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Defesa Civil recomenda demolição de parte afetada de igreja após teto desabar em Goiânia

Telhado de templo desabou durante instalação de placas solares. Seis funcionários estavam trabalhando no momento e um deles foi encaminhado para o hospital

Modificado em 20/03/2025, 13:01

Defesa Civil recomenda demolição de parte afetada de igreja após teto desabar em Goiânia

A Defesa Civil de Goiânia recomendou a demolição de parte afetada da igreja em que teto desabou após a instalação de placas solares, no setor Leste Vila Nova, em Goiânia. O coordenador geral da Defesa Civil, Robledo Mendonça, disse ao DAQUI que a área do tempo foi isolada na quarta-feira (19).

Recomendamos a demolição da parte abalada e que seja feita com acompanhamento de um engenheiro especializado em demolição", salientou Mendonça.

Segundo ele, agora a igreja deve passar por vistoria para identificar possíveis riscos. Além disso, a Defesa Civil deve orientar os responsáveis sobre as medidas de segurança a serem adotadas no local.

A gente vai continuar acompanhando o desenrolar da situação aqui. Estamos aqui para prestar todo o apoio ao pessoal da igreja. A Polícia Técnica-Científica entrou no caso, vai investigar a causa e a gente tem auxiliado a polícia com informações, com fotos que a gente tem, vídeos. E cabe agora a Polícia Técnica-Científica fazer a perícia", ressaltou o coordenador da Defesa Civil.

O DAQUI entrou em contato com a Polícia Técnica-Científica para obter informações prévias sobre o acidente, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

O telhado da Igreja Videira desabou enquanto trabalhadores colocavam os equipamentos sobre o edifício. Segundo a direção do templo, que estava vazio, o prédio recebe em média três mil pessoas aos domingos.

De acordo com relato do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBM-GO), no momento do desabamento havia seis funcionários fazendo a instalação. Quatro deles estavam no teto da igreja e dois no chão subindo os paineis.

Os trabalhadores que estavam no telhado precisaram se agarrar nas estruturas para esperar o socorro à medida que um dos auxiliares conseguiu escapar, mas o segundo foi atingido e teve ferimentos na cabeça. Ele foi encaminhado para o Hospital Estadual de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo). Por não ter o nome divulgado, a reportagem não conseguiu obter informação sobre o estado de saúde da vítima.

Os bombeiros alertam que as empresas que instalam esse tipo de equipamento precisam apresentar o projeto técnico para avaliação e análise da conformidade com as medidas de segurança contra incêndio, por exemplo. Como o nome da empresa não foi divulgado, a reportagem não conseguiu um posicionamento se houve cumprimento das regras para o serviço.

Desabamento em igreja

O alerta do desabamento parcial do telhado da Igreja Videira foi feito por um trabalhador de uma oficina mecânica localizada em frente ao templo. Ao ver o acidente, o homem acionou o Corpo de Bombeiros.

Matheus Oliveira, de 27 anos, relatou que operários vinham instalando as placas no telhado havia cerca de uma semana. Mas, por volta das 10h30, de quarta, a estrutura cedeu e surpreendeu quem estava por perto.

"Um barulho muito alto e muita poeira", descreveu a testemunha, depois que ele e colegas se assustaram com o incidente.

Além dos bombeiros e da Defesa Civil de Goiânia, esteve no local representante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO), que irá elaborar um relatório técnico da situação. Os dois primeiros órgãos devem emitir juntos um laudo sobre o acidente.

O capitão do CBM, Guilherme Lisita, disse que os trabalhadores informaram que mais de 70 placas já haviam sido instaladas antes do desabamento. A estimativa é que cada uma delas pesa aproximadamente 30 quilos, o que representou um acréscimo de mais de duas toneladas à estrutura do edifício.

