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Cartão corporativo de Bolsonaro mostra gasto de R$ 4,7 milhões em feriadões e motociatas

Folhapress

Modificado em 19/09/2024, 00:08

Cartão corporativo de Bolsonaro mostra gasto de R$ 4,7 milhões em feriadões e motociatas

(Ueslei Marcelino/Reuters/AgenciaBrasil)

O fim do sigilo do cartão corporativo de Jair Bolsonaro (PL) mostra gasto de ao menos R$ 4,7 milhões em dias em que o ex-presidente estava sem agenda de trabalho, curtindo férias ou feriadões --em especial em Guarujá (SP)--, assistindo a jogos de futebol ou participando de motociatas.

Os valores debitados no cartão corporativo da Presidência incluem não só gastos diretos do presidente, mas da equipe que o acompanha de perto, entre outras despesas.

A Folha de S.Paulo cruzou o gasto do cartão com as principais datas em que Bolsonaro tirou folga ou participou de eventos sem relação com as suas funções, como motociatas ou idas a jogos de futebol.

Os gastos foram publicados em resposta a um pedido feito pela agência Fiquem Sabendo por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação).

Como a Folha de S.Paulo mostrou em maio, Jair Bolsonaro aproveitou uma série de feriadões, folgas autoconcedidas e dias de expediente normal para converter em lazer ou praticar atividades sem relação com o cargo que ocupava.

Temporadas nos litorais paulista, catarinense e baiano (15 vezes), idas a jogos de futebol, motociatas, cavalgadas, "jeguiatas", "lanchaciata" e afins produziram uma profusão de imagens do presidente conduzindo jet-skis, motos, cavalos, em camarotes de estádios, parques de diversão, restaurantes ou aproveitando um dia de sol nas praias pelo país.

Em praticamente todos esses momentos houve gastos do cartão corporativo relacionados ao lazer presidencial. Os valores não aparecem em nome de Bolsonaro, mas vinculados a CPFs de servidores lotados na Presidência da República.

Os casos mais ilustrativos estão relacionados ao Forte dos Andradas, em Guarujá, para onde o presidente se deslocou 11 vezes em sua gestão.

No final de 2020, por exemplo, Bolsonaro largou formalmente o expediente em 19 de dezembro, e foi para o Forte Marechal Luz, em São Francisco do Sul (SC), onde ficou até o dia 23. Voltou a Brasília, onde passou o Natal, e, de 28 de dezembro a 4 de janeiro foi para o Forte dos Andradas.

Os gastos do cartão corporativo nesses dias somam quase R$ 1 milhão, sendo o maior relativo a duas faturas do Ferrareto Hotel, no centro de Guarujá, que totalizam R$ 493 mil. Há ainda R$ 57 mil em gastos em um mercado de alimentos da cidade, entre outras despesas.

Não há detalhamento nos documentos oficiais do que foi comprado ou contratado e a quem exatamente estava destinado.

Como o cartão inclui gastos da equipe presidencial, há valores menores que não estão relacionados à folga de Guarujá.

Na virada de ano seguinte, de 2021 para 2022, Bolsonaro voltou ao litoral catarinense, ocasião em que visitou o parque Beto Carrero World. Dias antes, quando estava em Guarujá, fez passeios de lancha com dança de funk.

O Réveillon no litoral catarinense resultou em R$ 198 mil com gastos no hotel Zibamba, em São Francisco do Sul, R$ 73 mil em combustível em um posto da cidade e R$ 66 mil em uma padaria, entre outras despesas.

Ao final do primeiro ano de mandato, em 2019, Bolsonaro tirou três dias de folga na praia de Inema, na base naval de Aratu, na Bahia. Na ocasião, foram realizadas despesas com hospedagem no total de R$ 70,1 mil, debitadas em três cartões corporativos usados por assessores palacianos. Os valores foram pagos ao Real Classic Bahia Hotel, em Salvador.

Nos mesmos períodos de gestão, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT) tiraram menos folgas do que Bolsonaro.

