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Biólogos flagram onça-preta em Goiás

Câmeras instaladas em área de preservação de Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal registram a presença dos animais, um tipo de onça-pintada

Modificado em 20/09/2024, 00:25

Onça flagrada em monitoramento é sinal de equilíbrio na cadeia alimentar da região

Onça flagrada em monitoramento é sinal de equilíbrio na cadeia alimentar da região (Projeto Brasília é o Bicho)

Em média, de dois em dois meses, biólogos do projeto Brasília é o Bicho, flagram a movimentação de onças no município de Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Cada vez que isso acontece os biólogos comemoram porque sabem que a espécie, com grande risco de extinção nas Américas, sobrevive numa região muito próxima de ambientes altamente adensados. Foi o que ocorreu no domingo (24) quando Planaltina, o nome dado a uma onça melânica, um felídeo preto, voltou a circular diante de uma câmera instalada pelos pesquisadores em 2015.

"Um ano depois que instalamos a câmera, registramos um macho, que batizamos de Barranqueiro. De lá para cá flagramos cinco indivíduos, mas alguns estão desaparecidos. Não sabemos se mudaram de território, se foram mortos por caçadores ou se foram atropelados", afirma o biólogo Rands Sanginez Zebalos. O projeto Brasília é o Bicho vem fazendo importantes registros de espécies do Cerrado, tanto na área da capital federal, quanto nos municípios adjacentes. Em Planaltina de Goiás, os biólogos monitoram uma região que integra a Área de Proteção Ambiental (APA) do Planalto Central, que não é de proteção integral.

"Estamos conseguindo acompanhar um pouco da vida desses animais. E isso significa que a região oferece condições mínimas para manter um animal de grande porte como a onça pintada ou, nesse caso a onça melânica, a conhecida onça preta." Na verdade, elas são da mesma espécie, com a diferença que a preta sofre uma mutação genética conhecida como melanismo, que torna sua pelagem escura. Barranqueiro e Planaltina, o casal que tem sido registrado pela câmera do projeto brasiliense, é formado por onças pretas. Segundo Rands, apenas 9% das onças são melânicas, daí a importância dos registros. "É um privilégio flagrar um indivíduo desses."

Rands Zebalos não detalha a região onde essa população de onças vem sendo monitorada para evitar a caça predatória. Ele explica que por não ser uma área totalmente protegida, há fazendas que mantêm criações de gado, de cabras e de porcos. "As pessoas acham que é a onça que está no lugar errado gerando o conflito, mas não é assim. Ela está no lugar correto." A atuação dos biólogos envolve também educação ambiental junto aos proprietários rurais. Eles mostram que o felídeo funciona como um "guarda-chuva", mantendo uma série de outros animais na natureza.

"A gente chama a onça de animal guarda-chuva. Para ela estar ali a cadeia alimentar está funcionando direitinho. O principal alimento dela é o porco do mato, o caititu ou a queixada. Se eles não existirem, ela vai atacar animais de criação, caso sinta fome." Não há registros de ataques a animais domésticos ou de criação na região onde o projeto Brasília é o Bicho vem monitorando a população de onças. Ao contrário, moradores relatam encontros com os animais e já sabem como se proteger.

Rands Zebalos atribui a presença das onças nesta área de Planaltina de Goiás ao tipo de relevo, que é irregular, com serras, o que dificulta o acesso. "Provavelmente foi isso que manteve esta região preservada." O trabalho desenvolvido pelos biólogos traz informações relevantes que são repassadas ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). "Nossa expectativa é que sejam criadas medidas para preservar a espécie, como corredores ecológicos e unidades de proteção."

A mesma câmera flagrou desde o início do monitoramento uma onça-pintada e quatro pretas. Em 2018, a fêmea batizada de Calyandra, desfilou por ali com seu filhote de quatro meses. Barranqueiro, assim nomeado pelos biólogos por se locomover usando trilhas em matas e barrancos para fugir do combate com outro macho de onça-pintada, foi flagrado em fevereiro deste ano. Planaltina já tinha sido flagrada em 2018.

Felino é o maior das Américas e o terceiro maior do mundo

A onça-pintada é o maior felino das Américas e o terceiro maior do mundo, depois do tigre e do leão, podendo medir até dois metros de comprimento e pesar até 150 quilos. É um animal em risco de extinção no continente. Nos Estados Unidos já desapareceu, no México raramente é encontrado. O maior problema é exatamente o conflito com o homem. No Brasil, onde sua presença é maior, sumiu da Mata Atlântica e da região Sul. O felídeo ainda resiste, em maior número, na Amazônia e no Pantanal e em algumas áreas do Cerrado, daí a importância dos flagrantes feitos tão perto de Brasília. Ela é classificada pela União Internacional para Conservação da Natureza e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) como espécie vulnerável. No Livro Vermelho da Fauna Brasileira ela também aparece como "vulnerável" e "quase ameaçada".