O gerente de fiscalização do Crea-GO, Jeorge Frances, ressaltou que, além das questões administrativas relacionadas à área elétrica, a instalação de placas solares envolve diversos aspectos da engenharia. Conforme ele, o primeiro passo é calcular a capacidade de geração de energia no local.

Frances frisou que a demanda de carga determina tanto a quantidade quanto o tipo de placas a serem utilizadas, sendo que cada modelo possui um peso específico. Esse fator também influencia a maneira como as placas serão distribuídas e fixadas na estrutura.

A Absolar ressaltou que instalações fotovoltaicas em telhados, fachadas e coberturas são seguras quando projetadas e executadas conforme os protocolos de segurança e qualidade estabelecidos pelo setor, em conformidade com as exigências técnicas e legais. Além disso, enfatizou a necessidade de uma perícia técnica específica para investigar as causas do incidente com precisão e transparência.

A Igreja Videira afirmou, em nota, que tomou todas as medidas de segurança necessárias e acionou especialistas para investigar as causas do incidente. A instituição informou que colabora com as autoridades para assegurar que "todas as medidas corretivas sejam tomadas com a máxima responsabilidade e segurança".

Presidente da igreja, o pastor André Francisco lamentou o ocorrido e informou ao DAQUI que o edifício é ocupado pela comunidade há mais de duas décadas. Agora, ele antecipa que o restante da estrutura será demolido, e um novo prédio deve ser construído no local.

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Golpistas iniciam falsa campanha para reconstruir igreja onde o teto desabou durante instalação de placas solares

Líderes religiosos denunciam que golpistas criaram vaquinha fraudulenta e alertam fiéis sobre os canais oficiais de doação

Mais de 70 placas solares estavam instaladas, um peso adicional de 2 toneladas, quando o teto da igreja desabou (Wildes Barbosa / O Popular)

Mais de 70 placas solares estavam instaladas, um peso adicional de 2 toneladas, quando o teto da igreja desabou (Wildes Barbosa / O Popular)

Golpistas estão se aproveitando do desabamento do teto da Igreja Videira para arrecadar dinheiro. Usando uma foto do templo religioso destruído, um grupo criou uma vaquinha online pedindo dinheiro para a reconstrução do local. Em entrevista à TV Anhanguera , o pastor André Francisco disse que tomaram conhecimento do golpe e alertaram os fiéis.

Surpreendidos pela atitude aproveitadora dessas pessoas. Não é uma vaquinha que teve origem na Igreja e por meio da Igreja. Não fomos nós que iniciamos essa vaquinha. Os próprios membros (da Igreja) denunciaram para nós, tomamos conhecimento e já divulgamos nos canais oficiais de que essa vaquinha não procede", disse o líder religioso.

Golpistas criam vaquinha falsa para lucrar com caso de teto de Igreja destruído durante instalação de placas solares (Reprodução Internet)

Golpistas criam vaquinha falsa para lucrar com caso de teto de Igreja destruído durante instalação de placas solares (Reprodução Internet)

A vaquinha online dos golpistas tem como meta de arrecadação R$ 100 mil e foi criada no mesmo dia do desabamento do teto da Igreja Videira no Setor Leste Vila Nova, em Goiânia. À TV Anhanguera , o pastor André Francisco informou que denunciou a vaquinha para a plataforma que está hospedada e que não conseguiu identificar os criadores.

Defesa Civil recomenda demolição de parte afetada de igreja após teto desabar em Goiânia
Igreja onde teto desabou não tinha projeto aprovado pelos Bombeiros
Veja fotos: Teto de igreja desaba enquanto trabalhadores instalavam placas solares, em Goiânia

Nas redes sociais, a Igreja Videira fez emitiu um comunicado aos fiéis dizendo que qualquer campanha futura seria divulgada apenas nos canais oficiais da igreja. Inclusive, nesta sexta-feira (21), a Igreja Videira postou nas redes sociais o canal oficial para arrecadação das doações para o recebimento de contribuições, que serão destinadas à reconstrução da Igreja Videira Praça da Bíblia.

