O plano de saúde, até então, não recebeu um documento oficial da entidade para tratar de pauta reivindicatória.
A paralisação, que se restringe a um grupo de médicos e odontólogos, representa cerca de 10% da rede credenciada do Ipasgo Saúde, a maior de Goiás, composta por quase cinco mil pessoas físicas e jurídicas. Portanto, 90% dos prestadores, como hospitais, clínicas e a rede própria da instituição, mantêm atendimentos regulares às quase 600 mil vidas que estão sob os cuidados do plano de saúde.
O Ipasgo Saúde desconhece qualquer falta de pagamento à rede credenciada. A instituição pode provar que, desde setembro de 2024, repassou aos prestadores quase R$ 1 bilhão. Só nos dias 31 de janeiro e 14 de fevereiro de 2025, os profissionais que atendem beneficiários do plano de saúde receberam R$ 18,2 milhões. Caso, de forma excepcional, algum prestador identifique pendências, essas devem ser formalmente comunicadas para que o Ipasgo Saúde possa apurar e adotar, com celeridade, as providências cabíveis.
A suspensão injustificada e unilateral dos atendimentos aos beneficiários fere diretamente as regras contratuais estabelecidas e pode resultar em sanções, incluindo a rescisão do contrato e o descredenciamento do prestador. Por isso, o Ipasgo Saúde está monitorando a situação de perto e tomará todas as medidas necessárias para assegurar o cumprimento das normas, para fazer com que os direitos dos beneficiários sejam respeitados, para garantir plena assistência e que a qualidade no atendimento seja mantida.
O maior plano de saúde do Estado de Goiás esclarece que esses profissionais não têm vínculo empregatício com o Ipasgo Saúde. São autônomos e instituições independentes, que atendem aos beneficiários com base em contratos de credenciamento. Portanto, eles têm plena autonomia para solicitar descredenciamento a qualquer tempo, desde que respeitadas as condições pactuadas, inclusive a continuidade do atendimento aos beneficiários durante o prazo de aviso prévio.
O Ipasgo Saúde tem compromisso inegociável com a excelência, a continuidade dos serviços prestados e com diálogos responsáveis, construtivos e legítimos. A transparência, a ética e o respeito aos nossos beneficiários são valores que norteiam nossas ações.
Ipasgo Saúde - respeito e compromisso com seus beneficiários
Lista de reivindicações do Simego
Estabelecimento de Data Fixa para Pagamento: Instituir uma data fixa mensal para pagamento dos honorários médicos, garantindo previsibilidade e respeito aos compromissos financeiros destes profissionais;
Atualização da Tabela CBHPM: Garantir que os pagamentos sejam realizados com base nos valores atualizados da Classificação Brasileira hierarquizada de procedimentos médicos (CBHPM), promovendo uma remuneração justa e adequada e contemplando integralmente os procedimentos elencados nesta Classificação;
Unificação dos Pagamentos: Implementar a realização conjunta de pagamentos referentes a honorários de consultas e procedimentos, acompanhados de um demonstrativo único e detalhado, facilitando a compreensão e conferência por parte dos profissionais;
Disponibilização de Demonstrativos de Pagamento Analíticos: Assegurar que os demonstrativos de pagamento sejam fornecidos de forma detalhada e no prazo máximo de 7 (sete) dias após a realização do pagamento;
Reajuste no Valor da Consulta Médica: Reajustar o valor das consultas médicas para R$ 130,00 (cento e trinta reais), alinhando-o às práticas de mercado e à dignidade da remuneração médica;
Legitimação de Cobranças de Diferença de Acomodação e Honorários de Instrumentação Cirúrgica: Garantir a regularização e a transparência na cobrança dessas rubricas, assegurando que sejam realizadas sem retaliações administrativas ou entraves burocráticos;
Implementação de Forma de Pagamento Direta: Realizar os pagamentos de forma direta, via Pessoa Jurídica (PJ) para médicos com empresa constituída, ou via Pessoa Física (PF) para credenciados diretos, excluindo intermediações por hospitais ou "pagamentos por empenho";
Adequação dos Valores de OPMEs: Revisar imediatamente os valores pagos por Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPMEs), equiparando-os aos praticados no mercado, de forma a evitar prejuízos aos profissionais;
Identificação dos Auditores: Exigir a identificação nominal dos auditores responsáveis pela liberação de guias, incluindo nome completo e registro no Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás, garantindo maior transparência no processo.