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Doria diz querer Alckmin no PSDB e não comenta a respeito da aliança de ex-aliado com Lula

Alckmin já anunciou que está de saída do partido, mas aguardou as prévias para isso; ele apoiou o candidato derrotado, Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul

Folhapress

Modificado em 21/09/2024, 00:20

O Governador de São Paulo, João Doria, é o presidenciável do PSDB para 2022

O Governador de São Paulo, João Doria, é o presidenciável do PSDB para 2022 (Sérgio Lima / Poder360)

Agora presidenciável do PSDB, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou nesta segunda-feira (29) que gostaria que o ex-governador Geraldo Alckmin permanecesse no PSDB.

Alckmin já anunciou que está de saída do partido, mas aguardou as prévias para isso -ele apoiou o candidato derrotado, Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul.

"Gostaria que ele permanecesse no PSDB, mas essa é uma decisão soberana do governador Geraldo Alckmin", disse.

Questionado sobre o fato de Alckmin poder ser seu adversário nas urnas, como vice do ex-presidente Lula (PT), Doria afirmou que preferia não comentar esse tema.

Doria afirmou ainda que é cedo para se comprometer a ser candidato a vice numa chapa com o ex-juiz Sergio Moro (Podemos).

Doria afirmou ter "profundo respeito por Sergio Moro" e que agendou com ele uma conversa após sua viagem aos Estados Unidos, marcada para esta semana, de quarta (1º) a sábado (4). O governador de São Paulo disse ainda ter marcado conversas com outros presidenciáveis, mas não mencionou nomes.

"Agora é hora de união, do com diálogo e do entendimento, primeiro dentro do PSDB e depois com partidos podem compor essa frente democrática", disse em entrevista à imprensa.

Doria afirmou ainda que pretende romper sua rejeição com o eleitorado fazendo campanha. "É se apresentar, dialogar, debater, olhar nos olhos das pessoas e visitar o Brasil", disse. O governador afirmou que, aos fins de semana, a partir de janeiro, vai rodar o país.

Na entrevista à imprensa, Doria afirmou que anunciará seis nomes de sua equipe econômica até o fim da próxima semana. "Não teremos 'posto Ipiranga', todos os seis serão protagonistas", disse, ressaltando que um dos nomes é o secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, e que três integrantes serão mulheres.

Doria voltou a dizer que gostaria de ter uma mulher como candidata a vice-presidente.

O governador de São Paulo venceu as prévias presidenciais do PSDB no sábado (27), por 54% contra 44,7% de Leite.

Doria afirmou que logo antes da entrevista, estava falando ao telefone com Leite, a quem elogiou como "brilhante, competente e dedicado". "Todos nós estaremos juntos a partir de agora", disse.

O governador afirmou ter combinado uma conversa com Leite quando voltar dos EUA e disse ter sido um equívoco a notícia de que teria convidado Leite para coordenar sua campanha à Presidência da República.

No domingo (29), Doria afirmou à Folha de S.Paulo ter convidado Leite para integrar o comando de sua campanha, "em uma posição de protagonismo".

Leite, no entanto, afirmou à reportagem que não se vê numa posição de coordenação da campanha presidencial de Doria.

"Permaneço no PSDB, mas não me vejo coordenando uma campanha presidencial, pois serei governador até o último dia do meu mandato e não imagino poder coordenar algo desta dimensão nacional estando focado nos problemas e soluções do meu estado", disse.

Reforçando a avaliação de aliados do gaúcho de que a união em torno de Doria é tarefa muito difícil, Leite fez questão de marcar sua distância do governador paulista.

"Além disso, penso que deve haver uma sinergia entre candidato e coordenador que seja maior do que o simples fato de estarem no mesmo partido. Imagino que o governador Doria busque alguém afinado com sua forma de pensar e fazer política, para além de uma visão meramente partidária", completou.

"Eu não fiz esse convite, eu convidei Eduardo para dialogar e ele aceitou", disse Doria, ressaltando que gostaria que Leite tivesse "um papel de protagonismo na campanha do PSDB, na nossa campanha, na campanha de todos nós".