A Folha de S.Paulo tentou contato com ex-assessores do presidente e com seus advogados, mas não obteve resposta. Nas redes sociais, Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação do governo Bolsonaro e integrante da campanha à reeleição do presidente, escreveu: "Para quem conhece minimamente os hábitos do presidente e sua família saberia sem nenhuma surpresa que não haveria nenhum gasto extravagante no cartão corporativo. Essa é a verdade, o resto é narrativa mentirosa".

O cartão também foi usado em apoio a uma atividade a que Bolsonaro dedicou especial atenção durante o seu mandato, a ida a estádios para acompanhar partidas do Campeonato Brasileiro, em especial.

Em julho de 2019, ainda no primeiro ano de gestão, o presidente voltava do Rio para Brasília em um sábado e fez uma escala em São Paulo para assistir ao empate de 1 a 1 entre Palmeiras, seu time, e o Vasco.

Os dados do cartão mostram gasto de quase R$ 20 mil em hospedagem e em alimentação na capital paulista.

A nota de alimentação é da lanchonete Tony & Thais Ltda, na zona sul de São Paulo, que aparece como cliente do cartão corporativo da Presidência desde 2007, na gestão Lula, tendo recebido R$ 1,5 milhão em valores não corrigidos --40% desse montante só nos anos Bolsonaro (2019 a 2022).

Em suas redes sociais, a empresa afirmou que vem sendo vítima de "denúncias caluniosas e infundadas" e que serve comitivas presidenciais desde 2006, sempre dentro da legalidade, "com excelência e justo trato nas negociações".

Bolsonaro e equipe também usaram o cartão nas motociatas que o então presidente promoveu na tentativa de manter inflamada sua base de apoio nos anos finais de sua gestão. Ele participou desse tipo de evento em praticamente todos os estados do Brasil, vários deles em dias de semana.

Em uma das maiores, em São Paulo, no dia 12 de junho de 2021, teve registro de gasto no cartão de R$ 61 mil no Blue Tree Faria Lima e R$ 13 mil na lanchonete Tony & Thais.

Na que fez em Porto Alegre, em julho de 2021, houve 17 notas de abastecimento em posto de gasolina pagas com o cartão corporativo, totalizando R$ 1.640.

O gasto com cartão corporativo é apenas uma parte das despesas custeadas pelos cofres públicos. A soma não inclui, por exemplo, passagens aéreas. Como a Folha de S.Paulo mostrou no final de 2021, as motociatas em apoio a Bolsonaro já haviam custado até então R$ 5 milhões, o que incluía gastos assumidos pelos estados para garantir a segurança da população e da comitiva de Bolsonaro.

O cartão de pagamentos da Presidência da República também foi usado na loja de panelas de luxo francesas Le Creuset. Uma unidade básica sai por mais de R$ 500 e vários modelos custam mais de R$ 1.000. O cartão foi utilizado para comprar esse modelo de panela em duas ocasiões. Em 12 de novembro de 2019, foram R$ 1.349 gastos no local. Já em 23 de março de 2022, ocorreu uma transação de R$ 567.

Conforme noticiado pelo UOL, a comitiva de Bolsonaro gastou R$ 55 mil em uma padaria do Rio um dia depois do casamento de seu filho Eduardo, em maio de 2019. Também gastou R$ 109 mil em um restaurante de Roraima quando visitou o estado para encontro com refugiados venezuelanos, em outubro de 2021.

Os dados do cartão mostram gastos pulverizados com alimentação, incluindo lojas de chocolate e sorvete.

Ainda não é possível haver uma comparação exata dos gastos de Bolsonaro com os de seus antecessores.

As faturas do cartão corporativo da Presidência são publicados mensalmente no Portal da Transparência do governo federal, que reúne informações de 2013 até fim de 2022. No entanto, os tipos de gastos e as empresas que receberam os pagamentos não são detalhados.

Essas informações foram divulgadas agora pelo governo Lula, que também abriu dados de despesas desde 2003.

No entanto, os números do Portal da Transparência indicam que ainda há gastos de Bolsonaro a serem divulgados. As faturas do cartão em 2022, por exemplo, ultrapassam a marca de R$ 10 milhões, enquanto que as informações detalhadas desse ano somam cerca de R$ 5 milhões.

