Caminhoneiros protestam por melhores condições de trabalho em Montividiu, a 278 km de Goiânia. Segundo informações da Associação Comercial dos Transportadores Terrestres de Cargas do Brasil (Actbras), são cerca de 180 veículos parados no pátio da BRF do município desde o fim da semana passada. Até o início da manhã desta segunda-feira (31), não existia acordo com a direção da empresa, e os caminhoneiros estavam parados sem receber a estadia, garantida por lei. Oo assessor jurídico da Actbras, Erivelton Barbosa, afirma que só foi firmado um acordo com a companhia na manhã desta segunda-feira (31). Até então, cerca de 180 motoristas estavam parados, sem conseguir descarregar, e sem receber valor de estadia que é garantido por lei. Além disso, o grupo reclama da qualidade das estruturas oferecidas aos profissionais e da falta de diálogo com a BRF.De acordo com a lei 11.442/2007, todo caminhão deve ser descarregado em até cinco horas após apresentação de nota fiscal na empresa de destino, se não, é obrigatório o pagamento da diária do profissional. Esse valor é definido com base na taxa de R$ 2,21 por tonelada/hora, ou seja, a empresa deve pagar um valor de R$ 2,21 multiplicado pela capacidade de carga do veículo para cada hora que o profissional estiver parado. O assessor do sindicato conta que houve reunião com representantes da diretoria da empresa, vindos de Curitiba. No encontro desta manhã (31), foram acertados os pagamentos das diárias dos colaboradores em Montividiu e também melhorias na estrutura do local. As obras e o descarregamento, segundo Erivelton, foram iniciados por volta das 10h30 desta segunda-feira (31). A expectativa do sindicato é que, caso não ocorram imprevistos, a fila seja zerada na terça-feira (1). Garantia de direitos trabalhistasApesar do acordo firmado na manhã desta segunda-feira (31), Erivelton acende alerta. “Isso [o acordo firmado] aconteceu depois que a mídia entrou fazendo reportagens sobre a BRF”, lamentou. Quando questionado sobre as respostas que a empresa dava às demandas dos caminhoneiros, o assessor da Actbras responde de forma direta: “Nenhuma. Ninguém ligava, ninguém se posicionava, ninguém fazia nada. Só teve posicionamento após a mídia chegar no local”.Em nota, o setor de comunicação da BRF afirma que a empresa “está trabalhando junto aos produtores da região para cadenciar a entrega de mercadorias na unidade de Montividiu”. Sobre o atraso para realizar o descarregamento, a empresa diz que houve quebra pontual de um elevador, que foi consertado ainda no mesmo dia, na última sexta-feira (28).A nota termina afirmando que “A BRF está mantendo diálogo aberto com os transportadores sobre eventuais diárias de estadia que possam ocorrer, seguindo a legislação”.