"Mas não a coordenação, eu jamais faria esse convite, não porque faltem méritos. Mas ele é governador do Rio Grande Do Sul, ele volta a fazer seu papel. [...] Fisicamente ele fica no Rio Grande do Sul e precisamos de um coordenador que fique próximo do candidato", disse Doria.

"Ele terá protagonismo sim, mas isso será objeto de conversa no nosso retorno da viagem", completou. O presidenciável elogiou também o presidente do PSDB. "Não é fácil tomar a decisão de fazer prévias a nível nacional, foi um gesto de grandeza e coragem de Bruno Araújo", disse.

Doria evitou demonstrar apetite pelo controle do PSDB, que deve fazer convenção em maio de 2022 para definir um novo presidente. O governador paulista não confirmou se vai pleitear o posto e desconversou.

A respeito da permanência ou não, no PSDB, do deputado Aécio Neves (MG) e de outros tucanos considerados bolsonaristas, que são rivais internos de Doria, o governador também evitou responder, dizendo que o assunto cabe a Araújo.

Antes da entrevista coletiva na tarde desta segunda, um jingle de Doria ecoava na sede do PSDB paulista. A letra fala em "João Doria trabalhador" e "João Doria vacinador", além de "pai da vacina".

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Veja o que se sabe sobre operação contra golpe de Estado e plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

Polícia Federal descreve em relatório como grupo planejou assassinatos. Mais de 36 pessoas foram indiciadas e cinco foram presas

Grupo pretendia matar Lula, Alckmin e Moraes em dezembro de 2022, segundo a Polícia Federal

Grupo pretendia matar Lula, Alckmin e Moraes em dezembro de 2022, segundo a Polícia Federal (Agência Brasil)

Cinco pessoas foram presas suspeitas de planejarem matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos suspeitos, o major Rodrigo Bezerra Azevedo, que é militar do Exército Brasileiro, foi preso em Goiás. O inquérito narra uma tentativa de golpe de Estado que seria executada em dezembro 2022, com o intuito de impedir a posse de Lula após a eleição.

As prisões foram realizadas pela Polícia Federal durante a 'Operação Contragolpe" na última terça-feira (19). No entanto, nesta quinta-feira (21), foi divulgada uma lista com 37 pessoas indiciadas, dentre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro, pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa (veja lista ao final da matéria).

Entre os indiciados, 25 são militares das Forças Armadas. A lista inclui sete oficiais-generais - um da Marinha e seis do Exército. A investigação reuniu troca de mensagens, áudios, registro de entradas nos prédios dos Poderes em Brasília, geolocalização de aparelhos celulares e outras provas foram inseridas no inquérito. O relatório final com cerca de 800 páginas foi enviado para o ministro Alexandre de Moraes.

Quem são os presos

Mario Fernandes - ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, general da reserva e homem de confiança de Bolsonaro
Wladimir Matos Soares - policial federal que fazia a segurança no hotel de Lula durante a transição de governo.
Rafael Martins de Oliveira - major do Exército
Hélio Ferreira Lima - major de Exército
Rodrigo Bezerra de Azevedo - major do Exército

Qual era o plano

A investigação aponta que Fernandes elaborou um plano para impedir a posse de Lula, que incluía os assassinatos. Os suspeitos teriam discutido a investida golpista na casa do general da reserva Braga Netto. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que fechou uma delação premiada sobre o caso, teria participado da reunião.

Bolsonaro indiciado

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de militares e de aliados deve ocorrer no primeiro semestre de 2025 para evitar que os casos se arrastem até as eleições presidenciais de 2026.

O relatório final da Polícia Federal concluiu que Bolsonaro participou de uma trama para impedir a posse de Lula (PT). Os indícios já são conhecidos desde o início do ano, quando a PF revelou - com base em provas e na delação do tenente-coronel Mauro Cid - que o ex-presidente teria apresentado aos chefes das Forças Armadas uma proposta de golpe de Estado.