Líderes religiosos alertam fiéis acerca dos canais oficiais de doação (Reprodução/Redes Sociais)

Líderes religiosos alertam fiéis acerca dos canais oficiais de doação (Reprodução/Redes Sociais)

Causa do desabamento

Técnicos da Defesa Civil estiveram no local para avaliar a situação do prédio e fazer o isolamento. Ao POPULAR o coordenador da Defesa Civil Robledo Mendonça disse que foi recomendado a demolição do prédio.

Recomendamos a demolição da parte abalada e que seja feita com acompanhamento de um engenheiro especializado em demolição", afirmou.

Segundo o órgão, não cabe a Defesa Civil a investigação do que provocou o desabamento e que está repassando as informações para a Polícia Científica, por meio de fotos e vídeos. Conforme o capitão dos bombeiros Guilherme Lisita, "a suspeita é de que o peso das placas fez a estrutura colapsar".

O pastor presidente da igreja Videira, Aluízio Silva, publicou um vídeo nas redes sociais contando que o prédio ficou completamente destruído, mas agradeceu por ninguém ficar gravemente ferido e pediu orações.

Vamos ter que fazer outro prédio, mas graças a Deus ninguém morreu. Foram apenas perdas físicas e perdas físicas a gente compra de novo, restaura, reconstrói. O senhor nos livrou de perdas maiores. Nesse momento que estamos aqui consternados e perplexos, eu conto com a sua oração", disse o pastor.

De acordo com o capitão dos bombeiros, funcionários que trabalhavam dentro da igreja no momento do acidente conseguiram sair sem ferimentos.

(Colaborou Wesley Almeida, TV Anhanguera)

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Motorista de BMW que dirigia a cerca de 200 km/h é preso após atropelar e matar motociclista na BR-153, diz SSP

O jovem de 21 anos foi preso em flagrante por homicídio doloso, sem fiança. A batida resultou na morte de Maria Alice Guimarães Silva, de 25 anos

Modificado em 22/03/2025, 17:29

Maria Alice Guimarães Silva, de 25 anos, morreu em um acidente na BR-153 (Arquivo Pessoal)

Maria Alice Guimarães Silva, de 25 anos, morreu em um acidente na BR-153 (Arquivo Pessoal)

O jovem de 21 anos que dirigia a BMW que atropelou e matou uma motociclista estava a cerca de 200 km/h e não tinha habilitação. As informações são da Secretaria de Segurança Pública (SSP). A batida aconteceu por volta das 7h da manhã deste sábado (22), na BR-153, perímetro urbano de Araguaína, e resultou na morte de Maria Alice Guimarães Silva, de 25 anos.

Segundo as informações apuradas pela Polícia Civil, o jovem de 21 anos dirigia o veículo da mãe de um amigo. Outras duas pessoas estavam no carro com ele, após saírem de uma festa. No km 144 da BR-153, o carro, a cerca de 200 km/h, bateu na moto em que estava Maria Alice.

O motorista foi preso em flagrante por homicídio doloso, com dolo eventual e sem fiança, por ter assumido o risco de produzir o resultado. O nome dele não foi divulgado pela polícia, por isso a reportagem não conseguiu contato com a defesa.

O motorista passou pela delegacia e depois foi encaminhado à Unidade Penal de Araguaína, onde permanecerá à disposição do Poder Judiciário.

O corpo de Maria Alice foi levado para o Instituto Médico Legal de Araguaína e liberado em seguida. De acorodo com a família, o velório dela deve começar ainda neste sábado.