Essa diferença é bem pequena nos anos anteriores -em alguns casos, nem existe.

A legislação define que o cartão, que no caso de Bolsonaro é gerido por assessores, serve para despesas imediatas como compra de materiais, alimentação e diárias de assessores, entre outras.

Excluindo o último ano, no período de 2019 a 2021, a média anual dos gastos de Bolsonaro com cartão corporativo foi de R$ 8,6 milhões.

Já corrigindo pela inflação do período, a média dos gastos anuais de Lula, de 2003 a 2010, com cartão corporativo foi de R$ 12,99 milhões.

No governo Dilma Rousseff (2011-16), a média anual foi de R$ 10,2 milhões. No período Michel Temer (2016-18), a cifra média ficou em R$ 5,6 milhões.

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Bolsonaro diz que vai processar Haddad após fala sobre crise do Pix

Bolsonaro diz que ministro da Fazenda o acusou de comprar imóveis sem declarar a origem do dinheiro

Bolsonaro diz que vai processar Haddad após fala sobre crise do Pix

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste sábado (18) que vai processar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por ter dito que ele estaria por trás da crise em torno da medida da Receita Federal que ampliaria a fiscalização sobre transações via Pix.

"Vou processar o Haddad. Ele não tem o que fazer, sempre me acusa de alguma coisa", disse a jornalistas no aeroporto em Brasília, ao levar Michelle Bolsonaro para embarcar para a posse de Donald Trump nos Estados Unidos. Ele foi impedido por Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de viajar.

"[Haddad] Falou inclusive que eu comprei 101 imóveis sem origem de dinheiro. Pegou meia dúzia de familiares meus do Vale do Ribeira. O que essa meia dúzia de Bolsonaro de 1990 para cá e está pago em moeda nacional corrente. Natural. Naquela época comprava até telefone em dólar", completou.

Ele comparou ainda Haddad com Paulo Guedes, seu ex-ministro da Fazenda. E disse que o governo Lula não pode dar certo, comparando a gestão a um "bebum dirigindo um carro".

"Recuou porque é fraco ou porque é incompetente ou os dois? Recuaram. Agora querem processar o Nikolas [Ferreira], o Eduardo Bolsonaro o [Gustavo] Gayer por fake news", disse.

Após decidir revogar a medida da Receita Federal, o governo acionou a PF (Polícia Federal) para investigar quem poderia estar por trás da divulgação de notícias falsas, além de criminosos que tenham aplicados golpes utilizando logomarca e nome do Fisco.

Não foram citados nomes de parlamentares, mas a oposição foi atuante nas críticas à norma nos últimos dias.

Haddad, em entrevista à CNN na véspera, declarou que a família Bolsonaro é pessoalmente focada na Receita Federal em decorrências de investigações feitas sobre o clã.

"Tenho para mim que o Bolsonaro está um pouco por trás disso, porque o PL financiou o vídeo do Nikolas. O Duda Lima foi quem fez o vídeo", disse, em referência ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e ao marqueteiro que fez a campanha à reeleição de Bolsonaro.

Na terça (14), o parlamentar mineiro fez a publicação na qual afirma que o governo "só está pensando em arrecadar, sem oferecer nada" e fala em "quebra de sigilo mascarado de transparência". O post ultrapassou 300 milhões de visualizações.

O vídeo foi o estopim para o recuo do governo no caso. Embora Haddad tenha defendido o mérito da medida até a manhã de quarta (15), quando teve a primeira reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pesou o argumento de que uma campanha publicitária já não seria mais suficiente para deter a onda críticas à medida, fake news e a prática de crimes contra a economia popular, com aplicação de golpes.

Em outro momento de sua entrevista neste sábado, Bolsonaro elogiou a decisão da Meta de pôr fim ao seu programa de checagem de fatos. O governo Lula (PT) vê com preocupação a medida, e a AGU (Advocacia-Geral da União) está questionando a empresa no Brasil por maiores detalhes sobre a nova política.