Veja a cronologia do plano:

9 de novembro de 2022 - O general Mário Fernandes cria o planejamento "Punhal Verde e Amarelo" em um arquivo Word, inicialmente denominado "Fox_2017.docx". O documento detalha um plano para sequestrar ou assassinar Moraes, Lula e Alckmin;

12 de novembro de 2022 - Acontece uma reunião na casa do general e vice de chapa à Presidência com Bolsonaro em 2022, Walter Braga Netto. Segundo a Polícia Federal, nessa data foi apresentado e aprovado o planejamento chamado "kids pretos";

21 a 24 de novembro de 2022 - Entre esses quatro dias, a Polícia Federal identificou registros de geolocalização de dois suspeitos em locais onde estaria o ministro Alexandre de Moraes. Também é citado o aluguel de carros usados por eles com registros de pedágio que mostram que eles se deslocaram entre Goiânia e Brasília neste período.

6 e 7 de dezembro de 2022 - Mensagens trocadas entre Oliveira e Cid indicam que os dois estavam juntos no Palácio do Planalto no dia 6. Nas datas também foi registrada conversas entre o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e Marcelo Câmara, então assessor do mandatário. Neste mesmo dia e horário, Fernandes, então Secretário-executivo da Presidência, estava no Palácio do Planalto e imprimiu o planejamento operacional denominado "Punhal Verde e Amarelo".

8 e 9 de dezembro de 2022 - Nessas datas, as linhas telefônicas utilizadas no evento "Copa 2022″ foram ativadas. O codinome, que também originou um grupo no aplicativo de troca de mensagens "Signal", foi usado para se referir ao crime. Os suspeitos receberam codinomes associados a países -- Alemanha, Áustria, Brasil, Argentina, Japão e Gana -- para não revelarem suas verdadeiras identidades.

10 de dezembro de 2022 - Marcelo Câmara, então assessor de Bolsonaro, encaminhou quatro mensagens para Cid, com informações detalhadas sobre a cerimônia de diplomação do presidente eleito, a ser realizada dia 12, incluindo a rota que seria usada por Moraes. Durante a cerimônia, os dois também trocam mensagens.

13 de dezembro de 2022 - O prefixo telefônico associado ao codinome "Gana" se desloca de Goiânia para Brasília. Os registros de geolocalização mostram que ele esteve em locais relevantes para a ação que seria realizada no dia 15 de dezembro, como a residência funcional de Moraes.

15 de dezembro de 2022 - Segundo o relatório, neste dia é "Áustria" quem se desloca para Brasília, também partindo de Goiânia. "Neste dia, também são observados registros de deslocamento do veículo particular de Oliveira e pelo menos um veículo oficial vinculado ao Batalhão de Ações de Comandos", diz o relatório.

Quem é o militar preso em Goiás

Tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo foi preso em operação da Polícia Federal (Reprodução/Lattes e Divulgação/Polícia Federal)

Tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo foi preso em operação da Polícia Federal (Reprodução/Lattes e Divulgação/Polícia Federal)

O major Rodrigo Bezerra Azevedo, militar do Exército Brasileiro, foi preso em Goiás suspeito de participar da tentativa de golpe de Estado e de planejar a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) , Alexandre de Moraes.

Rodrigo Bezerra de Azevedo informou em seu currículo Lattes que tem experiência e interesse em "Defesa, Operações Especiais, Relações Internacionais, Organizações Internacionais e Terrorismo Internacional". O documento foi atualizado no dia 4 deste mês. O histórico de cargos inclui as funções de major, tenente-coronel e capitão, todas no comando do Exército.

Na plataforma, o militar informou as seguintes formações acadêmicas:

Doutorado em Ciências Militares na Escola de Comando e Estado Maior do Exército (Eceme)
Mestrado em Ciências Militares na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (Esao)
Especialização em Ciências Militares com ênfase em Defesa - Eceme
Especialização em Bases Geo-Históricas para a Formulação Estratégica - Eceme
Graduação em Ciências Militares na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman)

Militar usou dado de motorista para tramar contra Moraes

A Polícia Federal afirma que um dos militares envolvidos no plano usou dados de outra pessoa para habilitar um celular usado na comunicação do grupo. De acordo com relatório policial que respaldou a Operação Contragolpe, o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, então major, cadastrou o aparelho em nome do dono de um carro com quem se envolveu em acidente de trânsito na rodovia que liga Brasília a Goiânia.