Veículo do Instituto Médico Legal de Araguaína (Luiz Ernandes/ Alta Tensão)

Veículo do Instituto Médico Legal de Araguaína (Luiz Ernandes/ Alta Tensão)

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Cancelamento de licitação encerra denúncia sobre semáforos em Goiânia

Com fim de pregão eletrônico para modernizar parque semafórico, unidade técnica do TCM-GO não leva adiante averiguação sobre possível trava que impediria novas empresas de atuarem e sugere que administraçã municipal analise este ponto

Cancelamento de licitação encerra denúncia sobre semáforos em Goiânia

A decisão de revogar o pregão eletrônico que renovaria o parque semafórico de Goiânia fez com que a Secretaria de Controle Externo de Contratações (Secex Contratações) do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO) resolvesse não avançar na denúncia de que os semáforos da Dataprom Equipamentos e Serviços de Informática possuem "protocolo fechado". Isso inviabiliza que outras empresas assumam a manutenção de 99,39% dos 805 cruzamentos semaforizados da capital. O processo licitatório se arrastou durante toda a gestão do prefeito Rogério Cruz (SD) e estava parado desde julho do ano passado, mesmo não havendo nenhum entrave administrativo.

A reportagem mostrou na sexta-feira (14) que a Prefeitura desistiu de levar adiante a licitação ainda em 20 de dezembro de 2024, nos últimos dias de Rogério no cargo, porém a decisão só foi oficializada pela Secretaria Municipal de Administração (Semad) já na gestão do prefeito Sandro Mabel (UB), horas antes da publicação da reportagem e após o jornal acionar a administração municipal em busca de esclarecimentos.

A decisão, entretanto, já era de conhecimento do TCM-GO, do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) e da própria Dataprom, empresa de Curitiba cujas chances de vencer o pregão eram baixas. Ao justificar a revogação em dezembro, a Prefeitura alegou morosidade no processo e desatualização dos estudos que embasaram o pregão.

A licitação estava avaliada em até R$ 53 milhões e foi dividida em três lotes: um para o fornecimento e implantação de centro de controle operacional (CCO); outro para o fornecimento, manutenção e comunicação de software de controle de tráfego; e o último para a prestação dos serviços de manutenção preventiva e corretiva do sistema semafórico. O Consórcio Goiânia Semafórica, formado pelas empresas Kapsch Trafficcom e Newtesc Tecnologia e Comércio, ambas de São Paulo, venceu o primeiro lote e passava por teste de capacidade para ver se levava os outros dois. Já a Dataprom estava, respectivamente, em segundo e quarto nesses lotes ainda em disputa.

Mabel já havia anunciado a intenção de passar a gestão do parque semafórico para a Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC), consórcio de empresas responsáveis pelo transporte coletivo público na região metropolitana de Goiânia. A partir daí, caberia à RMTC fazer a contratação da empresa responsável pela manutenção do sistema. A Prefeitura informa que o processo de transferência está em fase de elaboração de um acordo de cooperação técnica e não deu uma data para que ela se efetive. O prefeito diz que os primeiros novos semáforos seriam instalados ainda em março em três avenidas de grande circulação.

Denúncias

O parecer da Secex Contratações ainda depende de análise por parte dos conselheiros do TCM-GO. No documento, a que O POPULAR teve acesso com exclusividade, o órgão explica que a apuração sobre o suposto "protocolo fechado" demandaria uma avaliação pormenorizada dos produtos fornecidos, inclusive a realização de perícia técnica e avaliação laboratorial, pontos que fogem ao escopo legal do tribunal e que, de qualquer forma, o processo deve ser arquivado após a Prefeitura ter se manifestado, ainda em dezembro, pelo fim da licitação. Outras três denúncias foram consideradas procedentes, o que levou o órgão a sugerir que sejam feitas recomendações.

A equipe da Secex Contratações também alega não possuir "profissionais com alta expertise no tema" para averiguar a parte técnica da denúncia envolvendo os equipamentos da Dataprom. "Não obstante, esta unidade técnica frisa que se trata de uma temática sensível, de grande repercussão à disputa e de elevado nível de discussão técnica, típica de especialista do ramo de comunicação semafórica", afirma o relatório. No documento enviado aos conselheiros do TCM-GO, a equipe da Secex Contratações afirma que o problema levantado na denúncia é "o principal ponto a ser observado pela nova gestão, pois foi o cerne da discussão deste processo e dos grandes embaraços na condução do pregão".