"Agora estamos vendo aí, Elon Musk, [Mark] Zuckerberg, entre outros, acabando com as agências de checagem, que a informação tem que ser livre. Você não pode garrotear as mídias sociais. Essa mídia social foi que me elegeu em 2018. E não foi com mentira não, seu Haddad, foi com verdade", disse Bolsonaro.

"E não existe fake news para atacar o PT do que a própria verdade. Então ninguém precisa mentir para atacar o PT, atacar essa política falida do Haddad aqui no Brasil. Os números estão aí. O ministro, um dos mais importantes, é o da economia. Esse que está aí é um fiasco, uma piada", completou.

O ex-presidente disse ainda que Haddad "fez um cursinho de economia por três meses". O ministro da Fazenda é bacharel em direito, mas tem mestrado em economia pela USP (Universidade de São Paulo), e doutorado em filosofia na mesma instituição.

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Veja o que se sabe sobre operação contra golpe de Estado e plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

Polícia Federal descreve em relatório como grupo planejou assassinatos. Mais de 36 pessoas foram indiciadas e cinco foram presas

Grupo pretendia matar Lula, Alckmin e Moraes em dezembro de 2022, segundo a Polícia Federal

Grupo pretendia matar Lula, Alckmin e Moraes em dezembro de 2022, segundo a Polícia Federal (Agência Brasil)

Cinco pessoas foram presas suspeitas de planejarem matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos suspeitos, o major Rodrigo Bezerra Azevedo, que é militar do Exército Brasileiro, foi preso em Goiás. O inquérito narra uma tentativa de golpe de Estado que seria executada em dezembro 2022, com o intuito de impedir a posse de Lula após a eleição.

As prisões foram realizadas pela Polícia Federal durante a 'Operação Contragolpe" na última terça-feira (19). No entanto, nesta quinta-feira (21), foi divulgada uma lista com 37 pessoas indiciadas, dentre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro, pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa (veja lista ao final da matéria).

Entre os indiciados, 25 são militares das Forças Armadas. A lista inclui sete oficiais-generais - um da Marinha e seis do Exército. A investigação reuniu troca de mensagens, áudios, registro de entradas nos prédios dos Poderes em Brasília, geolocalização de aparelhos celulares e outras provas foram inseridas no inquérito. O relatório final com cerca de 800 páginas foi enviado para o ministro Alexandre de Moraes.

Quem são os presos

Mario Fernandes - ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, general da reserva e homem de confiança de Bolsonaro
Wladimir Matos Soares - policial federal que fazia a segurança no hotel de Lula durante a transição de governo.
Rafael Martins de Oliveira - major do Exército
Hélio Ferreira Lima - major de Exército
Rodrigo Bezerra de Azevedo - major do Exército

Qual era o plano

A investigação aponta que Fernandes elaborou um plano para impedir a posse de Lula, que incluía os assassinatos. Os suspeitos teriam discutido a investida golpista na casa do general da reserva Braga Netto. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que fechou uma delação premiada sobre o caso, teria participado da reunião.

Bolsonaro indiciado

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de militares e de aliados deve ocorrer no primeiro semestre de 2025 para evitar que os casos se arrastem até as eleições presidenciais de 2026.

O relatório final da Polícia Federal concluiu que Bolsonaro participou de uma trama para impedir a posse de Lula (PT). Os indícios já são conhecidos desde o início do ano, quando a PF revelou - com base em provas e na delação do tenente-coronel Mauro Cid - que o ex-presidente teria apresentado aos chefes das Forças Armadas uma proposta de golpe de Estado.

Veja a cronologia do plano:

9 de novembro de 2022 - O general Mário Fernandes cria o planejamento "Punhal Verde e Amarelo" em um arquivo Word, inicialmente denominado "Fox_2017.docx". O documento detalha um plano para sequestrar ou assassinar Moraes, Lula e Alckmin;

12 de novembro de 2022 - Acontece uma reunião na casa do general e vice de chapa à Presidência com Bolsonaro em 2022, Walter Braga Netto. Segundo a Polícia Federal, nessa data foi apresentado e aprovado o planejamento chamado "kids pretos";

21 a 24 de novembro de 2022 - Entre esses quatro dias, a Polícia Federal identificou registros de geolocalização de dois suspeitos em locais onde estaria o ministro Alexandre de Moraes. Também é citado o aluguel de carros usados por eles com registros de pedágio que mostram que eles se deslocaram entre Goiânia e Brasília neste período.