Os investidores afirmam que a conduta "converge com o processo de 'anonimização', técnica prevista na doutrina de Forças Especiais do Exército que possui como finalidade não permitir a identificação do verdadeiro usuário do prefixo telefônico".

O uso dos dados, segundo afirmou a PF, foi identificado após a apreensão de celular em poder de Oliveira em fevereiro passado, quando foi realizada a Operação Tempus Veritatis, fase anterior da investigação que tem o objetivo de identificar os responsáveis pela trama golpista.Os peritos identificaram no telefone duas imagens, fotos da carteira de habilitação de Lafaiete Teixeira Caitano e de um certificado de licenciamento de veículo.

Lista dos indiciados

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros
  2. Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
  3. Alexandre Rodrigues Ramagem
  4. Almir Garnier Santos
  5. Amauri Feres Saad
  6. Anderson Gustavo Torres
  7. Anderson Lima de Moura
  8. Angelo Martins Denicoli
  9. Augusto Heleno Ribeiro Pereira
  10. Bernardo Romao Correa Netto
  11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  12. Carlos Giovani Delevati Pasini
  13. Cleverson Ney Magalhães
  14. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
  15. Fabrício Moreira de Bastos
  16. Filipe Garcia Martins
  17. Fernando Cerimedo
  18. Giancarlo Gomes Rodrigues
  19. Guilherme Marques de Almeida
  20. Hélio Ferreira Lima
  21. Jair Messias Bolsonaro
  22. José Eduardo de Oliveira e Silva
  23. Laercio Vergilio
  24. Marcelo Bormevet
  25. Marcelo Costa Câmara
  26. Mario Fernandes
  27. Mauro Cesar Barbosa Cid
  28. Nilton Diniz Rodrigues
  29. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
  30. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
  31. Rafael Martins de Oliveira
  32. Ronald Ferreira de Araujo Junior
  33. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  34. Tércio Arnaud Tomaz
  35. Valdemar Costa Neto
  36. Walter Souza Braga Netto
  37. Wladimir Matos Soares

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Governo Lula anuncia corte de impostos para carros populares; valor pode cair até 10,96%

Modificado em 19/09/2024, 00:27

Vice-presidente Geraldo Alckmin anuncia medidas para baratear carros populares

Vice-presidente Geraldo Alckmin anuncia medidas para baratear carros populares (Joédson Alves/Agência Brasil)

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgou nesta quinta-feira (25) um plano que busca reduzir o preço dos carros populares novos.

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) anunciou que a principal medida será a redução de tributos para veículos de até R$ 120 mil, com a redução do IPI e do PIS/Cofins.

As reduções nos preços finais dos veículos vão variar de 1,5% até 10,96% -os descontos serão maiores para os carros mais baratos. Além do preço, dois outros fatores serão levados em conta para determinar o tamanho do desconto: a eficiência energética e a produção nacional. O governo ainda vai especificar quantas faixas de redução haverá.

Alckmin anunciou inicialmente que a redução poderia chegar a 10,79%. No entanto, a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) e a assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços depois corrigiram o número para 10,96%.

Na reunião, o governo informou que o pacote será detalhado dentro de 15 dias. Até lá, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) realizará cálculos de medidas compensatórias para perda de receita com os incentivos.

"A Fazenda pediu [um prazo de] até 15 dias para estabelecer a questão fiscal", disse Alckmin. "E aí, sim, se pode efetivamente fazer a medida provisória", completou.

O pacote foi anunciado durante reunião no Palácio do Planalto com representantes do setor automotivo. Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, foi o responsável pelo desenho do programa.

O vice-presidente afirmou que a redução no valor dos veículos atende à "questão social" porque beneficia com descontos maiores os veículos cujo preço é mais acessível.