A Dataprom foi responsável pelo controle do parque semafórico de Goiânia entre 1997 e 2019 e conseguiu manter contratos emergenciais para manutenção dos equipamentos até abril de 2022. Depois, por meio de um consórcio, desde novembro de 2023 fornece material para que equipes da própria Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET) faça a correção dos problemas. O contrato mais recente foi renovado em novembro, com validade por 12 meses.

Entre as denúncias confirmadas pela unidade técnica do TCM-GO, todas já haviam sido noticiadas e, de certa forma, resolvidas quando o tribunal liberou o procedimento licitatório em julho. Uma é que o Consórcio Goiânia Semafórica foi prejudicado pelo "efeito surpresa" na prova de conceito do lote 3. Também não foram apresentados "elementos técnicos robustos" para justificar a redução do checklist dos lotes 2 e 3. E faltou deixar mais claro qual o período a ser disponibilizado para que a licitante possa demonstrar sua capacidade nos testes. No relatório da Secex, esses pontos são tratados como recomendações de atenção se a Prefeitura decidir fazer um novo pregão.

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Igreja onde teto desabou não tinha projeto aprovado pelos Bombeiros

Cheio de rachaduras, o restante do prédio está condenado e deverá ser demolido

Modificado em 20/03/2025, 08:10

Mais de 70 placas solares estavam instaladas, um peso adicional de 2 toneladas, quando o teto da igreja desabou

Mais de 70 placas solares estavam instaladas, um peso adicional de 2 toneladas, quando o teto da igreja desabou (Wildes Barbosa / O Popular)

A instalação de placas solares na igreja em que parte do teto desabou na manhã desta quarta-feira (19), no Setor Leste Vila Nova, foi iniciada sem a aprovação prévia do projeto pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM-GO). O desabamento ocorreu enquanto trabalhadores colocavam os equipamentos no edifício. No momento da queda, a igreja, que recebe em média 3 mil pessoas aos domingos, estava vazia, tendo apenas os seis funcionários envolvidos no acidente, sendo que um delas foi hospitalizada. Cheio de rachaduras, o restante do prédio está condenado e deverá ser demolido.

Os trabalhadores que instalavam as placas viveram momentos de pânico. Quatro deles estavam no telhado do edifício quando o desabamento começou. Eles ficaram agarrados à estrutura à espera de socorro. Os outros dois estavam no chão, viabilizando a subida das placas solares. Um deles conseguiu escapar do ocorrido sem ferimentos. O outro teve ferimentos na cabeça e foi encaminhado para o Hospital de Urgências de Goiás (Hugo).

De acordo com o CBM, antes de realizar a instalação das placas solares, a empresa deve apresentar o projeto técnico para que ele seja avaliado e analisado se está em conformidade com as medidas de segurança contra incêndio e pânico. A instalação deve seguir as diretrizes estabelecidas na Norma Técnica 44/2025, que trata sobre a Segurança em Sistemas Fotovoltaicos.

Neste caso, o trabalho foi iniciado sem a prévia aprovação do projeto pela corporação. O recebimento, cadastro e análise dos projetos técnicos encaminhados ao CBM é realizado pelo setor de atividades técnicas. Além da falta de um projeto aprovado, a edificação não possui o Certificado de Conformidade (Cercon) da corporação, documento que atesta se um prédio está em conformidade com as normas de segurança contra incêndios.

Desabamento

O trabalhador de uma oficina mecânica que fica em frente à igreja foi quem ligou para os Bombeiros solicitando socorro quando parte do telhado da igreja desabou. Matheus Oliveira, de 27 anos, conta que os homens instalavam placas há cerca de uma semana. Quando a estrutura ruiu, por volta de 10h30, ele e outros colegas de trabalho levaram um susto. "Um barulho muito alto e muita poeira", diz.