6 e 7 de dezembro de 2022 - Mensagens trocadas entre Oliveira e Cid indicam que os dois estavam juntos no Palácio do Planalto no dia 6. Nas datas também foi registrada conversas entre o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e Marcelo Câmara, então assessor do mandatário. Neste mesmo dia e horário, Fernandes, então Secretário-executivo da Presidência, estava no Palácio do Planalto e imprimiu o planejamento operacional denominado "Punhal Verde e Amarelo".

8 e 9 de dezembro de 2022 - Nessas datas, as linhas telefônicas utilizadas no evento "Copa 2022″ foram ativadas. O codinome, que também originou um grupo no aplicativo de troca de mensagens "Signal", foi usado para se referir ao crime. Os suspeitos receberam codinomes associados a países -- Alemanha, Áustria, Brasil, Argentina, Japão e Gana -- para não revelarem suas verdadeiras identidades.

10 de dezembro de 2022 - Marcelo Câmara, então assessor de Bolsonaro, encaminhou quatro mensagens para Cid, com informações detalhadas sobre a cerimônia de diplomação do presidente eleito, a ser realizada dia 12, incluindo a rota que seria usada por Moraes. Durante a cerimônia, os dois também trocam mensagens.

13 de dezembro de 2022 - O prefixo telefônico associado ao codinome "Gana" se desloca de Goiânia para Brasília. Os registros de geolocalização mostram que ele esteve em locais relevantes para a ação que seria realizada no dia 15 de dezembro, como a residência funcional de Moraes.

15 de dezembro de 2022 - Segundo o relatório, neste dia é "Áustria" quem se desloca para Brasília, também partindo de Goiânia. "Neste dia, também são observados registros de deslocamento do veículo particular de Oliveira e pelo menos um veículo oficial vinculado ao Batalhão de Ações de Comandos", diz o relatório.

Quem é o militar preso em Goiás

Tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo foi preso em operação da Polícia Federal (Reprodução/Lattes e Divulgação/Polícia Federal)

Tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo foi preso em operação da Polícia Federal (Reprodução/Lattes e Divulgação/Polícia Federal)

O major Rodrigo Bezerra Azevedo, militar do Exército Brasileiro, foi preso em Goiás suspeito de participar da tentativa de golpe de Estado e de planejar a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) , Alexandre de Moraes.

Rodrigo Bezerra de Azevedo informou em seu currículo Lattes que tem experiência e interesse em "Defesa, Operações Especiais, Relações Internacionais, Organizações Internacionais e Terrorismo Internacional". O documento foi atualizado no dia 4 deste mês. O histórico de cargos inclui as funções de major, tenente-coronel e capitão, todas no comando do Exército.

Na plataforma, o militar informou as seguintes formações acadêmicas:

Doutorado em Ciências Militares na Escola de Comando e Estado Maior do Exército (Eceme)
Mestrado em Ciências Militares na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (Esao)
Especialização em Ciências Militares com ênfase em Defesa - Eceme
Especialização em Bases Geo-Históricas para a Formulação Estratégica - Eceme
Graduação em Ciências Militares na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman)

Militar usou dado de motorista para tramar contra Moraes

A Polícia Federal afirma que um dos militares envolvidos no plano usou dados de outra pessoa para habilitar um celular usado na comunicação do grupo. De acordo com relatório policial que respaldou a Operação Contragolpe, o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, então major, cadastrou o aparelho em nome do dono de um carro com quem se envolveu em acidente de trânsito na rodovia que liga Brasília a Goiânia.

Os investidores afirmam que a conduta "converge com o processo de 'anonimização', técnica prevista na doutrina de Forças Especiais do Exército que possui como finalidade não permitir a identificação do verdadeiro usuário do prefixo telefônico".