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Pastor é denunciado pelo MP por desviar mais de R$ 200 mil de igreja

Parte do dinheiro, segundo a denúncia, foi usado para pagar plano de Saúde, INSS e aquisição de um imóvel em benefício próprio

Modificado em 19/09/2024, 00:23

Noel Garcia dos Reis, de 64 anos

Noel Garcia dos Reis, de 64 anos (Reprodução/Redes Sociais)

Um pastor de uma igreja evangélica de Planaltina, Região Entorno do Distrito Federal foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) por desviar verbas da instituição. Segundo as investigações que duraram mais de dois anos, os valores, até então, chegam a quase R$ 232 mil.

Para a Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO) e MP-GO, quem encabeça o esquema é o pastor presidente Noel Garcia dos Reis, 64 anos. No inquérito aberto pela polícia, os investigadores apontam três formas em que o pastor se aproveitou da situação enquanto gestor da igreja, sendo eles o pagamento de plano de saúde às custas da instituição religiosa, o pagamento de contribuições previdenciárias e a aquisição de imóvel em benefício próprio, dando desfalque ao caixa da igreja, em uma ocasião.

O esquema, considerado criminoso pelos promotores, ocorria dentro de uma das maiores instituições religiosas da cidade, a Assembleia de Deus Ministério Sheknah. O Daqui tentou contato com a igreja para solicitar um posicionamento, mas não obteve êxito até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações futuras, assim como para o advogado da defesa de Noel, pois a reportagem não localizou o contato.

Conforme a inquérito, somente com INSS, Noel Garcia gastou aproximadamente R$ 31 mil, no entanto, a igreja veta esse tipo de pagamento aos funcionários da instituição.

"Sendo assim, não caberia à instituição religiosa efetuar, com os seus recursos, o recolhimento dos valores relativos à contribuição previdenciária de seus membros de ordem religiosa, mas sim estes, por conta própria, assim deveriam proceder", explicou o promotor Asdear Salinas Macias.

O promotor Asdear Salinas Macias ainda explicou que existe um imóvel, anteriormente de propriedade da igreja, que foi repassado para o nome do sacerdote. Ele teria recebido o imóvel como dívida do ministério.

"A suposta dívida que a instituição religiosa tinha para com o denunciado traduz-se, na prática, em um verdadeiro cheque em branco ao denunciado para justificar os desvios de valores pertencentes à entidade religiosa, travestidos de compensações financeiras de débitos e créditos e/ou pagamento de benefícios das mais diversas naturezas", pontua o promotor.

No oferecimento da denúncia, o MP-GO também pediu à Justiça de Goiás a autorização da quebra de sigilo bancário e fiscal de Noel Garcia dos Reis e da igreja para apurar se existem mais desvios cometidos pelo pastor em datas anteriores a das investigações. O MP alegou na denúncia que o pastor se apropriou, de maneira indevida, dos valores pertencentes à igreja.

O período solicitado pelos promotores é de maio de 2015 a março de 2023."O objetivo do presente pedido é permitir a realização de todas as diligências necessárias junto às instituições financeiras, com o consequente afastamento do sigilo bancário, e com as demais providências correlatas que se fizerem úteis, a fim de identificar os valores ilegalmente auferidos/desviados pelo investigado/denunciado em desfavor da entidade religiosa", apontou o promotor.

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Fotografia de grávida ferida na Ucrânia vence foto do ano do World Press Photo

Modificado em 19/09/2024, 00:21

Fotografia de grávida ferida na Ucrânia vence foto do ano do World Press Photo

(Evgeni Maloletk)

A foto de uma mulher grávida sendo resgatada após ser ferida em um ataque russo a uma maternidade da cidade de Mariupol, em meio à Guerra da Ucrânia, venceu nesta quinta-feira (20) o prêmio World Press Photo na categoria foto do ano.

O trabalho do ucraniano Evgeni Maloletk, da Associated Press, retrata Irina Kalinina, 32, prestes a dar à luz quando ocorreu o bombardeio do local. Ela morreu devido aos ferimentos, assim como o bebê.

Na justificativa do prêmio, o júri afirma que a imagem "captura o absurdo e o horror da guerra". "Trata-se de uma representação fiel do evento do ano e evidencia que crimes de guerra têm sido cometidos pelas forças russas contra civis ucranianos."

Os jurados afirmam ainda que a foto retrata algo "profundamente doloroso e mostra o assassinato de futuras gerações de ucranianos". "O júri espera que o mundo reconheça a intolerável realidade da guerra e pense sobre o futuro da Ucrânia."

Evgeni Maloletk, o fotógrafo premiado, registra os conflitos em seu país desde 2014. Ele acompanhou, por exemplo, a onda de protestos conhecida como Euromaidan, que levaram à queda de um líder alinhado a Moscou, os protestos contra a ditadura da Belarus em 2020 e a pandemia de Covid na região.

Os registros feitos pelo fotógrafo em Mariupol, uma das cidades que mais foram alvo de ataques nos meses iniciais da guerra, serviu de argumento para as primeiras acusações de que a Rússia estaria cometendo crimes de guerra ao atacar civis.

A premiação global do World Press Photo também laureou outros três trabalhos. Na categoria de projeto de longo prazo, venceu Anush Babajanyan, da Armênia, com um trabalho que registra a forma como a população da Ásia Central se adaptou às dificuldades de acesso a água deixadas por políticas da União Soviética e pela emergência climática.