"Esclarecendo, ela [a redução] vai levar em consideração o social, não vai fazer desconto para carro caríssimo. Segundo: eficiência energética, meio ambiente, carro ecológico, carro que polui menos, menor emissão de CO2. E, terceira, densidade industrial", afirmou o vice-presidente ao deixar o encontro com empresários.

O objetivo inicial do pacote era reduzir os valores iniciais de modelos compactos com motor 1.0 para algo entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. Hoje, o automóvel mais barato vendido no Brasil é o Renault Kwid na versão Zen, que custa R$ 69 mil.

Segundo o vice-presidente, os carros mais baratos podem começar a serem vendidos por um valor abaixo de R$ 60 mil porque, além das reduções tributárias, há a possibilidade de vendas diretas da indústria, o que representaria um "desconto ex-tarifário importante".

O governo federal afirma que a redução nos preços pode atingir 33 modelos, de 11 marcas.

"Esta é uma medida temporária de estímulo para um setor que responde por 20% do PIB da indústria de transformação e está com 50% de sua capacidade instalada ociosa. Ele vai ajudar a manter os empregos diretos e indiretos nas montadoras e em toda cadeia produtiva. Poderá haver ainda reduções definidas por montadoras e outras relativas à venda dos carros direto da fábrica. O governo deverá emitir MP permitindo esse tipo de transação", informou o governo em nota.

O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Márcio de Lima Leite, também afirmou acreditar que, com as medidas, o preço do carro mais barato no mercado pode cair para abaixo de R$ 60 mil, o que dependerá da política de preços de cada montadora.

De acordo com ele, isso pode valer inclusive para veículos já produzidos e que estão nos estoques das companhias.

"O ministério da Fazenda está fazendo as contas para ver a validade das medidas, se dará por um ano, seis meses, dois meses. O tempo é fundamental para falar do tamanho da renúncia. A indústria trabalha com um mínimo de 12 meses", disse Leite.

"Em 2013, nós comercializamos 3,8 milhões de veículos em um ano. Neste momento, estamos trabalhando com 2,1 milhões. É uma demanda reduzida, ainda muito longe daquele patamar", disse Leite em entrevista a jornalistas na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) durante a tarde.

"É um primeiro e importante passo para a retomada da indústria automobilística do Brasil. As medidas podem impactar o mercado entre 200 mil e 300 mil unidades, dependendo das regras."

Os altos preços dos carros populares tornaram-se tema frequente de reclamação do presidente Lula. "A fábrica de automóveis não está vendendo bem, mas qual pobre pode comprar um carro popular de R$ 90 mil?", questionou o petista, durante sessão inaugural do Conselho de Desenvolvimento, Econômico e Social, no início do mês.

As conversas para definir as medidas foram feitas diretamente entre o governo e as companhias do setor. Os detalhes do plano foram fechados na quarta, durante reunião entre Lula, Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Haddad, no entanto, já havia alertado que algumas das medidas só entrariam efetivamente em vigor no próximo ano, "em virtude de regras fiscais".

O anúncio aconteceu após uma série de mudanças na programação do Palácio do Planalto. Originalmente, Lula apresentaria um pacote detalhado à Fiesp na manhã desta quinta-feira (25), em evento em São Paulo. O vice-presidente Geraldo Alckmin chegou a esboçar uma proposta, mas Lula sugeriu adaptações na volta do Japão, onde participou de reunião do G7.

O presidente adiou, então, sua ida à Fiesp para o fim da tarde. Foi agendada uma cerimônia no próprio Palácio do Planalto, que estava prevista inicialmente para ocorrer a portas abertas. No entanto, a solenidade foi convertida em uma reunião fechada, com representantes do empresariado e sindicatos.

ALCKMIN ANUNCIA LINHA DE CRÉDITO DE R$ 4 BI PARA A INDÚSTRIA

Outra medida mencionada por Alckmin, essa valendo para toda a indústria, é uma linha de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) de R$ 4 bilhões para que as empresas façam empréstimos direto em dólar -em São Paulo, o banco anunciou nesta quinta um pacote de R$ 2 bilhões, com taxa fixa em dólar, para empresas brasileiras exportadoras com receita em moeda americana ou atrelada à variação cambial.