O uso dos dados, segundo afirmou a PF, foi identificado após a apreensão de celular em poder de Oliveira em fevereiro passado, quando foi realizada a Operação Tempus Veritatis, fase anterior da investigação que tem o objetivo de identificar os responsáveis pela trama golpista.Os peritos identificaram no telefone duas imagens, fotos da carteira de habilitação de Lafaiete Teixeira Caitano e de um certificado de licenciamento de veículo.

Lista dos indiciados

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros
  2. Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
  3. Alexandre Rodrigues Ramagem
  4. Almir Garnier Santos
  5. Amauri Feres Saad
  6. Anderson Gustavo Torres
  7. Anderson Lima de Moura
  8. Angelo Martins Denicoli
  9. Augusto Heleno Ribeiro Pereira
  10. Bernardo Romao Correa Netto
  11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  12. Carlos Giovani Delevati Pasini
  13. Cleverson Ney Magalhães
  14. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
  15. Fabrício Moreira de Bastos
  16. Filipe Garcia Martins
  17. Fernando Cerimedo
  18. Giancarlo Gomes Rodrigues
  19. Guilherme Marques de Almeida
  20. Hélio Ferreira Lima
  21. Jair Messias Bolsonaro
  22. José Eduardo de Oliveira e Silva
  23. Laercio Vergilio
  24. Marcelo Bormevet
  25. Marcelo Costa Câmara
  26. Mario Fernandes
  27. Mauro Cesar Barbosa Cid
  28. Nilton Diniz Rodrigues
  29. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
  30. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
  31. Rafael Martins de Oliveira
  32. Ronald Ferreira de Araujo Junior
  33. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  34. Tércio Arnaud Tomaz
  35. Valdemar Costa Neto
  36. Walter Souza Braga Netto
  37. Wladimir Matos Soares

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Convidado por Bolsonaro, Caiado vai à posse de Milei na Argentina

Ronaldo Caiado deve integrar comitiva que inclui outros governadores de direita

Modificado em 19/09/2024, 01:25

Jair Bolsonaro (PL) e o governador Ronaldo Caiado (UB), no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia

Jair Bolsonaro (PL) e o governador Ronaldo Caiado (UB), no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia (Diomício Gomes)

O governador Ronaldo Caiado (UB) vai à posse do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, no dia 10 de dezembro, em Buenos Aires. Caiado foi convidado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e deve integrar comitiva que inclui outros governadores de direita como Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Jorginho Mello (PL), de Santa, Catarina, .

A informação foi confirmada pelo próprio Caiado. O governadro, aliás, usou sua conta no X (antigo Twitter), no domingo (19), para parabenizar Milei pela vitória. "Numa bela festa democrática, os argentinos votaram, com maioria robusta, em um projeto de mudança, cansados que estão de uma sucessão de governos populistas que levaram o país a uma crise profunda, atolado numa inflação que já passa dos 140%", afirmou na rede social.

Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, Jair Bolsonaro também convidou os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) e do Paraná, Ratinho Jr. (PSD).

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Dentista divulga foto de Bolsonaro após colocar em Goiânia lentes de contato nos dentes

Procedimento foi realizado no último dia 21 de julho

Modificado em 19/09/2024, 01:06

Dentista divulga antes e depois de Bolsonaro após realização de procedimento

Dentista divulga antes e depois de Bolsonaro após realização de procedimento
 (Reprodução/Redes Sociais rildolasmar)

O dentista responsável por colocar lentes de contato no ex-presidente Jair Bolsonaro, em Goiânia, divulgou em suas redes sociais nesta terça-feira (22), o antes e depois do procedimento, realizado no último dia 21 de julho.

"Um sorriso para cada história... As proporções ideais e o estudo da face são primordiais para o resultado harmônico entre o sorriso e o rosto...", escreveu Rildo Lasmar ao compartilhar o registro.

Em um vídeo, publicado no dia em que o procedimento foi concluído, o ex-presidente falou sobre o resultado alcançado.

"Realmente superou a expectativa. Um pouco de vaidade não faz mal a ninguém. Então estou muito feliz", afirmou Jair Bolsonaro.

Nas imagens, Bolsonaro ainda aparece cumprimentando apoiadores, que foram até a clínica para ver o ex-presidente.