Além do CBM, a Defesa Civil de Goiânia e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO) estiveram no local após o acidente. Um laudo sobre o ocorrido será produzido pela Defesa Civil e o CBM-GO em conjunto. O CREA também emitirá um relatório técnico sobre a situação.

Capitão do CBM, Guilherme Lisita esteve no local e esclarece que, conforme informações das pessoas que trabalhavam na instalação, mais de 70 placas já tinham sido instaladas quando ocorreu o desabamento, sendo que cada uma delas pesa por volta de 30 quilos. Na prática, isso representa um peso adicional de mais de 2 toneladas ao telhado.

Até o meio da tarde desta quarta, uma das ruas laterais da igreja, que fica localizada nas proximidades da Avenida Anhanguera, estava interditada. Segundo o coordenador da Defesa Civil de Goiânia, Robledo Mendonça, o motivo é o risco de desabamento do restante da estrutura .

Para a reportagem, o pastor André Francisco, responsável pela unidade, contou que a igreja ocupa o edifício há mais de 20 anos e que toda a comunidade está entristecida com o que ocorreu. Segundo ele, o restante da estrutura será demolido e um novo prédio será reconstruído.

Laudo

O gerente de fiscalização do Crea-GO, Jeorge Frances, afirma que além das medidas administrativas ligadas à área elétrica, existe toda uma parte de engenharia envolvida no processo de instalação de placas solares. Primeiro, é necessário dimensionar a energia que poderá ser produzida no local. O quantitativo de carga que vai determinar a quantidade e o tipo de placa que será utilizada no local. Cada tipo de placa tem um peso diferente. Isto também define a forma como as placas serão acomodadas.

Para isso, é necessário a análise e confecção de um laudo por um engenheiro especialista em cálculo estrutural. Ele é o profissional que vai definir se a estrutura em questão suporta a carga estática (o peso das placas) e a carga dinâmica (o peso que envolve o processo de acomodação do material). "Às vezes, a estrutura suporta o peso das placas, mas é preciso, por exemplo, instalar as placas em sequência uniforme, ao invés de um lado primeiro e depois o outro", detalha.

Além do cuidado com a estabilidade estrutural, ele reforça a necessidade de redimensionar o sistema de segurança contra incêndio, aprovando a mudança do projeto no CBM, com exceção das residências unifamiliares. A reportagem não conseguiu localizar a empresa responsável pela instalação das placas para comentar o assunto.

Em nota, a Igreja Videira informou que todas as medidas de segurança foram adotadas prontamente para garantir a integridade de todos os envolvidos e que, imediatamente após o ocorrido, especialistas foram acionados para avaliar as causas do incidente. Comunicou que colabora com as autoridades e responsáveis técnicos para garantir que "todas as medidas corretivas sejam tomadas com a máxima responsabilidade e segurança". A igreja ainda reiterou "o compromisso com a segurança dos membros e da comunidade e seguimos à disposição para esclarecimentos".

Associação

Já a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) informou que embora ainda não haja um laudo técnico oficial sobre as causas do acidente, "a entidade acompanha de perto os desdobramentos do ocorrido". A Absolar destacou que "as instalações fotovoltaicas em telhados, fachadas e coberturas são seguras, quando projetadas e instaladas seguindo todos os protocolos de segurança e qualidade estabelecidos pelas boas práticas do setor, em linha com as exigências técnicas e legais".

A associação frisou a importância da realização de perícia técnica específica para a ocorrência em questão, "para que sejam investigadas e identificadas as causas da fatalidade, de forma precisa e transparente" e reforçou que, para a instalação e manutenção de sistemas fotovoltaicos, os profissionais devem necessariamente possuir habilitação técnica apropriada para interagir com instalações elétricas e serviços com eletricidade, além de capacitação atividades de trabalho em altura.