Já na categoria de história do ano, o vencedor foi Mads Nissen, da Dinamarca, com um projeto que retrata o Afeganistão após o retorno do regime fundamentalista do Talibã ao poder. Por último, na categoria de formato aberto, Mohamed Mahdy foi premiado com um trabalho de preservação da memória de uma vila de pescadores no Egito.

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Mãe de menino que morreu aguarda laudo, após hospital apontar que criança estava com Covid e dengue

Prontuário médico apontou que o menino estava com covid e dengue

Modificado em 19/09/2024, 00:13

Carlos Abraão, de 6 anos, que morreu após passar mal em Planaltina de Goiás e exame que apontou que o menino tinha Covid

Carlos Abraão, de 6 anos, que morreu após passar mal em Planaltina de Goiás e exame que apontou que o menino tinha Covid (Reprodução/TV Anhanguera)

A mãe do pequeno Carlos Abraão, de 6 anos, que morreu na terça-feira (7) aguarda o laudo do Instituto Médico Legal do Distrito Federal (DF) para saber a causa da morte da criança. O Hospital de Sobradinho, no DF, apontou que ele pode ter sido vítima de covid e dengue, porém na certidão de óbito da criança está que a causa será investigada. A família mora em Planaltina, cidade no Entorno do DF.

Em entrevista à TV Anhanguera , a mãe do Carlos disse que ele estava super bem no final de semana e chegou a ir para a feira com ela no domingo (5). À tarde, ele começou a se queixar de dor na perna, mas ela achou que era porque eles tinham andado bastante a pé. Então, depois de algumas horas, ele disse que estava com dor de cabeça, ela o medicou e ele começou a falar que estava com frio.

A mãe deu um banho frio na criança e decidiu levá-lo ao médico, pois ele começou a dizer que também estava com muita sede. Após a morte, a mulher recebeu do hospital a informação de que o filho tinha morrido por causa de covid e dengue, contudo, uma tia havia lhe dito que a criança contou que tinha achado um bolo no quintal de casa e que, por isso, o menino pode ter morrido por envenenamento.

"Quando fiquei sabendo dessa história, eu estava de cabeça quente, então eu achei que ele poderia ter morrido por isso. Não podemos desconsiderar nenhuma história", disse a mãe, que logo em seguida afirma acreditar que a hipótese mais correta para a morte seja devido a covid e dengue, mas que somente o laudo do IML poderá afirmar. A certidão de óbito informa que a causa da morte será "investigada".

O delegado que investiga o caso, Thiago César, trabalha com a possibilidade que a criança tenha sido envenenada pois outras crianças que viviam juntas também tiveram que ser internadas com os mesmos sintomas. A outra linha investiga se a criança sofria maus-tratos, pois a família vivia em vulnerabilidade social. Contudo, a mãe da criança diz que os meninos "sempre foram bem cuidados".

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Motorista é flagrado transportando barras de ouro avaliadas em quase R$ 2 milhões, na GO-070

Homem foi abordado pelas equipes do Comando de Operações de Divisas. Os “tabletes” de ouro foram localizados na peça de engate do veículo

Modificado em 20/09/2024, 06:28

Foram apreendidas seis barras de ouro com, aproximadamente, 5,6kg, duas pepitas do mesmo metal precioso e uma Toyota Hilux

Foram apreendidas seis barras de ouro com, aproximadamente, 5,6kg, duas pepitas do mesmo metal precioso e uma Toyota Hilux (Divulgação/PMGO)

Um homem foi preso na noite desta terça-feira (13) transportando seis barras de ouro avaliadas em quase R$ 2 milhões, na GO-070, em Goiânia. De acordo com a Polícia Militar, o motorista foi abordado pelas equipes do Comando de Operações de Divisas (COD) e ficou nervoso com as perguntas.

"Durante a entrevista policial, o abordado demonstrou várias contradições e nervosismo em suas respostas, motivo pelo qual, aprofundou-se os procedimentos a fim de apurar as suspeitas", detalhou a corporação. Os "tabletes" de ouro foram localizados na peça de engate do veículo.

As equipes do COD registraram o momento que localizaram o ouro escondido no compartimento do veículo. No total, foram apreendidas seis barras de ouro com, aproximadamente, 5,6kg, duas pepitas do mesmo metal precioso e uma Toyota Hilux. Segundo a PM, o prejuízo foi de R$ 1,9 mil.

"O condutor, o veículo e o ouro foram encaminhados para a delegacia de Polícia Federal (PF) em Goiânia a fim das providências e demandas a serem realizadas pela autoridade judiciária", finalizou a PM. Como o nome do motorista não foi divulgado, a reportagem não localizou a defesa dele.

Foram apreendidas seis barras de ouro com, aproximadamente, 5,6kg, duas pepitas do mesmo metal precioso e uma Toyota Hilux

Foram apreendidas seis barras de ouro com, aproximadamente, 5,6kg, duas pepitas do mesmo metal precioso e uma Toyota Hilux (Divulgação/PMGO)