O vice-presidente disse que a modalidade elimina o risco cambial para o tomador do financiamento, que receberá o montante em dólar e pagará na mesma moeda. Ele disse que algo semelhante foi feito para a agricultura, com R$ 2 bilhões disponíveis para a modalidade e que esgotaram em 48 horas.

"A indústria é a maior vítima do manicômio tributário do país", afirmou Alckmin. Por isso, segundo ele, será beneficiada pela reforma tributária.

"A indústria está supertributada. O caminho é a reforma tributária. Ela ajudará a exportação, reduzirá custo Brasil, simplificará a questão tributária e diminuirá a judicialização, ajudando a economia como um todo."

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Usina de etanol que deve gerar 2 mil empregos em Aporé é inaugurada com vice-presidente

ocasião, o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, ressaltou que o Brasil tem a “energia mais limpa do mundo” e potencial para continuar avançando

Modificado em 19/09/2024, 00:27

Usina de etanol foi inaugurada nesta sexta-feira (12), em Aporé

Usina de etanol foi inaugurada nesta sexta-feira (12), em Aporé (Reprodução/Redes sociais Geraldo Alckmin)

Foi inaugurada nesta sexta-feira (12) em Aporé, no sudoeste goiano, uma usina de etanol que prevê a geração de mais de dois mil empregos. O evento contou com a presença do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

À ocasião, o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, ressaltou que o Brasil tem a "energia mais limpa do mundo" e potencial para continuar avançando. Já o governador Ronaldo Caiado destacou os principais impactos que o empreendimento trará.

"Teremos tecnologia de ponta, renda per capita e salários mais altos, além de pessoas sendo preparadas para trabalhar com essa tecnologia. Isso tudo é motivo para festejar", afirmou Caiado.

Por sua vez, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou que fomentar a indústria sucroenergética é prioridade e imprescindível para o Brasil.

Empreendimento

Pertencente ao grupo paulista Nardini Agroindustria, que está presente em Goiás desde 2007, a nova usina recebeu R$ 800 milhões em investimentos.

"Há mais de 10 anos não se inaugura uma usina em Goiás, ou seja, essa solenidade é um marco histórico para este estado", afirmou o presidente do grupo, Riccardo Nardini.

Segundo informou o grupo, a usina estima moer 900 mil toneladas de cana-de-açúcar na safra atual e gerar 80 milhões de litros de etanol. Ainda será produzida energia elétrica a partir do bagaço da cana.

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Alckmin confirma deputada Adriana Accorsi na equipe de transição de Lula

Anúncio foi feito na tarde desta terça-feira (22). Com Accorsi, a equipe passa a ter seis goianas

Modificado em 20/09/2024, 05:17

Adriana Accorsi (PT)

Adriana Accorsi (PT) (Diomício Gomes)

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, confirmou, na tarde desta terça-feira (22), o nome da deputada federal eleita Adriana Accorsi (PT) na equipe de transição do novo governo federal. A parlamentar, que atualmente ocupa uma cadeira na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), vai integrar a equipe de Justiça e Segurança Pública.

Adriana vai compor o grupo de transição ao lado dos deputados federais Tadeu Alencar, do Pernambuco, e Valternir Pereira, do Mato Grosso.

Pelo Twitter, a deputada comentou a nomeação. "Estou muito feliz em ter meu nome escolhido para compor a Equipe de Transição na Comissão de Justiça e Segurança Pública. Estou preparada e muito grata pela confiança no meu trabalho, e na minha longa trajetória na área", escreveu.

Além de Accorsi, integral a equipe de transição do governo Lula as goianas Ieda Leal, no grupo de Igualdade Racial; Ludhmilla Hajjar, na Saúde; Nádia Garcia, na Juventude; Aava Santiago, Mulheres; e Maria Luiza Moura, no subgrupo de Infância, nos Direitos Humanos.

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